Sakura's Essences by Rafael Belarmino

O bruxo do mal e a destruição das Cartas Mágicas


Em um fim de tarde de verão na cidade de Tomoeda, após um dia inteiro no curso de férias no colégio onde os alunos do ensino médio estavam recebendo reforço e revisão dos conteúdos estudados durante os últimos anos devido à proximidade das provas de avaliação para os estudantes pré-universitários, Sakura Kinomoto, hoje com 17 anos, seguia o mesmo caminho que durante anos havia feito com a companhia de seu irmão Touya e amigo Yukito na volta para casa. Hoje os dois já se encontram na universidade e Sakura realiza o mesmo percurso sem eles há três anos. Em um dia normal, teria na companhia de Kero, ou Kerberos como gosta de ser chamado na sua forma original de um leão com grandes asas brancas e quando não esta na sua forma engraçada onde mais parece um pequeno urso de pelúcia do que o “poderoso” guardião das Cartas Mágicas. Mas ele aproveitou o período de férias e viajou para a Inglaterra junto a Yue, o guardião juiz, para realizar uma visita a Eriol Hiiragizawa, reencarnação do Leed Clow, criador das cartas mágicas, seu antigo dono e amigo.

Passaram-se vários anos após que a última carta Clow fora capturada e convertida por sua nova dona na antiga casa do mago e que hoje funciona um parque de diversões. Sakura tornou-se aprendiz de Eriol desenvolvendo assim e aumentando seu poder. Mas naquele fim de tarde sozinha e sem seus protetores e amigos, os guardiões do Sol e da Lua, ela seria um alvo fácil para o bruxo misterioso que há meses a seguia a espreita esperando a oportunidade perfeita para o seu ataque e para que pudesse enfim reaver aquilo que acreditava ser seu por direito. As Cartas Mágicas.

Quando Sakura chegou ao parque da cidade, local que mesmo após anos ainda se encontrava em seu centro o grande pinguim que durante sua infância a proporcionou muita diversão e foi cenário de muitas de suas aventuras, o estranho surpreende a jovem maga com sua poderosa presença maligna, na qual passou durante muito tempo despercebida. Ao sentir o perigo por perto e como sempre corajosa, ela desafia seu opressor para que o mesmo apareça e revele-se. Este por sua vez aparece em cima do grande pinguim coberto por uma capa que ocultava seu rosto, deixando impossível sua identificação, mas esta capa era conhecida por Sakura. Era igual a da carta “sombra”. O estranho exige que lhe seja entregue aquilo que é dele e a exigência deixa Sakura confusa, então ela questiona qual seria este tal pertence. O mesmo exige todas as cartas mágicas e que estas lhes fossem entregue sem demora, pois sua vingança estava próxima e para que esta não caísse sobre Sakura e seus amados.

Em uma tentativa de fuga é atacada pelo estranho que possui um poder similar a das cartas mágicas criadas por Clow. Ele possuía outras cartas desconhecidas por Sakura e com mágicas diferentes. E aos poucos algumas de suas cartas começam a serem roubadas e convertidas pelo estranho. Ele transforma várias cartas ao mesmo tempo da mesma forma da sua época de cardcaptors quando Eriol a forçou a torná-las dela, porém com maior facilidade. Mas algo diferente acontecia com elas. É como se a magia sombria do bruxo fosse passada para as cartas o que faziam Sakura sentir uma energia obscura, talvez até maligna emanando delas.

Com medo de perder mais cartas e da ameaça feita pelo bruxo, Sakura corre novamente em fuga e dessa vez consegue uma boa distancia de seu inimigo e assim poderia achar um esconderijo para poder pensar e então agir. Então entrou as pressas em um beco que logo a fez arrepender-se. Não havia saída ao final e isso dificultava sua fuga, pois as cartas que a ajudariam a sair dali foram roubadas. Sakura sabia que algo rápido necessitava ser feito, pois logo seria alcançada e novas cartas seriam tiradas dela. Então em um ato de desespero e para proteger seus amados, retira do bolso a carta “apagar”, uma das poucas que ainda lhe restava. A carta que pode tirar deste mundo qualquer coisa, pois como seu próprio nome já diz, pode apagar tudo. Com seu báculo Sakura toca a carta e pede à carta que apague a memória de todos seus amigos e parentes para que eles não a procurem e fossem usados pelo bruxo para que ele tome para si mais de suas cartas e realize suas ambições escuras. Assim, a carta fez. Mesmo a quilômetros de distancia, um a um perdem cada lembrança que tinham da jovem. Porém, dois não perdem suas memórias, Eriol e Spinel Sun.

