Sua total concentração estava na piscina à sua frente. Ao longe ela podia ouvir coros de vozes gritando o seu nome. Nadar era a única coisa que tinha conseguido fazer na última semana, depois da partida de Joaquim para Itália.

Olhou de relance para as arquibancadas esperando ver seu cabelo loiro e sorriso, porém logo voltou a respirar fundo. Seis meses longe dele.

No meio da gritaria conseguia ouvir as vozes de suas amigas, as que mais apoiaram-na naqueles momentos tão difíceis. Ela, de todo o time, tinha sido escolhida para competir com mais cinco escolas, no nado de cinquenta metros livre. Seu treinador conversava alegremente com os de outras escolas, porém ela estava nervosa demais para poder falar com alguém.

Claro que estava acostumada com aquilo, sua vida quase toda tinha sido nadar e competir. Mas era a primeira vez que ia nadar sem o apoio de Quim. Ele sempre estava lá, oferecendo seus sorrisos que a acalmavam imediatamente. Quase toda a faculdade estava lá para apoiá-la e seu coração bateu muito rápido quando ouviu o apito, saltando imediatamente para a água.

Uma de suas maiores vantagens era seu pulo, conseguia sempre ganhar alguns segundos de suas adversárias. Nadou rápido, sem pensar em nada até colocar a mão na borda da piscina e olhar para o quadro, mas não precisou fazer isso para saber que tinha ganhado, seus amigos desceram correndo e a puxaram da piscina.

— Você conseguiu! – reconheceu Ana pela voz. – Parabéns, Magali!

— Quantos segundos? – perguntou sem fôlego.

— Vinte e quatro! – Mônica respondeu sorrindo. – O que foi?

— Meu normal é vinte três e quarenta. – Magali disse olhando para elas e depois respirou fundo.

— Isso não tem nada a ver com ele. – Marina segurou a amiga pelos ombros. – Você ganhou, as outras mal fizeram vinte e seis! Vamos, Magali, não é para você ficar assim, não depois de ganhar!

A multidão se dispersou e elas acompanharam-na até o vestiário. Magali estava decidida a não chorar mais na frente das amigas, já tinha chorado demais e o apartamento de Mônica tinha sido seu refúgio nos últimos dias. Chorava e acabava fazendo Mônica chorar também, que não a aguentava vê-la assim.

— O que acha de comermos um hamburgão? – Marina falou alto enquanto ela tomava banho. – Temos que comemorar!

— Não entendi por que você está triste, Magali... – Mônica comentou e olhou para as outras. – Ela ganhou, não foi?

— A questão não é essa. – Ana se sentou em um banco. – No ensino médio, a média dela era vinte três e quarenta. Era sempre essa. E sempre foi a melhor. As vezes não é sobre ganhar, mas superar suas metas.

— E Magali ganhou até competições internacionais com esse recorde. – completou Marina, com os braços cruzados.

— E agora foi isso. – Magali saiu com a toalha enrolada no corpo. – Isso é horrível, Mônica. Então sim, eu ganhei, mas eu perdi muito com isso.

.

Elas foram até o fast food mais próximo, que ficava a algumas quadras de distância da faculdade e entraram. Estava lotado de gente que cumprimentou Magali e deram apertos de mão a congratulando.

Mônica viu Cebola sentado em uma mesa larga com vários meninos, incluindo Cascão.

— Olha ali. – falou para as amigas que olharam por cima do ombro.

— A trupe dos famosinhos. – Ana riu sentando em uma mesa.

— Seu namorado está lá, viu Ana? – Marina disse e todas riram.

Fizeram seus pedidos para a garçonete, que Mônica reconheceu como Irene, loira de cabelos bem curtos. Olhou para a menina e sentiu-se estranha.

— Irene encarou a Mônica pra caralho, hein. – Comentou Magali colocando os braços na mesa.

— Eu não gosto dela. – Marina confidenciou. – Acho ela falsa demais, desde que ela chegou só falou com a Mello.

— Mello? – estava lá há um mês e se sentia por fora quando não reconhecia os nomes de quem estavam falando.

