Remember

Embarcando para o Brasil


O falso rumor espalhado pela imprensa brasileira conseguiu romper barreiras. No outro dia, meus seguidores no Twitter já haviam aumentado consideravelmente, fotos minhas estavam rodando o mundo, principalmente a Alemanha, e o canal da Sweet Poison no YouTube, assim como o site, foram muito visualizados em poucas horas.

E sim, eu recebi várias ameaças de fãs do Tokio Hotel. Todas eram desconsideráveis, é claro. Como fã, sei bem o que se passa na cabeça delas. Eu mesma já quis matar todas as possíveis namoradas dos quatro que surgiam ao decorrer da carreira deles...

Para conter um pouco tudo isso, eu decidi escrever a seguinte coisa na minha página do Twitter:

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AliciaLiechtAlicia Liecht
Impressionante como as pessoas sempre confundem uma simples amizade com um namoro! Para mim, a diferença é óbvia.
now via web
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Praticamente na mesma hora em que postei esse comentário, ele foi retweetado por mais de cem pessoas. Mostrei tudo para Gabriella, que ficou boquiaberta com a rapidez com a qual as informações rodaram.

Depois da minha declaração, fui olhar o Twitter do Bruno, e nada. Ele não comentou absolutamente NADA sobre o ocorrido e até agora não me ligou. Vai ver ele nem ficou sabendo ainda, já que tem feito muitos shows esses últimos dias.

Resolvo então sair da internet e começar a arrumar as malas junto com Gaby.

- Amiga, já ligou para o Brad pra avisar que iremos hoje? – pergunto a ela.

- Sim, ontem à noite eu conversei com ele. – ela me olha.

- E vocês vão se encontrar antes de embarcarmos?

- Vamos. Ele passará aqui para me buscar às três da tarde, porque é o único horário que estará disponível. Depois tem que ir a um ensaio para o show da Beyoncé que terá em Las Vegas amanhã. – ela faz uma pausa. – Vou ficar com saudades dele...

- Vai ser só por uma semana! E aposto que ela vai voar...

- Tomara! – ela ri.

Não levaremos muitas roupas, pois pretendemos ficar no Brasil apenas por uma semana. Quero voltar depressa pra poder resolver as coisas da turnê com calma pra não sair nada errado e começar a ensaiar, nem que seja sozinha já que não sei por quanto tempo as meninas da banda ficarão ausentes.

Quando eu estava quase terminando, o telefone da minha casa toca e vou atender.

- Alô?

- Diga-me que vocês ainda não almoçaram! – diz a voz do outro lado da linha, era o Tom.

- Você teve sorte! Estamos aqui arrumando as malas e nem nos lembramos do almoço...

- Então eu e o Bill passaremos aí daqui meia hora pra vocês almoçarem conosco, tudo bem? Arrumem-se! – ele intima.

- Nossa, então é assim? Você nem perguntou se nós duas queremos ir almoçar com vocês!

- Nem preciso perguntar, eu sei que você nunca recusaria um convite meu. - ele ri.

- Que convencido! Só por causa disso, eu não irei mais!

- Você vem sim e fim de papo! Em meia hora chegamos aí... Até mais. – ele desliga sem antes me deixar respondê-lo.

Aviso à Gabriella, que fica animadíssima. Ela ainda não havia visto os gêmeos depois do VMA. Trocamos de roupa e continuamos a arrumar o restante das coisas. O vôo sai no final da tarde e só chegaremos pela manhã de domingo em Belo Horizonte, onde nossa família mora. Depois, devo ir para São Paulo durante a semana para encontrar o Bruno.

Não demora muito, e os Kaulitz tocaram a campainha. O porteiro deixou os dois subir, já que eu comuniquei a vinda deles. Abri a porta e lá estavam, com um sorriso lindo no rosto. Bill vestia uma camisa xadrez vermelha, jeans e um tênis de skatista. Já Tom, vestia uma blusa lisa branca, calças jeans um pouco caídas e um tênis azul, também de skatista. Abraçamos os dois e logo em seguida saímos.

- Eu sabia que você estava mentindo quando disse que não viria mais almoçar conosco. – diz Tom, assim que entramos no elevador.

- Não se iluda, Tom! Elas só mudaram de idéia por minha causa! – Bill ri.

- Eu sinceramente não sei qual dos dois é mais convencido! – exclamo.

Saímos do prédio e atravessamos a rua, até o carro dos gêmeos. Por um momento, imaginei que a porta estaria infestada de paparazzis, mas até entramos no veículo eu não vi nenhum. Aposto que eles estão escondidos fotografando todos os nossos passos. Mas, como eu disse, não há nada de mais em uma simples amizade.

