Mais uma manhã, outra manhã que acordo sendo chutada por Lea, me apressando para ir para a escola junto com ela. Já me acordo irritada e empurro-a, Lea cai em cima de sua cama.

–Que droga garota! Toda a maldita manhã é isso! Eu sendo acordada com você me chutando! - grito.

Lea ri aquele sorriso sínico cheio de si.

–E como sempre você atrasada para a escola - responde ela - Enfim vá se arrumar irei te esperar lá em baixo.

Lea sai rapidamente do quarto. Eu pego meu tênis e jogo em direção á ela, mas ela consegue fechar a porta antes de ser atingida.

–Vadia do inferno! - grito.

Já sei que meu dia não será nada bom, quando me irrito pela manhã fico o dia todo irritada. Meu celular vibra em cima da cama. É um sms no celular.

''Te espero na escola amor, e dê uma olhada no seu facebook, não acredito que Lea postou aquelas fotos... ''.

Eu sei que Paul me ama isso me deixa triste ao invés de feliz, sei que isso é estranho, porém me deixa triste porque sei que não consigo retribuir o amor que ele me dá... Eu simplesmente não o amo mais, na verdade acho que nunca amei. Antes de ir me arrumar resolvo abrir meu facebook, para ver sobre o que Paul está falando.

''O que essa vadia infeliz fez agora... ''.

Uma letra ''0'' se forma na minha boca, eu simplesmente não acredito que Lea tenha tido coragem de fazer aquilo. Ela havia postado fotos do acampamento, inclusive fotos do Will e Frank se beijando. Todos nos sabemos que Will prefere que as pessoas na escola não saibam do relacionamento dos dois, para Frank não ser alvo de piadinhas e coisas do tipo, e eu o entendo perfeitamente, infelizmente não é todo mundo que tem a cabeça aberta como o nosso grupo.

Enrolei-me em uma toalha (eu durmo nua),e desci as escadas correndo.

–Lea! Eu não acredito que você fez isso! - grito.

Vou até a cozinha e só encontro minha mãe fritando ovos e papai lendo um jornal.

–Onde esta a surtada da Lea?- pergunto.

Mamãe e papai se voltam para mim.

–Santo deu Carlie! Isso é jeito de vir pra cozinha?! Enrolada em uma toalha?! - repreende meu pai - Ela já foi pra escola, cansou de esperar você.

Reviro meus olhos, meus pais e seus moralismos nojentos.

–E vá se vestir! Está atrasada de novo para a escola! Como sempre, vai ser suspensa de novo! Eu trabalho feito um condenado para dar uma boa educação...

Deixo meu pai falando e vou me arrumar, os sermões dele são quase intermináveis. Como Lea teve coragem de postar aquelas fotos? Como pode ser tão cruel? Mesmo depois de Will pedir pra que ninguém falasse. Eu podia até imaginar ele e Frank chegando na escola, e terem que escudar piadinhas de mal gosto, brincadeiras idiotas, Lea tinha passado dos limites desta vez. Arrumei-me às pressas e passei direto pela cozinha. Não aguentaria mais ouvir criticas. O dia estava cinza, meio chuvoso, um típico dia de Bristol. Fui caminhando distraída pela calçada, quando percebi que um carro vinha atrás de mim, um carro já conhecido. Era um dos carros de James.

Parei e o carro estacionou do meu lado. O vidro abaixou lentamente e minhas suspeitas foram confirmadas.

–O que você quer James? - sim eu fui grossa, não estava com paciência.

–Te oferecer uma carona para a escola.

Aquela situação era no mínimo esquisita, o que o ex-namorado da minha irmã queria me oferecendo uma carona? Nós dois nunca fomos íntimos, apenas nos cumprimentávamos, na verdade eu sempre o achei muito fútil e arrogante, igual a Lea. Afasto meus cabelos do rosto, esse é um gesto que faço quando estou irritada.

–Não obrigada - já vou me afastando.

–Qual é Carlie?! Você já esta atrasada!

Paro e penso, o desgraçado tem razão, e seu eu fosse suspensa de novo meu pai faria outra cerimonia de sermões. Entro no carro. Olho para James, como sempre ele este impecavelmente vestido, tenho que admitir ele é muito atraente.

