Red Moon

Revelações


Torre norte: Quatro das esposas, Volterra-Itália, 11:00 am

Quando chegamos no quarto vimos os vampiros da guarda retirando o corpo e cabeça desmembrados da vampira que cuidava das esposas, abaixamos o olhar em respeito e entramos logo em seguida fechando a porta.

O quarto estava um caos, havia vasos quebrados no chão com as flores pisoteadas, folhas em branco espalhadas por todos os cantos assim como livros que foram arremessados, a cortina rasgada e o seu suporte quebrado deixando o sol entrar deliberadamente pelo recinto. Imaginei a prisão que deveria ser para elas, trancadas aqui sem permissão para sair, sem sua liberdade isso era terrível.

Rapidamente colocamos os sensores para funcionar, mas não detectaram nenhuma interferência demoníaca, então optamos por usar a lógica, vasculhamos tudo atrás de algo e até mesmo as roupas delas foram levadas, ficou claro como água que não foi um sequestro.

— Minha mãe quando foi sequestrada fez um belo estrago no nosso apartamento, mas vamos concordar estamos cercados de vampiros com audição sensível a tudo eles ouviram esse quebra-quebra todo e iriam vir verificar o que estava acontecendo – Clary se agachou para analisar uma flor – Além disso a pegada nessa flor está recente.

— Então está supondo que essa cena toda foi forjada? E que as esposas foram de livre e espontânea vontade? – indaguei

— Exato – ela se levantou e me olhou – Ou elas foram dopadas e levadas para algum lugar, mas para essa cena forjada, Jane e Chelsea são as possíveis culpadas

— Mas como elas iriam fazer isso sem fazer barulho? – perguntou Alec

— Precisariam de um escudo como o de Bella para inibir o som – Jace levou a mão ao queixo ficando pensativo – Eleazar Denali falou que existe um escudo aqui que faz parte da guarda...

— Renata – lembrou Isabelle o interrompendo – Então ao invés de duas temos três e elas de alguma forma estão envolvidas nisso da cabeça aos pés nesse sumiço de esposas.

Clary recolheu a flor caso precise mostrar como prova para os três poderosos, mas agora outra dúvida surgiu, para onde elas foram levadas? Para responder isso precisamos seguir o cheiro delas ou algo que revele os passos.

— Clary existe alguma runa que revela passos? – questionei

— Não, pelo menos até onde minha capacidade de ver runas alcança – negou – O que você está pensando?

— Precisamos rastrear elas de alguma forma – coloquei minhas mãos na cintura e olhei ao redor

— Pelas runas não vai ser – Isabelle balançou a cabeça – Vai ter que ser pelo cheiro.

— Estamos cercados de vampiros talvez um dos três poderosos podem dar essa ajuda – Alec ergueu uma sobrancelha

— Não, nada de mexer com eles – cortei o ar com a mão vazia em negativa – Nem com a guarda.

— Ok, então alguém que já esteve próximo delas e reconhece o cheiro? – Jace me olhou

Pensei no que Jace falou e rapidamente me lembrei que Eleazar e Carlisle já foram dos Volturi por um tempo provavelmente conheciam as esposas e o cheiro delas para diferencia-las dos outros vampiros, minha mente começou a trabalhar freneticamente se algum deles conseguisse pegar o rastro descobriríamos a onde elas foram.

Mas lembrei o que Marcus me falou que para descobrirmos tudo deveríamos iniciar com a morte de sua esposa.

— Clary, Jace, Alec – olhei para os três – Vão para a ala oeste, Marcus falou que uma das salas estava em reformas se os Volturi estão escondendo algo é lá que se encontra a resposta. Isabelle você vem comigo.

Os três balançaram a cabeça e saíram rapidamente do quarto, Isabelle me encarou esperando o meu movimento.

— Temos que achar ou Carlisle ou Eleazar – falei – Hoje matamos esse quebra cabeça.

Saímos correndo do quarto, chegando no corredor em uma velocidade anormal para um humano comum. Se tudo der certo descobríramos tudo e o quebra-cabeça se resolveria.

Jardim, ala sul do castelo, 13:00 horas

Os Cullen e Denali conversavam calmamente sobre a entrada de Garrett ao clã Denali, Kate estava animada por ter encontrado um companheiro e que este a aceitava completamente.

Alice por mais que se sentisse feliz pela prima, se encontrava frustrada por ver nada e isso lhe dava dor de cabeça, encontrava apoio em Jasper e Edward, mas não servia.

