Sem Final Feliz

Capítulo 2 - Segundo Estágio: Raiva


IV.

É Ruby quem dá a Emma o novo endereço de seus pais.

A casa é bonita. Cerca branca, um jardim florido e tudo mais. Um lugar que em outro momento teria afugentado a caçadora de recompensas Emma direto para a floresta com suas alarmantes qualidades suburbanas.

Um lugar que a Detetive Swan nunca poderia pagar com sua renda anual e por um momento as memórias de sua própria casa invadem a mente de Emma: o minúsculo quintal onde tantas vezes ela já acampou com os pequenos, sob uma tenda que ela mesma construiu; o aquecedor que nunca funciona direito, mas que resultou em noites em frente à lareira bebendo chocolate quente e jogando scrabble com uma Regina sempre imbatível. A lâmpada queimada da varanda que sua esposa já lhe pediu para trocar um milhão e duas vezes mais, mas que ela sempre consegue esquecer. As paredes finas que transformaram sua vida amorosa em encontros ofegantes e abafados.

A casa deles pode não ser um palácio ou uma foto tirada de um catálogo, o que uma vez chegou a preocupar Emma quando ela ainda pensava em Regina, nascida e criada como a porra de uma realeza, vivendo em um lugar que era tudo menos isso. E então Regina tornou a casa sua, pintando paredes e renovando seus móveis antigos – um hobby que ela passou a apreciar ao longo dos anos – enchendo a casa deles com tudo o que ela era, e isso, mais o riso das crianças, foi o suficiente para ofuscar todos os espaços sombrios. A felicidade de sua esposa falando mais alto do que sua criação jamais poderia.

Emma pisca e as memórias desaparecem, dando lugar ao presente.

Há alguns brinquedos espalhados pelo jardim e um balanço pendurado em uma grande árvore e o significado disso atinge Emma antes que ela possa se preparar.

Eles seguiram em frente.

E ao ver a vida que seus pais construíram para si mesmos, Emma é dolorosamente lembrada de sua própria infância e das coisas que poderiam ter sido e nunca foram.

Não é como se ela realmente quisesse mudar algo em sua vida dada a oportunidade, especialmente quando todos os caminhos a levaram aonde ela está hoje, mas algumas memórias são mais amargas do que doces, e a ideia de que Snow e Charming têm toda uma nova vida da qual ela não faz parte, bem, esta não é uma pílula fácil de engolir.

Mesmo que ela partir tenha sido sua escolha.

Emma, ​​controle-se, ela quase diz em voz alta, e a voz dentro de sua cabeça é suspeitamente semelhante a uma que ela reconhece muito bem.

Então ela toca a campainha e uma menina abre a porta. Isso a faz parar por um breve momento, cachos loiros, olhos azul-esverdeados e um rosto que se parece com o de Emma, ​​de uma forma que os de seus filhos nunca irão se parecer.

Henry pode ter seu queixo e seu sorriso torto, mas isso é tudo. Então há Imogen, que não nasceu de nenhuma delas, o que se pode notar facilmente em seus olhos negros profundos e sua pele morena, ainda que tudo o mais, desde a forma como ela anda e fala, seja um retrato fiel à Regina. E então Michael, o bebê milagroso – um fruto da ciência, e não de magia – que veio quando elas quase haviam perdido as esperanças e esgotado por completo as economias de uma vida de Regina. O menininho que tem seus olhos e uma doçura que Regina afirma não saber de quem ele puxou, mas que Emma sabe, sempre que pensa na garota que sua esposa poderia ter sido antes das tragédias que interromperam seu curso a transformando na mulher que ela é hoje.

Então, não, nenhum de seus filhos se parece com ela, mas esta menina em pé a sua frente certamente sim.

“Oi,” é a única resposta que Emma pode dar enquanto aqueles olhos idênticos aos seus a inspecionam da cabeça aos pés.

"Você é uma estranha." A garota conclui vagamente curiosa.

"Suponho que sim." Emma não tem como replicar sua lógica. Não quando todos aqueles anos separados a transformaram nisso. Uma estranha. "Seus pais estão em casa?"

