Inês o beijou igual e sorriu com o abraço apertado que ganhou de seu amor e logo o ajudou a ficar de pé sabendo que ele estava muito bêbado e precisaria apenas de um café e umas boas horas de sono. O ajudou no banho e logo o levou para a cama, ele estava tão absorvido com tudo que tinha acontecido que não demorou nem um minuto para pegar no sono e ela apenas cuidou de sua mão e logo sorriu beijando seu rosto e sussurrou.

— Descansa papai... - beijou mais uma vez seu rosto e ele sorriu suspirando e ela o deixou descansar...

(...)

NOITE...

Frederico se mexeu na cama e virou sentindo sua cabeça pesar e gemeu sem conseguir abrir os olhos, estava sozinho na cama e respirou fundo sem saber se quer como tinha conseguido chegar ali. Aos poucos foi abrindo os olhos e piscou várias vezes percebendo que já era noite e o único que iluminava o quarto era a luz da lua.

Ele se virou ficando de barriga para cima e sentiu ânsia, sentou no mesmo momento e sentiu que poderia desmaiar com o modo que sua cabeça girou, olhou para o lado e viu que já passava das oito da noite, pra ser mais exato era oito e meia. Ele levantou e foi ao banheiro rapidamente e sem conseguir evitar vomitou tudo que tinha bebido naquela tarde.

— Maldição... - praguejou se sentindo fraco.

Frederico olhou sua mão e sentiu dor ao ver que não era um simples corte e que estava um tanto profundo, ficou de pé e tirou as roupas indo direto para o chuveiro. Ficou ali por mais ou menos quinze minutos e por fim saiu sentindo que o mundo não fazia sentido com tanta cachaça que tinha tomado, caminhou para o quarto se secando e nem se deu conta que ela estava ali.

— Tome o remédio e o suco que você vai melhorar. - a voz soou e ele deu um pulo.

— Porra... - soltou sem querer e ela riu. - Quer me matar mulher?

— Deveria depois do que fez em nossa sala... - estava na poltrona e o abajur estava ligado. - Tome o remédio. - falou novamente.

Ele foi até a pequena mesa que ali tinha e pegou o remédio colocando na boca e logo o suco, fez cara feia mais o tomou todinha sabendo que tinha sido Bry quem o fez. Ela era acostumada a cuidar dele naquelas bebedeiras e sabia bem como, ele sentiu o estômago revirar e foi a cama, sentou e a olhou.

— Será que consegue comer algo? - ele negou com a cabeça no mesmo momento. - Nosso filho está te chamando desde a hora que chegamos em casa.

— O traga aqui... - falou com a voz baixa sentindo-se ainda um miserável.

— Ele já dormiu. - contou.

Ele assentiu e ambos ficaram quietos apenas se olhando por longos minutos.

— Por que bebeu assim? - questionou.

— Porque foi o único modo de aliviar o que sentia. - olhou a mão machucada.

Inês por fim levantou e foi a cama sentando ao lado dele, respirou fundo e pegou sua mão machucada para olhar.

— E melhorou? - começou a cuidar da mão dele enquanto conversavam. - Melhorou o que sentia?

Ele negou com a cabeça se sentindo um nada, estava triste e se via em seu rosto, Inês era a mulher de sua vida e não sabia como seria viver sem ela se caso ela decidisse ir embora. Frederico não sabia como seriam seus dias dali em diante se ela decidisse mesmo ir, mas ele estava sofrendo atoa por não perguntar ou falar com ela o que sentia.

Inês também sabia que tinha errado ao se afastar e ali estava o resultado de tanto silêncio entre eles, ela terminou o curativo e o olhou nos olhos.

— Do que tem medo, Federico? - não soltou a mão dele.

— De que me deixe... - falou direto com os olhos cheios de lágrimas.

Estava naquele momento se desmontando na frente dela, nem de longe se via o homem rude que ela conheceu.

— E eu te deixaria por quê? - perguntou com simplicidade.

— Porque eu sou culpado por nosso filho quase morrer... - deixou as lágrimas escapar e abaixou o olhar.

Inês sentiu o nó se formar em sua garganta e tentou ser firme naquele momento, ela não o culpava e nunca o culparia se havia um culpado era Loreto e ele já estava pagando pelo que tinha feito. Ela levou a mão ao rosto dele e o fez levantar o olhar.

