Passei a noite pensando sobre aquilo e no dia seguinte resolvi juntar o time. Levei Wally, Iris, Daphne e Caitlin para as Industrias Ramon, onde Cisco, agora milionário, era dono.
— Mas que diabos...
— Quem é você? - Iris perguntou, já que eu estava com o meu traje do Flash.
— O homem que vai ajudar vocês a deter o Rival. - disse tirando a máscara.

Contei tudo a eles, sobre o Flashpoint.
— Então, dá para perceber pela cara de vocês que não acreditam em mim.
— Acreditamos que você é um velocista, mas vai ter que explicar a parte do Flashpoint de novo. - Wally disse.
— Ok. Vou tentar simplificar dessa vez. Eu voltei no tempo e impedi o Flash Reverso de matar a minha mãe e com isso, criei uma realidade totalmente alternativa, onde você é o Kid Flash.
— O Flash! - Wally me corrigiu.
— Kid Flash. - Cisco e Iris disseram, juntos.
— E o Cisco é bilionário.
— Então há uma linha do tempo em que não sou rico? Há uma falha no universo.
— Sem ofensa, minha vida é a minha vida. Não começou há três meses atras, ok. Eu sempre fui eu.
— Não sei o que te falar, Wally. É complicado.
— Mesmo que acreditemos em você, por que nos dizer isso agora? - Iris perguntou.
— Porque... tenho escondido de vocês por muito tempo. O Rival precisa ser detido. Eu já detive vilões... E todos nós podemos o deter juntos.
— Posso o deter sozinho.
— Por que ainda não fez?

Wally não soube responder.
— Bem, isso não me interessa. Não sei quantas vezes terei que repetir, já fiz minha parte para ajudar o país. - Cisco disse.
— Caitlin. Você é uma cientista. Precisamos de você.
— Eu não sou cientista.
— Não?
— Eu sou oftalmologista.
— Médica de olhos?
— Pediátrica.
— Barry, podemos conversar a sós? - Daphne disse.
— Claro.

Saímos da sala, indo para um lugar mais reservado.
— Olha, eu sei que é dificil de acreditar...
— Não. É justamente isso, Barry. Eu acredito em você.
— Você... acredita em mim?
— Sim. Sabe, Barry, eu sinto que era pra mim ter raiva do Wally por ele ter escondido de mim que ele é o Flash, mas eu não consigo... Eu não sei... Ele é o meu namorado, eu deveria ficar chateada por ele ter escondido algo tão importante de mim, mas... é como se isso não me afetasse... é como se eu não...
— O amasse de verdade...?

Ela me olhava confusa.
— É...! - a confusão estava explicita em seu rosto. - É! Eu não amo o Wally. - ela dizia para si mesma. Parecia surpresa.
— Eu sinto muito.
— Eu só estava com ele por gratidão. Ele é um cara legal, eu gosto dele, mas nunca foi amor de verdade. Eu sempre soube, mas nunca quis admitir...

Ela olhava para mim agora.
— Você tirou as palavras da minha boca. É como se...
— Eu te conhecesse bem...?
— É! - Daphne fez uma pausa. - Barry, eu posso te perguntar uma coisa?
—Claro!
—Nessa outra...realidade, nós eramos próximos?
— É, nós éramos.

Expliquei tudo o que aconteceu entre nós à Daphne.

— Nossa! Agora tudo faz sentido, de uma forma bem louca, mas faz. Essa ligação que eu sentia com você... é porque nós estávamos juntos nessa outra... realidade.
— É.

Daphne me olhava de uma forma diferente.
— E então eu morri lá...
— É. Os enfermeiros estavam tentando te salvar quando eu saí de lá. Mas já era tarde.
— Você me amou, Barry?
— Claro! - disse colocando minha mão em seu rosto. - Eu até te pedi em casamento.
— Sério? - ela estava com lágrima nos olhos. - Sabe, eu sempre quis alguém para amar de verdade. E pelo que eu sinto, eu te amei, não foi?
— Sim!

Nos olhamos por alguns instantes. Me aproximei dela, mas logo em seguida ela recuou.
— Me desculpa. - ela disse colocando a mão na cabeça. - É que o Wally... Nós ainda estamos...
— Sim, claro. Me desculpe.
— Mas talvez nós possamos conversar depois... Nos entender...
— Eu gostaria muito...
— Ei. - Cisco veio atrás de nós. - Achamos algo.

Fomos até o salão principal ver o que estava acontecendo.
— A pediatra acabou de ter uma boa ideia.
— Sempre pensei por que ninguém faz com que as câmeras da cidade detectem velocidades supersônicas, como um sistema de alerta já construído. - Caitlin disse.
— Então reprogramei as câmeras. E... - Cisco mexia no computador,procurando por algo.

