— Ele vai ficar bem!!! - falou amoroso.

— Ele quase morreu por causa daquele maldito!!! - suspirou.

— Não vamos pensar nisso mais, meu amor!!! - beijou os cabelos dela. - Vamos apenas pensar em cuidar de nosso menino para que ele volte a correr pela casa como sempre!!! - ainda se sentia culpado, mas ver que ele estava vivo era o mais importante naquele momento.

— Vamos sim!!! - falou com calma e segurou na mão de Frederico e a outra se mantinha junto a de seu menino. O amor deles era tudo...

As primeiras horas foram as mais importantes para a recuperação de Emiliano que foi mantido sedado para que não se aceitasse ou sentisse dor. Inês não saiu se quer um minuto do lado dele e Frederico apenas se foi por um momento para pedir que Victoriano cuidasse de tudo e o mantivesse informado do estado de Loreto já que não tinha morrido com os tiros.

Victoriano se prontificou no mesmo momento e apenas levou seu amor para casa para que ficasse com os filhos, prometeu voltar logo porque sabia que ela estava assustada assim como as crianças e não queria que eles ficassem sozinhos por muito tempo depois daquele susto. Voltou a cidade e resolveu junto a polícia tudo que tinha que resolver e Loreto seria transferido para uma penitenciária longe dali porque não queria que ele tivesse contato algum com seu irmão ou Inês.

Loreto iria passar longos anos na prisão principalmente por acertar um tiro no próprio filho, ele não estava fora de perigo, mas quando acordou o único que vinha em sua mente era o grito de Inês e seu filho caído no chão, se negava a crer que tivesse disparado contra o filho e chorou. Ele não queria que nada acontecesse ao seu menino, ao seu sangue e por isso se sentia o pior dos miseráveis por ter atentado contra seu próprio filho, era o fim para ele e ele não iria se quer lutar contra depois do que tinha feito.

A noite se iniciou lenta, mas logo um novo dia nasceu assim como muitas outras que vieram para acompanhar na recuperação do pequeno Emiliano. Cinco dias havia se passado e ele já estava sorrindo ao lado do pai e da mãe que estavam ali para tudo com ele que não podia ainda fazer grandes esforços, mas o sorriso era a coisa mais importante para eles e principalmente para Frederico que não conseguia se perdoar.

Mais cinco dias se foram e Emiliano recebeu alta e eles foram para casa com o coração mais aliviado e mesmo que ele ainda estivesse limitado, ir para casa era mais uma vitória para eles. Inês se dedicava ao filho inteiramente e muitas vezes deixava de dormir apenas para ficar velando o sono de seu menino e Frederico sempre a pegava no meio da noite para que ela descansasse um pouco, ela não queria mais ia depois de muito insistir e assim o tempo se foi...

(...)

UM MÊS DEPOIS...

Frederico naquele dia estava se sentindo o pior dos homens, Inês estava afastada um pouco dele e mal aceitava suas carícias ou cumprimentos e ele entendia aquilo como ela por fim colocando a culpa nele, se sentia sufocado, arrebatado em seus próprios sentimentos e não conseguia se quer conversar com ela ou com sua fiel Bry.

Entrou em casa naquele momento com um rosto tenso e buscou por Inês e seu pequeno, mas foi informado que os dois tinham saído há muito tempo junto a Bry para a consulta de Emiliano. Frederico então se sentiu um nada e foi até o bar pegando uma de suas melhores garrafas de uísque para beber e ali de pé começou a sorver daquele líquido que ia anestesiando suas dores e mágoas.

Ele olhou para aquela sala que era o cenário da quase morte de seu filho e começou um choro que estava entalado a muito tempo e sem conseguir olhar para as coisas que tinha naquele cômodo começou a quebrar tudo enquanto bebia. O sangue se misturou junto a quebradeira e a bebida já não descia mais queimando em sua garganta e ele bebeu mais e mais deixando que por fim sua dor saísse por seus olhos.

