Rock Family

Capítulo 6 - Muito perto


Taylor era uma criança depois que se conhecia ele. Era criativo, sorrateiro, engraçado e ocasionalmente, irritante.

Mas o que me deixava cada vez mais vidrada em conhecê-lo era a capacidade que ele tinha de fazer eu querer cada vez mais conhecê-lo. Não deixava-me em paz. Tinha mania de perguntar o porquê de tudo e parecia nunca querer estar quieto.

Com um tempo, ele Marco e Louis começaram á sair juntos com alguns outros amigos, fazer programa de garoto e eu ficava em casa, me impressionando cada vez mais com o jeito que ele se aproximava de nós.

E quando voltavam, Louis e Marco ficava na sala e ele sempre fugia para ir até meu quarto, perguntar o que eu estava fazendo, me fazer dar risada e me perturbar, ele geralmente conversava comigo longe de Louis e Marco o que fazia eles ficarem sem saber como estávamos ficando cada vez mais amigos.

Um dia, era minha vez de ir ao mercado, então, enquanto eles estavam na sala, eu peguei minha bolsa e abri a porta prestes a sair, mas Taylor impediu-me:

- Onde vai?

Indagou, como se eu devesse satisfações á ele, isso era mais uma de suas manias estranhas, achar que as pessoas tinham algum compromisso sério com ele a ponto de ter que o deixar à par de tudo que vai fazer.

- Vou ao mercado, é minha vez, lembra?

Avisei, já ia sair pela porta quando ele chamou de novo:

- Espera. – Falou, depois se levantou do sofá e foi até mim. Marco e Louis não ligaram, continuaram assistindo televisão. – Posso ir com você?

Foi então que os dois sentados no sofá se entreolharam abismados, notando seu até ali, desconhecido interesse em mim.

- Por que, precisa comprar alguma coisa?

Perguntei, não sabia qual seu interesse em ir ao mercado.

- Não, só fazer companhia.

Olhei-o. Não era comum aquilo acontecer, ele costumava ter medo do que Marco e Louis iam achar da nossa proximidade, por isso nunca conversava muito comigo na frente deles, muito menos sair comigo.

Eles entreolharam-se ainda mais abismados, podia ver em seus olhos os ciúmes. Para eles, eles podiam se aproximar de Taylor, mas eu, tinha que ser sempre a Maria deles, a que cuida deles e que só se sente segura com eles.

Mas eu não tive escolha, tive de responder:

- Ta legal.

Ele sorriu e saiu comigo pelo corredor. Quando fechamos a porta, a sua primeira pergunta foi:

- Acha que ficaram muito surpresos?

- Qual é o objetivo disso?

Cortei comentários, não costumava ter formalidades com ele, então fui direta.

- Ah, eles tem que se acostumar comigo saindo com você também, não acha?

- É, mas ao mercado?

- Por que não? Vai ser ótimo eu ir, assim posso tomar conta de você quando for atravessar a rua, vai que acontece o mesmo que Bill, não tem medo?

- Que é isso! Parece até que não sei me cuidar sozinha.

- Você é muito segura, não tem o instinto de garota de querer ser protegida?

- Falou com a garota errada.

- Acho que não, toda garota é assim, não adianta tentar disfarçar, você também é sensível.

- Por que vocês acham que não podemos nos virar?

- Nem sempre.

- Que seja.

- Ninguém nunca pode tentar te proteger?

- Por que me segue? Parece que fica tentando fazer com que eu conte a minha vida toda. O que tenho de tão interessante?

- Só que você nunca conta nada, parece que quer esconder alguma coisa, o que me faz querer saber.

- Mas não é assim, também tem que contar da sua vida. - Falávamos enquanto andávamos pela calçada á caminho do mercado. – Você também nunca fala de você.

- É só perguntar.

- Mas não pode ser assim, eu não sei o que eu quero saber.

- Então por que se incomoda?

- Não é justo.

- Não se sinta mal, vou te responder o que quiser sobre minha vida.

- Tudo bem, você é um bom motorista?

Referi-me á sua moto, já tinha quando veio morar conosco.

- Por que? – Riu. – Quer andar na minha garupa?

- Não sem saber a resposta.

- Não sei dizer.

- Era de se esperar.

Ri. Nós entramos no mercado, fomos a pé mesmo, pegamos as compras e conversamos sobre mais coisas.

Não sabia bem onde estava me metendo. Parecia muito perto de mim, cada vez mais.