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Frente ao inimigo


Sede do Regime

Victor estava em uma das salas de controle que ficava no subsolo da sede do governo. O local era bem iluminado com luzes de LED, com piso de uma cor escuro e lustroso, paredes a base de chumbo e aço pintadas de cinza. Victor acabara de falar com a insurgência quando Robin surge em uma das portas dizendo:

— Você vai conosco.

— Quem determinou isso? – perguntou Stone enquanto digitava em um dos computadores

— Mulher- Maravilha!

— Vocês já tem o Batman com vocês, não é o suficiente?

— Ele é só um robô, Cyborg.

— E eu também não sou?

— Você sabe bem do que eu estou falando – disse Robin já irritado.

— Diga a ela que decidi ficar – respondeu Cyborg sem olhar para Robin – trabalho melhor à distância nesses casos.

— E se ela não concordar?

— Já falei com Superman e ele falou que está tudo bem eu fica aqui. – falou Victor com um leve tom de impaciência na voz.

Robin percebeu que estava o incomodando e retirou-se da sala meio desconfiado. Enquanto isso Cyborg começou a acionar as câmeras do estacionamento do shopping abandonado, que outrora havia consertado com a ajuda de alguns técnicos terceirizados. Ele acionou uma e logo pode ver um ângulo de grande alcance de um dos andares do estacionamento, podia ver também alguns usuários de drogas que perambulavam por ali. Victor colocou uma das mãos na boca e disse em seguida:

— Tanta vida pra salvar e o Superman preocupado em caçar a insurgência.

Centro de Metrópolis

Prédio de shopping abandonado

O céu estava nublado, um clima de tensão pairava no ambiente. Harley junto com Victor e Hal fizeram um planejamento estratégico colocando cada integrante em sua posição. Cada um tinha uma escuta para que seguissem as coordenadas de Stone enquanto ele estava na sede vendo as câmeras.

Enquanto todos estavam já dentro do prédio, Hal estava junto com Floyd na entrada sul observando tudo ao redor e procurando um ponto para fixar o olhar, parecia preocupado pensando em algo. O Pistoleiro perguntou:

— O que está procurando?

— Não é nada – respondeu Hal com a voz com um tom de nervosismo – acho que o tempo não vai colaborar muito para essa missão.

— Você acha mesmo que a trupe do Superman vai desistir de matar os traficantes daqui por causa de uma chuvinha que ameaça vir? Vocês da Liga da Justiça sempre trabalharam debaixo de qualquer condição climática.

A colocação de Floyd fez com que Hal sentisse uma pontinha de saudade dos velhos tempos, olhou uns instantes para o chão e engoliu seco, uma comoção lhe veio e disse após respirar fundo:

— Realmente só o tempo revela quem nós realmente somos.

— Sim – respondeu Floyd olhando para cima – Eles podiam se autodenominar a Liga da Injustiça.

A conversa foi interrompida com Cyborg na escuta:

— Galera, eles chegaram. Estão no terraço e descendo a pé pelo prédio.

— Bruce está com eles? – perguntou Floyd arrumando uma de suas metralhadoras.

— Sim – respondeu Cyborg – Está do lado da Mulher-Maravilha.

— Certo – respondeu Hal com prontidão – entraremos no prédio agora.

Em seguida Jordan e Lawton entram no prédio. Com o anel Hal ilumina o ambiente antes escuro, um odor de maconha junto com dejetos humanos invadia o ambiente fazendo Jordan tampar o nariz. Floyd solta uma risada e diz:

— Você deveria ter vindo com o seu capacete espacial.

— Ele seria primordial nessas horas – respondeu Hal prosseguindo.

(...)

Harley, Hera e Capitão Frio, batizados como a equipe 2 estavam no terceiro andar enquanto Chetaah estava no andar superior como olheira. Com seu jeito hábil ela escalou alguns restos de parede e ficou em cima de uma viga de madeira conseguindo ter uma boa visão do alto daquele andar, ela ouviu alguns passos e conseguiu ver Diana e Bruce caminhando lentamente a procura dos traficantes. De repente ouviram-se gritos de desespero no andar de cima depois alguns passos Robin surgiu na frente de Diana com sua katana respingada de sangue. Diana perguntou:

— Matou quantos?

— Quatro.

— Eram traficantes?

