Tump! Tump! Tump! Um som estranho invade a minha mente que começa a me trazer para a realidade, Tump! Tump! Tump! Mais que som chato é esse? Levanto da minha cama apenas com uma camisa listrada nas cores vermelha, cinza, preto e azul claro e com uma cueca preta pra procurar da onde vem esse som irritante, desço as escadas e aparentemente estou sozinho em casa, meus pais já estão no trabalho e o Luis deve está como seus amigos de costume, Tump! Tump! Tump! o som vem da entrada da casa, será que tem alguém na porta? Espero que não, não estou afim de receber visitas em pleno sábado e também não estou vestido para receber visitas, bem, nunca soube de alguém que recebe visitas apenas usando uma camisa e uma cueca, ou não, Tump! Tump! Tump!– Já estou indo! - Berro da cozinha. Seja quem for deveria usar a campainha em vez de bater a porta. Caminho até a entrada da casa e dou uma espiada pelo olho mágico, meu Deus! É o Phelipe! Como ele descobriu aonde eu moro? Seja como for é melhor eu receber ele. Abro um pouco a porta para dar uma espiada e ele está com as mãos dentro dos bolsos, com uma calça jeans cinza, uma camisa branca sem mangas da DropDead que é incrivelmente linda, usando um Vans vermelho e uma touca preta, lindo, incrivelmente lindo, ele olha pra mim e faz uma expressão de intruso.


– Oi.


– Er... Oi, é que eu não esperava a sua visita, eu nem sabia que você sabia onde eu moro, e além de tudo eu só estou de camisa e cueca. - Falo me escondendo atrás da porta.

– Desculpa, eu te acordei? Eu não sabia que você estava dormindo, só queria fazer uma surpresa. - Fala ele timidamente.

– Não, está tudo bem, é que se você não se incomoda por eu está só de cueca e camisa.

– Ah, tudo bem, não tem problemas.

– Sendo assim, tudo bem. - Falo abrindo a porta.

O Phelipe entra e em sguida eu fecho a porta, ele fica no corredor e me olha de baixo para cima e não fala nada. - Bem, para começar, como você descobriu aonde eu moro? - Pergunto.

– Você me contou ontem a rua que morava, mas não sabia o número da casa então me lembrei que no Kik você deixa a localização ativada e lá tinha o número da sua casa, 1665, então eu quis te fazer uma surpresa. - Ele fala rindo.

– Uau, isso é tão... Stalker. - Falo caminhando até a sala. - Vem, pode entrar não vamos ficar o dia todo no corredor. - Completo a frase.

– Cade os seus pais? - O Phelipe pergunta.

– Meus pais estão no trabalho e só voltam as 19:00 e meu irmão Luis deve está na casa de algum amigo e também só volta durante a noite. Então eu e você estamos sozinhos. - Falo indo até a cozinha.

– Sozinhos?

– Sim. - Respondo. - Quer comer ou beber alguma coisa? Refrigerante? Suco? Água? Café? - Pergunto.

– Não, não, antes de vir para cá eu passei na Starbucks e bebi um milk shake. Obrigado. - Ele reponde.

– Ah, o.k, eu não costumo sair de casa nos fins de semana, normalmente fico no meu quarto usando o computador, no iPod conversando com alguns amigos ou as vezes lendo algum livro. Ah, e também gosto muito de tirar fotos. - Falo sentando no sofá ao seu lado.

– Fotos? Que tipo de fotos? - Ele pergunta.

– Essas fotos iguais as do Tumblr. - Respondo.

– Sério? - Eu amo tirar fotos.

– Sim, eu gosto de tirar fotos de tudo, menos de mim mesmo, eu vejo beleza em tudo, em um sorvete, em nuvens, em donuts, em cafés da Starbucks, menos em mim mesmo. - Falo olhando para ele.

– Eu também sou assim. - Phelipe responde.

– Eu tenho uma câmera da Nikon lá em cima no meu quarto, poderíamos tirar algumas fotos.

– Eu também tenho uma câmera da Nikon, eu não gosto muito da Canon, é a mesma coisa de não gostar da Samsung e gostar da Apple, eu sou assim. - ele fala normalmente.