Antes que a garota possa responder, uma voz vem de dentro da casa e sua familiaridade é o suficiente para deixar Emma levemente nauseada.

"Eve, querida, quem é?"

Emma não tem certeza do que ela esperava. Claro que os anos se passaram. Ela sabe disso porque Henry está mais alto do que ela agora, Imogen já consegue amarrar os próprios cadarços e Michael finalmente dorme a noite inteira em sua própria cama. Ela sabe disso pelas rugas que agora vivem nos cantos dos olhos de Regina, aquelas que assombram sua imagem no espelho, algo que Emma afasta com beijos e a garantia de que a ex-prefeita nunca foi mais bonita.

No entanto, ver uma versão mais velha da mulher que permaneceu essencialmente a mesma por 28 anos é no mínimo desconcertante.

Especialmente porque, com o cabelo mais comprido do que Emma jamais testemunhou e um sorriso aberto nos lábios, Mary Margaret nunca pareceu tão jovem. Ou feliz.

O sorriso, no entanto, desaparece quando seus olhos piscam em reconhecimento.

"Emma?" As feições de Snow dão lugar a uma expressão vazia e sua voz desaparece dada sua incapacidade de dizer muito mais.

"Oi." É a única palavra que Emma parece ter a disposição. Mais uma vez.

Sem tirar os olhos de sua filha mais velha, Snow acaricia de leve os ombros da menina, instruindo com uma voz terna. "Eve, querida, por que você não vai ajudar sua irmã a alimentar os peixes no lago?"

"Mas mamãe, você disse que eu não poderia sair antes do almoço, por causa dos nomes feios que eu usei."

"Bem, nós duas sabemos que você não vai fazer isso de novo, não é?" Ela oferece à garotinha um olhar cúmplice que é imediatamente recompensado com um aceno entusiástico em concordância. “Então, considere esta uma liberação por bom comportamento.”

"Eba!" A menina fala alegremente e logo desaparece da vista de Emma, ​​seus passos barulhentos sobre o piso de madeira e a batida de uma porta em seu caminho para o quintal, indicando sua obediência.

"É você." Há tristeza na voz de Snow agora, e seus lábios tremem, mal concebendo suas emoções. “Você realmente está aqui...”

"Yep." Emma concorda com um pop alto para a última sílaba e, embora sua expressão seja versada e sua resposta contenha apenas três letras, mal formando uma palavra, Snow sabe imediatamente que algo simplesmente não está certo.

"O que houve?" A voz de Snow é suave e a preocupação em seus olhos é genuína.

Não importa o que tenha acontecido, Emma nunca deixará de ser sua filha.

Emma não responde imediatamente, porque, diante dela, está a mulher que costumava ser sua melhor amiga, a pessoa que a acolheu pela primeira vez quando ela chegou a Storybrooke e não tinha mais ninguém. Mesmo sem maldições e laços de sangue, os anos nunca poderiam apagar esse vínculo. No entanto, Emma ainda pode se lembrar desse olhar específico nos olhos da outra mulher que ela também conheceu e simplesmente sabe que não se trata apenas de Mary Margaret diante de si. Esta é a sua mãe perguntando.

Então, quando suas palavras escapam, é com todo o fardo que Emma carrega, toda a tristeza que esteve à beira de afogá-la desde que Regina voltou para casa com uma sentença de morte.

"É a Regina...” Ela confessa em voz baixa, com cuidado para não que sua tristeza não transborde de uma só vez.

Snow nunca conseguiu entender a afeição de sua filha pela mulher cuja missão na vida por tanto tempo foi destruir sua felicidade. A mulher que a levou a uma infância separada dos pais, uma vida inteira até que o destino finalmente os reunisse.

A verdade é que Snow havia amado Regina uma vez, a jovem que salvou sua vida. Mas ela simplesmente nunca pôde perdoar a mulher que lhe custou filha.

Portanto, a ideia de que Emma havia conseguido não apenas fazer isso, mas também amar a mulher, era simplesmente demais. Tinha sido demais, uma realidade insuportável para Snow enfrentar. Ou assim ela pensou que fosse. Porque então Emma foi embora e por muito tempo houve esse espaço vazio em sua vida. Um vazio que permaneceu mesmo depois de todos aqueles anos.

