Em Algum lugar de Kyoto, Jin e Abayama conversam, longe do resto do grupo da Oniwabanshuu.

- E então? Onde está a carta de Hokkaido? Não me agrada essa falta de informações sobre nosso quartel-general. Talvez não tenha sido uma boa idéia deixar apenas aqueles novatos junto daquele homem.

- Eu não sei qual o seu problema com ele, senhor Abayama.

- É aquele ex-membro do Shinsengumi, eu não confio nele. Além do mais, ele parece manter muita convicção nos ideais que o Shinsengumi lhe passou. Eu não acredito que ele seja fiel à Oniwabanshuu.

- Hah! A Oniwabanshuu e o Shinsengumi lutaram para proteger o Xogunato, então acredito que nossas idéias sejam semelhantes.

- Não sei não. Acho bom ficarmos de olho nele, senhor Jin.

De volta ao Aoi-ya, Saitou estava interrogando as pessoas ali presentes.

- Feh. Quando fiquei sabendo da movimentação daquele homem e de sua ligação com a Oniwabanshuu de Hokkaido, eu presumi que acabaria tendo que fazer uma visita para vocês. Só não me agrada essa falta de informações sobre esse rapaz. Será que o senhor poderia ficar mais quieto e parar de sumir?

- Sinto muito, senhor Fujita, mas eu não posso ficar me expondo com onmitsus treinados me perseguindo.

- Conhecendo sua fama, matar seus perseguidores não seria problema. Aliás, me pouparia o trabalho de correr atrás deles também.

- Pois eu acho que o senhor não investigou direito. Pois, com a espada que carrega, o senhor Shinsei possui menos chances de matar alguém do que este servo.

- Existem diversas maneiras de se matar uma pessoa e creio eu que um Okashira da Oniwabanshuu conheça, digamos, todas?

- Saitou! – intervém Kenshin.

Neste momento Aoshi entra no recinto.

- O fato de um Okashira da Oniwabanshuu possuir tais conhecimentos não implica que ele os deva utilizar.

- Tem razão, o que me lembra que os moleques que eu encontrei mais cedo, estirados no chão sob uma poça de sangue, possuíam cortes muito parecidos com os que suas kodachis causam. Apesar de não serem tão profundos quanto aquela dancinha que você tanto gosta.

- Pelo visto o senhor teve mais êxito em encontrar Yahiko do que nós.

- Feh. O que foi Battousai? Preocupado com aquele garoto?

- Não, eu tenho certeza de que Yahiko pode dar conta de qualquer problema que ele venha a ter. Apenas acredito que Kaoru-dono ficaria mais aliviada se soubesse o paradeiro dele.

- Eu acredito que ela ficaria mais preocupada ainda ao saber que aqueles pivetes estão no hospital. Bom, mas vocês já estão me enrolando demais, eu vim aqui obter informações sobre aquele Abayama Renji. Até onde eu sei, ele veio deportado da Rússia e ele foi pra lá fugindo de Sado.

- Sim, parece que ele criou uma certa fama pelo continente e teve relações com grupos radicais pela Europa. Ele também teve contato com grupos Marxistas. – diz Aoshi.

Nessa hora, mais um policial entra no recinto.

- Senhor Fujita! Nós localizamos aquele homem!

- É mesmo? E o que estão esperando para trazê-lo até mim?

- É-é que aquele homem é forte demais, já derrotou mais de vinte policiais sozinho!

- Tsc, parece que aquele moleque de cabelos brancos gosta de me dar trabalho.

- Cabelos brancos? Por acaso não seria...

- Sim, é aquele homem que você enfrentou na última vez que nos vimos. Se trata de Yukishiro Enishi

Em um albergue de Kyoto, a força policial está lutando contra um único homem. E, por incrível que pareça, está perdendo.

- E então? Será que vocês ainda querem me enfrentar?

- Sumam daqui policiais! – diz um dos residentes.

- Aqui vocês não mandam nada! – diz outro dos parias.

- Esta terra é dos parias da sociedade!

- D-droga! Ele é forte demais! – diz um policial, tentando se levantar do chão.

- E o fato dele ter ajuda desses mendigos não melhora a situação! – diz o policial que ajuda o primeiro a se levantar.

- Feh. Dando trabalho como sempre, hein?

Saitou acabava de desembarcar da carruagem, seguido de Kenshin, Shinsei e Aoshi.

- O que vocês querem de mim? Vieram me prender?

- Não. Não. Eu não tenho interesse em prendê-lo, uma vez que a sua organização não existe mais e aquele outro boss já está em cativeiro. Meu interesse em você, assim como nesses três homens é apenas obter informações sobre esse homem chamado Abayama Renji.

