No dia seguinte, Kira acordou quando o dia estava amanhecendo. Ela estava animada pois Zuko a chamara para treinar pela manhã, afinal a última vez que treinaram juntos fora a mais de dois anos atrás. Saltou da cama e colocou seu shorts de treino e um top, ambos vermelhos. Saiu do quarto em direção à proa, mas encontrou com Zuko no meio da caminho.

–Vamos tomar café primeiro… Tio Iroh já está nos esperando. - disse o príncipe.

Quando entraram na pequena sala de jantar, Iroh já estava sentado em frente a mesa escolhendo o que comer.

–Hoje capricharam no café da manhã, Príncipe Zuko. Você pode até pedir para adiarem um pouco o almoço. - disse Iroh.

Zuko e Kira se sentaram um ao lado do outro e comeram silenciosamente.

–Ahh, hoje é um bom dia para se jogar Pai Sho. - disse tio Iroh animadamente. - Querem me acompanhar?

–Nós vamos treinar. - respondeu Zuko.

–Então por isso todo esse café da manhã reforçado… - disse Iroh dando uma piscadinha para o sobrinho que ficou vermelho.

–O que? Não… - começou ele.

Kira corou, aquela atitude de Zuko demonstrava que ele se preocupou com ela. Percebendo o constrangimento do amigo Kira tentou ajudar se levantando rapidamente e dizendo:

–Bom, vamos treinar então.

Zuko se levantou e a seguiu até a proa. Ele parecia deslocado e sem graça.

–Vamos lutar para aquecer e depois usamos a dobra. O que você acha? - perguntou ela tentando fazer o amigo se soltar mais.

–Sim, boa idéia. - disse ele tentando um sorriso.

Em posição de combate eles começaram a andar em círculos, um esperando que o outro atacasse primeiro.

–Nós costumávamos fazer isso. Se lembra? - perguntou ela.

–Você sempre era mais rápida nas lutas. - apontou o príncipe

–E você mais poderoso nas dobras. - rebateu ela.

Zuko deu um passo a frente e ela rapidamente recuou, ele avançou novamente já girando em um chute que foi facilmente defendido por ela. Kira aproveitou e avançou sobre ele dando vários socos, Zuko se esquivou de todos. O príncipe se aproximou chutando-a, mas ela se baixou para se esquivar e aproveitou para dar uma rasteira que quase o fez cair.

Mais confiante, Zuko começou a atacar mais, ele quase acertou um chute nas costelas da garota e depois começou a avançar sobre ela alternando entre chutes e socos, ela andava para trás recuando. Ela já estava perto da borda da proa então teve que ser mais ofensiva, quando Zuko a socou, ela se defendeu com o braço e com o outro o socou na costela, ele não recuou então ela tentou o socar com o outro braço também, mas ele foi mais rápido.

Segurando o braço de Kira, o príncipe o torceu em suas costas. Ela tentou se desvencilhar, mas ela perdeu o equilíbrio e ele aproveitou e a derrubou no chão. Em uma fração de segundo ele se aproximou para ajuda-la a se levantar como se a luta estivesse acabado, mas Kira tentou lhe aplicar outra rasteira e enquanto ele tentava retomar o equilíbrio ela se levantou rapidamente e o chutou no peito o fazendo cair.

Ele virou de bruços, a luta havia acabado então ela se aproximou rindo mas com receio que ele talvez não tivesse gostado de seu golpe final, mas quando ela o ajudou a se levantar ele estava rindo. O coração de Kira pareceu se encher com a risada de seu melhor amigo.

–Como eu disse, você é sempre mais rápida.

Ele sorriu pensando que fazia muito tempo que ele havia se divertido de verdade. De repente não se sentia mais mau humorado e culpado por ainda não ter capturado o avatar.

–Vamos praticar a dobra agora. - disse ela.

Zuko se colocou em posição de luta e Kira o imitou. Não houve dança dessa vez, o príncipe começou atacando com dobras de fogos e Kira desviou e logo revidou. As dobras de Zuko agora pareciam ainda mais fortes e poderosas do que quando eles eram mais novos, Kira não sabia de onde vinha aquele poder, mas ela queria um dia ser tão poderosa quando o príncipe.

