Durante a volta para a delegacia Beckett não conseguia parar de se questionar se Lanie Novaes era na verdade Lanie Parish.
- Será que essa Lanie é a nossa Lanie? - Disse Castle finalmente fazendo em voz alta a pergunta que estava na cabeça de Beckett.
- Eu não sei, mas se for, é essa a nossa conexão.
- Por que Lanie esconderia isso da gente? Por que ela mudaria de nome?
- Eu não sei, mas é isso que nós vamos descobrir.
Ao chegar na delegacia os dois se encontraram com Ryan e Esposito.
- E então, alguma novidade? - Perguntou Esposito ansioso.
- Nós descobrimos que a filha do Sr. Novaes tem o enganado esse tempo todo, ela não terminou o noivado com Edward, ela se casou com ele.
- Casou? - Indagou Ryan.
- Sim, isso foi uma estratégia dos dois para que a família parace de interferir no relacionamento deles.
- Mais alguma coisa?
- Edward suspeita de uma prima da Lianna... Lanie Novaes.
- Lanie? - Disse Esposito. - O Sr. Novaes mentiu... ele disse que não a conhecia.
- Não vamos nos preciptar Espo, ele disse que não conhecia Lanie Parish, há uma possibilidade de que Lanie Novaes não seja a mesma pessoa que Lanie Parish.
- Não, ele mentiu... ele disse que não conhecia Lanie nenhuma.
- Isso é verdade, temos o interrogatório dele gravado como prova.
- Vamos chama-lo de volta aqui? - Perguntou Castle.
- Não, ele vai mentir novamente. O menino disse que toda a família finge não conhecer Lanie alguma, sem tirar a suspeita de que tenha sido ela que roubou o projeto e o vendeu para a outra empresa.
- Então vamos atá a casa dele. - Sugeriu Ryan.
- No que isso vai fazer diferença? Precisamos de algo mais concreto que ajude a faze-lo confirmar que conhece sim uma Lanie, e ele pode confirmar se ela é a nossa Lanie.
- Isso faz sim uma grande diferença. - Disse Castle. - Ele é um cara rico, com um ego lá em cima... ser interrogado em sua própria casa vai fazer com que ele fique nervoso, com a família ali por perto, ele acha que ele é a terra firme da família, ser intimidado em sua própria casa vai fazer essa terra deixar de ser tão firme.
- Nossa...
- É, digo isso por experiência própria...
Todos olharam para ele com um olhar intimidador.
- Foi uma ocasião totalmente diferente e que não vem ao caso.
- Tudo bem. - Disse Beckett. - Espo, você vem comigo.
- E eu? - Disse Castle.
- Você fica ai com o Ryan... contando como a sua terra deixou de ser firme. - Ela disse com sarcásmo.
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Assim que chegarem em frente a grande mansão dos Novaes, Kate e Espo se dirigiram em direção a porta e tocaram a campainha.
- Olá, eu sou a detetive Beckett, este é o detetive Esposito, estamos procurando pelo Sr. Aurélio Novaes. - Disse quando uma menina com longos cabelos, lisos e negros abriu a porta.
- Eu sou Lianna Novaes, meu pai fez algo de errado? - Ela perguntou preocupada.
- No momento nós só viemos fazer uma perguntas.
- Quem está ai Lianna? - A voz de um homem veio de tras da porta.
- É a polícia papai, eles querem falar com o senhor. - A menina abriu a porta.
- Senhor Novaes, nós nos encontramos hoje pela manhã, acho que não deu tempo do senhor se esquecer da gente.
- Duas vezes em um dia procurado pela polícia? - Perguntou a filha preocupada.
- Lianna vá para o seu quarto!
- Eu não sou mais aquela menininha que vai pro quarto quando tem algo de errado, eu já sou uma mulher papai!
- Por favor Lianna, nós precisamos conversar em particular com seu pai. - Pediu Beckett educadamente.
A menina-mulher exitou por um momento mas enfim se retirou para seu quarto.
- Me acompanhem até o escritório por favor.
Eles entraram em uma grande sala, sala a qual era decorada por troféis, quadros com pinturas famosas e fotos da família.
- O que vocês querem comigo novamente? - Ele perguntou e apontou o sofá para que eles pudessem se sentar.
- O senhor mentiu para nós. - Disse Esposito. - O senhor disse que não conhece nenhuma Lanie.
- E realmente não conheço.
- O senhor pode parar com o fingimento, nós sabemos que o senhor tem uma sobrinha chamada Lanie, Lanie Novaes.
- LANIE?! - Lianna entrou na sala como um furacão. - Aconteceu algo com ela? Ela está bem? Vocês a acharam?
- Lianna, volte para o seu quarto! - O homem gritou.
- Não papai! Eu estou cansada das suas ordens, estou cansada de todo esse fingimento, de toda essa pose. Fingir que não a conhece? Como o senhor pode fazer isso com Lanie? Ela é minha prima, ela faz parte da nossa família!
- Ela sumiu sem deixar pista alguma de para onde havia ído, pare de se preocupar com quem não se importa com você!
- Ela fugiu, como eu gostaria de fugir, mas infelizmente não sou tão corajosa quanto ela. - A menina desabafou. - E você queria o que? Com toda essa coisa do roubo daquele maldito projeto, vocês a acusando internamente, você queria que ela tivesse continuado aqui dentro?
- Maldito projeto? Aquele projeto salvaria nossa família!
- A nossa família nunca teve e nunca vai ter salvação, papai!
