No dia seguinte ela amanheceu ali mesmo, nos braços de Castle. Ela tentou se levantar sem o acordar, mas ele perecia estar em sono leve, em seu primeiro movimento ele acordou.


- Você dormiu bem? - Perguntou preocupado.
- Sonhei com ela a noite inteira. - Ela desabafou. - Não consigo tirar essa preocupação da minha cabeça.
- É normal, ela é sua amiga e você está preocupada, completamente normal.
- Talvez... - Disse enquanto respirava fundo. - E você? Dormiu bem?
- Dormi, embora estivesse torto aqui nesse sofá.
- Eu sinto muito. - Ela disse com um sorriso.
- Não se preocupe, foi por uma boa causa. - Ele sorriu de volta. - Que horas são?
- Sete e meia, vou tomar café a caminho da delegacia.
- Vou com você.
- Castle, não precisa. - Disse em um tom baixo. - Você tem que ir para casa, Martha e Alexis devem estar preocupadas.
- Eu mandei uma mensagem pra elas ontem á noite, sabem que eu estou bem. - Disse se levantando.
- Tem certeza, não acha melhor tomar café em casa, com calma? A policial aqui sou eu, não você. Não tem obrigação de estar na delegacia cedo.
- Tenho certeza, Lanie é minha amiga também, quero ajudar em tudo que puder.
- Tudo bem então...


Em meia hora os dois já estavam prontos, dentro do carro indo em direção a delegacia onde já se encontravam Ryan e Esposito.


- Alguma novidade? - Perguntou assim que chegou na delegacia.
- Nada ainda. -Respondeu Esposito em um tom desapontado.
- Eu fiz uma pesquisa sobre a empresa Saron durante á noite.
- Alguma coisa importante?
- Sim. Consegui descobrir porque esse inquérito foi aberto.
- Divida conosco. - Disse Castle se sentando em cima da mesa em frente ao quadro branco, seguido por Beckett.
- Há alguns anos atrás a empresa montou um grande projeto para a construção de um novo edifício, o projeto tinha tudo para ser o escolhido, mas de alguma forma o mesmo projeto foi apresentado por uma outra empresa.
- O mesmo? Então o projeto foi roubado? - Beckett questionou.
- Sim, de acordo com o dono da empresa, o Sr. Novaes.
- Mais alguma coisa?
- Nada relevante, essa foi a única informação disponível na internet.
- Você acha que vale a pena trazer esse Sr. Novaes para interrogatório?
- Sim, afinal ele sabe mais do que o que está no site.


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- Sr. Novaes eu sou a detetive Beckett, este é o detetive Esposito, nós trouxemos o senhor aqui para fazer algumas perguntas sobre o inquérito que o senhor está abrindo em nome de sua empresa.
- Em que posso ajudar?
- Nós queremos saber o que aconteceu exatamente, o por que deste inquérito.
- É uma história meio longa...
- Nós estamos aqui para ouvi-lo...
- Tudo bem... isso foi há alguns anos atrás, minha empresa estava montando um projeto milionário, planejavamos construír um edifício totalmente controlado por técnologia... com elevadores controlados por sistema de voz, ambientes climatizados de acordo com a ocasião... mas dois dias antes de apresentarmos esse projeto para o nosso possivel contratante, uma outra empresa apresentou o mesmo projeto.
- O senhor suspeita que alguém de dentro da empresa roubou o projeto e vendeu para essa empresa concorrente?
- Sim, foi por isso que eu resolvi abrir este inquérito.
- Mas por que esperou tanto tempo?
- Por que eu não tinha provas, somente minha família e eu sabíamos deste projeto.
- Então como o senhor pode desconfiar que foi um dos funcionários se só quem sabia era sua família e o senhor? Haviam outros sócios no projeto?
- Não, esse projeto era por minha conta, seria o meu teste, se desse certo esse projeto criado somente por mim eu poderia fazer a baixa que planejava.
- Por que o senhor planejava fazer uma baixa?
- As ações na bolsa estavam caindo, e como todo bom empresário eu tinha ações na bolsa, a queda dessas ações estavam me levando a falência, a única maneira de não falir totalmente seria diminuindo o número de funcionários.
- Entendi... mas o senhor não respondeu minha primeira pergunta, como o senhor desconfiava de funcionários se eles não sabiam do projeto?
- O ex-noivo da minha filha, ele trabalhava na empresa.
- O senhor acha que foi seu genro?
- Ex-Futuro-Genro, minha filha finalmente caiu em si e não se casou com ele.
- O senhor era contra o casamento?
- Claro que sim, tudo que um pai quer é que a filha tenha um bom marido, Edward com certeza não seria um bom marido para minha filha, só estava interessado em nosso dinheiro.
- Você acha que Edward é o culpado pelo vazamento do projeto?
- Tenho minhas desconfianças.
- Esse Edward tem um sobrenome?
- Edward Collins.
- Obrigada Sr. Novaes. Se precisarmos fazer mais perguntas entraremos em contato com o senhor.
- Na verdade... - Esposito finalmente se manifestou. - Eu tenho apenas mais uma pergunta.
- Por favor detetive, no que eu puder ajudar.
- Lanie Parish... esse nome significa algo para o senhor? Uma funcionária, conhecida da família ou algo do tipo?
- Não, nunca ouvi falar em nenhuma Lanie.
- Obrigado. - Respondeu em um tom desapontado.


