Rurouni Kenshin Hokkaidos Arc

O lobo de Mibu segue o rastro


Yahiko encarava Aoshi. Ambos estavam com seus espíritos preparados para lutar. Alguns anos atrás, Yahiko certamente perderia, mas agora ele tinha a convicção de que podia se equiparar ao Okashira da Oniwabanshuu.

Shinichi e Yutarou apenas se mantinham em posição de defesa, mas estavam preocupados com os próximos movimentos de Yahiko e Aoshi.

- Então, você acha que já está forte o suficiente para me enfrentar? Não se esqueceu que eu já enfrentei Himura de igual para igual?

- De igual para igual? Hah! Não me faça rir, nas duas lutas que tiveram, Kenshin estava claramente em vantagem.

- Claramente em vantagem? Eu não diria isso.

- Não importa, pois eu posso te derrotar!

Aoshi parecia não estar a fim de enfrentar Yahiko, talvez o considerasse por demais fraco, ou talvez houvesse outro motivo. Mas a verdade é que Aoshi nem se deu ao trabalho de prolongar a luta. Em um instante, sacou suas kodachis e desferiu um golpe de doze cortes, utilizando-se da força centrífuga para acelerar e potencializar seus golpes, era o "Kodachi Nitou Ryuu: Fuutatsu – Dragão de Vento".

- Uau! Esse golpe se parece muito com o Kaiten Kenbu.

- Basicamente, mas ele possui um poder de destruição relativamente menor, mas para derrotar diversos inimigos ele certamente é mais eficaz.

- Heh! Bom, Okashira, por hora não faça nada ao traidor, apenas fique de olho em suas ações. O senhor Abayama certamente ficará muito feliz com nossas notícias.

Enquanto isso, no Aoi-ya, Okina começava a se preocupar. Já fazia muito tempo desde que os três rapazes partiram.

- Tsc. Mas que demora! Aonde aqueles garotos se meteram?

- Calma, senhor Okina, o senhor ficar assim não vai ajudar muito e...

- Calma? Como posso ter calma! Kenshin, você ouviu bem o que o Shinsei disse! E eu conheço bem a força que aqueles ninjas possuem!

- S-sim, mas, veja bem, eles estão com o senhor Aoshi, com certeza vão estar bem.

Nesse momento, Aoshi chegou no Aoi-ya. Foi fácil notar, pois Misao e Kaoru gritaram assim que o viram.

- AOSHI! Ei! Okina! Kenshin! O Aoshi chegou!

Okina e Kenshin se apressaram para recepcioná-lo. Okina desejava mesmo era interrogá-lo, afinal, que idéia era aquela de ir conversar com tais pessoas?

Kenshin logo notara o cheiro de sangue que vinha das kodachis de Aoshi e perguntou quem havia atacado. Aoshi disse que alguns intrometidos se colocaram em seu caminho e ele foi obrigado a retalhá-los.

Kaoru perguntou se Aoshi havia encontrado Yahiko e os outros, mas sua resposta foi negativa.

- Minha nossa, alguém devia ir atrás deles para avisá-los que Aoshi já voltou.

- Não acho que seja necessário. Aqueles garotos sabem se cuidar bem – interferiu Aoshi. - Afinal, não é só o Himura que sabe o quão confiáveis eles são.

- Mesmo assim, segundo Okina, os inimigos desta vez são mais fortes que os homens de Shishio.

- Okina sempre superestima a Oniwabanshuu, obviamente não é sem razão. Mas eu não creio que haja alguém tão forte quanto Shishio Makoto ou Soujirou Seta entre eles.

- Ora essa, o senhor retornou, Okashira. – Ninguém havia notado quando, mas Shinsei havia se posicionado próximo à porta de entrada do Aoi-ya.

- Shinsei, então você realmente veio para cá.

- Haha! Pelo jeito eles já me encontraram. Realmente, não dá para subestimar a rede de informações de Hokkaido.

- Hum? Você também está aqui, Hikaru.

- Ah, sim, eu me encontrei com o Shin-chan nos arredores de Kyoto, ele estava com um cara bem forte e...

- Entendo. E você veio por ordens do senhor Abayama?

- Ah? Não, não! De jeito nenhum! Eu vim atrás do Shin-chan!

- Bom saber disso.

A noite passa tranqüila, todos vão dormir sem suspeitar da situação de Yutarou, Shinichi e Yahiko.

Logo cedo, Aoshi já não estava mais presente no Aoi-ya, infelizmente, para Kaoru, que queria saber se Aoshi não tinha notícias dos garotos, e para Kenshin que desejava saber dos pormenores da noite anterior, ele havia ido procurar informações.

Misao se dispôs a ir procurá-los com Kaoru e Outa, enquanto Kenshin preferiu permanecer no Aoi-ya e conversar com Shinsei.

