Siren

Prólogo


Serena :


Ao longo desses meus 18 anos,minha vida sempre tinha sido algo monótono e completamente sem graça. Minha adolescência se resumiu a poucos amigos,uma primeira vez tensa com meu namoradinho de ensino médio e escapadas nas aulas de química.

Eu estava sentada em cima de uma pedra gigante que ficava perto do cais,meu refúgio,alí era onde eu sempre ia pra me esconder de meus medos,um lugar comum pra qualquer outra pessoa,mais um paraíso pra mim. Ficar observando as ondas quebrarem ao longe,enquanto o vento emaranhava meus longos cabelos castanhos,e fazia com que os pelos de minha nuca se eriçassem. A ponta de meus dedos dos pés recostados na superfície gélida da água salgada. Fechei os olhos e deixei que uma sensação de paz e traquilidade me invadisse e se aposasse de mim por completo. Rápidamente minha mente me fez viajar pra longe e mergulhar em um mar de pensamentos assombrosos. Me fazendo lembrar do dia....daquele terrível dia em que minha vida mudou completamente seu curso sem graça e entediante,me fazendo passar de menina sem graça a um ser estranho mais ipnotizante.


Flash back on :


Era um dia comum como todos os outros que eu passava com Catarina na praia,ela como sempre querendo chamar a atenção do sexo oposto,apostava seu charme em um biquíni minúsculo e muito bronzeador,já eu me contentava com uma canga amarela e um tomara que caia verde. Tomávamos sol na areia,quando uns rapazes se aproxímaram,dois rapazes exatamente.Diga-se de passagem atraentes,bonitos o sulfíciente para despertar a astúcia de minha bela amiga morena de olhos cor de chocolate e cabelos negros.

_Eai gatas ?! - Disse um dos garotos se agaixando ao lado de Cat.- O que duas deusas como vocês fazem sózinhas aqui ? - Sua voz era tão carregada de más intenções,que podia se notar a raios de distância.

Cat abaixou os óculos escuros na altura da ponte do nariz e sorriu malíciosamente.

_Estávamos sózinhas....- Suspirou ela num tom meloso.

O cara de cabelos loiros,com pinta de surfista e ombros esguios,sorriu pelo cantos dos lábios,enquanto o outro de cabelos negros espetados naturalmente pra cima,me fitava como se fosse me engolir,corei sem graça. Afínal eu odiava encaradas de desconhecidos.

_Então,querem conhecer um lugar muito irado com a gente ?! - Disse o rapaz com pinta de surfista.

_Claro ! - Disse Catarina empolgada,mais logo fechou a cara assim que puxei seu braço.

_Ficou maluca ? - Falei baixo,o sulfíciente pra que só ela pudesse ouvir. - Nem conhecemos esses caras !

Ela bufou,e como sempre fez cara de que : ''Pare de ser estraga prazeres''. Ele se inclinou até mim.

_Você viu esses caras ?! Eles são tipo muito gatos Serena,sabe quando caras tão gatos assim nos deram mole ?! Deixa eu me lembrar,NUNCA!

Ela se levantou e sacudiu um pouco da areia que estava grudada no corpo. Me puxou logo em seguida.

_Nós adoraríamos ! - Compeltou Cat ao rapaz.

Ele bateu as mãos e chamou o amigo.

_Ótimo ! Então vamos pegar os Jet Skis,nos esperem no cais!

Eles se afastaram de nós e seguimos até o cais. Não sei porque mais um pressentimento não muito agradável tomava conta de mim,a cada passo que eu dava. Chegado no cais,eles já nos esperavam em seus Jet skis. O rapaz loiro chamou Cat,e ela seguiu até ele se sentando atrás,entrelaçando os braços em suas costas. Do jeito que conheço ela,dalí a algumas horas eles já estaram se amassando.

_Você,pode subir aqui comigo ! - Indagou o outro rapaz se dirigindo a mim.

Hesitei um pouco,mais logo me toquei que não poderia deixar a maluca da Catarina,na companhia de dois desconhecidos.Subi no Jet ski e tentei me segurar em qualquer lugar. O rapaz se apressou e puxou meus braços pra sua cintura.

_Terá que se segurar em mim ! - Disse ele rindo.Ri meio forçada numa tentativa de não querer demosntrar minha tensão.

Depois de alguns minutos dentro do mar,paramos em uma caverna que se escondia trás de uma montanha. Minha respiração começou a falhar e minha garganta apertar. Eles desligaram os Jet Skis e subimos nas pedras entrando na caverna.

_Puta que pariu ! Que lugar maneiro ! - Cat disse maravilhada.

Eu estava apreensíva e nervossa,minha sensação de que algo errado estava pra acontecer,só se manifestava mais e mais a cada segundo.

