Rock Forever

Os corações estão tão confusos.


" Chega um momento em sua vida que tudo parece estar tão confuso que você não sabe nem decifrar seus próprios sentimentos. "

2 semanas depois...

Pov Valéria

Depois do casamento de Marcelina, eu e Paulo passamos todos esses dias tentando animar a Marcelina, eu já estava exausta, Paulo tinha ido visitar a irmã e eu estava jogada no sofá encarando o vazio, me sentia estranha.

— Tia Valéria! – ouvi Pedrinho se jogando em cima de mim no sofá, ele e Jaime haviam acabado de acordar do soninho da tarde.

— Boa tarde meu pequeno, vocês não se casam de dormir não? Olha só, tão parecendo dois leõezinhos. – falei bagunçando os cabelos dos dois.

— Eu queria dormir mais, só que o Pedrinho quer que eu leve ele para dar uma volta no parque. – disse Jaime coçando os olhos com cara de sono.

— Meu irmão é meu empregado. – disse Pedrinho batendo o pé, gargalhei.

— Seu folgado, quando eu era criança não era folgado assim não. – disse Jaime emburrado, revirei os olhos com essa mentira.

— Verdade, você era mais folgado ainda. – falei rindo.

— Então, nós vamos fazer um pequetique... piquenite... pequetite... – Pedrinho coçava a nuca tentando achar a palavra correta.

— Piquenique. – respondeu Jaime pegando uma cesta cheia de comida.

— Vamos com a gente Tia Vavá? – pediu Pedrinho com os olhos brilhando, como eu poderia dizer não a esse fofo?

— Tá bom, se o Jaime não for se incomodar. – falei encarando o chão, ultimamente não estávamos tão próximos.

— É claro que não pimpolha, vamos logo. – falou Jaime pegando Pedrinho no colo e segurando a minha mão, peguei a cesta de piquenique.

(...)

No caminho cantarolávamos várias músicas animadas, sempre que Jaime desafinava eu e Pedrinho caímos na gargalhada, Pedrinho até resolveu contar algumas piadas, estava sendo tão divertido, de certo modo, pude perceber a falta que a companhia de Jaime estava me fazendo.

Jaime estacionou o carro em uma praça bastante bonita, ela estava praticamente vazia, sem muitas pessoas, afinal, erámos famosos e não podíamos chamar muita atenção.

— Aquela árvore é muito bonita, vamos ficar lá. – falei apontando para uma árvore a nossa frente, a sombra dela era bastante espaçosa.

— Quero algodão-doce. – disse Pedrinho enquanto Jaime estendia uma toalha sobre a grama, comprei algodão-doce para nós três.

Pedrinho saiu correndo até um dos brinquedos do parquinho, me sentei debaixo da árvore junto com Jaime, ficamos frente a frente, obsevavamos Pedrinho brincando e ríamos.

— Ele é tão parecido com você... – falei encarando Pedrinho que brincava distraidamente.

— Estranho, acho que ele parece mais com o Jonathas, até o cabelo. – falou Jaime dando de ombros, eu o encarei.

— Estou falando do jeitinho dele, Pedrinho é puro, verdadeiro, teimoso as vezes, enfim, os olhos dele brilham na mesma intensidade que os seus Jaime. – falei o encarando com um sorriso, Jaime sorriu.

De repente meu mundo parou naquela imagem, observei cada canto do seu sorriso e senti minhas bochechas ficarem vermelhas, como ele podia ter aquele sorriso? Eu sempre reparei no corpo de um homem, vendo se ele era atraente ou não, as vezes reparava em seus olhos, mais nunca havia me sentindo daquela maneira, tão encantada por um simples sorriso, tudo com Jaime era tão diferente, tão único.

— Valéria? Porque você tá me olhando assim? – perguntou Jaime curioso.

— Seu sorriso, ele... – parei de falar assim que me dei conta do que estava prestes a dizer. – Nada Jaime, esse bolo de chocolate parece estar bom né? – mudei de assunto.

— Está esperando o que? Vamos atacar esse bolo. – falou Jaime com um sorriso travesso nos lábios, eu assenti.

Chamamos Pedrinho para se juntar a nós, devoramos não só o bolo mais todas as comidas deliciosas que Jaime havia levado, depois nós jogamos na grama exaustos e cheios, nunca havia comido tanto.