A vampira se concentrou novamente e nada até que conseguiu ver Bella e Isabelle correndo até eles procurando a ajuda de Eleazar ou de Carlisle.

— Eleazar, Carlisle – chamou quando seus olhos voltaram ao foco – Bella e Izzy estão vindo pedir ajuda de vocês.

Os dois vampiros se entreolharam confusos, por que as duas iram procurar por eles? Ao fundo eles ouviram passos rápidos como de uma corrida, todos se viraram e localizaram as duas caçadoras correndo até eles.

— Elas correm rápido – comentou Jasper – Não me lembro de ver Bella correndo nessa velocidade.

— É que ela caía sempre – brincou Emmett e o empata concordou com ele

Edward soltou um rosnado irritado para Emmett que ergueu as mãos rindo.

— Carlisle, Eleazar – falou Isabelle quando elas pararam na frente deles – Precisamos da ajuda de vocês

— Claro, mas por quê? – questionou Eleazar

Isabella colocou o escudo envolta deles por precaução e logo explicou rapidamente as teorias formadas, os clãs ficaram surpresos pelo envolvimento de Jane, Chelsea e Renata no desaparecimento das esposas.

— Edward, consegue pegar algo na mente delas? – Isabelle olhou para Edward

— Os pensamentos de Jane estão protegidos em sua grande maioria, alguns deles escapam e consigo pegar – Edward balançou a cabeça – Assim como Alice, eu também estou sofrendo essa interferência desde que pisei no castelo.

— Jane deve ter passado essa informação sobre os dons de Alice e Edward para Lilith– supôs Irina

— Provável – concordou Garrett – E agora?

— Eleazar, você vem com a gente – ordenou Bella – Carlisle, Alice, Irina e Rosalie vão para a ala oeste lá se encontraram com Alec, Jace e Clary, já os outros se misturem pelo castelo e prestem atenção em todos até mesmo nos outros clãs.

— Nos vemos a noite na biblioteca – finalizou Isabelle que começou a andar rapidamente atrás de sua parabatai

— Não podemos perder tempo – falou Bella recomeçando a correr

Eleazar que estava correndo atrás das caçadoras se impressionou que as duas corriam em uma velocidade comparada a de um vampiro, logo ele percebeu um brilho prateado no ombro esquerdo de Isabelle, uma runa e provavelmente de velocidade deduziu o vampiro.

Ala oeste do castelo, 15:00 horas

— Espero realmente achar as respostas – falou Jace assim que chegaram a ala oeste

— Se Bella obteve essa informação de Marcus então teremos sim as respostas – Clary diminuiu a velocidade – Não confio em nenhum dos Volturi principalmente os três.

— Concordo – Alec afirmou com a cabeça – Minhas apostas estão depositadas em Aro

Os três diminuíram a velocidade e passaram a andar rapidamente pelo corredor escuro, não havia nenhuma janela ou candelabros com velas ou algum tipo de iluminação elétrica. Alec retirou uma pedra de luz enfeitiçada do bolso que passou a iluminar o corredor com a sua luz celestial, com isso os caçadores puderam enxergar melhor.

— Bem que a Bella falou que este lugar estava em reforma – Clary fez uma careta – Tem teias de aranha e poeira, se Demetri está cuidando desse lugar olha nota dez de cuidado.

Eles continuaram a andar até que escutaram passos atrás deles, rapidamente sacaram as armas e se viraram aguardando um possível ataque, por fim a luz iluminou as silhuetas de Carlisle, Alice, Irina e Rosalie.

— O que fazem aqui? – questionou Jace abaixando um pouco sua arma

— Isabella nos enviou – respondeu Irina

— Isabelle e ela nos contaram sobre suas teorias, e Bella achou melhor nos mandar até vocês – explicou Carlisle

— Então vamos logo, não sei o que Bella tem em mente, mas toda a ajuda é bem-vinda – Clary guardou sua arma

O grupo andou mais um pouco, Carlisle achou estranho aquele lugar já que mesmo em sua época com os Volturi ele era proibido de pisar na ala oeste. Tudo parecia em reforma, mesmo que Isabella havia os informado que era apenas uma sala.

— Deve ser aquela sala – Rosalie apontou para o final do corredor

No final do corredor escuro havia duas portas de madeira escura com fitas escritas ‘’ não ultrapasse’’ coladas de ponta a ponta, Jace as arrancou e tentou abrir a porta que se encontrava trancada

— Está trancada – falou o loiro – Mas...

