Harry estava deitado em sua cama a alguns minutos, sua cabeça apoiada nas minhas pernas e recebendo carinho em seus cachos macios.

—como isso aconteceu? -minha voz saiu fraca.

isso o que?

—nos. -eu disse e corei.

—eu não sei. Nem quando começou.... eu me desliguei de tudo desde que...

—eu não sei nada sobre você. - eu disse o interrompendo e ele me olhou confuso - quem é você, Harry Styles?

Ele respirou fundo e sentou-se.

"Quando eu tinha seis anos fui diagnosticado com transtornos de bipolaridade, esquizofrenia e insanidade. Quando tinha nove eu matei meus mascotes. Meus pais apenas existiam. Eles não me amavam. Meu pai me batia, tanto que eu ficava sem caminhar por dias. Minha mãe era uma vadia bêbada. Minha irmã era a única pessoa que valia a pena na minha vida. Mas ela morreu aos onze. Meu pai a matou, depois deu uma surra em minha mãe. Dois dias depois eu o matei.
Gemma era a única coisa que me deixava vivo. Eu esperei até ele chegar em casa caindo de bêbado, amarrei suas mãos e o levei ate o porão... eu cortei seu corpo bem de vagar. Rasguei sua garganta quando tinha dez anos. Foi a primeira vez que eu vim para Wickendale, na antiga ala infantil, a 12 anos atrás.
Quando eu saí, alguns meses depois meus distúrbios pioraram. Eu via o rosto de meu pai em todo lugar. Matei 7 homens em becos. Durante meses eu fugi. Voltei porque encontrei minha mãe.
Uma viciada. Exploradora de crianças. Porra eu fiquei com tanta raiva! Depois de anos eu matei de novo. E gostei. Nenhuma das histórias que surgiram por aí são verdade. Essa é a verdade. Eu cometi a pior coisa que uma pessoa pode fazer. Matei meus pais. Deixei minha irmã morrer nas mãos daquele fodido. Eu perdi minha inocência, perdi minha família. Eu me perdi. Minha humanidade. Eu sou imprevisível, eu destruo tudo que toco. Eu me odeio por ter voltado pra cá. Mas me mataria se não tivesse te conhecido. Eu estou quebrado April.
Seu que não é inocente. Que não é como os outros. Mas este não é seu lugar. E agora eu não posso mais descansar se estiver longe de você. Eu não posso amar April. Eu não tenho forças pra isso. Mas você me da uma única e pequena esperança de que posso ser melhor. Que eu finalmente consiga um pouco de paz. Mas não quero te machucar, não quero que vá embora. A verdade é que eu não sei o que está fazendo comigo. "

Quando seus olhos verdes olharam em minha direção ele viu minhas lágrimas.

Se ajoelhou de frente pra mim e seus dedos tocaram minhas bochechas. Meus olhos se conectaram com seus e ele lambeu os lábios, passando as mãos por meu cabelo.

Peguei seus cachos em punhos, puxando de leve. Do jeito que ele parecia gostar e me ajoelhei também. As mãos dele pegaram minha cintura e eu me aproximei mais ainda dele.

Meus lábios entraram em contato com os seus, que os moveu junto comigo. Logo ele aprofundou o Beijo, me puxando pra frente e deitando comigo por cima. Quando nosso ar acabou eu me afastei, mordendo seu lábio inferior. Ele sorriu. O sorriso mais verdadeiro que já vi em seu rosto.

—Eu não me importo com o que fez ou vai fazer. Eu não vou ir. Eu vou ficar com você pelo tempo que precisar de mim.