Kira atirou dobras seguidas de fogo contra Zuko que defendeu, ele se aproximou e então ela criou um rastro de fogo no chão ao lado dela e ia se preparar para ataca-lo quando o navio balançou desequilibrando os dois.

–O que está acontecendo? - perguntou Kira.

–Alguém mudou o curso do navio. Sem a minha permissão. - falou ele entre os dentes.

Irritado, Zuko marchou até a sala do capitão. Lá estava tio Iroh e mais outros soldados jogando Pai Sho e o capitão.

–Posso saber quem ordenou a mudança de curso? - perguntou o príncipe irritado.

–Foi eu, príncipe Zuko. - disse Iroh calmamente em frente ao seu tabuleiro de Pai Sho.

–Por que, tio? O que é tão urgente?

–Você não vai acreditar em como o seu tio é descuidado. - começou ele. - Eu estava aqui jogando meu Pai Sho quando me dei conta de que tinha perdido meu azulejo de lótus branco.

–Como isso pode ser mais urgente que o avatar? - perguntou Zuko irritado. A diversão havia acabado.

–Como meu próprio sobrinho pode perguntar isso? - perguntou Iroh dramático. - Isso é muito mais importante do que o Avatar.

Zuko olhou irritado para Kira e ela não conseguiu segurar o riso.

–Quando chegarmos na colônia em poucos minutos posso ver com os mercadores locais se eles tem meu azulejo de lótus. E então você pode seguir o seu curso normal, Príncipe Zuko.

Zuko saiu da cabine soltando fogo pela boca, literalmente, Kira o seguiu até a proa.

–Seu tio é um senhor muito engraçado. - apontou a garota.

–Não podemos nos dar ao luxo colocar outras coisas à frente da busca do avatar. - disse ele colocando aos mãos nos olhos já apertados de irritação.

Kira sabia que apesar dele ter se divertido com o treino, Zuko estava decepcionado por não ter conseguido capturar o avatar. Ela então se aproximou dele e colocou a mão em seu ombro.

–Eu sei. Não se preocupe, pense que podemos perguntar aos mercadores sobre o avatar, eles são quem tem mais informação. - disse ela.

Kira viu que Zuko a olhava profundamente, ela não pode adivinhar seus pensamentos, mas ele não parecia saber juntas as palavras para se expressar.

–Vamos ter que adiar nossa luta com dobras. - disse ele por fim. - Logo chegaremos na colônia.

–Tudo bem, pensarei em novas estratégias para te vencer. - disse ela sorrindo antes de sair andando em direção ao seu quarto.

Em meia hora o navio ancorou no porto da colônia e Kira seguiu Zuko e seu tio que eram acompanhados por Gavin e outros soldados. Enquanto os soldados perguntavam sobre o avatar, Zuko arrastou Kira até o mercado alegando que não confiava na agilidade de seu tio em meio as compras. E ele tinha razão.

–Você teria um azulejo de lótus branco? - perguntava o tio em cada barraca.

–Não, desculpe. - respondiam os comerciantes.

–Você saberia me indicar algum mercador que… Olhe, que vaso mais lindo. Foi feito artezanalmente?

–Sim, foi feito por uma artesã muito conhecida na colônia.

–Qual seria o preço dele? - perguntou o tio interessado.

–Duas moedas de ouro. - respondeu o mercador.

– O que acha de eu levar por duas moedas de ouro esse vaso e esse lindo porta retrato? - barganhou o tio.

–Fechado.

–O que você vai fazer com um porta retrato? - perguntou Zuko irritado.

–Ah, príncipe Zuko, nunca se sabe quem podemos encontrar que valha uma foto num porta retrato.

Nas próximas barracas, tio Iroh não encontrou seu azulejo, mas encontrou estátuas de animais, jogos de chá, tapetes, toalhas, objetos diversos de decoração. Zuko bufava.

–Sei que estamos perdendo tempo, mas ao menos seu tio parece estar se divertindo. - disse ela sorrindo para Zuko.

Ele a olhou de volta demoradamente e ficou pensativo por um momento.

–Preciso fazer uma coisa antes de ir. Tente apressar meu tio. - disse o príncipe.

O mercado do porto era dividido em duas ruas, Iroh já estava indo para a segunda linha de mercados e já havia comprado tudo menos o que procurava, quando Zuko retornou com um pacote nas mãos. Seu tio estava barganhando instrumentos musicais para fazer uma noite de música no navio.