Ele deu alguns passos para trás e deu um ponta pé na porta que se abriu.

— Agora está aberta – Jace sorriu ironicamente

Alec foi o primeiro a entrar para iluminar o local, Jace e Clary também ajudaram a iluminar com suas pedras e realmente a sala está em reformas, haviam cortinas de plástico para separar a enorme sala em seções, a poeira vinda da reforma se juntava em todos os cantos até encima dos moveis que ali habitavam e chegavam nos candelabros feito de cristal no teto.

— Será que... – Rosalie andou até a parede e tentou ligar a luz que por um milagre se acendeu

— Ótimo – Clary deu um sorriso e guardou a pedra no bolso

Graças a iluminação decente conseguiram enxergar que por entre as cortinas se encontravam estantes com objetos, caixas e pastas, quadros embelezavam algumas paredes que eram dividas entre madeira escura e tinta vinho, armários de chão se encontravam na diagonal como se quem estivesse arrumando não sabia onde coloca-los e uma pequena mesa de mármore escuro descansava encostada na parede oeste da sala sem nenhuma cadeira.

— Não tem janelas – observou Alice – Quem reforma uma sala e não coloca janelas?

— Aqui parece a sala de arquivo dos poderosos – murmurou Alec puxando uma das cortinas para poder ver a estante

— Bella provavelmente quer que solucionemos esse quebra-cabeça – falou Rosalie

— Vamos começar então – Carlisle olhou para todos que concordaram e logo começaram a vasculhar

Ala central do castelo, 15:00

Após todos nós seguirmos as ordens de Bella, conseguimos nos dividir em duplas, cada uma ficou em um local do castelo e como combinado iriamos nos encontrar a noite na biblioteca.

— Acha que eles encontraram algo? – perguntou Jasper

— Espero que sim – torci

— Quem diria que aquela lá se contrabandeou para o lado de Lilith, ela era sempre tão fiel a Aro – Jazz balançou a cabeça

— É, as vezes não conhecemos as pessoas realmente – murmurei

Andamos em silencio totalmente concentrados, conseguia ouvir claramente os pensamentos de todos, exceto os de Jane que de alguma forma eles pareciam uma estação de radio sem sinal apenas poucos sem nenhuma importância escapavam.

Espero que aqueles filhinhos de anjos encontrem algo pensou Caius Assim que derem o nome do culpado vou planejar uma tortura eterna a ele.

Quando será que a nova leva de humanos irá chegar? Se perguntava Felix

Acho que quando tudo isso acabar vou ter que ir ao salão, meu cabelo está um caco pensava Heidi e revirei os olhos para isso

Marcus pensava na esposa então preferi não ficar ouvindo os pensamentos dele.

Jane deve estar me escondendo algo, ela anda estranha, toda vez em que ela cruza com aqueles caçadores acaba ficando irritada pensava Alec

— Jane não consegue atingir os caçadores – comentei com Jasper quando dávamos a volta – Imagino que deva ser influência do escudo de Bella.

Jasper soltou uma leve risada sarcástica.

Bem feito, aquela torturadora do capeta achou pessoas que não são atingidas pensou divertido

Realmente era divertido ver Jane incapaz de ferir alguém com a sua ilusão de dor, imagino que nem Alec consegue os atingir já que a base de seu talento também é mental e Bella bloqueia qualquer ataque mental, pelo menos foi isso que entendi de seu dom, nenhum dos Volturi consegue exercer algum poder sobre os caçadores.

— Mas e aí pegou alguma coisa mais interessante? – Jasper se encostou no parapeito

Me concentrei novamente e o pensamento de Aro se sobressaiu sobre os outros, fiquei tenso assim que o captei, Jasper ergueu uma sobrancelha ao sentir a minha tensão.

— Aro – falei extremamente baixo e voltei a prestar atenção

Burro, burro, burro não deveria ter dado aquela liberdade para aqueles filhotes de anjos pensou Aro Essa maldita Lilith conseguiu revirar coisas que deveriam ser guardadas para sempre.

— As emoções estão confusas, mas raiva é a que está sobressaindo – murmurou Jasper baixo

— Jace tinha razão em duvidar de Aro – olhei para Jasper – A algo que ele esconde

— Mas o que exatamente?

Não respondi Jasper, rezava silenciosamente que eles encontrem algo naquela sala em reformas, já estávamos a um dia do solstício pelas minhas contas e ele dará as caras amanhã.