Tom deu partida no carro e dirigiu até um bonito restaurante no centro de Los Angeles. Bill nos contou que é o seu preferido e sempre vem aqui com o irmão ou então pede alguma coisa. Ao entrarmos, fomos para uma mesa que se localizava na parte aberta do restaurante, um pouco mais ao fundo do lugar, onde teríamos mais privacidade. Assim que nos sentamos, o garçom veio e pedimos as bebidas.

- Então vocês decidiram embarcar hoje mesmo? – Bill pergunta assim que o garçom sai.

- Sim. As passagens de domingo estavam marcadas para um horário ruim. Nós chegaríamos no Brasil no meio da segunda-feira e isso seria muito cansativo. – respondo.

- E por quanto tempo pretendem ficar por lá? – pergunta Tom.

- Só por uma semana, não é Alicia? – diz Gabriella.

- É verdade... Nós bem que queríamos, mas precisamos resolver umas coisas da turnê, por isso nem vai dar pra ficar lá mais.

O garçom chega com os nossos drinks.

- Gostei do Brasil, quero um dia poder voltar lá, mas dessa vez nas nossas férias. – diz Bill, em seguida dando uma golada em seu suco.

- Eu também! Vi algumas fotos das praias na internet e achei tudo lindíssimo. – Tom completa.

- Lá tem vários lugares bons pra se conhecer mesmo, mas confesso que não acho que é um bom país para morar.

- Estão vendo? Eu não sou a única a pensar assim! Gabry também concorda comigo! – digo.

- Bom, vamos nos servir? – Tom se levanta. – Quem me acompanha?

- Eu vou com você. – diz Gaby, saindo com ele logo em seguida.

- Fiquei sabendo que o nosso rumor já está rodando o mundo inteiro. – Bill comenta.

- Pois é, eu também soube... Aposto que quando a imprensa souber que estou indo para o Brasil, virão todos querendo marcar uma entrevista para comentar sobre o assunto.

- Jost ainda não me contou se alguma revista está ligando para marcar coletivas para que eu também dê uma declaração sobre isso... Acredito que ainda não. E você dará alguma entrevista?

- Claro que não! – exclamo. – Não há nada o que dizer, Bill... As pessoas têm que aprender que namoro e amizade são duas coisas completamente diferentes.

- Concordo com você.

Nesse momento, Tom e Gabriella voltam e eu e Bill vamos nos servir.

O almoço foi super agradável. Os meninos nos trouxeram de volta para casa e no caminho e gentilmente se ofereceram para levar-nos até o aeroporto. Nós acabamos aceitando, já que provavelmente daqui pra frente ficaremos muito tempo sem vê-los por causa da correria da turnê.

Às três da tarde, Gabriella saiu com o Brad e eu fui levar Valentim para a adestradora cuidar dele durante essa semana. Aproveitei para dar um curto passeio com ele pela cidade.

Combinamos com os Kaulitz que eles passariam aqui às 6 da tarde, uma hora e meia antes do vôo sair. Foi o que fizeram. No horário marcado, já estavam dentro do elevador subindo para o meu andar.

Mais uma vez, Tom foi dirigindo até ao aeroporto. Chegando lá, eles foram conosco até lá dentro, nos ajudando a levar as malas que não eram muitas.

- Vamos ficar com saudades! – exclamo, abraçando Bill .

- Também ficaremos! – Bill responde, me dando um beijo no rosto. – Não se esqueça de me ligar para contar da conversa com o Bruno. – ele fala baixinho no meu ouvido e sorri.

- Pode deixar! – digo também em voz baixa, sorrindo de volta.

- Se cuidem, ok? E liguem quando chegarem! – diz Tom, depois de abraçar Gaby e logo depois vindo me abraçar também.

- Vocês também! Pode deixar que nós ligaremos. – Gabriella abraça Bill.

Saímos andando em direção ao portão de embarque. Engoli o choro. Foi difícil conter, mas eu não podia fazer isso na frente dos dois. Quando entrei no avião, não consegui mais segurar e desabei. Gabriella ficou abraçada comigo até eu conseguir me acalmar. Percebi que a aeromoça ficou preocupada e trouxe alguns lenços para mim.

Fizemos conexão em Miami e ficamos mais ou menos 15 horas viajando. Às 10:30 da manhã de domingo, desembarcamos no Rio de Janeiro onde trocamos de avião e fomos direto para Belo Horizonte. No aeroporto, pegamos um táxi direto para o bairro onde nossas famílias moram.