Silly Girl

Look What You've Done


Passaram-se alguns dias desde o ocorrido (não suporto a palavra traição), George e Paul foram morar em um apartamento que Ringo mantém no centro da cidade, não tive notícias deles depois da mudança. John e Ringo que os visitavam com frequência, resolveram ficar na casa de Martha, por minha insistência. Martha é uma pessoa sensível, ficou realmente abalada com a traição de George, havia parado de fumar, mas voltou a fumar como louca depois do ocorrido. Sobre minha reação eu não tenho quase nada a declarar, obviamente foi um baque, mas não posso fazer nada além de seguir em frente e ajudar Martha a fazer o mesmo. Tenho algumas crises de choro pela madrugada, mas nada grave tenho isso há alguns anos. O único fato alarmante depois de tudo isso é que ando bebendo algumas vezes.

Escrevi uma carta a minha mãe, ela me respondeu que eu deveria seguir meu coração, fazer o que eu quisesse. É isso que estou tentando, mas será que ainda há um coração?

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Dois dias depois

Acordei, tomei café e fui trabalhar, Martha se matriculou em uma escola de música para ter lições de piano.

As horas passaram-se relativamente rápido durante o trabalho. Quando voltei fui recepcionada por um Ringo nervoso:

- O que houve? – Perguntei já ficando nervosa.

- M-Martha, ela está no hospital, George chegará aqui em breve, vamos espera-lo para irmos para o hospital.

- Mas o que houve com ela? Ela está sozinha no hospital?’

- Martha tomou uma garrafa de whisky, faltou a aula de piano e acabou cortando os pulsos. John a encontrou desmaiada no banheiro e a levou para o hospital, ele está com ela lá.

- Meu Deus, precisamos ir pra lá agora! Foda-se George! – Gritei nervosa e trêmula.

- Olhe, Joj chegou, vamos.

- George saiba que a culpa de tudo isso é sua, veja o que fez. Não pense que não vou ter uma conversa com você no hospital.

- A culpa não é totalmente minha, só parte dela. Tenho coisas a lhe contar, mas antes quero ver Martha.

- Acho bom você ter um ótimo argumento.

- Saiba que é.

Entramos em um táxi e fomos em direção ao hospital, um trajeto curto, mas pela tensão parecia demorar séculos.

Espero que ela não morra, pois é a única pessoa que amo agora.