– E você acha que irei esquecê-la em um passo de mágica? – Perguntou.

– Não! – acrescentei - Você será obrigado a me esquecer! – Soltei meu braço e sai andando deixando a frase no ar. Logo depois percebi que chorava, mas chorava lagrimas de sangue.

Logo após ter notado que chorava sangue corri em direção ao banheiro da escola, notei Tyler me encarava até o ponto em que ainda me via. Cheguei ao banheiro e lavei o rosto, lavei minhas mãos e tentei disfarçar também a roupa que havia sido manchada de sangue levemente. Percebi que suava frio e que tremia, percebi também que estava com febre e fiz um leve feitiço para diminui lá.

Tentei não me apavorar e fui para a aula normalmente. Primeira aula era no laboratório, não poderia ser pior. Logo que entrei na sala avistei Britney e seu grupinho cochichando algo a me ver, tentei fingir que não estava vendo, e fingir que estava bem, mas apesar do feitiço a febre não passou e eu estava passando muito mal.

Vi Tyler entrar na sala com a bolsa ao lado, ele venho em minha direção e se sentou ao meu lado, ficou me encarando por alguns segundos, mas pareceu não ter notado que eu não estava bem.

– Não entendi o que você quis dizer! – Falou ele colocou a bolsa na cadeira e ficou mexendo nas mãos – Eu não tenho mais nada com a B!

– Não é sobre a Britney que eu estava falando, mas acho que vocês deveriam voltar. Você a ama! – Falei passando a mão no rosto secando o suor frio que não cessava. De repente fiquei muito enjoada e queria me encaminhar diretamente para o banheiro.

– Eu não sei exatamente se a amava, não sei direito, é confuso! – Falou colocando as mãos na minha mão – Eu não sei direito o que é amar, porque você não me explica? – Ele passou a mão vaga no cabelo e o chacoalhou, deixando-o bagunçando – Toda vez que você esta por perto, quando você me olha, meu coração bate tão forte que parece que vai sair do meu peito e ir para os seus braços, porque quando você encosta-se a mim ele desacelera, porque ele acha que dessa vez você será definitivamente minha, mas você sempre vai embora o deixando morto, triste.

– Não é à hora pra declarações! – Falei cortando-o.

– Não! Eu vou terminar, estou tentando dizer isso há um tempo, e agora que criei coragem você não irá tomá-la de mim – Ele suspirou e continuou – Toda vez que você esta por perto parece que as palavras foram roubadas da minha boca ou deixaram de existir. Quando estou sozinho qualquer pensamento me leva a você, até quando estou pensando em coisas bobas, ou quando não quero pensar, você os invade com tanta facilidade. O que tem em você que me tomou por completo? Então me diga que isso não é amor, porque se for estou completamente apaixonado por você!

– Eu não sei o que dizer, eu... – Eu estava tonta e enjoada, mas aquela declaração, eu havia ficado tão feliz e tão insegura ao mesmo tempo – Desculpa, eu preciso sair!

Saio andando tão rapidamente, minha reação foi tão desesperada, eu estava saindo tão depressa o deixando esperando por mim mais uma vez, fazendo seu coração ficar triste e morto segundo ele. Mas dessa vez ele não me deixou ir embora, ele foi atrás de mim e me segurou pelo braço, tão firmemente que não tive forças para me soltar. Comecei a me debater com o outro braço que estava livre, mas ele me segurou fazendo ficar de frente com ele e olhar no fundo de seus olhos.

– Agora olhe bem para mim, e diga se não sente o mesmo por mim! – Ele ficou me encarando olhando dentro dos meus olhos – Diga Luna, diga que estou errado e se essa for sua resposta eu deixo-a ir embora e nunca mais a perturbo, mas se for ao contrario.

Ele não terminou a frase, deixou-a no ar. Olhei bem no fundo dos seus olhos, deixei uma lagrima rolar. Fiquei com medo de estar chorando sangue, mas não estava. Segurei sua mão com as minhas duas, olhei para elas por alguns segundos, deixei uma lagrima cair sobre sua mão. Virei o rosto e olhei para outro lugar, desviando de qualquer forma seu olhar.

– Você esta errado! – Falei. Ele pareceu surpreso com minha resposta, mas permaneceu ali me segurando.

– Olhe nos meus olhos e repita! – Falou. Olhei para ele e deixei outra lagrima rolar, segurei suas mãos com força, e fui forte.

– Você esta – A frase ficou incompleta, pois não me lembro de mais nada, ficou tudo preto, a ultima coisa que me lembro de ter visto foi o azul de seus olhos me olhando cair ao chão.

*--*

Acordei na cama, não me lembrava de nada. Avistei minha cama e todos ao meu redor, minha mãe, Ariadne, Damian, Edlyn, e até mesmo meu avô.

– Mãe, o que houve? – Perguntei não entendendo o que estava acontecendo. Edlyn e Damian se abraçaram e Edlyn começou a chorar, Ariadne ficou no canto, mas pude ver as lagrimas rolarem de seu rosto perfeitamente. Minha mãe caminhou em minha direção e sentou na cama.

– Esta melhor minha filha? – Perguntou minha mãe acariciando meu cabelo e sorrindo a me ver acordada.

– Estou – Assustei-me com a reação de todos ao me verem, porque estavam tão chateados? O que havia acontecido? – Mãe, me diga o que aconteceu? Eu não me lembro de nada!

– Você estava na escola, de repente me ligaram e disseram que você havia desmaiado e te levaram ao hospital, e eu fui até lá junto ao seu avô – Ela parou por um tempo para limpar as lagrimas – Você esta chorando lagrimas de sangue, suando frio, e estava queimando de febre, estava enjoada e estava pálida.

– Não, não, não acredito mãe, não me diga que – Falei ainda não acreditando – Esses sintomas...

– Sim minha filha, são os sintomas da maldição!