–E Lea como está?

–Mais cheia de si, do que o normal.

Ele solta uma risadinha, uma risadinha muito sexy por sinal. Percebo que ele olha para minhas pernas de canto de olho.

–Você não consegue nem disfarçar! Pare de olhar para minhas pernas!

Ele solta a mesma risadinha sexy.

–Me desculpe, mas suas pernas são lindas, e Paul como está?

Pergunta estranha, porque ele quer saber sobre meu namorado?

–Muito bem, por quê?

–Você o ama? - pergunta James do nada.

–Pergunta idiota - respondo irritada.

Ele estaciona o carro na frente da escola. Finalmente chegamos, já estou atrasada 15 minutos.

–Está entregue - diz James.

Quando vou descer do carro ele me pega pelo braço.

–Ei Carlie, se quiser conversar um dia desses, me ligue – ele disse isso olhando nos meus olhos, e no fim ainda mordeu o lábio .

–Ok - digo toda sem jeito, eu percebi que ele estava afim de mim, o ex-namorado da minha irmã!

Saio correndo e entro na escola, logo na entrada já encontro Lea e Sarah.

–Oi Sarah - eu digo olhando para Sarah.

–Oi - responde ela.

–Quem era o cara no carro? - pergunta Lea intrigada.

Fico nervosa, achei que ela não tinha percebido.

–Rob, o nosso vizinho... Ele me deu carona...

–Ai que nojo, aquele velho deve estar querendo algo com você! - diz Lea fazendo cara de nojo - Agora vamos para o auditório temos uma palestra para ver.

Vamos andando pelo corredor quando ouvimos um grito.

–Lea!

Virei-me rapidamente, era Will quem tinha gritado logo atrás dele vinha Frank, que estava com uma expressão de pavor no rosto.

Eu nunca tinha visto Will daquele jeito. Ele estava vermelho, e com uma expressão de ódio puro no rosto. Ele veio correndo em direção a Lea.

–Sua vadia desgraçada! - gritou ele, jogando café no rosto de Lea, ele tinha um expresso em mãos.

–Meu rosto! Merda está queimando! - começou a gritar Lea. Rapidamente sequei o rosto dela com minha jaqueta, Will me afastou dela, e esbofeteou Lea no rosto. Aquela cena era surreal.

–Como você teve coragem sua vadia desgraçada! - gritou ele.

Logo Frank agarrou Will por trás, impedindo-o de continuar a bater em Lea.

–Carlie, Sarah, tirem ela daqui! Rápido! -pediu Frank segurando Will.

Eu e Sarah arrastamos Lea para uma das salas vazias da escola, com raiva eu jogo Lea contra a parede da sala, eu quase tinha me esquecido sobre o assunto das fotos.

–Como você pode?! Porque vez isso?! - grito.

Sarah parece estar mais irritada ainda.

O rosto de Lea está vermelho, por causa do café quente que Will jogou no rosto dela.

–Vocês viram o que aquele idiota fez? Ele me jogou café quente no rosto! Meu rosto está queimado! Ele podia ter me deformado!

–Você mereceu! E nos responda por que fez aquilo?! Eu estou ficando sem paciência Lea! - falo ríspida para Lea.

–Ai que exagero gente... Eu já vou apagar as fotos. - diz Lea pegando o celular - Pronto apagadas.

–Como se adiantasse! A metade da escola já deve ter visto! Aliás, você tem a metade da escola no facebook Lea! - disse Sarah indignada.

–Deve ser porque eu sou muito popular! - disse Lea sorrindo.

Me indigno mais ainda.

–O mundo não gira em torno de você!- grito sacudindo Lea pelos ombros - Cresça Lea! Todos de odeiam! - falei gritando e jogando Lea contra a parede.

–Ei Carlie eu irei ver como o Will está... - falou Sarah, Sarah tinha uma expressão de repudio no rosto - E Lea, apenas fique longe de todos nós... É o melhor que você faz.

Sarah saiu deixando eu e Lea sozinhas.

–Pronto Lea! Conseguiu o que queria todos te odeiam agora - falei, saindo da sala e deixando Lea sozinha.