–Incrível como pode se achar tanta coisa interessante quando nem ao menos se está procurando. - filosofou Iroh que agora fazia os soldados carregarem para o navio seus compras.

–Alguma notícia do avatar? - perguntou Zuko a Gavin.

–Não, senhor. Pelo menos não nessa parte da colônia. - respondeu ele.

–Acompanhe os soldados de volta ao navio e deixe tudo preparado, partiremos em breve.

Gavin acenou respeitosamente para ele e sorriu para Kira antes de sair. Iroh já ia em direção ao outro lado da colônia esperando encontrar mais mercadores.

–Olhe! Aquele navio tem produtos a venda.

–Nós já demoramos tempo demais! - disse Zuko bravo.

–Vamos! - disse Iroh arrastando o sobrinho.

Kira ria enquanto acompanhava os dois. Naquela outra parte da colônia também havia mercadores, ela pode ver os olhos curioso de Iroh passarem pelo mercado, mas a ira do sobrinho o fez desistir de prossegir e entrar no navio mercado como ultima parada de compras.

O navio era pequeno e feito de madeira. Era simples, sua entrada tinha apenas um arco de madeira um pouco mais escuro e por dentro a “loja” também tinha as prateleiras em madeira. Assim que entraram Iroh se encantou com uma estátua de macaco dourada em pedras vermelhas.

–Isso ficaria lindo na cozinha! - exclamou o tio pegando a estátua com as mãos.

–Na verdade, acho que isso combina com o quarto do Zuko. - disse Kira.

Zuko revirou os olhos e ia responder,mas a conversa entre duas pessoas na loja prendeu sua atenção.

–Nós perdemos a garota da tribo da água e o monge careca. - disse um dos homens, ele tinha cabelos castanhos e longos com uma faixa verde na cabeça. Ele falava com um homem de chapéu com um pássaro em seu ombro.

–Esse monge tinha uma seta na cabeça? - perguntou Zuko se aproximando dos homens.

–Sim. A garota roubou nosso pergaminho. Nós os perseguimos, mas ele fugiram.

–Vocês sabem para que lado eles foram?

–Foram para dentro da cidade, provavelmente para os campos.

–Qual pergaminho ele levaram? - perguntou Kira.

–Um pergaminho de dobra d’agua. - disse o homem com chapéu.

–Se eles levaram esse pergaminho é porque estão treinando a dobra o que significa que devem estar perto de uma grande porção de água. - concluiu Kira para Zuko.

–O que vocês acham de me ajudar a encontra-los? - perguntou o príncipe.

–Mas o pergaminho é nosso. - respondeu o de chapéu.

–Eu não tenho interesse no pergaminho. - finalizou Zuko secamente.

Eles haviam aceitado. Após o homem de chapéu reunir seus homens, Zuko o levou em direção ao seu navio para eles traçarem as rotas, quando havia deixado tudo combinado o príncipe bateu a porta do quarto de Kira.

–Algum problema? - perguntou ela preocupada. Zuko segurava o mesmo pacote que conseguira no mercado.

–Não, apenas trouxe isso para você.

Kira pegou o pacote das mãos do príncipe e ao abrir ficou surpresa. Era um traje da nação de fogo, não era como o dele ou os dos soldados, mas era resistente. Era uma calça comprida de cor cáqui, uma camiseta de mangas vermelha com detalhes em dourado nas abotuaduras e um top mais comprido vermelho todo trançado em tecido vermelho.

–Agora eu posso te acompanhar. - disse ela sorrindo.

Apesar do sorriso, Zuko conseguiu ver preocupação nos olhos de Kira.

–O que há? Não gostou da cor ou modelo? Nós podemos passar lá e troc…

–Não. São lindas, eu amei. Muito obrigada pelo presente.

–Então o que te preocupa?

–É só que não acho boa coisa você negociar com piratas. Não costuma acabar bem.

–Não se preocupe, eles tem o próprio navio, e outra, nós estamos atrás de coisas diferentes. - explicou ele.

Kira sorriu para ele.

–Você pode usa-las hoje se quiser. - disse Zuko deixando o quarto.

