Save Me

Você não tem chance


Era noite em Coast City, depois de um longo e agitado dia de trabalho, Carol Ferris chega em casa. Superman lhe ofereceu um belo e caríssimo apartamento de luxo em Metrópolis a poucas quadras da sede, mas ela escolheu ficar Coast City, pois se sentia mais a vontade junto dos seus. Apesar de morar sozinha em um pequeno apartamento no centro da cidade gostava de ficar na cidade onde nasceu e cresceu. Esta cidade sempre lhe trazia boas lembranças, principalmente daquele que roubara seu coração: Hal Jordan. Por mais que ainda estivesse magoada com ele sentia sua falta e desejava saber onde ele estava, o que ele estava fazendo, com quem estava... Mas agora aquilo não lhe competia mais. Talvez ele já esteja com outra.

Depois de ter tomado um banho demorado, Carol pegou sua bolsa que havia deixado na sala e pegou uma pasta de arquivos e mídias que havia encontrado no arquivo morto da sede. Durante o ataque de Atlantis, Carol ficou na sala do arquivo morto que se localizava no subsolo. Ela resolveu pegar aquela pasta, pois o seu título lhe chamara a atenção, estava escrito: Investigação Morte de Lois. Carol achava estranho, pois aquilo deveria pertencer a polícia, mas estava no arquivo morto. Apesar de todos saberem quem foi o assassino e com tudo foi resolvido, era estranho ter um arquivo como aquele.

Carol começou a folhear cada página, percebeu que não havia nenhum brasão e nem um símbolo da polícia. Era uma investigação feita por algum profiler ou um simples curioso. Nas primeiras páginas havia o que todos já sabiam: Como foi a morte de Lois. Depois a descrição de cada envolvido: Coringa e Harley Quinn. Mas quando Ferris virou a página que descrevia o perfil da Harley havia o perfil de uma terceira pessoa e Carol fez uma cara de espanto ao ver quem era. Olhou bem a foto da suspeita e não tinha dúvidas, era Diana Prince: A Mulher-Maravilha. Mas porque ela queria a morte da Lois? Carol se perguntava perplexa. No item que estava escrito o possível motivo do homicídio se via: ciúmes de Superman. Naquele momento Carol sentiu uma pontada em seu coração e lembrou-se do que Cyborg lhe alertara, a voz dele ecoava em sua mente dizendo para ela não ter nada com Kal-El, pois despertaria a ira da amazona. Será que ele sabe dessa investigação? Perguntou-se. Pegou o celular para ligar para Victor, mas sabia que ele podia estar sendo vigiado. Comprometeu-se de no dia seguinte conversar com ele sobre o assunto em um local mais seguro.

(...)

Todos da insurgência se reuniram naquela noite, inclusive Batman, para falar sobre o ataque de Mera. Aquilo preocupava a todos, pois o exército de Atlantis foi praticamente devastado pelo Regime.

— Pra mim aquilo foi uma tremenda covardia – disse Barry estarrecido – eram cinco contra uma, não foi justo.

— Mera é muito impulsiva – confirmou Selina enquanto mexia em suas unhas — ela contou que seu poder junto com o exercito de Atlantis daria conta.

— O pior é o Arthur ir contra a própria esposa! – disse Hal como se estivesse desabafando.

— Tenho pena de Mera, queria poder vê-la – disse Kara olhando para a janela.

Bruce se levantou de onde estava chamando a atenção de todos para ele e disse:

— Por esse combate que houve hoje de manhã pudemos ver do que Superman e seus lacaios são capazes de fazer. Apesar de estarmos em vantagem contra o regime pelo número de metahumanos reunidos, ainda não podemos contar com isso. O povo de Atlantis é bem desenvolvido, levaram suas melhores armas. Mas foram derrotados da forma mais covarde. Temos que ser mais estratégico, estudar cada inimigo e sermos cautelosos, como vocês foram no meu resgate.

— O bom é que temos o Cyborg do nosso lado – disse Estelar cruzando os braços e com um sorriso no rosto – E a Jéssica Kim num esconderijo de cristãos em Metrópolis.

— Precisamos de mais pessoas lá fora para nos ajudar – murmurou Wayne enquanto olhava para a luz da lua refletindo na janela.

(...)

Amanheceu em Metrópolis, Carol chegou cedo e ficou em sua sala adiantando alguns trabalhos que se acumularam devido à confusão de ontem, mas o que vira na noite anterior não saia de sua cabeça. Olhou para o telefone e disse consigo mesma:

— Preciso chamar Victor aqui senão nunca conseguirei trabalhar em paz.

Discou o ramal de Stone e pediu para que ele viesse em sua sala. Por tele transporte ele chegou rapidamente. Ao vê-lo aparecer na sala, Carol se levantou e se aproximou dele tocando em seus ombros, sua feição era de desespero, o que despertou a preocupação de Victor que perguntou:

— O que aconteceu, Carol?

Ferris engoliu seco e pediu para que ele se sentasse. Os dois se sentaram em um sofá de dois lugares, Carol iniciou:

— Preciso que você me encontre num local seguro. Que ninguém nos ouça.

Cyborg ficou atônito e perguntou:

— Por quê? Fala o que aconteceu.

— Tenho medo de dizer aqui no prédio – sussurrou Carol com um tom de medo na voz.

Cyborg percebeu que Carol descobriu algo grave sobre algum membro do regime, tinha um palpite, mas não arriscou. Olhou para um relógio de corda que decorava a sala e perguntou:

— Pode ser na sua casa? Hoje à noite?

— Isso é um encontro? – perguntou Carol franzindo a testa.

Victor riu e perguntou:

— Então era uma piada isso que você me disse?

— Não – respondeu Carol desmanchando o sorriso que se formara antes – Antes fosse, mas não posso dar mais detalhes aqui – se levantou e anotou em um papel o endereço dela e colocou na mão de aço de Victor.

— Não tem como você me adiantar algo? – perguntou Victor se levantando.

— Aqui não – respondeu Ferris se virando para ele – Me encontre às oito horas da noite em casa.

Percebendo que fora vencido Cyborg respondeu:

— Como quiser senhorita Ferris.

(...)

Cyborg chegou no horário combinado com Carol e sem delongas ela pegou a pasta que encontrou e entregou nas mãos dele. Ele ficou observando a pasta e ao olhar o título logo sentiu que lhe era familiar. Sentando-se, Victor começou a olhar todas as folhas e ler por cima o que estava registrado, o que ele custou para acreditar foi a descrição da terceira suspeita no caso da morte de Lois.

Carol prestou atenção em cada expressão na face de Cyborg e sentia que ele sabia de algo a mais. Ela arriscou:

— Você tem ideia de quem tenha feito essa investigação às escuras?

Cyborg se levantou, pigarreou e pensou no risco que correria em dizer a Carol que fazia parte da insurgência com espião dela. Perguntou balançando a pasta:

— Por que você quer saber quem fez isso?

— Essa pessoa deve saber demais, pode ser que Diana não seja tão boazinha assim. Quero saber a quem estou servindo realmente. Pode ser que Superman e Diana já tenham tido um caso muito antes da morte de Lois e esse crime bárbaro tenha sido motivado por isso. O que você acha, Victor?

Stone ficou sem saber o que dizer. Mas a certeza ele tinha é de quem tinha feito toda aquela investigação.