Vou na frente guiando o Phelipe e ele vem atrás, subimos as escadas formos até o fim do corredor onde fica o meu quarto, o primeiro quarto é o do Luis, abro a porta e o Phelipe entra. Fique à vontade. - Falo para ele. Gosto do meu quarto, ele é legal, eu acho, de um lado a minha cama totalmente bagunçada, do outro lado meu computador, do lado uma pratilheira cheia de livros que costumo ler quando tenho um tempo livre, do outro um quadro na parede cheio de fotos que eu mesmo tirei, na borda do teto algumas luzes natalinas e também no teto algumas estrelas florescentes, do outro lado uma janela com a cortina da Inglaterra onde os raios de Sol tentam entrar mas não conseguem, jogado no chão o meu par de Vans preto e meu par de All Star vermelho, do lado da cama uma xícara que tomei café a dois dias atrás, meu iPod jogado em cima da cama e minha câmera junto a mesa do computador. Se sento na poltrona do computador e o Phelipe se senta na minha cama.

– Posso mexer no seu iPod? - Ele pergunta.

– Claro, como eu disse antes, fique à vontade.

– Seu quarto é legal, eu queria ter um quarto mais ou menos igual ao seu quando eu morava no Brasil, mas não se encontra essas coisas por lá, vou tentar aqui agora. - Ele fala observando o quarto.

– Obrigado - Respondo segurando a câmera.

– Vou tentar começar uma vida nova aqui em New Jersey, esquecer os problemas do Brasil, deixar o passado para trás e vou viver oque estou passando aqui agora. - Ele fala olhando na minha direção.

– Bem, você já tem a mim. - Respondo.

– Obrigado. Os produtos da Apple no Brasil são muito caros, aqui são quase de graça.

– É, é legal isso. - Falo normalmente.

– Não só isso, tipo, vocês tem as estações do ano perfeitamente, isso é incrível, vocês tem neve no natal, tudo nos Estados Unidos é incrível. - O Phelipe fala de uma maneira fascinado.

Passamos a manhã conversando como era a vida do Phelipe quando ele morava no Brasil e conversando sobre a minha vida em New Jersey, usando o computador, assistimos alguns vídeos, escutamos algumas músicas, o Phelipe e eu temos o mesmo gosto musical, tirando algumas fotos, formos no jardim, se divertimos, rimos, voltamos para dentro de casa, formos pra cozinha, fizemos uns mistos quente e lanchamos, tiramos mais fotos, fiz pipoca, assistimos um filme no computador, vimos o dia passar pela pequena janela do meu quarto onde o Sol insistia entrar mas com todas as tentativas sem sucesso, o filme acabou, tiramos mais algumas fotos sentei na cama do lado da cabeceira e o Phelipe do outro lado, ficamos em silêncio.

– Que horas são? - O Phelipe quebrou o silêncio com a pergunta.

– Hm... 17:43, Por que? Você já tem que ir? - Pergunto.

– Não, as 18:30 mais ou menos. - Ele responde.

– Mais ou menos. - Repito.

– Por que? Ficou triste? - Ele pergunta dando um sorriso idiota.

– Não exatamente, é que você fez o meu dia ser legal. Obrigado. - Falo olhando nos seus olhos.

– Você é o meu único amigo.

– Então quer dizer que depois que você fizer mais amigos vai me esquecer? - Pergunto.

– Nãaaao! Eu não quis dizer isso. - Ele responde se defendendo.

– Está tudo bem, é que tipo, eu acho meio surreal, eu, você, nós, é meio difícil de acreditar. Um garoto que eu conheci no Instagram está no meu quarto! Isso é meio loucura. - Respondo rindo.

– Destino? - Ele responde com o tom de dúvida olhando nos meus olhos.

– Talvez. - Respondo

– Alex.

– Eu.

Ele se levanta e se senta na cama ao meu lado e fala. - Eu gosto de você.

– Gosta como? - Pergunto.

– Não quero ser precipitado, mas eu gosto de você. - Ele fala segurando a minha mão e olhando nos meus olhos.

Ficamos em silêncio e tudo oque eu escutava era a minha mente "Eu gosto de você. Eu gosto de você. Eu gosto de você." Fomos se aproximando e nossos lábios se encostaram, um beijo lento, intenso, de maneira que eu ia se entregando totalmente a você, eu estava mais uma vez sentindo algo, algo indescritível, mas eu me lembro de ter sentindo isso antes no nosso primeiro beijo, eu estava sendo consumido por você, o beijo foi ficando mais intenso, tirei a sua camisa e cara, meu Deus, como você fica sexy sem camisa, como você fica sexy só se jeans cinza e Vans vermelho, você tirou a minha camisa e ficou em cima de mim, mordendo meu pescoço de leve a sensação é incrível, eu sinto prazer, de modo que nossos membros se encostam eu estava ficando mais excitado, eu estava muito excitado, coloquei a mão dentro da sua calça, você estava me fazendo ter orgasmos, estava tudo muito bom. Tump! Tump! Tump! MERDA! MERDA! MERDA! Meu irmão chegou em casa.