Já passava da meia noite quando o navio do príncipe alcançou o rio, ele decidiu ancorar e usar seu pequeno barco para seguir rio abaixo. Kira o acompanhou com tio Iroh, Gavin, outros soldados, e o líder dos piratas. Após algumas horas Kira já se sentia impaciente e, nem percebeu, mas já estava pescando sentada perto da cabine do capitão. O céu estava coberto de estrelas, mas logo amanheceria e ela estava considerando ir dormir e perder a ação quando eles ouviram vozes.

Era a garota da tribo da água, ela não parecia estar fazendo muitos avanços com a dobra pois só se ouviam resmungos. O barco seguiu a voz e tentou ancorar o mais silenciosamente possível. Quando Kira acompanhou Zuko para fora do navio os piratas já estavam à postos cercando a garota. Ela correu, mas Zuko a segurou pelos pulsos.

–Cuidado. Tem piratas aqui. - disse ele sorrindo maldosamente.

Em segundos os soldados prenderam a garota da tribo da água em uma árvore enquanto Zuko dava o pergaminho à Kira. A garota usava vestes comuns de sua tribo: um vestido e uma calça azul e Kira pode reparar que seus olhos grandes e azuis destoavam de sua pele morena.

–Onde ele está? - perguntou Zuko, mas garota não respondeu. -Me diga onde ele está e não tocarei em você ou seu irmão.

–Vai pular no rio. - rebateu a garota.

Kira se engasgou com o riso fazendo Gavin dar alguns tapas em suas costas.

–Há algum tempo atrás eu perdi algo e pretendo recuperar agora, minha honra. Se me ajudar a recupera-la, quem sabe eu a ajude a recuperar algo que você tenha perdido. - disse o príncipe mostrando à ela o colar que encontram na prisão.

–O colar da mamãe! - exclamou ela. - Como você conseguiu isso?

–Nós não roubamos, diferentemente de você. - disse Kira e se aproximou da garota. - Onde está o garoto? - perguntou ela entre os dentes.

–Não vou falar. - respondeu a garota estreitando os olhos.

–Já chega. Eu quero o pergaminho. - disse o pirata de chapéu.

Zuko olhou para Kira e ela entendeu como se lesse a mente do garoto.

–Por que tanto trabalho por causa de um pergaminho? - disse Kira ficando de frente aos piratas. - Você ganhariam muito com ele? - perguntou ela criando uma chama alta em sua mão e colocando a chama perto do pergaminho. - Aliás eu não acredito que esse pergaminho tenha sido vendido de bom grado. Ou sequer vendido.

O pirata se irritou e começou a ir em direção a garota. Gavin se posicionou ao lado dela.

–Se acharem o garoto, eu devolverei o pergaminho. - disse Zuko. - Achem-o e o tragam até mim.

Os piratas saíram em direção à mata deixando para trás apenas o capitão com seu chapéu e ave. Kira caminhou até Zuko e entregou o pergaminho a ele. O céu já estava claro quando os piratas voltaram trazendo o avatar e o garoto da tribo da água.

–Aang, me desculpe. A culpa é minha. - começou a garota amarrada à arvore.

–Não, Katara, não se preocupe. - respondeu o avatar delicadamente.

–Me dê o Avatar. - disse Zuko se aproximando dos piratas.

–Primeiro… o pergaminho.

–Pergaminho? - perguntou o garoto da tribo da água. - Você quer trocar o avatar por um pergaminho?

–O que? - disse Zuko com raiva. - Não dê ouvidos à ele.

–O monge é o avatar? - perguntou o capitão pirata olhando-o com interesse.

–Com certeza! - respondeu o garoto de vestes azuis como sua irmã. Ele tinha um corte de cabelo estilo moicano e carregava um facão da tribo da água na calça. - Eu não tenho idéia de quanto ele vale, mas com certeza é bem mais que um pergaminho.

–Cale a boca, seu camponês. - bradou Zuko.

–Acho que agora os interesses coincidem. - disse Kira ao príncipe.

–É Sokka, é melhor você calar a boca. - disse Aaang preocupado.

–Vamos pessoal, pensem bem! - continuou Sokka. - Pensem em quanto dinheiro podem conseguir vendendo ele ao próprio Senhor do Fogo!

–O garoto tem razão. - disse um dos piratas.

