Edward

A vida ficou agitada por alguns dias, os cuidados com Elizabeth pareciam infinitos e Gustav ficou para acompanhar de perto o desenvolvimento dela. Todos estavam tensos com sua presença porque temiam pela pequena, mas Leah apenas dizia que a Duquesa queria o melhor. Harry chegou com uma carruagem cheia de itens e com ajuda de várias empregadas fez um quarto digno de uma princesa, nem ao menos eu sabia que um bebê precisaria de tantas coisas.

Fiscalizei a estufa por Isabella, ela estava cada dia mais encantada com nossa pequena Lilibeth como ela gostava de chamar, mas eu sabia que ela queria notícias de sua estufa. Então quando a visitava sempre a acalmava com um relatório muito completo sobre os cavalos, os empregados, as reformas e a estufa. Harry fiscalizava tudo atentamente para que nada a perturbasse.

— Como tive uma neta e soube por uma carta Edward?

Olhei para cima vendo minha mãe ainda de luva e chapéu. Seu ar vermelho mostrava como ela estava agitada e sorri para ela acalmando esse coração. Levantei e fui até ela beijando sua face com carinho.

— Ela é linda. – disse e ela sorriu.

— E eu soube por uma carta!

Uma empregada ajudou mamãe com seus acessórios e se foi. A ajudei a sentar no escritório e vi como ela olhou o quadro de Isabella com admiração.

— Linda...

Olhei para o quadro e sorri abertamente.

— Não é mesmo? Eu achei muito adequado estar aqui.

— Ficou muito... quanto... Deus Edward. Ela está linda.

— Ela é linda mamãe.

Nessa hora mamãe me olhou e sorriu.

— Renné ficaria muito feliz sabendo que ela está sendo tão bem cuidada. – e a emoção de falar de sua amiga estava ali em seus olhos – Tudo que ela temia era esse mundo cruel engolindo sua menina de ouro.

— Esse mundo nunca estará pronto para mulheres como ela. Espero que Elisabeth siga seus passos.

— Elisabeth como a esposa do Coronel? – perguntou surpresa.

— Elisabeth Renné Cullen.

— Que nome mais perfeito. – agora as lágrimas caíam sem que ela fizesse questão de segurar.

— Ela nasceu antes do tempo. É muito pequena e não pode ter muitas pessoas ao redor. Infelizmente somente Leah, Bella e Gustav estão tendo muito contato. Mas ela é uma perfeição mamãe.

— Claro que é. – disse enxugando as lágrimas com um lenço. – Ela é a filha de vocês. Ela é uma Cullen. E será uma mulher extraordinária.

— E como será, tem que ver como chora quando está com fome. – sorri lembrando do desespero de todos ao ouvir o choro delas. – A ama de leite é muito boa, mas Lilibeth é exigente.

— Que apelido mais carinho.

— Bella que deu. E acredita que ela procura Bella quando ouve a voz dela? Mesmo sendo pequena parece que reconhece ela com muita facilidade. Se ela está dormindo Bella não pode falar. – ri lembrando dela chorando manhosa quando ouvia a voz de Bella. – O médico disse que em poucas semanas ela estará liberada para receber visitas.

— Ficarei para ajudar, não vou atrapalhar prometo. Mas ficarei para ver de primeira a menina. Minha primeira neta. Oh Edward... isso é tão emocionante.

E então Harry entrou.

— Um representante real senhor.

— Um representante real?

— Sim.

Vitória tinha mandado alguém? Pedi que entrasse e mamãe se ajeitou se levantando junto. O homem entrou e me entregou uma carta.

“ Querido primo,

Fiquei encantada ao saber por meio de sua carta que nasceu sua primeira filha. Não tenho como expressar minha felicidade através dessa carta, mas já a imagino brincando com meus próprios filhos assim que estiver maior. Fiquei preocupada ao saber que a pequena nasceu antes do tempo, por isso enviei meu mensageiro pessoal para saber notícias da pequena de imediato, não aguentaria esperar por cartas enviadas pelo método tradicional.