Sala dos arquivos, ala oeste do castelo, 17:00 pm

— Ainda bem que eu peguei algumas coisas do café – Jace abriu uma barra de cereal e jogou as outras para a namorada e para o parabatai – Estava morrendo de fome e...

— Você deve se alimentar para manter a sua beleza – Alec revirou os olhos – Já sabemos disso.

Jace lhe deu o dedo do meio e mordeu a barra de cereal com vontade.

— Essas são as joias que você achava que estavam perdidas né, pai? – Alice abriu um porta joias e o mostrou a Carlisle

— São elas mesmo – afirmou o loiro – Aro as escondeu bem até demais.

— Gente acho que encontrei algo – a voz de Irina se fez presente no recinto

A vampira apareceu com livros de couro em mãos e assim que todos se reuniram, ela abriu um deles e percebeu que aquilo era um diário.

— São os diários de Didyme – Irina ergueu o olhar – Finalmente teremos respostas.

Irina andou até a mesa sentindo os outros a acompanharem, ela cuidadosamente abriu um dos diários que se encontravam muito bem preservados, as palavras escritas com letras elegantes pareciam saltar das páginas brancas e todas datavam com séculos e décadas de existência.

Eles leram algumas páginas rapidamente entendendo como Didyme vivia desde sua vida na Grécia até formarem o clã Volturi, a maioria era mencionando Marcus e suas descobertas com o seu poder de indução de felicidade, mas ela também mencionava a ganância de Aro pelo poder.

— Aro anseia pelo poder acima de tudo até mesmo da felicidade de Sulpicia e também a minha – leu Irina – Ele achava que transformando-me partilharíamos o mesmo dom, contudo essa transformação causo-lhe irritação ao ver que sua ideia deu errado, diário tenho medo que meu irmão faça algo terrível por conta de sua ganância.

‘’Além disso discutimos hoje, Aro quer que eu engane Marcus e isso é algo inadmissível nunca iria enganar o meu companheiro, nunca.’’

A vampira Denali avançou algumas folhas até parar na última página escrita.

— Querido diário, ontem foi um dos dias mais felizes de minha existência, Marcus e eu decidimos sair dos Volturi já que não compactuávamos mais com a ideia e proposito de meu irmão. Contamos a nossa decisão a Aro e ele nos entendeu e deu-lhe a sua benção, então agora meu caro amigo estou arrumando as minhas coisas e as coisas de meu marido – Irina virou a folha – Ops, vou ter que voltar mais tarde, Aro quer conversar comigo, até lá fique em meu aguardo.

Silencio era a palavra que resumia o que se estabeleceu na sala, Irina checou a data, pois Didyme colocava dias no início de cada relato e mostrou o dia para Carlisle.

— Bate com alguma informação sua, Carlisle? – perguntou a Denali

— Didyme morreu em 1000 a.C. Nessa época nem o calendário Juliano existia, se ela datava os seus relatos, havia inventado o calendário antes de muita gente – Carlisle ficou ligeiramente impressionado – Caso seja realmente o diário dela esse foi o seu último dia de vida.

Os caçadores se entre olharam e para eles a teoria de Jace acabou de ser fechada, Aro tinha envolvimento nisso e de um jeito totalmente direto.

— Melhor levarmos isso até a biblioteca – Irina fechou o diário e se virou para os outros – Acho que não há mais nada de interessante por enquanto.

— Gente o que é isso aqui na parede? – Rosalie apontou para um dos quadros

Alec se aproximou para ver e sentiu o seu sangue gelar quando olhou, ele se virou para Clary e Jace que ficaram alarmados.

— Alec, o que você viu? – perguntou Jace cautelosamente

Sem resposta, os dois optaram por ver o que causou aquilo em Alec, assim que olharam para a parede Clary emitiu um som engasgado o que atraiu ainda mais a atenção dos vampiros presentes.

— Senhoras e senhor, lhes apresento uma runa demoníaca – a voz de Jace saiu quase um sussurro

Cede temporária dos caçadores de sombra, 18:00 pm

Observei Isabelle andando de um lado para o outro, ela estava preocupada com a demora dos outros, tínhamos acabado de comer algo na companhia de Eleazar, a maior parte das conversas foram em todo do desaparecimento das esposas e de que alguma forma Jane está envolvida nisso totalmente.