— Nem me lembro a última vez que tinha comido tanto assim. – falou Jaime rindo e bagunçado os cabelos de Pedrinho.

— Tia Valéria come mais que eu e Jaja juntos. – disse Pedrinho tirando onda com a minha cara, Jaime gargalhou.

— Ah é garotinho? Repete? – falei com um olhar desafiador.

— Você come mais que eu e meu irmão juntos. – disse Pedrinho cruzando os braços, eu gargalhei.

— Agora você será castigado. – falei pulando em cima de Pedrinho e o enchendo de cócegas, ele começou a rir.

Jaime logo entrou na brincadeira também, ficamos fazendo cócegas um no outro e depois saímos rolando na grama, gargalhávamos igual a três patetas, de repente senti uma garotinha pequena correndo até nós, era Júlia, a filha da professora Helena, a mesma nós observava de longe.

— Professora Helena. – corri para abraça-la, Jaime também foi ao encontro de Helena, enquanto Pedrinho e Júlia brincavam juntos.

— Vocês por aqui? Pensei que estavam ocupados, como sempre. – falou Helena sorrindo, realmente erámos muito ocupados.

— Ás vezes tiramos um tempo para se divertir. – falou Jaime sorrindo.

— É, estava se divertindo mesmo, pareciam duas crianças. – disse Helena sorrindo para nós dois, eu e Jaime rimos de seu comentário.

Nós juntamos as crianças e começamos a brincar, naquela tarde, acho que até a professora Helena parecia uma criança animada, e eu agradecia mentalmente pela aquela tarde tão feliz, sempre que eu estava ao lado de Jaime me sentia feliz, ele despertava o melhor de mim.

Mansão RF/São Paulo

Pov Alicia

Estava devorando um pote de sorvete enquanto assistia um filme de ação, não havia ninguém naquela mansão, Cirilo tinha saído para resolver alguns assuntos pendentes, Janjão tinha ido paquerar por aí, Jaime tinha saído com Pedrinho, e Bia bem, não sei onde havia se mentido, Paulo e Valéria estavam juntos com certeza.

( Coloquem: https://youtu.be/ij_0p_6qTss )

— Cheguei. – gritou Paulo que nem um louco, revirei os olhos.

— Olá Guerra, veio estragar minha solidão? – perguntei irônica, ele se jogou no sofá ao meu lado.

— Cadê todo mundo? – perguntou Paulo enquanto atacava meu sorvete, certas coisas nunca mudam, Paulo sempre seria um idiota folgado.

— Sei lá, só sei que não estão aqui. – respondi com desdém.

— E a Valéria? – perguntou Paulo preocupado.

— Se eu lá sei, ela é sua namorada e não minha. – respondi friamente. – certamente, deve estar com o Jaime. – provoquei.

Paulo apenas revirou os olhos, ficamos em silêncio assistindo a porcaria daquele filme, Paulo passou seu braço ao redor da minha cintura, senti meu corpo estremecer, aquele cheiro dele me deixava enfeitiçada, foi quando meu celular vibrou, era uma mensagem.

Mensagem On

— Saudades minha dama, adivinha quem está na cidade? *O* - sorri ao ler a mensagem, Daniel estava no Brasil.

— Vagabundo? Como assim? – escrevi rapidamente.

— Depois lhe explicarei, agora, estou interessado apenas em matar a saudade de você minha dama, estou no meu antigo apartamento, lembra do endereço?

— Claro que sim vagabundo. – respondi imediatamente.

— Então venha minha dama.

Mensagem Off

Me levantei rapidamente do sofá, estava sorrindo feito uma idiota, já estava prestes a subir a escada quando um braço me segurou, era Paulo, ele não estava com uma cara nada boa.

— Estava tão distraída que nem percebeu que eu estava lendo as suas mensagens, você não pode se encontrar com ele. – disse o Guerra me encarando sério.

— Você não manda em mim. – falei me soltando dos seus braços.

— Eu me preocupo com você, sei que não está usando mais drogas, tenho medo de que esse cara te arraste pro mundo do vício novamente Alicia, ele não te faz bem. – falou Paulo sério e nervoso, estranhei.

— Ele não vai fazer isso comigo Paulo, fica tranquilo. – falei mais calma desta vez e subi as escadas.

Paulo parecia tão bravo e sério, será que ele estava com ciúmes? Afastei essa ideia da minha cabeça, talvez ele esteja apenas preocupado por causa das drogas, nada mais que isso.