–Fique com o pergaminho! - disse o capitão se virando em direção ao barco - Foi bom tratar de negócios com você.

–Isso não vai ficar assim. - disse Zuko.

Rapidamente Zuko e os soldados começaram a atacar os piratas com dobras de fogo, eles não eram dobradores, mas eles tinham seu próprio jeito furtivo de lutar. Eles soltaram várias bolinhas no chão, causando uma fumaça preta os ajudando a se camuflar e atacar com mais confiança.

Kira conseguiu desviar a tempo de um golpe de espada que ia em sua direção em meio à fumaça, ela revidou com algumas dobras de fogo chutando um dos piratas para fora da fumaça.

–Zuko? - perguntava ela. - Tio Iroh?

Ela não via um palmo a frente dela, então caminhou até ficar fora da nuvem, mas também só via outras nuvens de fumaça. Katara, a garota da tribo da água não estava mais presa à àrvore, nos céus, o pássaro do pirata e um lêmure disputavam a posse do pergaminho.

Sem saber o que fazer, Kira entrou em outra nuvem de fumaça e quase foi acertada por uma lança, rápida ela segurou a lança e a puxou trazendo o pirata para sua visão. Não foi preciso muita força para tirar a lança das mãos dele e a virar para seu adversário o acertando na barriga.

–Vocês querem parar com isso?!

Ela ouviu Iroh dizer, ele não deveria estar muito longe dela, como eles estavam em terreno aberto as vozes não pregavam truques. Kira seguiu a voz e encontrou Iroh, Zuko e o capitão dos piratas.

–Seu navio está zarpando! - concluiu o tio,

–Não é hora para seus proverbios idiotas! - gritou Zuko.

–Não é um provérbio. - disse Iroh e apontou para o rio.

O barco dos piratas estava se movimentando com o avatar e seus amigos nele e o pequeno barco reserva de Zuko estava agora ocupado pelos piratas que faziam questão de passar rindo e acenando para eles seguindo rumo ao navio.

–Ei! Esse barco é meu! - disse Zuko e então começou a correr em direção ao navio.

–Zuko! Espere! - gritou ela o seguindo.

Ele continuou correndo sem responder. Kira olhou para trás e viu Iroh tentar alcança-los. Rapidamente Kira se colocou lado à lado de Zuko na corrida e conseguiu ver que o navio com os piratas havia alcançado o com o avatar.

–Olhe a velocidade da água! É uma queda d’água! - disse ela.

Em poucos minutos a mais de corrida Zuko finalmente viu que não havia mais caminho e parou apenas observando seu barco ir de encontro ao navio pirata e então cair.

–Meu barco! Meu ÚNICO barco reserva! - gritou Zuko extremamente irritado.

–Pense pelo lado bom, não fomos nós que caimos queda d'água a baixo.

–NÃO HÁ LADO BOM! - gritou ele.

–Não adianta se estressar agora, ainda tem um longo caminho de volta ao seu navio. - disse Kira séria se aproximando de Zuko.

–Eu não sei… se consigo… chegar até lá… - disse Iroh com a respiração ofegante antes de se jogar no chão e se encostar na árvore.

–Não se preocupe, eu vou correndo até o navio e peço para buscarem vocês de rinoceronte. - Disse Kira.

–Ora, você é muito gentil. - disse Iroh tirando o leque da roupa para se abanar.

–O que acha de ir correndo comigo? - perguntou Kira pegando na mão dos príncipe. - Como nos velhos tempos.

Para a surpresa de Iroh e mais ainda para de Kira, Zuko tirou as mãos da garota das dele de forma abrupta e violenta e olhou para ela com o rosto tomado pela raiva.

–Quantas vezes você vai levar para entender que nunca nada vai ser igual aos velhos tempos?! - gritou ele para Kira que estava a centímetros dele.

–Eu sei que nã…

–Eu não sou mais igual e nunca voltarei a ser, tenho a cicatriz que prova isso. - começou ele antes de finalizar maldosamente. - E mesmo que fosse, nós não somos crianças para eu sair correndo atrás de você numa brincadeira tola.

Kira sentiu como se tivesse levado um soco no estômago e andou algum passos para trás. Iroh e Zuko falavam, mas ela não conseguia entender uma palavra sequer. De forma automática ela saiu correndo deixando as vozes para trás.