Aos pais da pequena Elisabeth Victória Renné Cullen desejo toda felicidade que tenho ao ver cada filho meu crescendo e feliz com pais amorosos e cuidadosos. Faço questão que organizemos uma pequena recepção após o batismo no castelo de Windsor. Por conta da saúde da pequena convidaremos apenas os mais próximos e íntimos, fico feliz que eu e Albert seremos padrinhos da pequena por sua parte. Uma felicidade indescritível ter ela em nosso meio.

Como presente daremos a ela um título escosês em homenagem a sua avó materna, que Deus a tenha em seus braços, Duquesa de Rothesay. Achei apropriado já que homenagearam sua avó. Que sua pequena sempre se lembre de todas as suas origens. Também estou enviando o berço que todos os meus bebês usaram para que ela fique segura e bem como presente por seu nascimento prematuro, Albert e eu achamos que o de vocês não tinha ficado pronto.

Assim que o médico permitir marcamos o batismo da nossa mais nova Duquesa. Já fiz os devidos na anúncios e proclames, não se preocupem com nada a não ser viver esses dias de paz e tranquilidade com sua família.

Vitória.”

Olhei para mamãe completamente assustado. O mensageiro saiu esperando a reposta do lado de fora com um sinal que dei.

— Estavam falando sobre o nascimento da pequena... – ela disse sem graça – Não teve anúncio sobre a gravidez. – eu via como as palavras de mamãe estavam sendo selecionadas – Sabe como a corte pode ser cruel.

— O que diziam mamãe?

— Jane estava falando que era estranho a morte prematura de... de sua antiga amante veio junto com o nascimento.

— O quê?

— As damas da corte disseram que ela morreu de desgosto por ter sido abandonada e desprezada por você.

— Deus amado como essas pessoas tem línguas ferinas. – falei indignado.

— Vitória foi a última a ver quando deu a ela um lugar na ordem. Imagina o escândalo quando souberam que Bella estava ocupando um lugar na cadeira de Ciências e além disso ganhou um reconhecimento pela Ordem mais alta da Coroa.

— Isso se chama inveja mamãe. – falei revoltado.

— Claro que sim Edward, Jane já estava mordida com o jantar de Natal, com a recepção do casamento de Rose e Emmett e toda ajuda no casamento de Alice. A corte inteira comenta que a Duquesa criou um círculo privado e exclusivo. Quando souberam do nascimento da menina comentaram sem pudor. Foi horrível.

— Que pessoas asquerosas.

Então lembrei da carta e reli.

— Vitória mudou o nome de Lilibeth.

— Ela deu o que a Corte não poderia contestar querido. – falou sorrindo – Ela deu a benção maior, além de seu nome um título próprio. Como se Lilibth fosse um membro real muito querido e esperado. Ela calou a boca de todos da sua própria forma. Ninguém poderá falar mal dela sendo ela madrinha da menina e tendo também o nome da própria Vitória.

— Ela vai ser batizada no castelo de Windsor.

Falei olhando a carta.

— Uma benção extraordinária. Apenas os filhos dela são batizados ali, mesmo sendo parentes, ela nunca fez isso. Um evento com certeza privado e organizado por ela. Imagina algo assim...

— Um escocês.

— Ela herdará todos os títulos por direito, mas esse é apenas dela. E poderá usar muito antes de herdar ele. É algo diferente, ela o ganhou de sua madrinha e não por casamento. Lilibeth poderá escolher com quem casar por direito ou não. Ela será a primeira dama que não precisará frequentar os bailes de temporada por obrigação.

Levantei e fui direto para o quarto onde Bella estava com nossa menina. Ela estava na janela ninando nossa filha quando entrei. Linda demais. Sorriu ao me ver.

— Venha ver Edward como acho que ela terá a cor dos cabelos de mamãe.

— Sua mãe? – falei me aproximando mais calmo.

— Ela era loira, olha como nascem fios loiros.

Olhei a nossa filha lindamente vestida com um vestido grande e dormindo nos braços de Bella.

— Loira mesmo. – não conseguia deixar de sorrir.