Mas agora, ao se deparar com sua filha perdida, à sua porta, com lágrimas que ameaçam cair, Snow percebe que ela não poderia se importar menos com nada disso. Tudo que ela sabe é que sua filha está sofrendo, e seu instinto é acalmá-la, acolhê-la.

Com uma expressão de absoluta empatia, Snow estende os braços e Emma, ​​pela primeira vez, não hesita.

Snow levou seis anos longe de sua filha e suas lágrimas quentes encharcando seu próprio cardigã até que ela pudesse finalmente entender que, independentemente de seus sentimentos pela Rainha Má, não havia nada que ela pudesse fazer.

Emma amava Regina.

E agora, sua filha estava prestes a perder seu verdadeiro amor.

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V.

Depois que as lágrimas secaram, Emma se senta desajeitadamente no sofá, esperando David chegar e sua mãe voltar com uma bandeja de chocolate quente e biscoitos caseiros.

Algumas coisas nunca mudam.

O cômodo é decorado com papel de parede florido e Emma não pode deixar de notar o doce perfume que ela passou a associar à presença de sua mãe, junto com tantos detalhes que são simplesmente ela. As flores frescas no vaso, as almofadas bordadas à mão que cobrem o sofá. Ela fica particularmente fascinada por uma guarnição artesanal de pássaros de papel colorido pendurada sobre a janela quando os sons de risadas do lado de fora chamam sua atenção.

Puxando as cortinas de renda, Emma consegue ter uma visão completa do enorme quintal onde, longe de qualquer preocupação, duas garotinhas parecem ocupadas alimentando os peixes em um pequeno lago.

Emma facilmente reconhece a loira que abriu a porta para ela, Eve ela se lembra, e com ela, uma garota com longos cabelos escuros e pele clara. Uma cópia perfeita de sua mãe.

A mãe delas.

"Espero que ainda goste de canela no chocolate." A voz de Snow assusta Emma e ela quase tropeça na mesa de chá atrás dela, se afastando da janela.

Snow não entende muito bem o que acabou de acontecer até ouvir as risadas das meninas e então ela se depara com uma realização devastadora.

"Você tem uma bela família." Emma oferece timidamente, com um sorriso gentil e sincero, quebrando o coração de Snow em pedaços com o simples gesto.

"Não está... completa." A voz de Snow parece esmorecer, mas Emma opta por não pensar nisso.

"Quantos anos elas têm?"

"Bem, você conheceu a Eve. Ela tem cinco anos. E então há Jo. Ela acabou de fazer sete anos.” Emma levanta uma sobrancelha com a informação, imediatamente fazendo as contas, ao que Snow faz questão de acrescentar. “Eu só descobri depois de...”

"Eu--, nós também temos uma filha." Emma confessa, interrompendo as palavras de sua mãe, desajeitadamente. “E um menino. Além de Henry, quero dizer.”

“Vocês têm?" Snow pergunta com um sorriso rasgado.

“Sim,” o sorriso de Emma apenas floresce ao pensar em sua família. “Imogen e Michael. Eles são... tudo.”

"E Henry?"

"Dezessete e ainda está crescendo, se é que isso é possível. Ele já é uma cabeça mais alto do que eu. Já está dirigindo. Come como uma avestruz. Não apareceu com uma namorada séria até agora, para grande alívio de Regina."

Snow ouve sua filha atentamente, hipnotizada pelas informações que ela está recebendo, mas também pelo olhar de pura felicidade exibido em todo o rosto de Emma. Depois de um segundo, Emma para de falar e leva um momento até que Snow perceba que há lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

"Sinto muito," Snow se desculpa, pegando um lenço de um de seus bolsos.

"Não. Eu lamento. Não foi minha intenção te chatear.”

"Você não fez isso!" Snow protesta, ansiosa para desfazer o mal-entendido. "Eu só... Emma, ​​você tem uma família!"

A declaração é quase esmagadora.

"Sim." Emma concorda distantemente. "Quer ver?"