— Eu nunca te culpei disso, meu amor. - acariciou o rosto dele secando as lágrimas. - Não diga e não pense isso porque você nunca faria mal a mim ou a ele.

— Mas... - soluçou o choro preso.

— Nós te amamos e te escolhemos lá traz... o que aconteceu foi somente culpa de Loreto e eu te peço perdão se te fiz pensar que era culpado. - encheu os olhos de lágrimas. - Foram dias difíceis e eu me empenhei em cuidar de nosso filho e nem percebi que te fazia sentir-se assim.

— Eu não quero te perder... - falou sofrido.

— E você não vai!! - sorriu se aproximando mais dele. - Eu te amo e nunca vou te deixar. - o beijou de leve nos lábios e ele a abraçou forte.

— Me perdoe... - beijou o ombro dela. - Eu amo muito vocês.

— E a gente também te ama muito. - sorriu agarrada nele.

Ficaram ali naquele abraço por um bom tempo, Inês sabia que ele precisava se sentir seguro e nada falou apenas ficou ali dando a ele todo seu amor. Quando ele a soltou a olhou em seus olhos apaixonado.

— Você cuidou de mim? Me colocou na cama? - falou confuso.

— Sim, eu cuidei de você e te coloquei pra dormir. - sorriu acariciando o rosto dele.

— Eu sonhei que íamos ter um filho. - falou se recordando. - Você me dizia que íamos ter um filho.

Inês sorriu naquele momento e disse:

— Acho que não foi um sonho. - sorriu mais ainda com a cara dele.

— Não? - sentiu o corpo tremer e o coração acelerar. - Então é verdade? - sorriu pela primeira vez desde que começaram aquela conversa.

— A mais pura e linda verdade. - tocou o ventre com uma mão e a outra puxou a dele. - Aqui cresce o nosso amor. - os olhos brilharam.

— Meu Deus, eu vou ser pai?! - falou abobado e deu uma gargalhada mais logo se arrependeu colocando a mão na cabeça.

— Meu amor, você precisa descansar um pouco. - falou toda cuidadosa. - Eu vou trazer algo para você comer.

— Meu Deus, eu não consigo nem comemorar que vou ser pai. - riu e a puxou para ele e a beijou muito na boca. - Eu te amo. - Não cansava de dizer e ela sorriu beijando mais ele.

— Amanhã você não me escapa. - falou com os olhos apaixonados. - Vai me compensar e me amar como a gente gosta.

— Não precisa nem pedir duas vezes. - o rosto mudou completamente e ele tocou mais uma vez a barriga dela. - Um neném... - riu abobado.

— Um neném. - riu do jeito dele.

O momento que era deles dois ali foi interrompido por Bry que entrou com o pequeno Emiliano nos braços que chorava querendo os dois e Frederico ficou de pé no mesmo momento e o pegou nos braços.

— Ele acordou inquieto e eu não consegui fazer com que ele pegasse no sono. - falou toda amorosa.

— Papai... - agarrou mais Frederico que o beijou todo apaixonado.

— Papai tá aqui amor. - acariciou as costas dele. - Obrigado por trazê-lo.

Ela o beijou depois de assentir e saiu do quarto deixando que eles ficassem a vontade. Ele foi a cama e o colocou deitado e ele choramingou querendo o colo, Frederico foi rapidamente ao armário e pegou uma calça e a colocou e logo voltou a cama e deitou sentindo a cabeça girar ainda e foi agarrado por ele.

— O melhor lugar. - o beijou. - Vem amor deita aqui. - a chamou querendo que os dois estivessem junto a ele para sanar de vez aquela angústia.

Ele estava radiante com a notícia do filho que chegaria em poucos meses, mas naquele momento quem pedia a atenção dos dois era Emiliano e ela foi para o outro lado da cama e deitou ali junto a seus dois amores e sorriu para o pequeno sorriso que se desenhava no rosto de seu pequeno. Sem dúvidas não tinha lugar melhor pra se estar que ali com sua família.

— O amor de vocês é tudo para mim!!! - e nada mais precisou ser dito, eles apenas sentiram o amor um do outro...