Enquanto isso, percebi que Daphne e Wally conversavam em um canto afastado.
- Aí está o seu Rival. - Cisco disse, tirando minha atenção deles. - Na serraria velha em Williamson.
— Ei, Wally. Vai me seguir? - disse.
— O Flash não segue ninguém. - ele disse, um pouco emburrado.
— Ouça-o Wally. Ele é o Flash. - Iris o alertou.

Fomos até a serraria e, com certeza, Rival estava por ali.
— Certo, olhe. Eu vou até ele, você o ataca num angulo de 90 graus. Quando ele te atacar, ele fica invulnerável para mim. Quando me atacar...
— Eu entendi. - Wally disse, impaciente.

De repente um raio vermelho veio até nós.
— Como achou esse lugar, Flash?
— Vou chutar todo o seu traseiro. - Wally disse.
— Tem dois de vocês agora? Ok. Isso era para me dar medo?
— Você se cagar de medo não cairia mal.
— Eis o quão morrendo de medo eu estou de vocês.- Rival tirou sua máscara, revelando sua identidade. - Meu nome é Edward Clariss. Rivais deveriam saber o nome do outro. Também podem dizer o de vocês, já que não vão sair daqui vivos. Quem é você?
— Eu? - disse. - Sou o Flash. É tudo que precisa saber.
— Depois que eu arrancar o couro da sua pele, eu saberei quem você é. Apenas outro impostor que pensou que poderia me derrotar. - ele colocou sua máscara de volta. - Então, quem quer conhecer a Força de Aceleração primeiro?

Wally começou a ir em direção a Rival.
— Kid Flash, fique em posição.
— Posso dar conta dele. Eu cuido disso.

Rival e Wally começaram a lutar. Num determinado momento, quando Wally conseguiu derrubar Rival no chão, ele deu as costas pro inimigo e quando menos esperamos, Rival se levantou, enfiando um pedaço de madeira no peito de Wally.
— Wally! - fui até ele - Você vai ficar bem, ok? Você vai ficar bem. Eu vou te tirar daqui.

Corri com Wally até as Industrias Ramon.
— Ai, meu Deus! - Iris disse, assustada quando viu o irmão mal.

Cisco e Caitlin levaram Wally para o laboratório, cuidado dos ferimentos dele. Iris se juntou a eles.
— Eu sinto muito!
— Será que ele vai ficar bem? - Daphne disse, preocupada.
— Claro que sim. Wally é um velocista. Ele vai se recuperar.

Na verdade eu não poderia estar mais enganado.

Instantes depois fomos vê-lo e ele não estava nada bem.
— Os sinais vitais estão baixos. Ele perdeu muito sangue.
— Ele deveria estar se curado rapidamente. - disse. - É uma das vantagens de ser velocista.
— Ele não está. Sinto muito. - Caitlin disse. - Preciso ir.
— Claro.

Vi todos saindo da sala, ficando apenas eu, Daphne e Iris.
— Pensei que pudesse melhorar as coisas. Mas tenho que pagar um preço pela felicidade. - disse, saindo da sala.
— Barry. Ei, Barry. - Daphne disse, vindo atrás de mim. - Aonde você vai?
— Consertar as coisas.
...

Entrei em casa e vi meu pai e minha mãe, lendo um jornal e rindo.
— Oi, gente.
— Ei, batedor!
— Tudo bem, Barry?
— Sim, só... Queria vê-los mais uma vez.
— O que isso significa?
— Nada. - engoli o choro. Como era difícil deixa-los para trás.

Minha mãe olhava para o meu pai, preocupada.
— Os últimos três meses foram os melhores. Só por ter passado um tempo com vocês. Eu só... queria que soubessem o quanto sou grato à vocês... por ser seu filho.
— Barry você está me assustando. - minha mãe disse.
— Não... não há o que temer. Prometo. - a abracei forte.

Olhei para o meu pai e lembrei da dor que senti quando Zoom o matou.

Uma batida na porta me fez sair de todos aqueles pensamentos. Enquanto eu me despedia do meu pai, minha mãe foi atender a porta.
— Barry? - ela disse. - Tem uma mocinha aqui te procurando.

Fui olhar quem era e me deparei com Daphne, bem ali. Fiquei surpreso.
— Oi. - ela disse insegura.
— Oi!

Passamos um instante apenas nos olhando, sem ao menos dizer uma palavra.
— Você não quer entrar? - minha mãe disse, rompendo o silêncio.
— Obrigada, sra. Allen, mas eu só... queria falar um pouco com o Barry.
— Mãe, eu já vou, ok. Eu... amo vocês dois.
— Nós também, meu menino lindo. - ela me deu um beijo no rosto. - Até mais tarde.