É uma oferta que Snow jamais sonharia em recusar, não quando sua filha tem um sorriso orgulhoso dançando em seus lábios. Um sorriso que poderia muito bem dizer ‘olha, mamãe, olha o que eu fiz’.

"Mas é claro!"

Rapidamente Emma tira o telefone de dentro do bolso de sua jaqueta e, prontamente Snow é apresentada à imagem do clã Swan-Mills. Instantaneamente ela reconhece sua filha e seu neto, Emma usando um traje que diz a Snow que ela ainda trabalha com a aplicação da lei e o menino que há muito tempo ela ajudou a construir casas de pássaros, agora mais alto e mais bonito do que ela jamais poderia ter imaginado, um largo sorriso estampado em seu rosto enquanto seus longos braços envolvem suas mães em um abraço. Isso, é claro, leva à visão de Regina.

E é aí que está a verdadeira surpresa.

Porque esta Regina não se parece em nada com a Rainha Má que Snow se lembra. Seu cabelo ainda é curto, embora um pouco mais longo e mais casual do que o corte a prefeita costumava usar durante seu longo mandato em Storybrook, e sua roupa ainda é perfeitamente refinada, embora o estilo seja muito mais relaxado em comparação com os ternos e vestidos que ela costumava usar. Mas, o que faz toda a diferença, é o seu sorriso genuíno e algo em seus olhos, uma suavidade que Snow não testemunha desde que ela mesma era apenas uma menina e Regina, sua salvadora.

Em seguida, sua atenção é capturada pela imagem das duas crianças. A menina não pode ser muito mais velha do que suas duas filhas mais novas, cabelos escuros em dois coques altos, nariz de botão perfeito e um sorriso dentuço anunciando todos os tipos de problemas que ela está prestes a causar. E então há o garotinho, com seu tufo de cabelo escuro e encaracolado, cílios impossivelmente longos e olhos castanhos sérios.

"Oh Emma," Snow mal consegue conter um suspiro, surpresa por um vislumbre do que a vida de sua filha se transformou desde que ela partiu. Com a voz trêmula, ela acrescenta. “Você também tem uma linda família.”

"Eu sei." Emma concorda calmamente, seus olhos ainda fixos na foto. "É por isso que preciso da sua ajuda."

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VI.

Eles não têm mais magia.

Não em Storybrooke, não neste mundo.

Depois que Rumplestiltskin foi embora, todos os portais foram fechados e, eventualmente, toda a magia que restou neste mundo simplesmente se desgastou até que não houvesse mais nada.

Snow não tem certeza do que fazer. Se fosse Eve ou Jo, ela abraçaria as garotas com força e sussurraria palavras doces até que o sono as visitasse e tornasse tudo melhor.

Mas Emma está quebrada de uma forma que suas outras filhas nunca estiveram, nem, Snow espera, jamais estarão. Eles são jovens e inocentes, enquanto Emma viveu, aprendeu e perdeu mais do que é justo suportar.

"Querida, sinto muito."

"Não, você não sente!" Emma responde agressivamente, seus movimentos frenéticos fazendo Snow dar um passo para trás. “Isso é o que você sempre quis.”

Com um lamento cheio de angústia, Emma tenta se segurar, mas não consegue por muito tempo. Do alto da escada, Snow pode sentir as meninas observando, assustadas, e leva apenas um minuto, o tempo que ela usa para acalmá-las, para Emma escapar pela porta noite afora.

É seu pai quem a encontra mais tarde, quando a brisa fresca do mar se transformou em um vento gelado. Silenciosamente, ele se aproxima dela no local que já foi o refúgio de seu filho.

"Tive a sensação de que encontraria você aqui." David diz e Emma não responde, apenas encarando as ondas que nunca param de chegar. Seu corpo, no entanto, esmorece sob o olhar atento de seu pai enquanto ela estremece, apesar de sua própria teimosia.

David não pensa duas vezes. Ele tira a jaqueta e imediatamente a coloca sobre os ombros da filha. Ela não se afasta, e ele considera isso como agradecimento suficiente.

