P.O.V. Isaac.

Imagine a minha cara quando quatro dos Cavaleiros de São Cristóvão aparecem na minha casa.

—Posso saber o que diabos estão fazendo aqui?

—Somos tudo. Tudo o que sobrou, irmão. Os outros eles mataram.

—Eles? Eles quem?

—As criaturas. Ele parece um homem, mas não é. É um demônio. Usamos todas as armas que tínhamos, mas nada funcionou.

—É porque estávamos errados. O que estamos enfrentando não é um demônio. É um vampiro, as bruxas contiveram seu avanço por séculos, mas graças á nossa fé cega nós libertamos este mal sob o mundo. Sem a magia das bruxas para contê-los... as criaturas que antes ficavam trancadas agora avançam. Todo esse tempo, lutamos contra o inimigo errado.

P.O.V. Emily.

Acho que ela sente também. Por isso está tão irritada, tão nervosa, tendo problemas para dormir.

—Tem algo que eu possa fazer?

—Não. Vou sair pra dar uma volta com ela. Talvez um pouco de ar fresco ajude.

—Vou pegar minhas coisas.

—Não Mason. Vamos só eu e ela. Dar um tempo de tudo isso, as festas, as bruxas, os vampiros, um dia de mãe e filha.

—Mas...

—Mason, posso me cuidar. Faço isso a um bom tempo. E nunca vou deixar nenhum mal acontecer com a minha filha.

Peguei a caminhonete, amarrei a Hope na cadeirinha e saí de Nova York. Fui bem para o campo mesmo. Só havíamos as árvores, eu, o carro... e a Hope.

Ficar em meio a natureza, fazer piquenique e bem longe do barulho, da agitação ajudou. Mas, de repente ela voltou a ficar irriquieta.

—Ei. Está tudo bem garotinha.

Verifiquei e a fralda estava limpa, ela tinha acabado de mamar.

—Ok. Acho que é hora de ir pra casa.

Voltamos pra casa, já estava ficando tarde. Era seis e meia. Troquei a roupinha, a fralda e coloquei ela no berço. Ela deitou e ficou quietinha. O que era basicamente um milagre.

Desci ás escadas, eu, Daniel e Charlotte estávamos comendo quando eu vejo a trilha de sangue. Um rastro, sigo e encontro um cadáver.

—Meu Deus!

P.O.V. Daniel.

Encontramos um cadáver drenado escondido embaixo da escada e a Emily subiu correndo. E nós só ouvimos o estrondo.

P.O.V. Emily.

Eu encontrei Aleera no quarto da Hope, encarando o berço com a minha filha dentro.

—Sai de perto dela!

Ela me jogou longe, mas não deixei barato. Dei aneurismas nela. E ela fugiu pela janela.

Felizmente, Hope ainda estava no berço, não estava machucada só estava com aquela cara como se perguntasse...

O que diabos tá acontecendo?!

Estava chovendo, uma puta tempestade do caramba e eu sai pela janela atrás da vadia.

P.O.V. Daniel.

Quando chegamos no quarto o cadáver da babá estava no chão, Hope estava bem, mas Emily sumiu.

—Emily! Emily!

Sai desesperado e ela estava no telhado e uma das vampiras também. Voltei pra dentro correndo e avisei os outros.

—Emily e a vampira estão no telhado.

P.O.V. Emily.

A fraqueza dos vampiros, infelizmente especialmente as mulheres é a sua vaidade, seu ego. E até mesmo a própria imortalidade.

—Emily, meu amor. É o seu sangue que me manterá jovem e bela. O que acha disso?

Rapidamente tirei a estaca de prata e enfiei no coração dela.

—Acho que se for matar alguém, vá enfrente e mate logo. Não fique se gabando! Vaca.

Pulei a janela de volta pra dentro.

P.O.V. Drácula.

Da última vez foi necessário seis Covens apenas para nos colocar para dormir, agora... primeiro ela matou Marishka, agora matou Aleera. Em dois dias ela sozinha matou duas de minhas primogênitas.

—Fascinante.

—Fascinante? Nós perdemos Aleera e Marishka.

—Eu posso fazer mais vampiros.

—Significamos tão pouco para o senhor?

Sim. A única que eu já amei, eles queimaram. Os desprezíveis Cruzados que logo se tornaram os Cavaleiros de São Cristóvão. Eu era um deles, tão chafurdado no sangue, mas ela me salvou. Estava ferido, ela poderia ter me deixado morrer, mas não deixou.

Por anos vivemos felizes até os Cavaleiros virem e queimarem-na na estaca. Tamara. Como sua ancestral, a Princesa de Asheron. Desde então, o mundo não valia a pena. Ninguém valia.

Quando transformei Marishka, Aleera e até mesmo Verona. Foi uma falha tentativa de preencher o buraco negro que tomou o lugar do meu coração.