— Maria Mello, a modelo. – Ana explicou e abriu o celular para mostrar fotos. – Ela cursa Moda, mas viaja muito a trabalho. Ela é patrocinada por várias marcas. Raramente a gente a vê.

Quando a comida chegou, Mônica ouviu o sininho da porta e olhou para quem tinha chegado.

— Os irmãos. – Marina falou baixinho. – DC e Nimbus. Nimbus já é formado, porém antigamente no ensino médio toda menina tinha uma queda por ele. Igual o DC.

— Nossa, eles se parecem. – Mônica mexeu nas batatas fritas e se encolheu no assento.

Se sentia mal por ter ignorado todas as ligações de DC e atendido todas as de Cebola. Não conseguia conversar com Do Contra sem sentir nervosa e acabar falando demais, então ignorar tinha parecido ser uma ideia inteligente na sua cabeça. Viu ele, vestindo uma blusa regata azul que mostrava seus músculos aparentes e uma calça preta. Usava botas de motoqueiro e Mônica imaginou se ele talvez tivesse vindo de moto.

Nimbus, pelo outro lado, usava um short preto e blusa vermelha de mangas compridas. Se não fosse pela diferença de cabelo, talvez Mônica pudesse confundir os dois. Enquanto DC estava com seu moicano, Nimbus usava o cabelo para baixo, nem tão curto, nem tão longo. O irmão de DC era ligeiramente mais alto e de longe Mônica pôde ver que ele sorria mais que DC.

— Eles são a cópia um do outro. – Magali comentou sem interesse.

Mônica estava quase se enfiando debaixo da mesa quando viu uma sombra parada do lado dela.

— Oi, Mô. – Cebola sorriu e se abaixou para beijar sua bochecha. – Estou de saída, mas não queria deixar de falar com você.

Mônica olhou para trás e viu a lanchonete toda a observando, inclusive o time de futebol, que esperava Cebola do lado de fora.

— Oi! – ela disse animada. – Tá bem?

— Bem, muito bem. Eu estava pensando, que tal a gente sair mais tarde? – Mônica tentou ignorar o fato de que ele não perguntou como ela estava.

— Pode ser, seria bom. – Mônica sorriu.

— Então, está marcado. – Cebola a encarou e falou mais alto: - Mais tarde eu te ligo e a gente combina.

Antes que pudesse entender o que ele queria dizer com aquilo, ele saiu rapidamente do local.

— O que foi isso? – Ana olhou para Mônica. – Não sabia que vocês já estavam assim.

— Assim como? – cruzou os braços.

— Ele não sai mais com a Carmen, não fica atrás das garotas e agora está marcando um encontro. – Marina brincava com sua comida. – Ele está quase de quatro por você.

— Que horror. – todas riram da cara de Mônica. – A gente vai sair, mas também não é do jeito que vocês estão pensando!

— Tudo bem, a gente sabe que você gosta dele. – Magali sorriu e jogou uma batata nela. – Não precisa fingir que não.

— Verdade. – Ana continuou. – Ele realmente parece que está sendo diferente, então não vamos mais falar para você não ficar com ele. Não que você ouvisse a gente de qualquer jeito.

— Eu ouço vocês!

A conversa ficou animada e continuaram por lá mesmo depois de terminar de comer. Mônica estava muito feliz de ter pessoas como Magali, Ana e Marina na vida dela. Nunca tinha tido amigas antes, então era uma novidade para ela qualquer demonstração de interesse por parte delas.

Estava disposta a contar para elas seu segredo, porém com a situação de Magali, resolveu deixar para outro momento. Quando elas se separaram, Mônica se viu sozinha entrando em seu apartamento. Pensou em Cebola e correu para escolher uma roupa.

Por fim, lembrando sempre dos avisos das meninas, resolveu vestir um body verde e uma calça jeans preta, com um tênis preto que usou algumas vezes na faculdade. Não sabia onde ele ia levá-la, então ficou com medo de estar malvestida.

Esqueceu de tudo aquilo quando entrou no carro e viu o sorriso que ele lhe deu.