Assim eles permanecem, lado a lado, por um longo tempo, até que a voz de David mais uma vez quebre o silêncio que apenas o assobio do vento ousou interromper até o momento.

"Eu sinto muito." Ele usa aquele tom baixo, o que mostra que ele se preocupa genuinamente com Emma. Já faz muito tempo, mas ela ainda consegue se lembrar. "Sua mãe me contou ... sobre Regina."

Não é o nome que a quebra, mas a memória do rosto que vem com ele.

Então, desta vez, quando as lágrimas vêm, assim como as ondas em sua fúria contra a costa, não há nada que Emma possa fazer a não ser observar enquanto elas continuam chegando.

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VII.

Emma retorna para casa naquela mesma noite, apesar das objeções de seus pais, apesar de saber que talvez fosse melhor não tomar aquela longa estrada em meio à exaustão e à dor esmagadora que está sentindo.

Ela volta para casa porque não suporta a ideia de desperdiçar mais um minuto que seja longe de Regina.

Há uma urgência em ter sua esposa por perto, tocá-la, sentir sua presença, e isso vai contra o tique do relógio, seu tempo juntas escapando por entre seus dedos como um punhado de areia.

Quando Emma chega em casa, o sol está nascendo e a cama está cheia de quase tudo que ela ama neste mundo. Henry está dormindo em sua própria cama, uma revista em quadrinhos abandonada sobre o peito, e a lâmpada em sua mesinha de cabeceira ainda acesa, até que Emma a desligue. Em seguida, ela entra em seu quarto, tentando não fazer barulho, mas isso é algo em que ela nunca foi muito boa e quando ela está descartando sua outra bota, Regina se mexe na cama.

"Você está em casa." Ela diz com a voz rouca de sono e um tom deliberadamente mais baixo com intuito de não acordar Imogen ou Michael.

"Estou", Emma responde e por um longo momento apenas encara a visão desta mulher que ela aprendeu a amar tão completamente.

Regina fecha os olhos então, caindo no sono quase que instantaneamente, o que não a impede dar ordens.

"Venha para a cama, sim?" A morena comanda com os olhos já fechados.

E talvez pela primeira vez, Emma apenas faz o que ela manda.

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VIII.

Regina insiste em contar ela mesma a Henry.

Eles saem de casa juntos, em um sábado de manhã, e Emma fica em casa cuidando dos pequenos com instruções estritas de não os alimentar apenas com fast food, o que ela planeja de todo o coração seguir até o momento em que inevitavelmente acaba sucumbindo aos seus pedidos e encomenda duas pizzas de pepperoni para o almoço.

Mãe e filho demoram uma eternidade para voltar para casa e é quase hora do jantar quando Emma finalmente ouve o som da porta sendo aberta, e também as crianças, que correm para a mãe envolvendo suas pernas em abraços apertados, suas vozes atropelando-se enquanto eles falam ao mesmo tempo, ansiosos para compartilhar os menores detalhes de seu dia.

Henry se move silenciosamente então, mãos nos bolsos e cabeça baixa até que Regina sai para o outro quarto, um beijo nos lábios de Emma, ​​Michael em seu colo e Imogen em seus calcanhares, deixando o filho e a ex-xerife sozinhos.

Então, o garoto ergue a cabeça e Emma pode ver a vermelhidão em seus olhos inchados e tudo o que ela pode realmente oferecer é um sorriso quebrado, que parece ser o código para um abraço de urso, porque é isso o que ela recebe em seguida.

Emma não consegue se lembrar da última vez que Henry a abraçou com tanta força, mas ela guarda uma vaga lembrança dele fazendo isso, todos aqueles anos em Storybrooke, quando sua cabeça ainda se encaixava perfeitamente embaixo de seu queixo e ela ainda era sua salvadora infalível.

"O que nós vamos fazer?" Ele pergunta trêmulo, enxugando as lágrimas com as costas das mãos.

"Ah garoto...", Emma o abraça com força e apenas suspira, porque seu filho pode sempre ter sabido como fazer as perguntas certas, mas isso ainda não significa que ela tenha as respostas.

Especialmente quando se trata disso.

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Continua...