- Você está bem?

Corri para Falk que estava perto da cama. Ele abriu os braços e me apertou quando eu já estava neles. Deixei as lágrimas descerem e Falk sentou na cama, comigo nos braços e sobre as pernas dele. Eu acho que quase o sufocava, mas ele não fez nenhum som, apenas me segurava.

Depois de muito tempo, quando eu já tinha parado de chorar e só soluçava. Ele deitou as costas na cama, comigo em seus braços, minhas pernas abertas ao redor da cintura dele.

Meu rosto na curva de seu pescoço e suas mãos no meu quadril.

- Fox, tudo esta bem agora. Você está com sua família.

Apoiei-me em meus cotovelos e olhei para seus olhos verdes.

- Falk, você sabe que é da minha família, não é? Você é muito importante para mim, ter ficado longe de você, mesmo tão perto, foi quase doloroso. Se não doloroso.

A expressão de Falk se suavizou. Ele parecia em êxtase. E com ele tão perto de mim, eu também estava. Meu corpo todo formigou quando ele olhou em meus olhos de verdade, parecendo ler o que eu dizia.

Ele se sentou rápido demais, me levando junto com ele, mas nossas cabeças quase se chocando. Falk pressionou meu rosto contra o dele e me beijou apaixonadamente. Meu corpo todo se eletrificou, me ericei durante alguns segundos, meu corpo suspenso, longe do dele, durante alguns segundos.

A língua de Falkon percorreu meus lábios e eu os entreabri, permitindo a entrada dele em local que ele conhecia tanto. Colei meu corpo no dele, enquanto gemíamos baixinho. Os arrepios tremeluziam em nossas peles. Eu me remexia em seus braços e ele se remexia embaixo de mim. Senti lágrimas descendo pelo meu rosto, mas elas não eram minhas, pertenciam a Falk.

Separei-me dele e olhei para seu rosto. Seus olhos ainda estavam fechados.

- Não... – Ele sussurrou.

Ele me pressionou contra seu corpo e tornou a me beijar. Passei minhas mãos pelo cabelo dele, pressionando seu rosto contra os meus lábios. Ainda de olhos fechados, beijei suas lágrimas. Falkon gemeu baixinho e eu sorri, sabendo que ele não podia me ver.

Falk torceu suas mãos em minha cintura, me girando pela esquerda e me deitando na cama, depois depositando seu corpo delicadamente em cima de mim. Ele tirou meu cordão com muito cuidado e o colocou no criado mudo ao lado da cama, se voltou para mim e tornou a me beijar. Diferentemente de antes, agora Falkon me beijava com força, nossas respirações se misturavam enquanto sua língua se tocava com a minha. Segurei o rosto de Falkon com as duas mãos e passei meus dedos por suas costeletas. Desci os dedos ate sua nuca e subi até seu cabelo, puxei seu cabelo e o beijei com mais força. Ele gemeu e o som emitido chegou até a minha boca.

Falkon segurou minhas mãos, abruptamente, contra a cama. Arfei e abri os olhos, ele estava com as sobrancelhas franzidas e seu corpo me segurava na cama. Fechei os olhos.

Falk puxou minhas mãos acima de minha cabeça e as prendeu com uma mão. Eu mal conseguia respirar, mas não queria parar. A mão que não estava segurando os meus pulsos, desceu até a barra da minha blusa; Falk interrompeu o beijo e olhou para mim. Abri os olhos e o encarei de volta.

- O que?

- Você está de acordo com isso?

Levantei meu pescoço e o beijei. Trancando seus lábios nos meus, e o levando para baixo.

Falkon se separou de mim e segurou a barra de minha blusa. Ele soltou minhas mãos e eu levantei os braços. Falkon, lentamente, subiu minha blusa. Lento demais, ele observava cada centímetro de minha pele e eu me derretia sob o seu olhar.

Falkon Lovejoy

Ela estava usando um sutiã preto com um laço no meio. Eles eram lindos, ela não tinha muito que mostrar, mas eles ficavam perfeitos no corpo dela, se sobressaindo um pouco do sutiã.

Quando ela se encolheu, percebi que estava encarando durante mais tempo do que deveria. Passei suas mãos pela blusa e voltei a beija-la. Seus lábios tinham um gosto salgado das minhas lágrimas, eu estava bêbado dela.

Desci minhas mãos por seu contorno, parando nos ossos de seu quadril. Segurei seu quadril com uma mão de cada lado, meus dedões massageando sua pele suave e sensível.

As pernas de Fox se fecharam a minha volta com mais força, gemi em sua boca. Desci meus lábios para seu pescoço e Foxie gemeu, arfando.

- Oh, Falkon...