— Oi! – uma figura pulou do banco de trás assustando Mônica. – Então você é namorada do meu irmão!

A menina tinha mais ou menos dez anos e usava um vestido rosa. Tinha uma fileira de dentes brancos ofuscados pelo aparelho dental e Mônica a reconheceu como irmã dele sem precisar observá-la muito.

Tinha cabelos não lá muito longos, presos por uma presilha rosa e olhos iguais aos do irmão.

— Maria! – Cebola a olhou irritado enquanto ela ria. – Desculpa, Mônica. Peguei ela na escola e tenho que deixá-la em casa antes da gente sair.

— Meu nome é Maria Cebolinha! – ela pegou na mão de Mônica e balançou fortemente.

— Mônica. – ela respondeu sorrindo. – Vocês se parecem demais!

— Eu sou muito mais linda, é claro. – a afirmação fez Mônica segurar o riso. – Há quanto tempo vocês namoram?

— É... – Cebola virou-se e mandou ela colocar o cinto, que obedeceu de imediato. – A gente não namora Maria, você sabe disso, para de ser inconveniente.

— Desculpa. – pelo tom de voz Maria não parecia nem um pouco arrependida. – Você tem irmãos?

— Não. – Cebola começou a dirigir enquanto Mônica se virou um pouco para conversar com Maria. – Mas tenho um primo que mora por perto.

— Primo? – Ele olhou para o lado. – Não sabia disso.

— É que ele mora bem longe. – Mônica contou. – Faz medicina veterinária, bem no campo mesmo. Tanto que não fui visitar ele ainda.

— Entendi. – Cebola respondeu focado no trânsito.

Deixaram Maria na porta da casa e esperaram ela entrar. Cebola morava a vinte cinco minutos de distância do prédio de Mônica, na área de condomínios onde ela sabia que por perto também morava Magali.

Olhou pela janela do carro pensando como deveria ser morar com a família, ter irmãos e não se sentir tão solitária quanto se sentia, quando sentiu o toque de Cebola em seu joelho. Por reflexo puxou de volta sua perna.

— Calma. – Cebola disse. – Você só parecia bem triste.

- Desculpa.

— Não precisa pedir desculpas por parecer triste. – ele retrucou. – O que está na sua cabeça?

— Nada demais. – Mônica encostou a cabeça na janela e viu as nuvens escuras se formando no céu já nublado. – As provas estão chegando.

— Verdade.

Ficaram em silêncio até a chegada em uma rua um pouco mais movimentada e Mônica agradeceu por isso. Saíram do carro e Mônica sentiu uma lufada de ar frio em seu rosto, a fazendo apertar mais sua blusa preta fina de mangas compridas em seu corpo.

Pararam em frente a um cinema, muito maior do que o que tinha na sua rua. Mônica esperava ele falar alguma coisa, porém os dois pareciam estar mudos na fila para comprar pipoca.

— Fiquei sabendo que o Quim foi embora. – comentou Cebola puxando assunto.

— Sim, ele foi para a Itália. – Mônica respondeu entredentes, sentindo uma pontada de raiva.

— Magali deve estar muito mal.

— Pois é. – aquele assunto não ajudava nem um pouco.

Cebola nunca imaginaria o tanto que cuidou de Magali naquelas semanas. Ela chorava tanto, depois chorava porque estava chorando e Mônica acabava comendo besteira e assistindo filmes com ela até ficar de madrugada.

— Você está linda. – Cebola comentou fazendo-a sorrir. – Quero dizer, não tem um dia que você não esteja linda, mas hoje está ainda mais especial!

— Por que? – Ela perguntou olhando-o.

— Porque hoje você está comigo. – Ele sussurrou em seu ouvido colocando seu braço em volta da poltrona, ficando mais próximo.

Mônica não sabia o que falar porque não tinha gostado muito do que ele tinha dito. Suspirou e comeu pipoca enquanto o filme passava. Não gostava de filmes de terror, preferia os de aventura e ação, e estava muito entediada quando Cebola pulava um pouquinho por causa dos eventuais sustos que levava.