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Em sua casa na Inglaterra Eriol Hiiragizawa se encontrava na companhia de seus guardiões Spinel Sun e Ruby Moon e de seus visitantes, Kerberos e Yue. Em meio a conversa em que todos recordavam o passado e as aventuras que haviam tido com sua nova dona, Sakura, que não pode fazer a viagem e havia ficado no Japão devido a um curso de férias no colégio, todos foram atingidos por uma magia que por eles passou despercebida, exceto por Eriol e Spinel Sun. Durante anos Eriol aguardou aquele dia, sabia que cedo ou tarde chegaria. Lamentou não ter tido um tempo maior para preparar a nova dona das cartas mágicas para esse desafio que pode ser maior do que todos já enfrentados até aquele momento e mesmo de longe sabia do ataque que ela está sofrendo. “Ele enfim apareceu”, pensou. Os outros que parecem não terem notado nada diferente ficam confusos com a mudança repentina no humor de seu anfitrião, agora com um ar muito sério. Ele levanta-se de sua poltrona e pede que Spinel o siga e deixando os restantes em sua sala se dirige a um dos quartos de sua enorme mansão. Ao entrar, encontra um garoto que aparentemente tem a mesma idade de quando ele mesmo fez sua viagem ao Japão para a missão de ajudar Sakura a transformar as cartas Clow em suas próprias cartas. Dirigindo-se ao garoto o informa que a hora enfim havia chegado.

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Ainda escondida no beco sem saída, Sakura sabe que sua posição logo será descoberta e dando continuidade a seu plano feito às pressas e em meio ao desespero, ela retira do bolso outra carta, “Criar” e assim começa a fazer um desenho no livro que é a carta. “Um novo guardião” diz para si mesma. A ele irá confiar as cartas restantes e algumas de suas memórias para que ele cumpra a missão de protegê-las e assim que possível encontrar Eriol para que ele as guarde e desfaça o que, no desespero, esta disposta a fazer. Assim que terminado o desenho, a carta faz a sua magia e a criatura surge. Mokona como foi chamado ouve cada palavra dita com bastante atenção e com seu olhar fixo em Sakura. Ele sabe o que tem de ser feito devido às memórias recebidas. Entregue todas as cartas junto com a chave mágica a criatura as engole, exceto uma, a carta “fogo” que é a próxima a ser usada em seu plano. Mokona voa com suas enormes asas branca para longe dali o mais rápido que pode, mas logo é atingido por um poder lançado pelo bruxo que em poucos minutos descobre o paradeiro de Sakura. Mokona começa a cair do céu, porém bastante longe. Sakura sabe que Mokona irá sobreviver ao ataque e sabe também que o bruxo logo irá atrás dele. Precisa agir rápido para concluir seu plano e para ganhar tempo para que Mokona ache um lugar seguro e escape. O bruxo ainda mantem as cartas roubadas no ar e elas giram no ar ao seu redor. Isso era tudo o que Sakura esperava e precisava. Sakura está pronta para o sacrifício, pois não há volta e irá usar uma carta mágica sem seu báculo e isso até mesmo para o maior dos magos exige muito poder, então não poderá falhar. Então ela saca a carta “fogo” e determina que ela destrua as outras cartas, incluindo as do bruxo e a sua própria também. Assim ela o faz. Obediente ela gira ao redor do bruxo e queima todas as cartas mágicas roubadas. A fumaça produzida pelas cinzas das cartas parece ser diferente. São mágicas e com cores, ao invés de uma cor escura de uma fumaça comum. Ela sobe e sobe e desaparece no alto no céu e quando a última carta, a própria carta “fogo” queima e sua fumaça some o bruxo irado por sua perda avança contra Sakura. A partir desse dia, ela nunca mais seria vista.