O dia na escola foi o que eu esperava. Muito entediante, no decorrer das aulas uma hora ou outra eu ouvia algum comentário. ‘‘Você viu as fotos no facebook?'' ''Nunca imaginei que Frank fosse gay'',''Frank virou gay!''.

Antes de eu ir embora para casa resolvi falar com Will. Ele Frank, Sarah, e Carl estavam todos sentados no quiosque.

–Oi gente - falei meio sem jeito, eles eram meus amigos, mas eu não era muito intimas deles, e depois do que Lea tinha feito.

Eles retribuíram o cumprimento.

–Will e Frank eu queria dizer que sinto muito. Lea foi uma cadela!

Will e Frank deram um sorrisinho fraco, os dois pareciam tristes.

–Sem problemas Carlie, você não tem que pedir desculpas não fez nada de errado... - disse Will, simpático, na verdade ele sempre era muito amável com as pessoas.

Eu já estava indo embora quando eu me chamou:

–Ei Carlie! - eu me virei - Você devia ir com a gente na Rave no fim do ano, você e o Paul.

Todos os finais de ano, os alunos da escola organizavam uma rave em algum campo ou lugar afastado da cidade, a festa durava de dois a três dias interruptos.

–Claro, eu vou sim! - digo sorrindo.

Eu realmente gostava muito do Will e sentia um ódio tremendo por Lea ter feito aquelas coisas com ele. Despeço-me deles e vou à procura de Paul quase não o vi naquela manhã. Encontro ele no frente da escola, ele como sempre muito carinhoso e apaixonado, me beija, me abraça.

–Ei, tem algum cigarro ai? - pergunto.

–Tenho sim amor - ele me entrega um cigarro, Paul sempre me chamava desse tipo de coisas carinhosas, já eu o tratava como qualquer outra pessoa. Eu acendo o cigarro, trago profundamente.

–Foi muito tenso o que sua irmã fez - comenta ele.

– É, eu sei, Lea é uma vadia mesquinha.

Eu e Paul vamos conversando até o ponto de ônibus, porém eu não presto muita atenção no que ele fala, meus pensamentos estão direcionados á James.

–Carlie você sabe que eu te amo né?

–O que? - pergunto distraída.

Paul para na minha frente e olha no fundo dos meus olhos.

–Mesmo com nossas idas e vindas, nossas inúmeras brigas, as traições - as traições eram de minha parte claro - Eu ainda assim te amo.

Aquelas palavras me atingiram, eu não conseguiria dizer o mesmo para Paul, porque eu não o amava, para deixar o assunto de lado eu simplesmente o agarrei e beijei. Logo meu ônibus chegou, no caminho para casa eu encostei minha cabeça na janela e pensei na minha vida que estava uma bagunça.

***

Naquela noite, no quarto eu evitei ao máximo Lea, não falava com ela, não olhava para ela. Eram 21:00 horas Lea lia um livro, eu fazia o meu dever de casa.

–Carlie... - começou ela.

–O que foi?! - respondi estupidamente.

–Nossa! Pra que essa arrogância toda?! - Lea se faz de ofendida.

–O que você queria?! Que eu te tratasse bem depois da coisa horrível que você fez?! Will e Frank são nossos amigos! E você me faz uma coisa dessas!

Lea fica vermelha, e deixa o livro de lado.

–Sabe qual é os eu problema Carlie?! - começa ela, com a voz já meio alterada.

–Não qual é Lea?! - a afronto.

–Que você é uma invejosa, você me odeia, porque sabe que eu sou melhor, porque sabe que papai e mamãe gostam mais de mim! E que você nunca conseguirá a metade das coisas que eu consegui!

Lea como sempre fazendo com que tudo girasse ao redor dela. Levanto-me com raiva e pulo em cima dela, ela cai em cima da cama, eu aproximo meu rosto bem perto dela.

–Veremos se não posso ter o que você já teve! - me levanto e saio.

–O que você quer dizer com isso sua vadia?! - grita ela do quarto.

Desço as escadas correndo.

–Aonde você vai a essa hora da noite? - pergunta papai.

–Para o inferno! - grito, saindo de casa e batendo a porta com força.

