Sin Dolor

Tu paciencia expiró


Estava tentando buscar entre tudo espalhado algo para prender o cabelo, estava transpirando e queria sentir minha nuca livre dos meus volumosos cabelos. Dei um riso por ver como tudo estava bagunçado, roupas espalhadas, peguei minha camisa xadrez vermelha e preta no chão e a coloquei, desisti de procurar minha calça era melhor ficar de calcinha mesmo.

Onde eu tinha algo para prender meu cabelo? Olhei para o chão e o que antes achei engraçado, agora me irritava por não encontrar o que eu queria.

:- O que você está procurando? – Escutei ele falar comigo. E me voltei ao homem que agora estava sentado no chão, sem roupas me encarando com um sorriso no rosto. Em pensar que horas atrás estávamos transando como se não houvesse amanhã.

:- Algo para prender o meu cabelo. – Me virei para evitar o contato visual, era sempre assim, eu me interessava por um cara, mas no outro dia sempre queria ficar sozinha quando geralmente eles queriam “repetir a dose”.

:- Pode usar isso. Acho que vai ficar linda inclusive. – Olhei ele me mostrar minha bandana vermelha, ignorei o elogio. Devo ter acordado de mal humor, por ter que ser sociável sem sequer ter tomado meu café da manhã. Acordei com o sol queimando meu rosto antes das dez da manhã, tenho que pensar duas vezes antes de adormecer no meu estúdio.

Fui até ele para buscar a bandana só que não consegui pega-la porque ele me puxou pelo braço e me deu um beijo. Normalmente eu me afastaria e reclamaria, afinal beijo assim que acordar? O que eu acharia que seria horrível por questões de mal hálito, o que é normal, foi ao contrário na verdade foi muito bom. Melhor que isso.

Lembrei de quando fui ao banheiro para escovar meus dentes e vi sua mochila aberta lá, ele deve ter acordado antes e se adiantado, pensei nisso depois dele, me exigir mais no beijo. Certo, ele ganhou mais um ponto por isso. Seu placar não estava nada mal.

:- Bom dia! – Sua voz estava grave.

Me arrepiei, era isso, ele me beijou deixando um gosto de querer mais. Foi isso que mais me atraiu nele, me encarava profundamente e me lembrei do que fizemos outra vez. Realmente não estava arrependida, pior era não me lembrar de seu nome!

:- Bom dia! – Respondi por fim prendendo o meu cabelo com a bandana.

:- Eu preciso ir, era para estar em casa há horas, meus pais estão preocupados. – Ele falou sorrindo e eu retribui o sorriso porque não precisaria de nenhuma desculpa para mandar ele ir.

Enquanto ele se afastava para recolher suas roupas do chão, fiquei o encarando. Ele só indicou que iria com a cabeça para o banheiro, e eu só fiz um gesto para que ele ficasse a vontade. Lembrei de como o encontrei de madrugada, num restaurante a beira da estrada, escutei ele pedir carona para algumas pessoas, mas ninguém estava indo para o mesmo lado que ele.

Lagoa Azul era o nome do vilarejo em que ele queria ir. Mesmo lugar que o meu, é onde minha avó mora e onde eu vim a trabalho. Senhor Miguel, era um senhor de setenta anos, amigo da minha família, me conhecia desde menina, sugeriu que eu o ajudasse. Ofereci carona na minha preta, mas lhe disse que isso tinha um preço. Não foi necessariamente uma cantada, porém se ele encarasse como tal eu não negaria.

Atração é algo estranho, eu confesso que sou dominada por meus impulsos, estava atraída por ele. O resultado foi que em vez de deixá-lo em sua casa, vim para o meu estúdio e depois dele me fazer alguns drinques, meu fim de noite terminou em sexo.

:- Posso te confessar uma coisa que não disse ontem? – Não percebi quando ele saiu do banheiro, estava arrumado. Cabelo grande penteado, camisa cinza, alto, costas largas, mãos grandes, barba mal feita, definitivamente o meu tipo de cara.