Uma hora ele estava muito próximo dela, tão próximo que se Mônica quisesse conseguiria entrelaçar suas pernas nas dele. Sentia a todo momento os olhos de Cebola sobre ela, e Mônica sabia bem que se olhasse para ele, ele a beijaria. Sentiu seu coração bater mais forte e tentou não olhar para ele.

Não era igual quando estava com DC. Fechou os olhos com força e tentou prestar atenção no filme. “Por que estou pensando nele?”, sua mente revivia cada sensação que teve enquanto DC se aproximava, o nervosismo, o desejo.

Se sentiu muito mal por aquilo e quando o filme terminou, Cebola a levou direto para casa, parando em frente ao seu prédio.

— Eu gostei de hoje. – Cebola comentou a encarando. – Diferente das festas que eu estou acostumado.

Mônica queria poder dizer a mesma coisa para ele, que ela também não estava acostumada com aquela calmaria.

— Eu também gostei. – ela sorriu e se arrepiou quando ele colocou a mão em sua bochecha.

— Acha que a gente pode fazer isso de novo? – Cebola perguntou baixinho se aproximando de Mônica.

— Claro. – ele beijou canto de sua boca. – Obrigada por me levar.

— Qualquer hora que quiser, estou aqui. – Ele sorriu e Mônica saiu do carro e antes de entrar no prédio, Cebola já tinha ido embora.

.

DC estava bastante estressado naquela noite, andava de um lado para o outro no seu quarto, porém não aguentava o barulho que seu irmão Nimbus fazia na bateria, logo fez questão de descer as escadas e entrar como um furacão na sala de música.

— Dá pra parar com essa porra! – ele gritou ao entrar e Nimbus tocou mais alto sorrindo. – Vai se foder!

— Que isso! – Nimbus tirou o protetor do ouvido. – Que bicho te mordeu?

DC mostrou seu dedo do meio e saiu pisando forte de lá. Já não aguentava a bateria e quando pensava em Mônica se escondendo dele mais cedo na lanchonete, ficava mais puto ainda!

— Quem tá mexendo com a sua cabeça, irmãozinho? – Nimbus entrou na cozinha onde Do Contra se encontrava.

— Ninguém. – ele tentou manter a calma. – Só estou cansado.

— Sei. – seu irmão olhou-o com preocupação. – Você tá diferente do seu normal.

— E eu tenho lá um comportamento normal? – DC chiou.

— Eu nunca disse isso. – Nimbus sorriu. – Talvez seja mesmo alguém que está mexendo com a sua cabeça.

DC olhou para baixo fazendo Nimbus arregalar os olhos. Era óbvio o comportamento de seu irmão, desde que saíram da lanchonete quando o viu subir na moto e voltar para casa em alta velocidade sem dizer uma palavra, sabia que tinha alguma garota envolvida. Nimbus sempre estranhou qualquer garota que se aproximasse de seu irmão, e sempre o aconselhava quando achava necessário.

— Quem é a menina? – ele perguntou se sentando em um banquinho.

— Quem disse que tem menina? – DC perguntou com as mãos no rosto.

— Irmão, por mais que eu não seja muito presente, eu te conheço. – Nimbus afirmou cruzando os braços. – Esse seu comportamento aí, de duas uma: ou você brigou com alguém ou é uma garota.

— Tudo bem, é uma menina. – DC se rendeu e bagunçou os cabelos suspirando

— E qual o problema? – Nimbus questionou não vendo problema.

— É... – ele pensou nas palavras que ia usar. – Complicado. Eu sei que gosto dela, isso eu não posso negar, porém ela tem um... Mecanismo de defesa, especialmente contra mim!

— Mecanismo de defesa? – estranhou. – Quer dizer que ela não te dá bola?

— Eu sei que ela sente alguma coisa. – DC abriu a geladeira para logo fechá-la com força. – Mas ela foge, e o Cebola está de olho nela. Eles devem estar juntos agora.