Era aquilo. Era aquilo que bastava, meu calor sobre ela estava tão forte, ela estava tão quente, eu não aguentaria mais. Senti o calor entre as minhas pernas e abruptamente, Fox parou de se mexer, soltou suas pernas da minha cintura e arfou. Parei de beija-la também e apertei os olhos com força na curva de seu pescoço.

“Droga”, pensei.

- F-Falk... – Ela gaguejou.

- Me desculpe. – Ela disse.

Subi de volta para seu rosto e beijei a ponta de seu nariz, sua bochecha, sua testa e a beira de seus lábios. Senti-a se amolecer embaixo de mim e ouvi-a rir.

- Me desculpe por isso. – murmurei.

Sai de cima dela e deitei ao seu lado, Fox me abraçou e esfregou seu rosto no meu peito.

Acho que depois de um tempo, dormi.

Foxie Firing

Falkon dormiu. Seus lábios estavam vermelhos e quando eu me olhei no espelho em frente à cama, notei que os meus também estavam. Olhei para o quarto em volta e decidi que ia tomar banho. Pareceu apropriado depois de muitos dias trancada.

Escorreguei para fora da cama e puxei minha blusa. Abri a porta ao lado da cama e me deparei com um banheiro com paredes pintadas parecendo ondas, com espuma branca e estrelas salpicadas no teto. A pia tinha vários produtos de todos os tipos, para todos os tipos de cabelo. Eu nunca tinha ouvido falar daquelas marcas, mas pareciam muito requintadas. Peguei um shampoo para dar brilho para cabelos escuros e um condicionador de hidratação.

O banheiro era enorme. Com uma banheira e um box separados. Coloquei o shampoo e o condicionador dentro do box e tirei o resto da roupa, colocando dentro de uma cesta de madeira em um canto.

Abri a torneira e a água congelante desceu, acionei a água quente imediatamente e não demorou muito tempo para fazer efeito. Durante alguns minutos, fiquei embaixo d’água, só relaxando.

Passei o shampoo no cabelo duas vezes e depois o condicionador, desembaracei o cabelo com os dedos enquanto pensava em como Falkon tinha me tocado.

Fechei os olhos e me apoiei na parede. As mãos fortes dele apertando o meu pulso, e a ereção dele contra mim. Eu teria me entregado a ele se ele tivesse pedido, teria ficado nua e o puxaria contra mim, eu queria sentir o corpo dele contra o meu. Queria Falkon mais do que o ar.

- Fox! Você está ai? – Falkon gritou do outro lado da porta.

Notei que minha mão estava entre as minhas pernas quando ouvi sua voz.

- E-Estou! Já estou acabando!

Fechei as torneiras e sai do box. Do lado de fora estava congelante e começando a ficar um pouco escuro. Enxuguei-me com uma toalha macia e depois coloquei na cabeça. Achei um roupão no mesmo lugar e me vesti com ele.

Sai do banheiro com as bochechas rosadas do calor do banho.

- Oi.

Falkon estava sentado na cama, com as pernas cruzadas. Ele me observou enquanto eu andava pelo quarto. Abri a porta do primeiro armário, me deparando com vários vestidos. Todos seguiam o estilo antigo e notei certo toque de Lolita neles. Atrás da porta, havia um sol pintado. Passei os dedos sobre a pintura e notei que era uma simbologia. Abri a porta ao lado e tinha uma lua. Dentro desta parte, os vestidos eram mais escuros e mais apropriados para a noite.

Peguei um deles e captei todos os detalhes que podia. O tecido era muito bom, e parecia muito resistente, apesar de fino. O vestido era preto, com alguns toques de roxo bem escuro e azul tão escuro quanto. Tinha um decote quadrado, com redinhas bem pequenas na ponta. As mangas eram longas e tinham pontas para eu prender nos dedos do meio, também tinham mangas ligeiramente bufantes e sutis. Tinha um pouco mais de tecido no busto, que parava bem no final dele. A cintura era sóbria e o caimento, em arco armado. Ia um pouco acima do meu joelho. O vestido era completamente perfeito.

Voltei para o banheiro e me vesti. Notei como o vestido caia perfeitamente no meu corpo, tinha obviamente feito a mão. Tirei a toalha do cabelo e o penteei. Sequei o cabelo com um secador em cima da pia – O que foi meio estranho. Digo, ter um secador lá - e sai do banheiro. Falkon estava vestido apropriamente, com um casaco longo, acima dos joelhos, uma calça preta, botas e um colete por cima da blusa social. Virei para ele.

- Quem te vestiu assim? – Perguntei apontando.

- Quem te vestiu assim?

Ele parecia ligeiramente admirado em ver usando aquelas roupas.

- Você nunca esteve tão bonita. – Disse Falkon olhando para o vestido.

Falk passou as mãos nos meus braços até minhas mãos, onde o vestido terminava.

- Obrigada. – Sorri tímida.

Soltei as mãos dele e procurei por sapatos. Achei uma sessão inteira em um dos armários. Escolhi os pretos com salto.

