Heróis e Vilões

P.O.V. Emily.

Depois de dar um tempo, pude voltar para a festa. Mas, o tempo começou a fechar e eu sabia pelas nuvens que aquilo não era natural.

—Ems, o que é isso?

—Mesma pergunta.

—Charlotte, pegue a Hope e o Carl e coloque eles pra dentro. Dentro do quarto da Hope. Agora.

Felizmente ela obedeceu.

—Isaac, se tem uma arma ai com balas de prata... é melhor pegar.

—Balas de prata?

—Estou aqui pra ajudar.

—Não preciso de ajuda.

—Sério?

Apontei a arma e meti bala, felizmente ele foi esperto e rápido o suficiente para desviar, mas não consegui acertar em nenhuma delas.

P.O.V. Isaac.

Criaturas aladas, o corpo de mulher, mas asas de morcego. Presas.

A bruxa não estava mirando em mim, estava mirando nelas. Os convidados entraram em pânico, ela até que acertou as criaturas, mas não as matou.

—Fique aqui.

—Você fique aqui. Estão tentando Me matar!

Ela correu pra dentro e voltou. Carregando uma super-besta.

—Corram!

Uma das criaturas a agarrou e saiu voando carregando-a.

P.O.V. Emily.

Vadias.

—Você gosta de voar, Emily?

Com a outra mão eu fiz uma bola de fogo e taquei nela. Forçando a me largar. Infelizmente, Verona me agarrou no ar. Mas de novo antes que ela subisse mais. Bola de fogo. E eu voltei para o chão. O Takeda me ensinou a cair.

—Emily!

—Pare de provocar Marishka! E mate-a!

Marishka tentou me cercar, mas ela enrolava demais.

—Que pena, que triste.

Eu peguei a besta, molhei na água corrente da fonte e meti bala na vadia.

P.O.V. Charlotte.

Elas me cercaram.

—Uma filha de Asheron. Dizem que o sangue delas é como fogo líquido.

—Eu quero a primeira mordida.

Elas iam me matar, mas algo as parou, as fez recuar.

—Marishka!

Saíram voando correndo.

—Que tipo de demônio era aquele?

—Você não sabe? Cavaleiros de São Cristóvão e sua ignorância. Elas não eram demônios. Elas eram vampiras. As proles do Drácula, suas primeiras. Aleera, Verona e... Marishka.

—Espera ai, Drácula é realmente um vampiro?

—Sim. Sou a primeira pessoa á matar um vampiro em cem anos. Acho que isso me concede uma bebida.

Tomei um Martini.

—Isso não é bom. Agora que eu matei Marishka... o querido e velho papai vai matar por vingança.

—Vampiros? Sério?

—Nomeei o seu veneno Cavaleiro. Por centenas de milhares de anos as bruxas contiveram o avanço de criaturas como elas. Vampiros, demônios, múmias, mas agora... graças a sua Ordem quase não há mais bruxas e as que existem tem que se esconder. Nosso Poder, nossa como foi que você chamou? Oh, sim. Nossa magia profana enfraqueceu e consequentemente criaturas da escuridão foram libertadas. Se as três irmãs estão á solta, significa que Drácula também está. Da última vez, foram necessários seis, sete Covens para prendê-los.

P.O.V. Isaac.

Afogar o mundo em sangue. Nunca me ocorreu que eu ajudaria a fazer isso.

—As bruxas são mantenedoras do equilíbrio. Chocante, eu sei. Quando os Cavaleiros de São Cristóvão massacraram as bruxas, eles perturbaram o equilíbrio. Eu tenho as memórias das minhas ancestrais na minha cabeça. Eu me lembro do Império Negro de Asheron e eu me lembro das atrocidades que Drácula e sua prole cometeram. Ele é muito mais velho do que parece.

—Diga.

—Após a queda de Asheron, Reino por Reino a criatura que hoje vocês chamam de Drácula e seu exército de mortos vivos devastaram tudo no caminho e todos que resistiram a ele tiveram um destino terrível.

Ela passou o dedo na garganta indicando a morte.

—Pendurados em estacas e deixados para agonizar e morrer. O mundo era dele. Naquele momento ele o era Imperador de todo o mundo conhecido, nem os bárbaros puderam contra ele. A criatura escravizou seus inimigos conquistados e forçou-os a construir um enorme monumento, uma muralha. Quando eles estavam mortos, doentes ou não eram mais úteis para ele... eram enterrados embaixo dela.

—Uma muralha? Espera, está falando da grande Muralha da China?!

—Sim. E as pirâmides. As remanescentes da linhagem de Asheron foram forçadas a servi-lo, tiveram que ensiná-lo a dominar os cinco elementos. Fogo, água, madeira e metal. Seu poder parecia ilimitado.

—Mas, em segredo elas esconderam em plena vista um modo de derrotá-lo. E usaram. Usaram as pirâmides para prendê-lo e a suas filhas primogênitas. Aleera, Marishka e Verona. As bruxas usaram um feitiço mais antigo do que o tempo, saído da biblioteca de Asheron para transformá-los em pedra. E um selo de sangue para prendê-los dentro da tumba. Amaldiçoaram a ele e seus exércitos, contendo o avanço. Século após século, as bruxas guardaram a tumba. Até os cruzados chegarem. Dai pra frente, a magia enfraqueceu mais e mais a cada dia. Até o feitiço ser desfeito.

—Meu Amado São Cristóvão!

—Bem que eu queria botar a culpa só nos cavaleiros, mas somos ambos responsáveis por isso. As bruxas e os Cavaleiros são culpados.