- Então, senhor Shinsei, parece que o senhor e eu somos irmãos de estilo.

- Sim, senhor Himura, o mestre Hiko elogiou bastante sua perícia com o estilo.

- Este servo duvida muito que o mestre Hiko tenha dirigido elogios para este servo, conhecendo-o como eu conheço, já que raras são as ocasiões em que Seijuurou Hiko elogia alguém que não a si mesmo.

- Não duvido que o senhor esteja bem próximo da realidade quando diz isso. – ri Shinsei.

- Ora essa. Parece que eu estou vendo uma pessoa conversar com seu próprio espelho aqui. - interferiu Okina ao entrar na sala.

- Shinsei, eu gostaria de conversar sobre o Aoshi.

- Sobre o fato de ele ter ido conversar com o senhor Abayama ontem? Eu estou ciente.

- Por mais que eu confie no Aoshi, eu gostaria de avisá-lo para tomar cuidado. O que mais me preocupa é a ausência dos garotos, se eles estivessem aqui para confirmar o que viram ontem à noite, seria muito mais simples.

- Não se preocupe Okina, eu já previa que eles iam entrar em contato com o senhor Aoshi e que iam fazer de tudo para encontrarem-no antes de mim. Então, estou preparado para o que pode acontecer.

- Todo cuidado é pouco, especialmente sobre aquele Abayama que ninguém sabe de onde veio.

- Para falar a verdade, eu tenho um palpite, mas eu pretendo confirmar antes de dizer a mais alguém.

Enquanto isso, Kaoru, Misao e Outa se separaram para procurar os outros três. Misao vê um certo tumulto com alguns policiais tentando controlar as pessoas e resolve ir ver o que estava acontecendo. Então, para sua sorte, ou azar, ela vê um policial conhecido dentre aqueles que estavam no meio da roda de policiais que impediam as pessoas de passar.

- Hã? O que você está fazendo aqui, SAITOU!

- Hum? Ora, se não é a garota-doninha do Aoi-ya. - diz Saitou ao virar o rosto para ver quem gritou seu nome - Chegou em boa hora, eu pretendia mesmo ir interrogar um certo cara com um permanente irritante. Especialmente depois de ver isto aqui. Agora eu tenho certeza que vocês estão envolvidos até o pescoço com o caso que estou investigando.

Saitou faz sinal para que o policial a deixasse passar. Talvez fosse melhor que ela não visse aquilo, pois assim que conseguiu ver claramente o que Saitou estava examinando, suas pernas ficaram bambas e ela caiu de joelhos no chão.

- Y-Yahiko!

- Então eu realmente estava certo, esse é o moleque do dojo Kamiya.

- M-mas quem...

Apesar de começar a pergunta, Misao tinha certeza de quem havia feito o ataque. Contudo sua certeza era apenas parte verdadeira.

- Muito bem. Os médicos já estão chegando. A resistência desses moleques me lembra um certo crista de galo, de quem eu não gostaria de me lembrar, mas que pelo jeito terei que me encontrar de novo. Não precisa me acompanhar, eu sei o caminho até o Aoi-ya.

Misao não pretendia voltar para o Aoi-ya ainda, já que Saitou estava se dirigindo para lá, ele se encarregaria de relatar o que viu. Ela tinha que encontrar Kaoru e Outa antes.

De volta ao Aoi-ya, tudo permanecia na mais perfeita paz, pelo menos aparentemente. O restaurante-hospedaria continuava em suas atividades normais, contudo três homens reunidos em um pequeno quarto permaneciam pensativos. Até que o silêncio foi quebrado pela porta se abrindo com Okon gritando.

- Velho! Tem um policial querendo falar com você e com o Himura.

- Peça para que ele venha até aqui.

- Espere Okina, se eles também possuírem agentes infiltrados na polícia, não é bom que Shinsei se exponha.

- Essa preocupação é desnecessária, Battousai.

- Saitou?

- Feh. Pelas caras de vocês eu presumo que estejam bem envolvidos com aqueles terroristas que atacaram nossos prisioneiros do grupo de Shishio. E, pelo fato de vocês estarem conversando calmamente com aquele homem ali, eu posso concluir de que lado vocês estão. Não que depois de ver aquele moleque de cabelos espetados, no estado que estava, restasse alguma dúvida.

- Hã? O que o senhor quer...

- Deixe isso para depois, espero que aquele crista de galo não esteja por aqui, não quero ninguém atrapalhando desta vez.

- Não se preocupe, o Sano não está mais no Japão há um tempo.

- Sério? Ótimo, então vamos ao que interessa, me contem a relação de vocês com a Oniwabanshuu de Hokkaido e quais as intenções deles, sem demora.