Diana se recuperou dos golpes que levara de alguns insurgentes, olhou em volta e viu alguns adictos que estavam ao seu redor, estavam como animais acuados, mas curiosos em saber o que aconteceu naquele local. Damian ainda estava um pouco atordoado devido ao efeito do veneno que Hera deixou em seu organismo.

— Está tudo bem, Robin? – perguntou a amazona.

— Acho que vou melhorar – respondeu Robin apoiando-se em Diana para se levantar – Onde está meu pai?

Diana respirou fundo e respondeu:

— Ele se foi.

Damian colocou a mão na cabeça e perguntou em tom de desespero:

— Como vamos chegar ao Superman sem o Batman?

— Pode deixar que eu cuido disso. – respondeu Diana com uma voz segura.

— E o que faremos com esses aqui? – perguntou Damian enquanto apontava para os adictos.

— Vamos embora e depois veremos o que fazer.

Assim que disse isso Diana se levantou, segurou Damian pela cintura e saiu planando como um pássaro até sair da visão dos homens que ficaram no prédio abandonado.

(...)

Clark olhava para Damian e Diana desolado, não sabia o que falar. Havia perdido o controle de Batman, o sistema de Brainiac foi perdeu suas funções devido a uma ação de hackers desconhecidos. O homem de aço ficou em silêncio por alguns instantes, de repente bateu com o punho cerrado em cima da mesa de madeira maciça que fez uma rachadura de tamanho considerável, isso fez com que Maravilha e Damian se assustassem. Os olhos azuis de Clark voltaram e penetravam os olhares de seus súditos, Damian desviava o olhar para evitar algum conflito.

— Como vocês perdem o Batman de uma maneira tão ridícula? – perguntou Superman com um tom inconformado.

— Só tínhamos eu e Damian ali, Kal – respondeu Diana encarando o auto conselheiro – Estávamos em desvantagem. Foi um ataque surpresa, não estávamos preparados.

Superman foi até a janela e ficou olhando a grande Metropolis do alto, um silêncio tomou conta do ambiente fazendo o coração de Damian ficar aflito pela primeira vez diante de Clark. Pensou em falar algo, mas se conteve. Até que Superman disse virando-se para os dois:

— A não ser que tenhamos um informante aqui dentro.

— Está desconfiando de nós, Kal? – perguntou Diana endireitando-se.

— Eu não disse nada, amazona – respondeu Kal com um sorriso sarcástico nos lábios – às vezes um amor filial é capaz de ir até contra os seus superiores.

Damian logo entendeu que Superman estava desconfiado dele. Cerrou os dentes e fechou os punhos dizendo:

— Eu nunca lhe trairia, Superman.

Clark deu uma risada, aproximou-se lentamente de Damian e ficou de frente a ele, segurou a cabeça dele e pode ver uma confusão no olhar do jovem. Deu um sorriso e disse:

— Eu sei que você é leal a mim. Não se preocupe.

Clark se afastou dos dois passando os dedos sobre sua mesa, tirou a poeira que ficou sobre seus dedos e disse:

— Adão Negro ficará responsável na caça ao Batman. Ele deve estar junto com a insurgência e se o pegarmos já sabe.

Damian engoliu seco e respondeu:

— Entendido.

Diana deu um passo à frente e encostando a mão na mesa perguntou:

— Enquanto ao suposto espião? O que faremos?

— Eu vou bolar um plano para pegá-lo, mas preciso de tempo – respondeu Superman olhando Metropolis pela janela – Foi uma surpresa e tanto, preciso pensar.

A amazona deu um passo atrás e respirou fundo, olhou de relance para Damian que permaneceu de cabeça baixa desde a ultima colocação de Superman. Este se virou para os dois e disse:

— Podem-se retirar!

Damian fez uma vênia e saiu da sala, Diana permaneceu onde estava. Superman voltou a sua contemplação a Metropolis. Diana aproximou-se mais de Clark, colocou a mão em seu ombro e ele disse virando-se para ela:

— Eu disse para vocês saírem.

Diana ficou surpresa com a reação de Kal e saiu da sala a passos firmes.

(...)

Hal e Kara foram para fora da cabana. Uma brisa fresca batia nos dois trazendo o aroma da dama-da-noite. Jordan vendo o cabelo de Kara disse:

— Não falei antes, mas até que você combina com essa cor de cabelo.

Kara deu um sorriso amarelo, mas logo o desfez e perguntou:

— O que você quer falar comigo?

— Bem, eu queria me desculpar pelo que aconteceu na noite de ontem.

Kara não queria lembrar, mas era inevitável. Ela pensava que ele jamais ia lembrar, mas lembrou do que aconteceu na noite anterior, isso a deixou com uma ponta de esperança. Kara disse em tom de nervosismo:

— Está tudo bem. Eu... Deixa pra lá.

Hal deixou formar em seus lábios um sorriso e perguntou:

— Deixar pra lá o que?

— Nada Hal! São os meus devaneios de adolescente. Você vai pensar que estou louca.

— Pode falar Kara – disse ele rindo – não vou rir de você.

Kara sentia uma imensa vontade de falar sobre o que sente, mas para ela isso seria patético. Hal ainda gostava da Carol Ferris e Kara já estava ferida por um amor não correspondido, não via a necessidade de tocar no assunto. Por mais difícil que fosse tentaria esquecer Jordan. Este insistiu:

— Eu percebi como você ficou ao saber que amo a Carol.