:- Claro. – Eu respondi, não deixando de olhar para ele que percebeu.

:- Eu já fui em dois shows seus, há alguns anos atrás na sua turnê pelo norte, eu curti muito.

:- Sério? – Fiquei surpresa por ele mencionar isso. – Obrigada!

:- Pois é, eu tinha que contar. – Ele deu um sorriso de lado enquanto ajeitava sua mochila no ombro. – Eu vou agora. – Veio caminhando até mim.

:- Eu te levo até a porta lá em baixo. – Fui caminhando na frente contente por que tudo estava rolando melhor do que eu esperava.

Geralmente nesses momentos eu pensava em como me despedir, eu esperava os sinais que me davam, somando ao fato de que eu tinha gostado muito dele não teria espaço para clima ruim ou algo do tipo.

:- Pronto! Um prazer te conhecer. – Eu pisei na grama descalça e olhei para ele esperando qual passo ele daria a seguir.

:- Obrigado pela carona, Dulce! O prazer literalmente foi meu. – Ele me olhou de baixo pra cima e podia imaginar o quanto agradecido ele poderia estar. Então se aproximou e me puxou pela cintura para nos beijarmos.

Um beijo que foi interrompido pelo seu celular tocando, ele se afastou para tirar do bolso, antes de atender me olhou.

:- Eu anotei meu número nesse papel, para depois marcamos algo. Um almoço ou sair para beber a noite, pode ser o que quiser. – Eu peguei o papel.

:- Vou adicionar na minha agenda e depois marcamos algo. – É, eu já estava pensando num segundo encontro.

Ele acenou e foi caminhando fiquei olhando ele ir até perceber que alguém se aproximava no outro lado da rua. Quando reconheci quem era, fiquei imediatamente séria, porque não havia chances de mais nada, nenhum tipo de fuga.

:- Precisamos conversar! – Ele disse não me dando espaço para mais nada, e já subindo pelas escadas.

Passei minha mão no rosto pensando se ficava aliviada por ele ter subido ou apavorada por isso.

Mas, espera!

Vocês leram até aqui e eu nem me apresentei direito.

O que eu posso dizer para me apresentar?

Bem, eu sou mulher como devem ter deduzido o óbvio. Inclusive tenho nome composto, Dulce María. Típico de uma mulher latina, tenho parte da minha família italiana por parte de pai. Estou hospedada na casa da minha avó, fica num vilarejo chamado Lagoa Azul que é o seu lugar de nascimento, vim aqui a trabalho. Ou nem tanto, a propósito, sou fotógrafa. Mas, já fui guitarrista que modéstia parte fui bem sucedida. Sou sagitariana, adoro viajar, sou quase uma nômade. Eu amo música, um dos meus sonhos quando pequena era ser cantora. Por isso comecei aprendendo a tocar violão depois migrei para a guitarra, me considero eclética musicalmente falando só que o rock é o meu estilo de vida! Está nas minhas roupas, nas minhas atitudes, nos meus ídolos, na minha forma de ser mulher, na minha influência no trabalho tanto como fotógrafa quanto como guitarrista. Tenho uma moto da marca Harley-Davidson, Sportster 883, totalmente preta. Minha preta companheira de viagens!

Eu sou apaixonada pelos meus ofícios, pelos meus amigos, por minha família. Ainda que eu não os veja tanto quanto eu gostaria e tenha uma relação conturbada com meu pai, eu sou inquieta não consigo ficar muito tempo num só lugar, preciso viver. Eu amo viver! Não apenas viver tem que ser intensamente, cada segundo é importante, é como um respiro profundo depois de ficar muito tempo sem ar. Ao menos é assim que eu vejo.

Sou impulsiva, talvez esse devesse ser o meu segundo nome, eu me deixo levar por sensações. Tudo passa tão rápido que quando realmente me percebo, já fiz. Uma das minhas mais corajosas virtudes e infelizmente um dos meus mais covardes defeitos. Impulsividade.