Bella estava com uma camisola composta e cabelos mais arrumados, ela estava tendo dificuldades para manter essa parte de nosso pequeno segredo, mas Leah sempre a vigiava de perto.

— Vitória enviou uma carta.

Eu expliquei para ela tudo que estava acontecendo e como Vitória nos amparou e ela apenas se emocionou olhando e ninando a pequena.

— Lilibeth, sua madrinha é uma pessoa muito corajosa e inteligente. E você é uma menina de muita sorte, o mundo será seu meu amor.

Abracei Bella querendo ter contato com ela e nossa filha.

— Daremos a você querida o mundo em forma de amor e sonhos realizados.

— Que lindo Edward... – disse emocionada me olhando.

— Encomendei um pônei para ela.

— Edward! – disse sorrindo.

— Um pequeno árabe puro sangue diretamente de um fornecedor muito confiável, ele chegará em alguns meses, acho que nossa pequena amazona poderá com dois anos aproveitar ele assim que Laurent o adestrar.

— Isso será perfeito.

— Como uma casa na Escócia. – então ela me olhou – nossa pequena Duquesa precisa de uma residência na Escócia para ter onde se refugiar nos momentos que quiser.

— Minha mãe tinha uma propriedade na Escócia... acho que Alexander...

— Perfeito, mandarei ele ver isso o quanto antes. Pode demorar alguns anos, mas faremos com ela tenha uma casa no país que sua mãe viveu sua infância e saiba como ela é amada por todos que se foram.

— Obrigada...

— Não me agradeça jamais. – toquei seu rosto – A sua felicidade é a minha. O seu sorriso é o meu. E ver vocês duas é um sonho.

A beijei pela primeira vez delicadamente. Seus lábios parecendo terem sido feitos para meu, um beijo nada casto e inocente. Cheio de promessas e desejos. Me afastei lembrando de sua suposta condição. Tossi um pouco e ela sorriu vermelha.

— Espero que esses dias passem rápido... – falou brincando.

— Muito rápido...

Leah entrou com o berço mais lindo que eu poderia ter visto. Ele era de madeira e pintado com ouro, cheio de detalhes e laços.

— Devidamente limpado e roupas novas senhor. – ela disse colocando ele mais perto de Bella. – Também colocamos o travesseiro novo que chegou.

— Que lindo! – Bella foi até ele colocando nossa pequena com muito cuidado.

Me aproximei para ver se ela aceitaria bem o lugar.

— Vitória mandou achando que como ela nasceu antes do tempo não teríamos um.

— Ela pensa em tudo... – disse Bella percebendo que o berço tinha um balançar ao mexer nele – É magnífico. Podemos pedir para Franz uma pintura? Queria ter registrado para sempre essa cena.

Sim, era uma cena linda. Lilibeth dormindo tranquila em suas roupas claras em um berço tão digno dela.

— Vou pedir para Harry chamar ele imediatamente. Mas faço questão de estarmos na pintura com as roupas tradicionais que pediu para fazer.

— Ficará lindo.

E então sem me importar com Leah ali, a beijei. Um beijo mais próximo e íntimo. Apaixonado e avassalador. Ela correspondia como alguém que tinha a experiência e vontade. Eu amaria Isabella em cada ato de amor nosso e reverenciaria seu corpo em cada oportunidade que pudesse. Me afastei vendo Leah dobrar os panos limpos.

— Leah arrume esse quarto para que eu e a Duquesa possa estar juntos. – ela me olhou assustada. – Faça a mudança dos itens pessoais e os meus para este cômodo para que quando nossa pequena estiver mais forte possa dormir em seu quarto.

— Sim senhor.

— Peça para minha mãe descansar e se trocar, ela pode ver a neta por alguns minutos, acho que Gustav pode liberar uma vó aflita em conhecer sua neta.

— Claro senhor.

— Sua mãe chegou? Preciso...

— Fingir que está de cama.

Rimos juntos e ela revirou os olhos contrariada. Sim, ainda tínhamos um caminhos pela frente antes de tudo ser finalmente concretizado.