Eu estava com ódio, e cansada da minha família, e principalmente de Lea, e eu provaria para ela que eu podia ter tudo o que ela tinha, eu poderia ter James.

Andei uma quadra e resolvi ligar para James. O celular não chamou muito, no segundo toque ele já atendeu.

–Ah... James, hum oi?- eu estava toda sem jeito, mas iria em frente.

–Olá Carlie! Que supressa legal você me ligar! - falou ele todo animado.

–Então... Eu estava pensando em sair, em foder com tudo, o que acha?

–Acho uma ótima ideia! Onde você está?

–Estou uma quadra acima da minha casa.

–Em pouco tempo eu passo ai.

Eu sabia que no momento em que eu entrasse no carro de James não teria volta, as coisas iriam começar a ficar sérias.

Mas eu realmente precisava provar para Lea que eu era capaz de fazer qualquer coisa, de ter tudo o que queria, e não era só para Lea eu precisava provar para mim mesma.

Não demorou muito e ele me buscou, entrei no carro, sem transparecer nervosismo nenhum, pois sei me controlar muito bem.

–Para onde vamos? - perguntou ele, se aproximando de mim para beijar minha bochecha.

Eu me virei e fui em direção a boca dele, o beije, pegando seus cabelos e os acariciando, mordendo os lábios, foi um beijo lento, delicioso e com gosto de vingança. Quando paramos ele me olhou surpreso.

–Eu não esperava isso de você... E a Lea?

–Não vamos falar dela, eu não me importo - disse indiferente, desejando que Lea tivesse visto aquela cena - O que acha de irmos para o porto, beber... Você tem pó?

James deu aquele sorriso malicioso, abriu o porta luvas e pegou um saquinho com algumas gramas de cocaína, no painel do carro, fez quatro linhas. Abriu sua carteira e com uma nota de dinheiro fez um canudo.

–Duas linhas para você e duas para mim, ok?

–De acordo.

Ele aspirou as duas linhas com muita facilidade, eu já tinha usado algumas drogas como balas, maconha e pó em algumas festas, porém não tinha tanta pratica que nem ele. Aspirei as duas linhas e já senti meu coração acelerar-se. Fomos para o porto, bebemos por um bom tempo olhando para a imensidão do mar e alguns barcos que estavam ali ancorados.

Acendi um cigarro, traguei e passei para James, que segurava em uma de suas mãos uma garrafa de Jack Daniel’s que já estava pela metade.

–Você a ama ainda não é? - eu disse do nada.

James virou-se surpreso.

–Oi?

–Não se faça de bobo, estou falando da Lea, você a ama não é verdade?

Ele hesitou um pouco, ficou em silêncio e por fim falou:

–Sim, eu a amo.

–Não entendo você é rico pode ter qualquer uma. Por que se apaixonar logo por uma mesquinha como a Lea?

–Infelizmente o amor não se compra com dinheiro, pelo menos não o amor verdadeiro - respondeu ele, levando a garrafa de Jack até a boca, tomando um gole e passando para mim - Mas e você, você ama o Paul?

Eu ri, ele meio que estava se vingando.

–Não. Eu sinto um carinho especial por ele pelo tempo que estamos juntos, mas não o amo, na verdade eu nunca o amei.

Para dar fim aquela conversa, eu cheguei perto dele, e o beijei. Ele enrolou suas mãos em minha cintura e eu o beijei. Levei uma das minhas mãos até o meio das pernas dele e apertei. O ''dote era grande''.

–Vamos fazer logo - sussurrei no ouvido dele.

James me arrastou até o seu carro. No banco de trás ele tirou a camisa, eu desabotoei a calça dele, abaixando-a, e logo abaixando sua cueca, para fora dela saltou o seu membro já em estado de ereção.

Ele tirou meu sutiã, minhas calças e foi sobre mim me beijando. James parecia ter muita experiência, foi calmo delicado, e soube fazer direito, cheguei ao orgasmo muito mais rápido que já cheguei com qualquer outro, na verdade acho que a melhor transa que tive em minha vida foi com ele.

Depois que acabamos nós nos despedimos e ele me deixou na porta de casa, Confesso que a culpa já começava a invadir minha consciência tanto por ter traído Paul mais uma vez, tanto por ter transado com o ex da minha irmã.

