Revenge

Chá de bebê atrasado


P.O.V. Emily.

Tenho que admitir, ir ao cabeleireiro, fazer maquiagem, as unhas. É bom.

Você se sente bem. Jack chegou e haviam empregados carregando coisas para todos os lados, botando enfeites.

—Oh, eu tão não pertenço ao seu mundo.

—Meu mundo? Me dê algum crédito. Não sou exatamente o tipo de garota que fica sentada fantasiando sobre festas, bailes e casamentos e se eu fosse provavelmente se pareceria um pouco menos... Isso.

Disse apontando para o bolo de três camadas com colunas e toda aquela coisa.

—É.

—Ei, se me permitem a interrupção tem alguém que quer dizer oi.

A babá veio carregando a minha linda e doce filhinha.

—Oi, garotinha.

Sentir ela nos meus braços, o quanto ela era quentinha, o cheirinho de bebê.

—Tio Jack, Carl tem alguém que eu quero que conheçam. Hope, esse é o tio Jack, tio Jack... essa é a Hope. Hope, esse é o seu irmão mais velho Carl, Carl... essa é a Hope.

Ela disse oi. Do jeitinho dela.

—Ela é tão pequena.

—Eu sei, certo?

P.O.V. Daniel.

Ela tinha essa conexão com Jack Porter que não tinha comigo. Nem mesmo quando ainda estávamos juntos.

Emily não quis terno e gravata. Ela quis casual chique. A única exigência que ela já fez desde que nos conhecemos foi que houvessem várias velas na festa. E realmente fazia mais o estilo dela.

E a festa foi memorável. Emily ficou a maior parte do tempo com Hope e Carl, cumprimentou os convidados.

P.O.V. Emily.

Eu não conheço nem a metade dessa gente. E posso ver os pensamentos, o veneno correndo solto, os olhos me julgando. Como se eu tivesse pouco me lixando pra isso.

Mas, elas admitindo ou não sei que gostaram de eu ter contratado um DJ para ajudar a harpista e o pianista.

A Hope tava uma fofa com aquele vestidinho cor de rosa que parecia um bolinho confeitado. O vestidinho, a chupetinha, os sapatinhos tudo rosa. Tudo combinando.

Felizmente ela dormiu por um tempo, até o idiota do DJ subir muito o volume e ela acordei.

—Ei! Abaixa! Isso é um chá de bebê! Não uma noitada!

Já estava ficando de noite e ela precisa dormir. Me afastei um pouco.

Fui para a praia. Tirei o sapato de salto, joguei longe e enfiei os pés na água.

—Cuidado onde joga esse sapato. Pelo o que eu me lembro a Cinderela não atirou o sapatinho no Príncipe.

—Talvez o Príncipe merecesse uma tamancada na testa pra deixar de ser tão sem noção e tão inconsequente.

—Você está bem?

—Oh, ela estava tirando uma ótima soneca até aquele DJ estúpido vir e acordá-la. Como é que eu vou viver com todo esse barulho?

—Você pediu o DJ.

—Oh, não. Eu pedi um rádio. A Charlotte que arrumou um DJ. Porque os ricos tem que fazer... tudo isso? Não dava pra ter comprado um bolo na padaria, um rádio, papai, mamãe, tio Jack, Carl, Declan e a tia Charlotte? Toda essa agitação é mesmo necessária?

—Você se acostuma. Só tá meio sensível. Está tudo bem você tomar um minuto para se ajustar.

—É fácil pra você falar. Esse é o seu mundo e você não é bruxo. Para mim, tudo é aumentado! Não só o barulho. Estou claustrofóbica. É como se a minha pele estivesse pegando fogo.

—As velas foram sua ideia.

—Não é por causa das velas. É a energia do lugar. Se eu andasse no meio de um monte de víboras das mais venenosas, mambas negras, najas, sucuris, cascavéis ainda assim não teria tanta peçonha quanto tem lá dentro. E por causa disso, estou irritada, estou com fome, cansada. Estão me exaurindo.

Ela respirou fundo.

—Eu queria ficar com eles. Carl e Hope tanto, mas tanto e agora estou e eu... me sinto horrível.

De longe eu vi a Charlotte na praia também.

—Parece que não sou a única. E Hope está com ela.

Senti-o pegar na minha mão.

—Bem, sendo assim eu gostaria de levar a mamãe pra dar uma volta.

Eu estava tão atordoada com tudo aquilo que simplesmente deixei ele me arrastar.

P.O.V. Jack.

Eu os vi, andando na praia de mãos dadas, ouvi a risada dela. Parece que o mauricinho ouviu o meu conselho.

—Que droga.

—Não se preocupe. Ela pertence ao nosso mundo tanto quanto você.

—Não se preocupe. Estou orgulhoso de não pertencer ao seu mundo e Emily é boa demais para o Daniel.

P.O.V. Daniel.

Ela me deixou segurar a mão dela, conversamos e rimos.

—Realmente se considera a mãe do filho do Porter não é?

—Sim. Minha irmã e eu nunca tivemos uma mãe, bem tivemos, mas eu quase não lembro dela e a memória que eu tenho... não é boa. Carl e Hope merecem algo melhor. E eu sei que apesar de tudo, se a Mandy estivesse aqui e eu não... ela faria o mesmo pela nossa filha.

—Mandy?

—Sim. Eu estava com ela durante o ataque, quando ela morreu. O homem atacou a nos duas. Jack não sabe disso, ninguém sabe. Eu lutei com unhas e dentes e feitiços para dar a ela a chance de fugir, mas ela simplesmente não ia me deixar pra trás. Mandei ela fugir, mas era teimosa feito uma mula. Ouvi os tiros, vi o sangue, queimei o cara vivo. E enquanto a minha irmã estava morrendo ela me fez prometer que cuidaria do Jack e do bebê dela. E eu pretendo cumprir essa promessa.

Disse segurando no colar que sempre, sempre carregava no pescoço.

—E quanto ao Jack?

—Ele sabia que Amanda teria que morrer para salvar o filho, mas ele não estava lá, mas eu estava.

—Ela não tava sendo operada?

—Estava em projeção astral.

Disse dando um sorriso sapeca.

—Bruxa. Lembra?

—Sim. Eu me lembro. O colar...

—Era da Amanda. Ela era a garotinha da mamãe e eu a do papai. Foi um presente da nossa mãe. E quero que me prometa que se me acontecer alguma coisa, vai dar o colar á Hope. Não é apenas um colar. É um talismã. Minha mãe embebeu parte de sua magia nele. É uma chave.

—Uma chave pra que?

—Não faço ideia.