Era tão difícil imaginar aquela casa sem os dois que ele nem queria pensar, mas sua mente estava jogando sujo com ele e ele se viu ali sozinho mais uma vez abandonado depois de tudo. Primeiro tinha sido pela maldita Cristina e agora faltava pouco para que Inês também fosse embora depois do que tinha feito para salvá-la e que no fim quase resultou em uma tragédia maior, ele quebrou tudo que viu pela frente até que sem forças para continuar ou ficar ali ele caminhou subindo para o quarto.

As lágrimas junto a bebida era sua companheira e ele foi direto ao banheiro para um banho queria ir atrás de seu amor, mas naquele estado o único que conseguiria era cair ou se machucar ainda pior se pegasse o carro. Entrou no box de roupa e tudo e deixou que a água caísse sobre sua cabeça e ele não parou de beber.

Frederico queria uma porção de coisas que naquele momento não faria nada no estado emocional que estava se sentia um lixo como homem e como pai e ajoelhou sentando no chão deixando que mais lágrimas fossem misturadas a água e a bebida, o sangue da mão machucada escorria entre ele, mas Frederico nem se dava conta ou sentia dor. O que mais doía naquele momento era seu coração e o medo de perder a sua família.

No andar debaixo Inês entrou com o filho no colo e tinha um sorriso no rosto por ele ter recebido alta do médico, conversava com Bry enquanto caminhavam para dentro de casa, mas logo pararam ao ver como a sala estava. O coração de Bry foi ao alto e ela levou a mão ao peito e disse:

— Frederico... - ela sabia e sentia como seu menino estava, mas não podia fazer nada já que ele não conversava mais com ela.

Inês a olhou e também sentiu seu coração disparar ao se aproximar e ver sangue, rapidamente deu Emiliano a ela e correu para o andar de cima seguindo os rastros de sangue que tinha pingado pela casa toda. Entrou e ouviu o barulho do chuveiro e rapidamente foi até lá e a visão que tinha ali não era do homem rude e apaixonado por quem ela um dia tinha se apaixonado.

Inês sentiu seu coração apertar e sem titubear foi a ele que a olhou e chorou mais, Inês não se preocupou se iria se molhar e apenas ajoelhou abraçando aquele que era o seu homem o seu amor. Ela estava longe dele, mas não por culpá-lo de algo, mas sim porque queria se dedicar inteiramente ao filho que era a sua prioridade no momento e sabia bem que tinha se negado a ele em alguns momentos, mas não era por maldade.

Frederico se agarrou a ela e deixou que seu choro fosse ouvido por longos minutos enquanto aquela água caia sobre os dois de maneira intensa até que ele disse:

— Você vai me deixar... - a olhou com os olhos já inchados de tanto chorar.

Inês sorriu de lado por um momento e se perguntou como poderia deixar o homem que ela mais amava no mundo depois de seu filho. Era algo que ela nunca se quer tinha pensado desde que esteve nos braços deles.

— Eu não queria machucar nosso filho... - falou sofrido e ela entendeu que para ele aquele momento ainda pesava muito e ela tocou seu rosto. - Ele é tudo pra mim, não me deixe... - falou com desespero.

— Como é que eu posso deixar o homem que eu mais amo nessa vida e que é o pai de meus filhos? - sorriu para ele para que ele entendesse o recado.

— Você me ama? Você e meus filhos... - a olhou. - Filhos?

Ela assentiu com um sorriso lindo nos lábios.

— Sim Frederico... - pegou a mão dele. - Acabo de descobrir que nossa família vai aumentar!!! - e não precisou de mais nada para que ele a beijasse enlouquecidamente.

Inês o beijou igual e sorriu com o abraço apertado que ganhou de seu amor e logo o ajudou a ficar de pé sabendo que ele estava muito bêbado e precisaria apenas de um café e umas boas horas de sono. O ajudou no banho e logo o levou para a cama, ele estava tão absorvido com tudo que tinha acontecido que não demorou nem um minuto para pegar no sono e ela apenas cuidou de sua mão e logo sorriu beijando seu rosto e sussurrou.

— Descansa papai... - beijou mais uma vez seu rosto e ele sorriu suspirando e ela o deixou descansar...