Kara engoliu seco e pode ver que tudo o que ela sentia estava perdido. Sentiu uma imensa vontade de chorar, mas não deu esse gosto para ele e respondeu engolindo o choro:

— Pois eu peço que esqueça isso... Desejo... Que você recupere o amor dela.

Uma tímida lágrima brotou em um dos olhos de Supergirl ficando perceptível para Hal. Ele também estava confuso ainda mais depois do que acabara de ver, não queria ferir Kara, mas deixou escapar o que ela mais temia.

Constrangido com toda a situação disse:

— Kara me perdoe! Eu gosto de você, mas...

— Mas sou igual às outras namoradinhas que você teve, não é? – acrescentou Kara com a voz embargada – Pois saiba que não vou entrar para a sua coleção.

— Eu não ia...

— Não vou ficar discutindo com você aqui, Hal. Essa conversa nunca aconteceu.

Kara ia saindo da presença de Hal quando ele a agarrou pelo braço fazendo-a rodopiar e ir de encontro a ele. Seus rostos ficaram muito próximos, Kara engoliu seco e perguntou com um tom de voz mais baixo, como um sussurro:

— O que você quer comigo, afinal?

— Não queria que acontecesse isso, Kara. Estou confuso.

— Pessoal – a voz estridente de Harley se fez ouvir ao redor da cabana – Eu fiz alguns bolinhos.

Harley olhou para Hal que segurava o braço de Kara com força e perguntou:

—Algum problema com vocês?

Kara soltou o braço da mão de Hal e respondeu:

— Não é nada.

Lanterna olhou para as duas e disse:

— Bem... Eu estou com fome. Vou... Vou à frente

Em seguida se retirou deixando Harley e Kara sozinhas. Apenas as luzes da cabana iluminavam o local deixando que onde elas estivesse, fosse iluminado apenas pela lua. Harley se aproximou de Kara e perguntou:

— E aí loirinha? Está rolando alguma coisa entre vocês dois?

— Que coisa? – perguntou Kara tentando disfarçar.

— Qual é? Está na cara que vocês dois estão afim um do outro.

— Do que está falando, Harley?

— Eu tenho notado isso. Pode falar amiga! Prometo que não conto pra ninguém.

Kara mordeu o lábio inferior, deu um sorrisinho e respondeu:

— Não preciso dizer muita coisa.

— Ah então vocês estão namorando de verdade?

— Não – respondeu Kara enfática – Ele ainda sente algo pela Carol Ferris.

— Carol Ferris? – perguntou Harley atônita – ela apareceu ontem num programa de TV. Ela está muito grudada no Superman, uma típica bajuladora. Sei não se aqueles dois podem ou não ter um caso.

— Você quer dizer a Carol e o Kal? Impossível.

Harley bateu levemente nas costas de Kara e disse com um sorriso sarcástico:

— Esse mundo é uma caixinha de surpresas, queridinha! Sinto que muita coisa pode acontecer e já está acontecendo. Fico feliz por fazer parte disso.

Kara fez uma expressão preocupada e Harley logo notou isso. Disse puxando o braço da kryptoniana:

— Vamos senão os bolinhos irão esfriar.

As duas entraram na casa.

(...)

Era por volta das sete e meia da manhã. Pistoleiro está falando com Jéssica no telefone quando Hera bate com força no ombro dele.

— O que há com você, mulher? – perguntou Floyd irritado com Hera.

— Vê para mim se o morcegão acordou?

— Por que não vai você?

— Eu vou podar algumas flores no jardim.

Floyd se levantou emburrado e desceu para o quarto que Batman estava dormindo. Lawton abriu a porta e viu Bruce dormindo numa cama simples com alguns lençóis sobre o seu corpo. Floyd sentou num espaço na cama e disse:

— Nunca pensei que eu salvaria sua vida. Você me deve essa.

Wayne estava com uma camiseta de algodão e uma calça de moletom cinza. Estava deitado com a cabeça tombada para o lado direito e o tórax para cima. Floyd se aproximou um pouco mais de Bruce e disse:

— Caramba, você está com uma cara de morto.

De repente Bruce acordou assustado com a mão na cabeça assustando Floyd que disse:

— Ei cara! Você me assustou!

Bruce olhou para os lados e perguntou:

— Onde estou?

— Você está na sede da Nova Insurgência, se é que eu posso batizar nossa equipe com esse nome.

— Superman... Ele bateu na Kara e em mim e...

— Calma! Isso já faz um tempo, você está livre do controle dele agora.

Bruce colocou a mão na cabeça e respirou aliviado. Perguntou:

— Quem faz parte da Insurgência agora?

— Eu, Harley, Kara, Flash, Lanterna, Capitão Frio, Selina, Cheetah e Estelar.

— Estelar? – perguntou Wayne surpreso – Mas ela não estava morta?

— Bem, é uma longa história, depois ela te conta.

— E o Besouro Azul?

— Ele voltou para a casa dos pais e não quer nem saber daquela armadura alienígena. Principalmente depois do que aconteceu com o Nuclear...

— Nuclear – disse Bruce atônito – O que houve com ele? Por que não está entre vocês?

Lawton colocou a mão na boca, depois de alguns instantes retirou—a e disse:

— Isso você terá que ver.

— Do que está falando?

— Ele não está mais entre nós, morcegão!

Bruce ficou estático e sem palavras. O que mais queria saber era o que aconteceu com o Nuclear.