— Não dá para saber. Para garantir estou matando os suspeitos, assim não a como eles se esconderem.

Diana coçou a cabeça, olhou para Bruce deu uma risada e disse:

— Vamos dizer que nos defendemos e acabamos por matar esses pobres coitados. Batman não irá dizer nada a ninguém.

Robin anuiu com a cabeça.

Chetaah ficou sem palavras diante do que acabara de ver e ouvir. Cyborg chamou-a na escuta:

— Está tudo bem, Chetaah? Viu algo?

— Eles estão matando os usuários também – respondeu Chetaah sussurrando – eles vão mentir dizendo que apenas se defenderam deles.

A felina pode ouvir a respiração aflita de Cyborg do outro lado da escuta, ele disse:

— Escuta. Jéssica está quase conseguindo decodificar o aparelho que controla o Batman. Fique onde está.

— Depois do que ouvi será difícil.

— Sei que é, mas se mantenha firme. Eles estão no quarto andar?

— Estão descendo para onde Hera, Harley e Frio estão.

— Vou avisá-los. Quando eu mandar vá para lá.

— Entendido Stone.

Enquanto isso a equipe 2 estavam em posição de ataque, Diana e sua equipe estavam descendo para o terceiro andar quando se depararam com um vulto avermelhado passando diante deles e um gás esverdeado começou a invadir o ambiente. Flash era responsável pelo vulto enquanto Espantalho soltava o gás.

— O que é isso? – Se perguntou Robin se sentindo confuso com aquela situação.

Batman estava parado no lugar com seu olhar vidrado como uma estátua. Diana rugiu:

— Identifique isso, Batman?

Ele não respondia, apenas abaixou a cabeça, colocou as mãos na fronte e se ajoelhou. Diana segurou o braço dele preocupada e perguntou a ele:

— O que há com você?

Ela foi surpreendida com um chute na boca. Um pouco zonza a amazona olhou para trás e viu Harley mascando um chiclete e segurando uma marreta de madeira dizendo:

— Sempre quis fazer isso.

Em seguida Mulher-Gato apareceu desferindo outro chute na boca do estômago de Diana fazendo-a gemer. Robin estava desmaiado depois de um beijo recebido por Hera Venenosa, Frio estava congelando-o para ganhar tempo. De repente Batman soltou um brado e desmaiou. Diana com dificuldade foi se arrastando em direção a Bruce, mas Pistoleiro deu uma coronhada na nuca da amazona fazendo-a desmaiar.

Depois dos inimigos ali terem sido abatidos, Hal foi em direção a Bruce e verificou a sua pulsação. Disse com um pouco de preocupação:

— Ele está respirando com dificuldade.

De repente Cyborg disse na escuta:

— Levem Bruce para o esconderijo. Jéssica conseguiu hackear o sistema de Brainiac. Batman está livre.

Todos ali presentes respiraram aliviados.

Com um dispositivo dado por Cyborg todos se tele transportaram para o esconderijo deixando apenas Robin e Diana inconscientes no local.

(...)

Como Kara não sabia mexer nos dispositivos dispostos, ela resolveu ficar no terraço admirando o anoitecer, as primeiras estrelas surgindo, o piar tímido de uma coruja podia se ouvir ao longe. Seu coração estava preocupado com medo de perder alguém nessa missão e de Bruce não ser resgatado. Iroque foi até ela e disse com uma suave voz:

— Sei que você passou por muitos medos nesses últimos dias. Mas você precisa ter fé.

— Eu tenho fé, Iroque – respondeu Kara se virando para ela – mas está difícil...

Um barulho estranho se fez ouvir na sala da casa, as duas correram até lá e se depararam com toda a insurgência ali e Bruce inconsciente nos braços da Estelar. Os olhos de Kara se encheram de lágrimas ao vê-lo. Selina disse:

— Ele está livre!

Hal se comoveu ao ver Kara daquela forma, sentiu vontade de abraça-la, mas se conteve. Os olhos de Kara e Hal se encontraram rapidamente, mas ele desviou e disse:

— Precisamos arrumar um local para Bruce se recuperar.

— Vamos leva-lo ao quarto de baixo – disse Selina guiando Estelar para o subsolo da casa.

Kara ia acompanha-las, mas sentiu um toque em seu ombro. Quando se virou era Hal que disse:

— Preciso falar com você.