— Ainda não vi o problema, mano. – Nimbus se levantou da cadeira, pegando o casaco e as chaves. – Não envergonhe a família, Maurício. Se você gosta da menina, vai atrás dela, foda-se o Cebola, vai lá e conquista ela. Nem parece que é meu irmão.

— É diferente com ela. – DC falou, lembrando de seus problemas.

— Você complica o que pra mim parece bem simples. – ele se dirigiu a porta. – Vou sair, mas pensa no que eu estou te falando. Não aceito um irmão assim não.

.

Mônica olhava para a tela do celular ansiosamente. Já tinha recebido mais de três mensagens do Cebola sobre o encontro, porém não era dele as mensagens que ela queria ler naquele momento. Por mais que ignorasse Do Contra, sentia falta dele e de sua voz rouca.

Já era mais de meia noite quando saiu do banho e se deitou para dormir. Estava decepcionada, porém não podia culpar ele por não ligar, ela que tinha ignorado ele durante vários dias seguidos.

— Vem logo, baby. – sentiu um puxão na sua mão e se deixou levar. – A gente vai se divertir hoje?

— Vamos! – Mônica respondeu animada, porém estava distante daquele lugar.

Entraram no prédio abandonado, onde os amigos dele estavam todos lá e uma música eletrônica tocava quase explodindo seus tímpanos. Mônica se sentia tranquila enquanto seu namorado cumprimentava cada menino da roda e ela dava um aceno para todos. Olhou para o lado, mais ao fundo do local e via pessoas dançando.

Usava uma mini saia preta com um top vermelho sangue e botas estilo coturno com uma meia preta. Seus olhos não saíam de seu namorado, que de costas parecia mais magro do que realmente era.

Os amigos dele ofereceram um baseado, que ele logo pegou e tragou, oferecendo para Mônica, que fez o mesmo.

— Tem que ser do bom! – ela disse alto e riu sozinha. – O que mais eles têm?

— Calma, baby. – ele respondeu colocando o cabelo loiro para trás. – Deixa só eu bolar um que a gente já vai lá pra trás se divertir.

Deixou-o lá e abriu sua bolsa, pegando o celular. Sua mãe tinha ligado pelo menos duas vezes, porém não tinha certeza se eram ligações ou mensagens. Tudo que sua mente e seu corpo conseguiam responder era à ideia de ir transar com seu namorado. Eles tinham brigado na outra semana por causa de sua mãe, então não tinham se visto por um bom tempo.

A lembrança das mãos dele passeando pelo seu corpo a deixavam quase maluca, e mordia os lábios por antecipação. Só de enrolar um baseado ele a deixava excitada e queria muito ir logo lá para trás, seja lá onde isso fosse.

— Prontinho. – ele colocou os braços envolta de Mônica, a beijando com muita paixão. – Sentiu saudades?

— Quase morri. – ela disse correspondendo ao beijo.

— Ei. – ele chamou sua atenção enquanto tragava. – Carina trouxe umas coisas mais interessantes.

— Lá vem você falando dessa aí. – Mônica revirou os olhos e sentiu a raiva se apossar do seu corpo. – Mas você prometeu que a gente ia tentar parar com isso.

— Eu sei. – ele a segurou pelos ombros. – Mas é AQUELE bagulho.

— Aquele? – Mônica quase perdeu o fôlego e arregalou os olhos. – Mas minha mãe vai ver se eu ficar com alguma marca.

— Sua mãe que se foda! – ele disse rispidamente. – Eu vou aplicar nos dedos, assim ninguém enche o saco.

— Tudo bem. – Ela o puxou e beijou seu pescoço, fazendo-o se acalmar.

Sabia que sua mãe odiava seu namorado e ele não gostava nem um pouco dela também. Luísa nunca aprovou ele, talvez pelas tatuagens ou pela fala arrastada, mas criou ódio fundamentado no dia que Mônica parou no hospital no seu primeiro coma alcoólico. Ele foi expulso por ela de lá, que o humilhou na frente de todo mundo.

— Nos dedos acho que ela não vai notar. – Mônica o segurou pela mão e colocou-a em sua cintura. – Vamos lá.