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- Muito bem, o Sr. Novaes desconfia do ex- genro, Edward Collins... temos algo sobre ele?
- Edward Collins... trabalhou na empresa Saron durante 2 anos, hoje trabalha em uma pizzaria. - Ryan dizia enquanto lia uma ficha.
- Pizzaria? Quem sai de uma empresa grande como a Saron para trabalhar em uma pizzaria? - Disse Castle.
- Com certeza ele teve um motivo. - Respondeu Ryan.
- Você tem o endereço da pizzaria?
- Aqui está. - Disse Ryan passando um pedaço de papel com o endereço anotado.
- Eu e Castle vamos checa-lo, você e Esposito tentem achar a conexão da Lanie com essa empresa.

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O trânsito parecia estar cooperando com a investigação, sem engarrafamento algum Castle e Beckett chegaram rápidamente a pizzaria.


- Se isto é realmente uma pizzaria me lembre de nunca pedir uma pizza daqui. - Disse Castle assim que entraram.


A pizzaria estava vazia, havia acabado de abrir, o balcão estava sujo de poeira assim como as mesas, as cadeiras de madeira já haviam sido praticamente devoradas por cupins, o chão também de madeira rangia a cada passo que eles davam.


- O que vocês estam fazendo aqui? - Um homem alto havia saído de uma direção que deveria ser a cozinha. - Ainda estamos fechados.
- A placa dizia que estava aberto, e se isso continuar assim vocês vão fechar para sempre. - Disse Castle.
- Vocês são da fiscalização? - O homem perguntou com uma cara feia. - Já falamos que estamos fazendo uma reforma.
- Não somos da fiscalização, eu sou a Detetive Kate Beckett estou procurando por Edward Collins.
- Ele está na cozinha, vou chama-lo. - Disse voltando para a mesma direção da qual havia saído.
- Eles realmente chamam isso de pizzaria? - Disse Castle.
- Eu sei que o estado está precário mas nós estamos reformando aos poucos. - Disse um homem que vinha da direção da cozinha. - Edward Collins, estam procurando por mim?
- Senhor Collins eu sou a Detetive Kate Beckett da polícia de NY, esse é o Sr. Castle, precisamos fazer algumas perguntas.
- O que aconteceu? Está tudo bem com Lianna?
- Quem é Lianna? - Perguntou Beckett.
- Lianna Novaes, minha esposa.
- Sua... esposa? - Castle exclamou uma pouco mais alto do que o normal.
- Você e a Srta. Novaes não haviam terminado o noivado?
- Sim, mas não foi de verdade, Lianna e eu nos amamos.
- O pai dela acha que foi de verdade.
- Era essa a intenção, o pai de Lianna nunca acreditou que eu a amava de verdade, sempre achou que eu estava com ela por causa do dinheiro.
- E não era?
- Claro que não, Lianna e eu nascemos um para o outro. Foi difícil quando tomamos a decisão de fingir nosso rompimento, Lianna não queria magoar a mim e nem o pai, e eu estava disposto a tudo para continuar com ela. Mesmo com as suspeitas do pai dela sobre mim, ela nunca duvidou do meu caráter.
- Suspeita de que você quem havia entregado o projeto para a concorrencia?
- Sim, eu jamais faria isso.
- Por que saiu da empresa se você não era culpado de nada?
- Foi a maneira mais fácil que encontrei para não me estressar com o pai de Lianna e acabar magoando ela. Ele cada vez me precionava mais com as acusações.
- Ele ainda acha que foi você...
- Mas não foi! - Ele exclamou um pouco estressado. - Me desculpe. - Respirou fundo. - É porque eu não aguento essas acusações para cima de mim, todos daquela família me acusaram porque eu era o menos favorecido.
- Com menos favorecido você quer dizer com menos dinheiro? - Questionou Castle.
- Sim, essa família só vive de status. É um encobrindo o outro nas falcatruas que eles arrumam... tanta gente para eles desconfiarem, principalmente sabendo que aquelas pessoas não prestam, vieram desconfiar logo de mim.
- E você, desconfia de alguém?
- De todos eles, já cheguei a acreditar que havia sido uma armação só para fazer a cabeça da Lianna contra mim, ainda bem que ela não acreditou.
- Você tem algum nome para nos citar... alguém que você desconfie mais?
- Vocês deveriam checar com a prima da Lianna, depois do golpe ela sumiu da família... agora todos eles fingem que ela nunca pertenceu a família ou que eles não a conhecem, todos desconfiam dela mas não a acusam para não sujar o nome da família.
- E qual o nome dessa prima, você se lembra?
- Sim, é Lanie. Lanie Novaes.