— Isabelle pare de andar de um lado para o outro daqui a pouco vai abrir um buraco que dará direto no andar dos Cullen – comentei jogada no sofá com os olhos fechado

— Estou preocupada – falou ainda andando de um lado para o outro

— Isso é bem nítido, mas não adianta nada ficar preocupada – continuei de olhos fechados até sentir uma parte do sofá de afundar perto dos meus pés

— Parece que tudo está voltando, claro que tirando várias partes, mas Bells é a demônio mexendo com tudo novamente – Isabelle deu uma pausa – Tenho medo.

Me sentei rapidamente e ouvi minha irmã fungar, Isabelle raramente chora a última vez que a vi chorar foi quando ela achava que havia perdido para sempre Simon ou quando ela perdeu Max que fora assassinado por Sebastian.

— Ei, olhe para a Bellinha aqui – cheguei perto dela e a fiz se virar para mim

Os olhos pretos de Isabelle brilhavam por contas das recém geradas lágrimas, sabia que se envolver com essas questões divinas ou infernais novamente mexiam com nosso emocional e psicológico ainda mais para nós que as memorias ainda estão recentes.

— Izzy, você tem medo de nos perder? – perguntei suavemente e a vi confirmar com a cabeça – Eu também tenho esse medo, nos fazemos de forte o tempo todo, mas uma hora essa mascará cai e ai é revelado que nós cinco temos esse mesmo medo.

Isabelle se jogou em meus braços que a acolheram, não sei quantos minutos ficamos abraçadas, mas senti que ela ficou mais calma.

— Melhorou? – perguntei assim que nos soltamos

— Sim, mas acho que vou precisar um pouquinho do dom de Jasper – Izzy soltou uma risada e eu a acompanhei

Comecei a falar de outras coisas com Izzy para distrai-la até ouvirmos os nossos nomes serem chamados através da porta, me levantei e a abri.

— Os outros já estão nos esperando na biblioteca – informou Eleazar

— Vamos lá ver o que descobriram – dei um leve sorriso

Biblioteca, 18:30 pm

Assim que Isabelle, Eleazar e Bella entraram na biblioteca, a porta foi fechada por Emmett. Acompanhei as duas andarem até os outros três que a olharam mais alarmados ainda, pelos seus pensamentos consegui ter uma noção daquele alarde todo, tinham runas desenhadas em algumas paredes da ala oeste e aquilo não era nada bom.

— Pronto estamos seguros – informou Bella – Podemos conversar, o que descobriram?

— Primeiro vamos iniciar com vocês três – Tania apontou para Eleazar, Isabelle e Bella

— Claro – Isabelle sorriu sem humor – Eleazar conseguiu pegar o cheiro de Athenodora e Sulpicia, mas eles terminavam em frente a uma parede, talvez aquilo possa ser um portal e que ele possa as ter levado para outro lugar longe do castelo.

— Havia quatro cheiros diferentes no local desse portal, os das esposas, o de Jane e o de Renata sendo os das duas últimas mais recente – continuou Eleazar – Confirmando assim a teoria de que Jane e Renata estariam envolvidas nisso.

— Mas e Chelsea? Sentiu o cheiro dela? – indagou Carmem

Eleazar negou com a cabeça e olhou para a mesa.

— O que é isso? Livros? – perguntou pegando um deles

— Não, são os diários de Didyme Volturi – respondeu Rosalie – Irina os encontrou na sala da ala oeste.

— Didyme contou em seu último relato que ela estava saindo dos Volturi junto com Marcus e que Aro deu a benção a eles – falou Carlisle vendo que Rose não iria continuar

— Sim isso Marcus havia me falado – Bella cruzou os braços – Mas não puderam pois ela foi encontrada morta dias depois.

— Exato – Carlisle concordou – O que ela falou era que Aro queria falar com ela e que era para o diário a esperar.

— Aro? – Jasper me olhou – Edward pegou o pensamento de Aro e as emoções dele eram em sua maioria raiva

Os olhares de todos se voltaram para mim, me encostei em uma das estantes e cruzei os braços antes de falar.

— Ele pensou o quanto foi burro por ter dado a permissão para vocês andarem livremente pelo castelo e que coisas deveriam ser guardadas para sempre – revelei

Pelas suas mentes, exceto a de Bella, consegui perceber que todos processavam as informações para montar o quebra-cabeça infernal, ouvi Bella ofegar e vi os seus olhos se arregalarem.

