Uma semana depois que o Phelipe e eu estávamos a sós na minha casa e meu irmão chegou inesperadamente, foi um desespero total, tivemos que se arrumar nas pressas, por sorte que só estávamos sem camisa, apresentei o Phelipe para o Luis e ficou tudo o.k, ainda bem, eu não queria ser pego por meu irmão, o Phelipe foi embora assim que o Luis chegou, o Luis até convidou pra ele ficar para jantar com a gente mas ele disse que já estava ficando tarde e tinha que chegar em casa, meus pais chegaram uma hora depois e jantamos todos juntos, contei para eles que tinha passado o dia com o Phelipe e eles acharam legal que eu estava fazendo novos "amigos" e por falar em amigos, já faz alguns dias que eu não vejo o Ronnie, vou passar na casa dele hoje.


– Mãe, vou passar o dia na casa do Ronnie hoje! - falo descendo a escada.

– Não precisa gritar Alex, estou logo aqui. - Ela responde sentada na mesa da cozinha lendo o Jornal.

– Ah, desculpa, enfim, vou passar o dia na casa do Ronnie, já faz alguns dias que não vejo ele e estou com saudades daquele colecionador de cases. - Falo se sentando na mesa junto a ela.

– Tudo bem, o seu pai e eu vamos sair hoje a noite. Aniversário de casamento.

– Ai meu Deus! Eu tinha me esquecido que hoje é o aniversário de casamento de vocês! - falo se levantando para abraçar ela.

– Não precisa disso tudo Alex, você está mais animado do que eu. - Ela fala rindo.

– HAHAHA! Quantos anos? - Pergunto abraçando ela.

– 22. - Ela responde. Obrigado por estar tão feliz por mim. - Risos.

– Eu te amo mãe. - Respondo dando um beijo na bochecha dela. - O.k, o.k, preciso me arrumar o Ronnie pediu para eu chegar na casa dele às 11:00. - Falo indo em direção ao banheiro.

– Tá. - Ela responde. - Vou deixar 50 dólares em baixo do vazo caso você vá a New York, eu sei que o Ronnie e você sempre inventam de dar uma escapada por lá.

– Obrigado mãe!!! - Berro de dentro do banheiro.


Ao sair do banheiro a mamãe já não está mais em casa e o papai deve estar em algum lugar reservando um restaurante para hoje a noite, e comprando algum presente pra mamãe, subo as escadas e vejo duas mensagens do Ronnie no iPod;


"Cade você? Está atrasado."

e a outra;

"Quando estiver vindo, eu sei que o caminho que você passa tem uma Starbucks, pode comprar meia duzia de Donuts? Te pago quando chegar aqui."

Chegando na Starbucks sou atendido por uma mulher, aparentemente tinha uns 25 anos, cabelos castanhos, olhos pretos. E em seu crachá tem escrito; Katherine. Nome bonito penso. - Qual o seu pedido? - Ela pergunta.

– Oi? - Pergunto.

– Qual é o seu pedido? - Ela pergunta de novo.

– Hm... 6 Donuts; 3 de chocolate, 1 de morango e 2 de amendoim. Hm... e mais um café expresso. - Respondo olhando para as vitrines cheias de donuts.

– Fica no total 15 dólares. - Ela fala.

– O.k. - Respondo.

Pago e pego a nota e vou até o balcão onde esperamos os pedidos, sou o número 56, incrível que a essa hora da manhã já tenha saído tantos pedidos, as pessoas hoje em dia tem preguiça de fazer o seu próprio café-da-manhã. 56! escuto o homem chamado o meu número, levanto a minha nota para que ele possa me ver, e ele vem até mim com o meu pacote em uma mão e na outra segurando o café expresso, dou a nota para ele, ele observar e a rasga no meio e me entrega o pacote e o café. 11:07, toco a campainha da casa do Ronnie e ele mesmo me atende.

– Está atrasado. - Ele fala abrindo a porta.

– Não tenho culpa se a população americana é tão preguiçosa ao ponto de não fazer o seu próprio café-da-manhã e recorrem a todo estabelecimento que tenha a aparência de um fast-food. - Respondo entrando. Cade seus pais? - Pergunto.

– Trabalho. - Ele responde fechando a porta.

– Ah, tá. - Falo.

– Trouxe os donuts? - o Ronnie pergunta.

– Sim. - Respondo dando o pacote a ele.

– E esse café? - Ele pergunta.

– É meu ué. - Respondo. - Tá de olho no meu café também? - Completo.

– É que estou um pouco aéreo ainda, acordei a pouco tempo. - Ele fala.

– Então por que me mandou mensagem dizendo que eu estava atrasado?

– Você sabe, só para irritar. - Ele responde de boca cheia de donuts.

– Ah, é típico. - Retruco.

Ficamos na casa do Ronnie até às 13:00 e formos pra New York, pegamos uma sessão no cinema às 14:30 e assistimos um filme patético que o Ronnie queria muito assistir, depois formos andar pela cidade um pouco e por fim chegamos ao Central Park e ficamos sentados na grama conversando, citei o nome do Phelipe algumas vezes e o Ronnie disse que eu estava falando demais desse garoto, e que não queria ser trocado por ele, falei que não sou dessas pessoas que conhece alguém e deixa de lado os amigos, formos na Burger King e lanchamos e depois pegamos o metrô para chegarmos a New Jersey, desci duas estações antes do Ronnie por que ficaria melhor para eu chegar em casa, chegando em casa não tinha ninguém, o Luis tinha saído como sempre e a mamãe e o papai estavam comemorando o aniversário de casamento deles dois, mandei uma mensagem para o Phelipe;


"Boa noite! Como foi seu dia?"

Alguns minutos depois o Phelipe me respondeu;

"Olá Alex! Boa noite, o meu dia foi ótimo, mas teria sido melhor se estivesse passado com você. E você, como vai?"

E assim começamos uma conversa longa e duradoura, eu estava cansado, meus dedos já estavam dormentes, meus olhos ardiam.

"Phelipe, vou dormir, estou cansado."

"O.k, Alex, podemos se encontrar amanhã?"

"Claro, na minha casa ou na sua?"

"Na minha?"

"Certo, na sua."

"Boa noite Alex, até amanhã."

"Boa noite, Phelipe."