A loura de olhos levemente apimentados puxou Damon para o canto e começou a falar enquanto dirigia os olhos a mim. Damon as vezes apontava, e isso deixava-me ainda mais nervosa. Eu estava ridícula com aquela jaqueta e peruca!

— Vamos por aqui. — A loura disse perto de mim, e eu os segui.

Havia uma sala estreita, um pequeno tufo de dinheiro saiu do bolso da jaqueta de Damon, ele entregou a loura que deu a ele duas identidades falsa e um pó compacto.

— O pó é para você Elena, tentar parecer um pouco mais velha. — Espremi os olhos com total desprezo aquela situação. Damon continuava a cochichar de vez ou outra com a loura.

— Tem algo mais sobre o estranho casal que precisamos saber? — Damon perguntou.

— Eles são muitos juntos... e, são cirurgiões.

— O QUE?

— São cirurgiões... — Ela repetiu.

— Eu entendi essa parte! — Olhei serio para ela. — O que quero entender, é porque vou me passar por uma cirurgiã que a qualquer momento pode ser chamada para uma cirurgia.

— Todos acham que eles não virão trabalhar hoje... Vocês tem pouco tempo até que percebam que não são eles, então eu sugiro que... — Ela nem terminou a frase, Damon segurou-me pela mão e me puxou com força. Eu soltei sua mão, ruborizada.

— Por que fez isso? Não precisa pegar minha mão..

Parei quando notei que ele estava vermelho..

— Não foi nada do que esteja imaginando...

— Eu não estou imaginando nada.

— Eu só pensei que... eles são muito juntos então...

Suspirei e segurei sua mão de volta, ela estava soada, o suor escorrendo por mim incomodava muito, mas eu disfarcei até que chegamos a sala de vídeos.

Ao lado da sala de vídeo, ficavam quatro salas completamente vazias. O cheiro de morte me deu um arrepio, o trincar da porta abrindo quando Damon a empurrou lentamente... zhrenn... zheninirem.

— Não deveria ter um guarda aqui? Ou algo do tipo? — Perguntei, segurando firme em minha jaqueta.

— É, mas minha amiga... — Damon jogou para mim uma caixa cheia de fitas. — Deu um jeito de tira-lo daqui, por pouco tempo.

— Hmmmmm... O que fez para essa garota ser tão generosa com você? Ariscando-se desta forma para nos ajudar? Chantagem emocional?

Damon deu seu típico riso de lado e continuou procurando fitas, então sua voz saiu brincalhona e ao mesmo tempo roca.

— Chantagem sexual... para ser mais preciso. — Damon mexeu no meu cabelo para dar mais exemplo do que estava tentando dizer. Então com o estomago explodindo eu tirei suas mãos do meu cabelo.

— Porque uma garota bonita, inteligente, e enfermeira, iria querer apenas sexo com você para se arriscar tanto? — Pareceu ironia, mas eu não estava sendo nem um pouco irônica.

Damon colocou as mãos ao meu redor, eu já estava acostumada com isso. Porque ele tinha o costume de querer ser literal. Mas eu não estava acostumada com tanta proximidade.

— Ah, eu esqueci que você nunca provou o Mister... — Ele grudou mais em mim, e seus olhos quase me penetraram. — Eu consigo ser, e fazer, todas as fantasias e desejos sexuais dessas mulheres... então sim, elas fariam qualquer coisa para me ter de novo. Peça desculpas á Stefan mas eu tenho certeza que ele não faz nem a metade de tudo isso.

— O.K, Damon. Por favor vamos voltar ao que viemos fazer aqui. — Ele riu novamente.

— Isso deve ter acendido um desejo em você. — Ele parecia estar brincando com isso. — Porque, se for mesmo isso, eu não tenho problema em fazer isso em 5 minutos.

— Por favor? Pode calar a boca?

— Desculpe... desculpe. HAHAH, mas eu só estava, sabe? Sendo...

— Você mesmo? — O interrompi.

— Eu iria dizer, idiota, mas “eu mesmo” serve.

Suspirei.

— Então... Só vamos pegar as fitas e ir embora?

Damon atirava-as sobre a mesa, e fez um gesto positivo com a cabeça.

Nós estávamos em casa, as fitas esparramadas pelo sofá enquanto os olhos de Damon lentamente se fechavam e eu o cutuquei.

— Está quase dormindo! — Gritei, ele acordou na mesma hora.

Os olhos de Damon estavam vermelhos, e a borda rocha, ele estava quase se contorcendo de tanto sono.

— Talvez eu devesse fazer mais café e trazer uma maças.

Quando eu voltei, ele estava acordado de novo. A fita que rodava no DVD, e era transmitida na enorme TV da sala, era a do dia do assassinado. A mesma fita havia sido repetida até agora. Eu podia sentir que nós não havíamos captado algo.

Um gole no café, e meus olhos puderam ver.

Algo tremendamente familiar atravessou a câmera de segurança no mesmo momento em que a fita acabou.