Cometi um grande erro. Porém com tudo o que aconteceu com o Zoom, meu pai, minha mãe e Daphne... Eu não podia suportar. Eu só queria... uma vida nova. Começar de novo... e foi isso que eu fiz. Mas de algum jeito, eu piorei as coisas e agora eu via a besteira que tinha feito em voltar no tempo.

Quando voltei para casa, algumas coisas haviam mudado, como, por exemplo, Cisco não fala mais comigo, Iris e Joe não se falam, eu tenho um colega de trabalho que divide a minha sala comigo a quase um ano.... Incluindo que eu não lembro de nada que havia acontecido nos últimos três meses.

Estava no STAR Labs conversando com Iris.
— O que aconteceu? Por que você não fala mais com o Joe?
— Você está brincando, Barry? Você sabe muito bem o porque.
— É... - falei confuso. - Mas ainda não entendi muito bem.
— Barry, o meu pai mentiu sobre a minha mãe estar viva. Isso não é um motivo justo?
— Mas é que...
— Oi, pessoal!

Eu conhecia aquela voz. Olhei para ter certeza e era ela.
— Daphne?!
— Oi, Bar. - ela me deu um beijo. - O que foi? Parece que viu um fantásma. - ela riu.
— É que eu... não entendo.
— Não entende o quê, meu amor. - ela olhava para Iris, confusa.
— Nós podemos conversar um pouco?
— Claro.

Fomos para o laboratório.
— Você está bem, Barry?
— Pode parecer estranho o que eu vou perguntar, mas... como você sobreviveu à aquele tiro que o Alex te deu?
— Hum... Eu não sei. - ela deu uma risada sem graça. - Está acontecendo alguma coisa, Barry?
— Eu não entendo... Quando eu saí de lá, você estava... morta.
— Eu sei... A Iris me contou que você foi embora. Mas segundos depois que você saiu, os médicos conseguiram me recuperar. Foi um mês muito difícil pra nós. - ela chegou mais perto de mim, colocando a mão no meu rosto. - Eu não lembro de nada, porque estava dormindo, mas a Iris disse que você ia todos os dias me visitar. Dormiu várias vezes naquelas poltronas... E, finalmente, quando abri os olhos, você foi a primeira pessoa que eu vi e isso me deixou muito feliz! Mas por que você lembrou disso agora?
— Eu não sei... Eu só... lembrei. Eu preciso ir agora.
— Mas pra onde, Barry? Ei!
...

Fui até Star City. Precisava dizer o que aconteceu a alguém.

Entrei no esconderijo de Oliver para falar com Felicity.
— Barry?
— Então... eu apaguei tudo. Coloquei tudo de volta no lugar. Mas certas coisas não são as mesmas. - falei, sem parar.
— Ei, vai com calma. Respire. Está falando muito rápido.
— É.
— O que houve?
— Eu ferrei com tudo, Felicity. E não sei se posso concertar dessa vez.

Expliquei tudo sobre o Flashpoint a Felicity, que me olhava confusa.
— Ok. Deixe-me raciocinar. Você... viajou no tempo.
— Sim.
— Impediu o Flash Reverso de matar a sua mãe, com isso criou uma realidade alternativa onde seus pais estavam vivos.
— Isso.
— Então você restaurou a linha do tempo, voltou três meses depois do momento de onde saiu, como se os três meses que passou no Flashpoint fossem os que passaram aqui e viu que tudo estava diferente?
— Isso aí.
— Igual como acontece quando você viaja no tempo? As coisas mudam assim?
— Não. Digo, não assim. Não como... Eu não sei, Felicity. Não sei o que vou fazer.
— Ok, que tal me dizer o que mudou. E, talvez, possamos tentar resolver. - Felicity sentou.
— Bem... Pra começar, hoje pela manhã, tive de lidar com um ladrão e depois de acabar com ele, fui para o STAR Labs e lá descobri que o Cisco está... chateado comigo.
— Por que? O que aconteceu?
— O Dante, irmão dele, morreu. Ele me pediu que voltasse no tempo para salva-lo, mas eu recusei.
— E você não lembra disso?
— Não.
— Ok. Continue.
— O Joe e a Iris não se falam mais... Ela não o perdoou por ele ter escondido que a mãe dela estava viva. E também tem a Daphne... Antes de eu voltar no tempo ela tinha... morrido.
— Como assim?
— O Alex. O tiro que ele deu nela.
— É... Ela quase morreu, na verdade. Mas continue.
— Eu tenho um colega de trabalho que divide a minha sala comigo a quase um ano. E, aparentemente, ele não gosta muito de mim. E eu não faço a menor ideia de quem é ele.
— Como ele não gosta de você? É impossível, todos gostam de Barry Allen. Você é igual a pudim. Todo mundo gosta de pudim
— Nem todo mundo.
— Nossa. - Felicity levantou, parecia nervosa. - Ok. Que tal dizer o que não mudou?
— Que tal Wally ainda faz faculdade de engenharia.

Felicity me olhava incrédula.
— Ok. Que tal eu te ajudar.
— Tá.
— Você e Daphne eram noivos?
— Sim.
— Ahm... Você sabe que a mãe dela morreu, não é?
— O quê? Quando?
— Uau, Barry. - Felicity respirou fundo. - Ela morreu a alguns meses atrás. A Daphne até saiu de casa por se sentir culpada pelo acidente.
— Eu... não sabia.
— Certo... Convenhamos que tudo isso é um problema. Sei que é muita pressão, mas tudo vai ficar bem.
— Eu ferrei com a vida de todos.
— Talvez devesse contá-los.
— Não posso. Como isso vai ajudar? Só vai piorar. Não sei como consertar isso.
— Você vai descobrir. Se tem algo que aprendi com você é que com você tudo é possível.
— Por que? Porque sou o Flash?
— Não. Porque você é Barry Allen, o amado e querido Barry Allen que todos gostam. O Barry Allen que é como pudim... Pode consertar isso. Então vá consertar isso.
— É. Você está certa.
— Agora! - Felicity apontava para a saída.
— Agora?
— É!
— Obrigada, Felicity.
...

Passei alguns dias pensando sobre a minha conversa com Felicity e acabei tomando uma posição.

Entrei no STAR Labs decidido do que ia fazer. Ia contar tudo o que aconteceu. Seria arriscado, mas eu precisava.
— Pessoal, eu chamei todos vocês aqui porque preciso contar algo que aconteceu.
— O que foi, filho. - Joe disse.

Respirei fundo.
— Eu voltei no tempo e salvei a minha mãe. E talvez eu tenha mudado alguns eventos que aconteceram, como a Iris não ter perdoado o Joe... A morte do irmão do Cisco e... A da mãe da Daphne.
— O quê? - ela disse confusa.
— Eu sinto muito pessoal.
— Então você pode ter causado a morte da minha mãe?
— Eu... eu não sei...
— Como pôde? - Daphne se aproximou de mim. - Como acha que pode simplesmente sair por aí, mudando as nossas vidas.
— Eu não queria...
— Por quanto tempo planejava não dizer a todos nós sobre o que aconteceu? - sua expressão era de raiva.
— Eu sinto muito.
— Por meses eu me senti culpada pelo que aconteceu. Até da casa do meu pai eu sai por não conseguir sequer olhar nos olhos dele sem lembrar do que eu tinha feito. - Daphne tinha a voz embargada. - Você matou a minha mãe, Barry e agora vai ter que viver com isso. - ela disse, saindo da sala.
— Daphne, espera. - segurei seu braço.
— Me solta. - ela me olhava furiosa, indo embora.