— Não, não pode ser, minha santa mãe que me pariu – murmurou

Confusos observamos ela andar rapidamente até os diários e os abrir rapidamente atrás do último relato, em silencio a aguardamos terminar de ler e passar a ler o antepenúltimo por algum motivo.

— É isso – falou por fim – Descobrimos quem a matou.

Ela se virou para nós antes de falar.

— Aro, seu próprio irmão – expôs – Escutem e pensem comigo antes de mais nada, o poderoso sempre desejou poder, ele transformou a irmã pois pensava que ela teria o mesmo poder que ele ou algum melhor que o dele, mas não foi bem assim e mesmo tendo ‘’fracassado’’ Aro usou Didyme para o seu proposito até ela encontrar Marcus e se apaixonar por ele.

Li que todos começavam a entender a linha de raciocínio de Isabella e a cada peça encaixada ficavam cada vez mais horrorizados até eu comecei a ficar horrorizado nunca pensava que Aro fosse jogar tão baixo.

— E então com o relacionamento fortalecido com Marcus, os dois viram que não seria mais benéfico ficarem com os Volturi e seguir com o propósito de seu irmão, decidiram por fim saírem do clã e é ai que Aro entra. – Bella estralou os dedos – Ele fingiu dar a benção aos dois e na primeira oportunidade que teve a matou.

— Mas por quê? – questionou Esme horrorizada

— Poder – respondi por Bella – A ganância de Aro o levou ao extremo e vendo que o poder de sua irmã não era nada perto do de Marcus, ele decidiu separá-los da forma mais brutal e fria.

Ficamos em silencio cada um em sua ‘’bolha’’, cada vez mais que processava as informações mais horrorizado ficava, imaginei como seria para Marcus quando revelássemos que seu amigo e irmão Aro era o assassino de sua esposa, a fúria que ele iria sentir.

Olhei para Bella e pensei se isso tivesse acontecido conosco se ela tivesse morrido e... Logo uma dor apareceu em meu peito era uma dor insuportável, tinha perdido ela uma vez ao cometer a minha burrada não suportaria perdê-la novamente.

— E a resposta que precisávamos apareceu – falou Kate – Lilith não deve aceitar um irmão matar o outro, eu acho.

— Aquela lá é sádica, ela está cagando e andando para o que acontece na Terra, mas devo concordar um pouco com você, Kate – Alec se sentou na beirada da janela – Até mesmo no inferno isso é considerado um extremo, igual o que aconteceu com Caim e Abel.

— Falando em inferno – Jace olhou para Bella e Isabelle – A algo a mais que vocês precisam saber, na mesma sala em que encontramos os diários encontramos runas demoníacas, se eles têm algum feitiço de proteção ele está totalmente violado.

Percebi as duas ficarem pálidas, me lembrei do que eles nos contaram que quando aconteceu a primeira guerra deles essas runas foram desenhadas nas torres de proteção e a barreira cedeu possibilitando a entrada de demônios.

— As runas e o que Aro fez estão competindo pelo primeiro lugar – Clary fez um movimento com as mãos as igualando.

— Qual é o pior? – perguntou Garrett ao lado de Kate

— Não sei, as runas irão possibilitar a entrada de demônios no castelo então teremos vários focos de entrada, já Aro mesmo ele não tendo assinado os Acordos vamos ter que o matar, isso que ele fez é inadmissível e não o deixaremos passar impune mais uma vez – respondeu Isabelle

Os pensamentos de Carlisle e Eleazar eram os mais altos, a incredulidade deles era palpável já que passaram séculos com Aro e não desconfiaram de nada até mantinham cordialidade com ele e os outros.

— Quando que essa sentença irá ocorrer? – perguntou Carlisle

— Nossa prioridade agora é proteger vocês e os outros clãs assim como os mundanos – respondeu Alec – Por mim se Aro morrer no ataque dos demônios pouparia o meu trabalho, mas caso isso não ocorrer a sentença dele ocorrerá em seguida.

Conversamos mais um pouco antes de nos despedirmos, amanhã começará o pandemônio e deveremos estar preparados, pelo menos os caçadores falaram que teríamos que usar nossos dentes para matar os demônios e possíveis surpresas.

Caminhamos em silencio até o nosso andar e assim que pisamos porta a dentro Alice travou seus olhos saíram do foco e sua visão atingiu tanto a mim quanto a ela e a única coisa que me lembro foi ter falado um ‘’não’’ antes de cair na inconsciência.