Cheguei em casa eram duas da manhã subi as escadas lentamente, para não acordar ninguém Estranhei que a luz do meu quarto e da Lea estava acessa.

Abri a porta, e vi Lea com seu celular em mãos, sentada na cama, como o rosto vermelho e uma expressão de raiva.

–Eu não acredito que você teve coragem de fazer isso sua vadia maldita! Desgraçada! - gritou Lea.

Eu me assustei, não esperava aquilo, achei que Lea estaria até dormindo.

–Do que você está falando?!

–Dessa merda sua vadia! - Lea levantou-se e jogou o celular contra mim, desviei o celular bateu na porta, me abaixei para pegar o celular que estava quebrado, mas a foto era nítida, eu me vestindo, uma foto tirada logo depois de eu transar com o James, o desgraçado tinha me usado para fazer ciúmes em Lea!

Antes que eu falasse algo, Lea já estava em cima de mim, me esbofeteando, mas sem dificuldade, eu consegui ficar por cima, eu era mais forte. Agarrei os pulsos de Lea e a imobilizei no chão.

–Agora você sabe que eu posso ter tudo o que você tem! - gritei.

–Você é um lixo Carlie! Sempre será o meu tapete! - Lea gritou e logo depois me cuspiu no rosto.

Aquilo tinha sido a gota final. Com todas as minhas forças eu esbofeteei Lea por duas vezes. Sai de cima dela, a puxei e a joguei contra a penteadeira dela. Lea caiu sobre a penteadeira quebrando seus perfumes e cortando os braços com os cacos de vidro.

Ela tentou vir para cima de mim, a peguei pelos cabelos e joguei em cima da cama.

–Eu não sou seu tapete! E tenho mais força que você vadia! - gritei, já estava pronta para esbofeteá-la novamente, mas nossos pais entraram no quarto. Papai me tirou de cima de Lea e me segurou. Lea foi correndo para os braços de mamãe.

–Que porra está acontecendo aqui?! - gritou papai furioso.

Antes que eu falasse alguma coisa. Lea começou a fazer uma cena a chorar e se abraçar em mamãe.

–Foi a Carlie mamãe! Olhe! - Lea mostrou um dos braços cortados pelos cacos de vidro - Ela teve a coragem de ficar com o meu ex-namorado, ela transou com ele, e ainda me bateu!

Mamãe me olhou incrédula.

–Isso é verdade Carlie?! - gritou papai.

–Sim mas... Lea, ela me humilhou e...

Papai me jogou na cama com raiva.

–É sempre você Carlie! Sempre você que nos causa problemas, sempre você que ataca sua irmã, desde pequena você sempre foi a nossa dor de cabeça! Às vezes me pergunto se você realmente é nossa filha! - gritou ele.

Aquelas palavras me machucaram, as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Levantei-me, aquela seria a última vez que eu seria humilhada por eles.

–Não se preocupe papai! As dores de cabeças de vocês acabam hoje! - gritei e sai correndo.

A única coisa que me lembro que só parei de correr quando as lágrimas secaram do meu rosto, eu já estava em outro bairro, não tinha para onde ir, mas de uma coisa eu tinha certeza, eu jamais voltaria para aquela casa. Liguei para Paul, ele era minha única saída. Ele atendeu.

–Paul querido? Preciso ficar na sua casa hoje...

–Eu não aguento mais suas traições Carlie! Você passou dos limites me traiu com o James, com o ex-namorado da sua irmã! Você acha que não tenho sentimentos?! Que eu não te amo sua burra?!

–Paul, por favor... - eu suplicava as lágrimas não paravam de cair, eu soluçava, caída em uma calçada, eu precisava de alguém, precisava de um abraço precisava de ajuda.

–Lea me mandou as fotos! Contou-me tudo! Carlie você não sabe amar porra nenhuma! Você destrói tudo o que toca!

–Paul...

–Eu cansei de amar alguém que não me ama, que me usa, que me traí, que me faz de palhaço!

Ele desligou o celular, me deixando ali na rua fria, sozinha chorando. Eu não sabia o que fazer, não tinha para onde ir, agora era apenas eu, somente Carlie.