Meu coração se partiu ao ouvir aquilo.
— Até. - menti.

Enquanto eu e Daphne caminhávamos pela rua, ela perguntou.
— Eles não sabem?
— Não.
— Eu sinto muito.

Olhei para Daphne e ela tinha um olhar triste.
— Como sabia que eu estava aqui?
— Eu não sabia.
— O que quer falar comigo?
— Eu... Eu não sei, na verdade. - ela riu. - Mas acho que entendi o que você quis dizer com consertar as coisas.

Paramos de caminhar e ficamos de frente um para o outro. Não me contive e coloquei minhas mãos em seu rosto. Ela fechou os olhos, colocando suas mãos por cima das minhas.
— Eu ia gostar de poder ficar mais tempo assim, com você. - ela agora me olhava.
— Era o que eu mais queria.

A tensão entre nós só aumentava. Eu sentia as suas bochechas esquentando entre as minhas mãos.
— Antes de tudo isso acontecer com o Wally, eu conversei com ele. Nós não temos mais nada. Apesar de tudo isso não ser real... Eu não me sentiria bem em estar enganando ele.

Eu ri.
— Não seria você se não fizesse isso. - coloque uma mecha do seu cabelo para trás. - Honesta, querendo o melhor para todos que ama, fazendo sempre o que acha certo... Você é... especial!

Me aproximei ainda mais dela, colocando uma das minhas mãos ao redor de sua cintura e a outra passando pelo seu pescoço, a trazendo para um beijo. Foi como se eu estivesse a beijando pela primeira vez.

Segundos, talvez minutos se passaram naquele beijo. Quando finalmente recuamos, vi sua expressão oscilar entre felicidade e tristeza.
— Talvez eu esteja sendo uma vaca por estar sendo feliz por alguns instantes, mesmo sabendo que Wally está mal.

Eu ri.
— Não, você não é.
— Lembra no restaurante, quando eu te disse que tinha a sensação de que algo não estava certo na minha vida? - ela falou.
— Claro.
— Pois é... Ela começou a surgir no momento em que eu te conheci. - os seus olhos começaram a ficar marejados.
— Ei. Olhe para mim. Eu...

Algo estava errado. Minha visão estava confusa. Não conseguia me manter em pé.
— Barry? Você está bem? - Daphne me segurava, tentando me manter em pé.
— São aquelas memórias indo embora novamente. Está piorando. Temos que nos apressar antes que seja tarde demais.

Guiei Daphne até o galpão, que mesmo assustada, me levou até lá.
— Tendo um dia ruim, Bar. - Thawne disse, da sua cela.
— Precisamos voltar no tempo. Até aquela noite.
— Para fazer o quê?
— Sabe o que preciso que faça.
— Sei. Mas quero ouvir você dizer.
— Preciso que mate a minha mãe.
— Com prazer. - O seu olhar era de vitorioso. Tinha raiva daquilo.
— Eu te odeio.
— E eu odeio você.

O soltei e em seguida fui me despedir de Daphne.
— Parece que tudo que posso fazer é te desejar sorte. - ela disse, triste.
— Eu preciso ir.
— Eu sei. - seus olhos verdes me olhavam e eles tinham ainda mais vida agora.
— Eu te amo!

A beijei pela última vez e segui Thawne. Ele nos levou até a noite em que tudo aconteceu, matando a minha mãe e depois me levando até o futuro, exatamente três meses depois.
— Aqui estamos. As coisas voltaram a ser como deveriam. Para mim pelo menos. Já para você... Nossa. Acredito que só precise esperar para descobrir. - Thawne disse.
— O quê? O que isso quer dizer?
— Te vejo em breve, Flash. - ele saiu correndo.

Entrei na casa de Joe e lá estava ele e Wally. Ao ver Wally ali, bem, não me contive e o abracei.
— Por que o abraço? - ele disse, desconfiado.
— Só feliz que esteja aqui.
— Você está bem? - Joe disse, preocupado.
— Estou. Agora estou.
— Que bom, filho. - Joe me estendeu um copo de bebida.
- Onde está a Iris?

Joe me olhou incrédulo.
— Isso não é engraçado, Barry. - ele disse, magoado. - Vejo vocês pela manhã. - concluiu, saindo da sala.
— Por que ele falou aquilo? - perguntei a Wally.
— Está de sacanagem? Onde esteve nos últimos meses? - ele disse impaciente. - Sabe que Iris não está aqui.
— O quê?
— Eles não se falam, Barry. E você sabe disso. - Wally disse, indo atrás de Joe.

Sentei no sofá, sem acreditar no que estava acontecendo.
— Deus, o que eu fiz?!