Tomei coragem novamente, já estava ali então não tinha muito a perder e subi um degrau de cada vez, sem fazer muito barulho. Terceira porta a esquerda, lembrei. A porta estava fechada, fiquei com medo de abrir e me deparar com o Espiga de toalha ou coisa do tipo. Bati na porta e entrei em seguida, ele estava na cama mexendo no MEU notebook, acelerei e o peguei nas mãos finalmente.

-Finalmente chegou. – ele me olhou e levantou-se da cama, estava sem camisa, nossa que músculos...

-E-e-u... eu vim pegar de volta o que é meu. – falei guardando o notebook na mochila que segurava fortemente por conta do nervosismo.

-Sabe... – ele passou por mim, foi em direção a porta – Você fica melhor sem essas roupas – virou para mim com olhar malicioso. – Quero dizer com outras roupas, como nas fotos.

-Não pedi sua opinião. Agora finge que nunca viu as minhas fotos e me deixa sair. – ele negou com a cabeça.

-Suas fotos não foram as únicas coisas que descobri sobre você. E se quiser seus segredos de volta... – ele girou a chave do quarto e a tirou da maçaneta, nos deixando trancados lá, sozinhos. –Vai ter que mudar esse seu estilo, tem que ficar mais bonita... – deu alguns passos chegando a mim. – Para mim – sussurrou no meu ouvido. Eu estava paralisada de medo, tudo que eu queria era ir lá, pegar meu Notebook e voltar para casa o que não aconteceu exatamente.

-Está... pe-pensando que eu... vou mudar por você? – era difícil falar com ele tão próximo de mim.

-Não quer colaborar? Então diga adeus a privacidade de seus textinhos idiotas sobre sua vida.

-V-v... você leu...? – mal conseguia falar. Estava mais que desconfortável com a proximidade de nossos corpos.

-Sim eu li seu diário, - ele deu a volta em mim e voltou para a cama, sentando-se. – não acha que sua senha é meio fácil de mais? – perguntou. Fiquei sem palavras, minha senha era fácil? Bom, nunca a testei para saber, mas por mim era quase impossível de decifrar.

-Ate onde você leu? – perguntei com receio de descobrir.

-Até onde eu li? Luluzinha (ai, odeio esse apelido) eu li tudo, desde o dia em que você descobriu que era apaixonada por mim até ontem que você escreveu que agora já tinha me esquecido e estava amando o Miguel. Tem muitas coisas que posso usar contra você, mas como não sou tão mal assim te dou uma opção.

-Qual? – perguntei num sussurro.