Como vemos em muitos lugares, ninguém é perfeito, eu também não sou pelo contrário. Já que eu estou me apresentando, deveria falar também sobre o meu lado ruim que cada ser humano desta Terra tem e evita falar. Talvez um dos meus outros defeitos seja o egocentrismo.

Sou egoísta em diversas vezes, na verdade, uso de diversos meios como forma de me proteger. Como agora. Estou me apresentando a vocês enquanto eu deveria subir e encarar a fera de frente.

Olhei a escada que dava acesso ao estúdio, um silêncio lá em cima. Incomodo. Tinha que encarar meus erros de frente, faz parte da vida, foi com esse pensamento que entrei fechei a porta e subi as escadas para encontrar Rodrigo.

Conheci Rodrigo tem alguns meses, na Colômbia, estava fotografando para um evento relacionado a motos e ele estava lá. Conversa vai e conversa vem, marcamos um encontro e a partir daí passamos a nos encontrar constantemente até ele me pedir em namoro. E eu aceitar!

Olhei para o papel que tinha nas mãos, um número de telefone, e o nome e sobrenome, agora ele não era mais um desconhecido. Paco Alvarez.

Suspirei ao ver Rodrigo, meu namorado em pé no meio do meu estúdio fotográfico. Eles se pareciam, talvez surgisse daí a atração.

:- Eu errei. – Comecei aquela conversa que seria difícil e dolorosa. Nada de: “Não é nada do que está pensando.” Ou “Posso me explicar.” Frases típicas desse momento. Eu tinha certeza que ele viu tudo, desde o beijo até ele me entregando o papel, não tinha tempo para perder em negar o inegável.

:- Dá pra perceber! – Ele virou com uma expressão decepcionada. Olhando no chão as roupas minhas que estavam espalhadas.

:- Isso é tão difícil para mim. Quanto é para você!

:- Não! – ele elevou a sua voz. – Não é nada difícil para você por que da para ver que não se sente culpada, tem expressão leve no rosto.

Detestava a mania dele de me ler, o pior nesse caso é ele ter acertado.

:- Você sabe que é desconfortável e embaraçosa essa situação também para mim. – Insisti ganhando a atenção dele. – Nós já vivemos situações semelhantes, não é verdade? – Soltei uma ironia, mais uma de minhas defesas.

Rodrigo ficou sério e engoliu saliva, não esperava que eu mencionasse isso, mas eu tinha que expor ele também, já que seria atacada duramente afinal é como diz o ditado, olho por olho dente por dente.

:- É algum tipo de vingança? – Ele perguntou.

:- Claro que não. Eu te desculpei as duas vezes em que você me traiu. – Falei a verdade. – Por isso pensei que nosso relacionamento fosse aberto.

:- O quê? Você não estava brincando quando falou isso? Quando falamos disso estávamos bêbados. – no rosto dele ficou uma expressão de descrença misturada com ofensa com o que falei.

:- Não, eu falei sério. – Insisti.

:- Essa não é a primeira vez em que você me trai? Eu preciso saber e você tem que me responder sinceramente. – Ele me alertou antes mesmo que eu abrisse minha boca, claro que eu não gostei disso, afinal eu não minto nestas horas ainda mais para alguém que foi um namorado importante na minha vida.

:- Não foi a primeira vez que sai com alguém estando com você. – Pensei nas vezes em que se eu quisesse ficar com alguém em que me atraísse, eu ficava! E nunca contei para ele, mesmo sabendo que ele me traiu mais de uma vez.

Rodrigo ficou tão chocado com o que eu falei que ficou em silêncio talvez pensando em todos os possíveis caras que eu devo ter ficado e mal ele sabia.