- Como é que você se atreve a falar isso da sua própria família?
- Me atrevo, e estou dizendo algo que tive muita vontade de dizer antes mas não tive coragem, eu tenho VERGONHA dessa família, uma família que só pensa em dinheiro, que deixa o ego falar mais alto que o coração... uma família que não se importa se o parente está bem ou não, uma família que finge nunca ter conhecido um parente? Que família é essa? Isso pode ser tudo menos uma família! É por isso que eu digo papai, essa família não tem e nunca vai ter salvação porque isso NUNCA foi uma família de verdade!
- Como é que você se atreve?! - Ele exclamou levantando seu braço indo em direção a menina.
- O senhor não vai fazer isso. - Disse Esposito o segurando pelo braço. - Nunca ouviu falar que bater em mulher é covardia, além de dar cadeia?
- Cadeia é tudo o que ele merece! - Gritou Lianna. - Você é um covarde papai, que nunca teve coragem de assumir seus próprios erros!
- Eu acho que você precisa se acalmar um pouco Lianna. - Disse Beckett se aproximando dela. - O que você acha de irmos até a cozinha, beber um pouco de água e você me conta sobre sua prima?
A menina que estava com os olhos fervendo de raiva, com lágrimas escorrendo por todo seu rosto apenas concordou com Beckett e a guiou em direção a cozinha.
- Você está mais calma agora? - Ela perguntou quando a menia acabou de beber a água.
- Sim, obrigada. - A menina forçou um sorriso. - Me desculpe aquela confusão, eu estava precisando desabafar, falar as coisas que estavam entaladas na minha garganta há muito tempo.
- Tudo bem, eu entendo. Edward vai ficar feliz em saber que você enfrentou seu pai.
- Você falou com Edward? - Ela perguntou surpresa.
- Sim, foi ele que me deu o nome da sua prima.
- Ele também suspeita dela?
- Sim, ele suspeita dela.
- Eu não acredito... mas entendo, com todas as suspeitas sobre ele, o sumisso da minha prima, ele era o único pensando... mas se foi ela, eu não a culpo, ela não aguentava mais o ego dessa "família" - Ela simbolizou o sinal de aspas com os dedos. - assim como eu, mas ao contrário de mim ela teve coragem.
- O que você sabe sobre sua prima?
- Bem, ela trabalhava na empresa, assim como praticamente todos na família, somos praticamente um hierarquía. Ela tinha um namorado e estava pra ficar noiva quando a grande confusão aconteceu.
- Você teve alguma notícia dela depois que ela desapareceu?
- Ela me mandou uma carta, uma única vez.
- O que dizia na carta?
- Ela estava pedindo desculpa por ter ído embora daquele jeito, mas que ela precisou, ela não aguentava mais viver daquele jeito. Disse que havia terminado o namoro porque descobriu umas coisas sobre Carl que a deixou muito decepcionada.
- Mais alguma coisa?
- Não, infelizmente. - Disse com lágrimas nos olhos. - Eu queria tanto encontra-la novamente.
- Você tem uma foto dela? Nós podemos ajudar você a encontra-la.
- Podem?
- Sim, podemos.
- Tudo bem, aguarde um minuto que eu vou buscar.
- Claro.
A menina se retirou em direção a um dos muitos cômodos que haviam na casa, enquanto Esposito surgia na cozinha.
- Descobriu alguma coisa? - Ele perguntou.
- A prima que sumiu escreveu uma vez pra ela pedindo desculpas por ter sumído e dizendo que havia terminado o namoro com um tal de Carl. - Fez um resumo. - Onde está o Sr. Novaes?
- Continua no escritório, a menina tem razão, depois que vocês saíram ele não disse mais nada, apenas fingiu que nada havia acontecido e começou a olhar uns papéis que segundo ele são coisas do trabalho.
- Quando você diz que a menina tem razão...
- Ele não dá a mínima para a família.
- Aqui está a foto. É um pouco antiga, tinhamos 18 anos... mas acho que ela não mudou muito. - Disse quando voltou do quarto com a foto na mão.
- Espo... - Ela chamou a atenção dele quando viu a foto. - É ela.
- É ela quem? - Perguntou Lianna sem entender.
- Lanie Parish. - Respondeu Espo. - Ela trabalha com a gente, é a legista do nosso precinto, ela foi sequestrada.
- Ai meu Deus! - A menina disse assustada.
- Nós temos que encontra-la o mais rápido possível, ela está grávida.
- Grávida?
- Sim, grávida. - Espo disse com uma voz um tanto distante.
- Vocês tem alguma ideia de onde ela possa estar?
- Infelizmente não...
- Vocês poderiam checar com Carl, o ex- noivo dela?
- Você acha que ele possa estar envolvido no desaparecimento dela?
- Eu não sei, eu só estou dizendo isso porque ele era a pessoa mais próxima dela depois de mim.
- Tudo bem, nós vamos checar... você sabe o sobrenome dele?
- Gonzáles, Carl Gonzáles.
- Obrigada, nós iremos checa-lo.
- Quando vocês a encontrarem...
- Pode deixar, você vai saber.
Os dois detetives saíram em direção ao carro para tomar o caminho de volta a delegacia e começar a pesquisa sobre Carl Gonzáles.
- Você está bem, Espo? - Beckett perguntou preocupada.
- Eu só vou ficar bem quando eu a encontrar.
- Não se preocupe, nós vamos encontrá-la.
- Eu sei que vamos, tenho certeza disso.
Beckett apenas sorriu amigavelmente e partiu com o carro.