- Hm? É, esse homem era bem famoso na China, mas eu nunca o encontrei pessoalmente. Apesar de eu ter fornecido armas para um dos grupos em que ele estava.

- O que ele fez lá fora não me interessa muito, eu desejo saber quais são os objetivos dele aqui no Japão. Essa movimentação suspeita me preocupa.

- Eu não faço idéia do que se passa na cabeça daquele homem, mas eu sei que na Europa ele participou de várias pequenas revoluções de cunho comunista. Ouvi dizer que nenhuma delas teve êxito.

- Realmente, essa informação bate. Mas um homem que surgiu no continente repentinamente criou uma extensa fama do zero e ainda participou de revoluções sem ser pego não é algo que deva passar despercebido. Deve haver maneira de sabermos as fontes dele, armas, idéias, entre outras coisas.

- Infelizmente para vocês eu não possuo mais nenhuma ligação com a China e mesmo que tivesse, eu não tenho motivos para ajudá-los.

- Mas nós temos um amigo que se encontra no continente! – Intervém Kenshin.

- Por um acaso está falando daquele Crista de Galo?

Enquanto isso, em algum lugar da Mongólia, Sanosuke é surpreendido por um espirro.

- ATCHIM! Puxa, acho que correr por aí no inverno está me deixando resfriado! Mas não importa, tenho que correr esses 220 quilômetros em um dia! Heh! Isso me lembra aquela vez que corri de Tokyo até Nagano!

De volta a Kyoto.

- Eu tenho certeza de que Sano nos ajudará a obter informações sobre esse homem.

- Eu só espero que ele faça algo de útil desta vez.

Num hospital de Kyoto, Misao observava a chegada da muitos policiais.

- Putz, mas que confusão é essa? Parece que está havendo uma guerra. Hm, mas o que me preocupa é o estado daqueles três. Não são fracos a ponto de terem sido deixados assim por simples assaltantes. Bom, não tenho mais nada para fazer aqui, então vou voltar para o Aoi-ya.

No caminho de volta para o Aoi-ya, Misao nota que está sendo seguida, mas finge não notar até se afastar da multidão, quando ataca seu perseguidor com uma Kunai.

- Você melhorou muito hein? Misao. – diz Sakuya enquanto sai de seu esconderijo, seguida por Kenichi.

- Vocês? – diz Misao se preparando para lutar.

- Calma, calma. Afobada como sempre, hein?

- Nós não viemos aqui lutar com você nem nada parecido. A gente veio aqui pedir uma coisa.

- Pedir? O que vocês querem comigo? Querem que eu traia Shin-chan como vocês?

- Eu já disse para você ficar calma, Misao. A gente não traiu o Shinsei como parece.

- Pois é, se nós realmente o tivéssemos traído, a Oniwabanshuu já teria rastreado ele faz tempo.

- Hã? O que você...

- Eu sou quem melhor conhece ele e ele é quem melhor me conhece. Nós fomos treinados juntos, por isso eu sei exatamente o que ele pensou e ele sabe exatamente o que eu pensei. Por isso eu sabia que ele ia procurar o mestre do estilo Hiten Mitsurugi e logo em seguida iria para o Aoi-ya, para testar se eu iria delatá-lo ou não.

- Mas então, por que...

- Simples, para ficarmos de olho nas ações daquele Abayama Renji. Talvez ele esteja desconfiado de nós, mas isso não importa, nós temos um plano de apoio lá em Hokkaido para todo caso.

- Entendo, mas o que vocês queriam falar comigo?

- Apenas diga que Abayama pretende voltar para Hokkaido em uma semana, parece que estamos cm problemas de tamanho gigante por lá. Mas peça para ele se precaver, pois pode ser um plano para enganá-lo.

- Se ele desconfia de nós, sabe que iremos passar esta informação para ele.

- Entendi. Mas o que eu devo dizer para ele fazer?

- Ele vai saber o que fazer, não se preocupe.

- Mas eu acho que vai ser problemático se eles conseguirem voltar para Hokkaido.

- Certo, vou para o Aoi-ya imediatamente falar com o Shin-chan! Obrigada!

- Feh! Não esqueça hein, doninha?

- Hã?

- Nós sempre seremos o Shiken, o quarteto mortal da Oniwabanshuu!

- Claro! Para sempre! – Diz Misao enquanto corre o mais rápido possível para o Aoi-ya

- Acha que podemos confiar nela?

- Claro que sim, Sakuya. Eu acabei de dizer, nós somos o Shiken e todos os nossos inimigos irão morrer.

- Mas isso era apenas nossa brincadeira de criança.

- Não importa, quando nós quatro trabalhamos juntos, nós somos invencíveis.

- Hah, até parece o Hannya falando agora.