:- O pior de tudo é que eu não percebia o quanto você é distante. É de momento. – Ele disse depois de um momento longo em silêncio, estava inconsolável e eu estava acuada de certa forma e quando eu me sentia assim, deixava minha mente me levar para outro lugar para não me sentir tão péssima. Nesse momento me imaginei comendo tacos numa barraca qualquer invés de estar discutindo com o meu futuro ex-namorado.

:- Eu busquei sempre deixar tudo o mais transparente possível. Talvez esteja aí a minha falha. – Falei por fim, caminhando pelo meu estúdio e voltando para a conversa na qual deveria estar. – Você estava mais entregue a essa relação do que eu.

:- Esse é um dos pontos, Dulce. Qual relação é a nossa? – Ele tentava arrancar algo que nunca havia dado a ele, justamente por isso me sentia tão tranquila, não menos errada.

:- Estávamos nos curtindo, Rodrigo. Estávamos desfrutando da vida, de momentos, de nós dois. Estávamos aproveitando a leveza que é ter alguém, sem cobranças, sem satisfações. Eu preciso de espaço e por isso nunca quis nada sério com ninguém e sempre tentei deixar isso o mais claro que podia, mas você não entendeu todos os meus sinais. Quando eu descobri que você me traiu, eu não me senti mal, não entendia como você queria me agradar depois disso porque não tinha esse por que eu pensei que realmente tivéssemos num lance mais aberto, por isso não me incomodei e por isso sai quem eu quisesse se me desse essa vontade.

:- Eu pensei que... – Ele deixou incompleta a frase. Andou próximo e se sentou no sofá, murcho. – Gostasse de mim. – Disse mais baixo como para si mesmo.

:- Eu gosto de você, Rodrigo, nós tivemos um namoro incrível. – Eu quis deixar claro. Até andei para me sentar numa poltrona de frente para ele.

:- Desse jeito? Eu chego aqui querendo te fazer uma surpresa e te encontro com... Outro? – Ele praticamente cospe essas palavras na minha cara. Por ter sido traído.

:- Esta olhando essas mãos. – As mostrei para ele, movendo meus dedos. – Está vendo alguma aliança nelas? Na direita ou na esquerda? Não. Está vendo alguma tatuagem escrito o seu nome em minha pele? – Mostrei meu braço, ombro e costas onde estavam minhas tatuagens. – Não. Sabe por quê? Porque você não é meu dono. Sou uma mulher livre! Você também é livre. Quando abrimos o relacionamento não valia apenas para você sair com mulheres que conhecia e eu ficar tranquila com isso e além de não reclamar, não sair com ninguém. Pensei que isso fosse claro para você.

:- Não pensei que você quisesse ter outras pessoas, mesmo estando comigo.

:- Eu também tenho desejos. – Fui rápida em responder, começando a me irritar com a postura dele.

:- Eu vim aqui te entregar isso! – Ele tirou do bolso uma caixa pequena, aveludada, onde dentro tinha justamente alianças. – Te faria o pedido de noivado, aqui. Tinha tudo planejado, pensei que voltaríamos antes para a capital e lá você moraria comigo e começaríamos uma vida juntos. – Ele revelou suas projeções me deixando eu confesso surpresa.

:- Rodrigo, já passou por sua cabeça que nós nos conhecemos há pouco tempo? Estamos saindo têm nove semanas mais ou menos.

:- Dulce, alguém te disse que o tempo é relativo? Eu sou apaixonado por você! – Falou numa mistura de desespero e também de raiva.

Em meio a minha tranquilidade fui coberta por certa culpa, que foi passageira, mas que me fez pensar com empatia. E me colocar no lugar de Rodrigo. Ele estava com planos, estava se jogando de cabeça nessa relação apesar dos pesares, estava frustrado porque percebeu que eu não correspondia a nada do que ele esperava. Essa seria a pior traição de que eu teria feito com ele talvez.