_O que achou ? - O rapaz de cabelos negros me perguntou.

_Legal....- Minha voz tinha saido baixa e insegura.O mar do nada começou a ficar agitado e um frio alucinante invadiu a caverna.

_Vou fazer uma fogueira pra gente se aquecer,Pode me ajudar ? - O rapaz loiro pediu a Cat.

Ela assentiu e os dois foram mais pra dentro da caverna. Me deixando sózinha com outro cara.

_Eu amo o mar ! - Afirmou ele se aproximando.

_Eu também ! - Meus olhos se mantinham grudados nas ondas revoltas.

_Quer nadar ? - Me perguntou.

_O que ? Agora ?

_Sim...vem...Ele arrancou a camiseta nude que vestira e se atirou vorazmente mar a dentro.

Eu não podia me atirar no mar daquele jeito,pelo menos tinha que avisar a Catarina o que eu estava prestes a fazer. Dei alguns passos pra dentro da caverna,e fui me aproximando de um som,um som estranho...de....gemido ?. Firmei um pouco mais a visão e vi Catarina e o cara se amassando num canto da caverna,os dois estavam tão envolvidos naquela comessão que mal poderia ser chamada de beijo que resolvi não interferir.

Voltei pro começo da caverna e tirei os chinelos e canga,me aproximei do início da ceverna onde as ondas batiam com um pouco de violência e mergulhei. Meu corpo se envolveu por dentro da água e subi até a superfície,onde avistei o moreno um pouco mais distante.

_Vem pra cá ! - Gritou ele.Me recusei,afínal eu não era uma expert em nadar,continuei ali.

O cheiro da água se misturava aos meus cabelos. Foi quando derepente senti algo me puxar pra baixo,não era algo sólido,parecia mais que a força da água me puxava pra baixo. Logo fui submersa pelas ondas e puxada cada vez mais pro fundo. A água salgada me sufocava,me senti como se estivesse sendo degolada. Tentava desesperadamente voltar pra cima,mais a força que me segurava era insístente e muito mais forte do que eu podia pensar.

Com os olhos abertos e me voltei pras profundezas do mar,quando percebi uma luz escaldante se aproximando de mim,mais como aquilo era possível ? raios que estavam prestes a me cegar de tão fortes,a luz foi se aproximando e me senti como se estivesse dentro de uma fogueira,aquilo começou a me queimar de uma forma assustadora,ardia muito e senti minha pele começar a se despedaçar aos poucos,igual a papel quando é jogado dentro d'água. Eu queria gitar,mais não podia,a dor que eu estava sentindo era insuportável e agoniante.

Como se já não bastasse aquela luz me engolindo viva,uma dor imensurável surgiu nas minhas pernas. Olhei pra elas e vi que tinha se transformado....em algo...aterrorizante e que eu jamais imaginei poder ver. Minhas pernas tinha se unido e estavam se transformando em....em..uma CALDA !. Meu desespero não estava me ajudando em nada,eu não podia acreditar no que estava vendo,eu estava me transformando em algo horrendo e assustador. Uma enorme calda de peixe estava envolta em minhas pernas,aliás eu nem mesmo sentia mais minhas pernas.

Do nada a luz foi se afastando e força que em prendia se foi indo junto com ela. Rápidamente nadei pra superfície. Lutei pra recuperar a respiração,quando vi o rapaz moreno perto de mim,desesperado me puxar pra dentro da caverna.

_Meu Deus você está bem ? - Perguntou ele ofegando.Minha cabeça doia muito,e me assustei voltando meu olhar pra minhas pernas que estavam no lugar,exatamente onde devia estar.

_Acho que estou....- Suspirei baixo.Logo Catarina e o loiro apareceram.

_Serena ! O que aconteceu ? O que você fez a ela seu.....- Cat berrou empurrando o cara contra a parede.

_Eu não fiz nada,ela estava se afogando e eu tentei ajudar...só isso.Ela se ajoelhou e me apoiou em seu peito.

_Meu Deus Serena,eu nem sei o que eu faria se alguma coisa lhe acontecesse...é tudo culpa minha...- Disse ela baixo,acariciando meu cabelo.

_Isso não é sua culpa,eu não sei o que aconteceu eu....- Minha voz falhou.

_Vamos embora ! - Ela tentou me acalmar.

Flash back off :

Abri os olhos novamente,voltando daquelas memórias que me faziam lembrar que eu não era mais humana,pelo uma parte de mim não era mais. Esse segredo se mantém comigo desde então,a única pessoa que me senti segura pra contar foi a Catarina Chase,minha melhor amiga.Lembrei que as horas haviam se passado e corri pra voltar pra república onde eu morava.