- Acho que vai agradar.

Falkon sorriu para mim com afeição e pegou minha mão. Ele seguiu em direção a porta, mas eu o parei.

- Não, espere.

Soltei sua mão e peguei cordão, colocando ao redor do pescoço.

- Vamos.

Peguei sua mão e nossos arrepios voltaram. Falkon abriu a porta e descemos as escadas, meio que correndo e meio que andando. Não encontramos ninguém no caminho até as grandes portas duplas.

- Você vai adorar isso! É o por do sol mais bonito do mundo! – Falkon falava entusiasmado.

- Você já viu?

- Sim! Claro!

Falkon passou correndo comigo pelas portas duplas. Na rua, em frente ao Castelo, todos paravam de fazer o que faziam e olhavam para o céu. Todos os empregados do Castelo pararam de limpar, servir, podar, conversar, arrumar e olhavam para o céu. A Rainha e o Rei estavam sentados em uma mesa com tampa de vidro no meio do jardim. Eles estavam de mãos dadas, suas mãos estendidas uma acima da outra na mesa. Apesar de a luz ser baixa, tudo estava iluminado, o céu estava uma confusa de tons, roxo, laranja, amarelo, azul e branco. Mas o mais bonito, era o Sol. Ou, os Sois. Dois Sois maiores do que os convencionais se moviam lentamente, mas perceptivelmente, sob nossas cabeças. Eles iam desaparecendo separados atrás das montanhas. Era a coisa mais linda que eu já vi.

Mas apenas quando uma das empregadas do Castelo se aproximou de mim e sussurrou perto de mim, que eu vi a segunda coisa mais linda.

- Gostaria de um chá, Vossa Alteza?

Ela tinha um cabelo dourado e bochechas coradas, olhos azuis como os meus e era bem pequena. Mas quando eu olhei para ela, percebi o que ela tinha de incomum. Acima de sua cabeça, havia uma aureola. Uma brilhante aureola dourada, feita de luz. Ela brilhava incandescente, e só depois – depois de olhar a minha volta -, percebi que todos tinham uma aureola brilhante no topo da cabeça. “Como não percebi isso antes?” Bom, primeiro você estava de óculos escuros. Depois, as aureolas não aparecem na sombra, onde seus avós estavam quando você os encontrou, disse Eio. “Oh, eu não havia pensado nisso”. Quase pude ouvir Eio revirando os olhos.

A empregada ainda esperava uma resposta. Os olhos dela ficavam mais elétricos a cada segundo que passava. Abri minha boca para responder, mas som nenhum saiu.

- Ela aceita. – Falkon disse sem olhar nos olhos da moça.

Ele me puxou para perto dos meus avós. Ninguém se mexia ainda, e me senti andando em um filme pausado. Sentamo-nos em frente a eles e minha avó desviou a atenção do Sol para olhar para mim e piscar. Voltamos a olhar para o Sol e quando ele finalmente se pôs, uma serie de aplausos surgiu. Eles todos riam e voltaram a seus trabalhos sorrindo. Suas aureolas os acompanhavam enquanto andavam.

- Que bom que pode nos acompanhar, querida. – A Rainha sorriu.

- Isso foi lindo. Eu não tinha notado que havia dois Sois.

- Sim, dois Sois. O Rei e a Rainha. – O Rei disse olhando em meus olhos.

Isso era bem romântico, até.

- Governando juntos sempre. – Completou a Rainha.

- Assim como eles, nos partiremos quando o próximo Rei e a próxima Rainha assumir o trono. Então, os Sois se renovaram, dois outros vão surgir.

- E novas Luas.

- As Luas representam os caçadores, que não governam juntos, as duas Luas representam um governador apenas. – Falkon disse.

Olhei para Falkon e notei que ele não tinha aureola alguma. Franzi as sobrancelhas.

- Eu não pertenço ao mesmo mundo que você. – Ele disse lendo a minha pergunta.

Eu ia falar que eu também não tinha aureola nenhuma até perceber uma luz vinda do meu colo. Tentei olhar para o meu pescoço, que era de onde a luz vinha, mas não consegui. Eu conseguia ver o reflexo da luz na minha pele. Passei os dedos no meu pescoço e senti um calor na ponta dos dedos e um leve formigamento, quase doloroso.

- O-O que?

- Apenas os Sois das vilas podem te mostrar as aureolas. E você está marcada com a luz. Você foi marcada com a realeza.

Isso soava um pouco estereotipado demais para mim.

- Eu vou ficar com isso para sempre?

- Não, quando assumir o trono, terá aureolas como as nossas. – O Rei disse com um pequeno sorriso nos lábios.

Ouvi um riso na minha mente. Era Eio rindo.

- Preciso falar com vocês sobre algo... Algo dentro de mim. Ela se chama Eixofuma.