:- Eu me sinto culpada por não perceber o quanto estava envolvido antes e você já tinha me dado esses sinais. – Tive que negar com minha cabeça relembrando a forma pegajosa para o meu gosto, como ele me tratava. Não é a toa que eu emendei viagem após viagem para ficar afastada. – Eu pensei em ter deixado claro que não queria algo tão pegajoso. Sou alguém que não corresponde ao que você quer nesse momento, Rodrigo.

:- Não fale assim, posso esquecer o que você fez assim como você fez comigo, talvez não seja fácil, entretanto podemos recomeçar, talvez uma viagem romântica. – ele tinha o tom de desespero que me deixou incomodada. Precisava cortar esse mal pela raiz.

:- Eu não me arrependo do que fiz. – O que eu disse fez com que Rodrigo murchasse novamente, a situação em que vivíamos era tão delicada, o meu papel era ruim. Mas, necessário para o bem dos dois. – Eu cheguei ontem, o conheci num restaurante na estrada vindo pra cá, ofereci uma carona e acabou acontecendo. Talvez saíamos de novo ou nunca mais nos veremos. – Poupei de certos detalhes desnecessários para ele. - Isso não me impede de que conheça pessoas novas.

:- Você gostou dele! – Rodrigo concluiu dizendo quase como um desafio para mim.

:- Gostei! – Respondi sinceramente.

:- Você é uma... – Eu o interrompi, de pressa, sem medo em encarar seus olhos duramente. O meu dedo indicador fazendo o sinal para que ele permanecesse em silêncio.

:- Não fale bobagens, dominado pela raiva vai se arrepender depois. E nesse caso talvez possa não haver sequer uma relação amigável entre nós dois além do irremediável término.

Ele ficou calado e tinha se levantado e eu em reflexo fiz o mesmo, se fôssemos nos confrontar tinha que ser ao mesmo nível. Olho no olho! Por falar no olhar, o dele estava penetrante, era quase possível ver que ele se entregava aos pensamentos cada vez piores a meu respeito, ás vezes em momentos como esse se conhece o íntimo violento de alguns homens e isso eu não vou permitir.

:- Você é um cara sensato, apesar da traição, não me ofenda. Sim, eu saí com outro enquanto também estava com você. Eu errei. Peço desculpas por isso. Esse é o problema? Se eu fosse o contrário, se eu fosse homem e você mulher, teria que aceitar tudo passivamente? Entendo o que esta sentindo, mas não vou permitir nenhuma ofensa para mim.

:- Isso só mostra o quanto eu fui enganado, sou uma vítima nessa história toda. – Ele disse negando com a cabeça, cada vez dando mais importância a mágoa que tinha dentro dele. – Eu não acredito que isso esta acontecendo comigo.

:- Vejo que não vamos ter mais um espaço para que tenhamos uma amizade depois dessa conversa, eu não pretendo mudar o que fiz. Só vejo que a melhor saída é colocar ponto final aqui, antes que algo saía do nosso controle. – Eu sugeri. Começando a pensar como essa história poderia acabar mal. – É melhor você ir embora, Rodrigo. – Mandei sentindo raiva dele, indicando a porta como a saída e pelo pouco que conheço dele. Era um homem orgulhoso que nunca mais olharia em minha cara, nem que eu fosse à última mulher da face dessa Terra.

:- Quer saber Dulce María? - Ele tinha um tom frio que me arrepiou, tenho que confessar. – Você vai passar pelo que estou passando. Vai se apaixonar perdidamente e vai ser machucada e então eu vou rir de você!

Rodrigo falou o que bem quis e então saiu do meu estúdio, fiquei olhando o caminho que ele fez por minutos, mesmo depois que ele já tinha ido, à porta foi fechada com força e o eco da batida ficou nos meus ouvidos ou em meus pensamentos, não consegui deixar de pensar na praga que ele me rogou.

Gosto o jeito que você se despe dos costumes

O jeito que assume que o negócio é se arriscar

Eu tinha prometido não ceder à compulsão

Mas é uma agressão dizer pra um bicho não caçar

Pequena Morte - Pitty

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