Quando o Amor Chega

A CHEGADA NA MANSÃO


3. A CHEGADA NA MANSÃO

Wulcan estava na garagem muito assustada, não era do seu feitio ficar assustada, mas nesse caso era como se ela estivesse de mãos e pés atados, porque realmente não sabia o que fazer. Não poderia ficar ali para sempre e se saísse corria o risco de ser pega. Era horrível para ela, nesses momentos a voz da sua mãe ecoava na sua cabeça, o mundo realmente era um lugar bem hostil para com os mutantes. Pensou em seu pai, apesar de não saber quem ele é ou era, sentiu que se soubesse não estaria sozinha agora, ela teria para onde ir e se o seu pai era um mutante como sua mãe dissera seria aceita. Mas tudo isso não passava de hipóteses, ela estava sozinha naquele momento. Pensou em esperar até a noite, de madrugada porque se saísse naquele momento qualquer pessoa poderia reconhecê-la, muitas pessoas a viram fugir e com certeza já tinham o seu retrato falado. “Que droga! Aqueles caras iam me assaltar e sabe lá o que mais e todos me culpam porque eu me defendi! Bem, eu não devia ter exagerado mas foi involuntário, ele me obrigou!”, pensou ela com raiva. Ouviu sua barriga roncar, a última vez que tinha comido fora na hora do almoço mas esse era o menor dos problemas, ficou ali onde estava esperando que anoitecesse para fugir, para onde ela não sabia mas sabia que tinha que fugir.

A equipe de busca dos X-Men pousou o X-Jato em um terreno baldio longe do centro da cidade, de modo que não chamaram atenção quando pousaram. Daí começaram a caminhar em direção ao centro, viram que era uma cidade média, parecia pacata e tranqüila.

-O professor falou “escondida na garagem de um prédio”. – lembrou Ororo.

-Ótimo! – disse Vampira – Mas qual deles? A cidade pode ser deste tamanho mas tem uma certa quantidade de prédios, vamos levar horas procurando!

-Jean, será que você não pode saber onde ela está? – perguntou Kitty

-É Jean, se você descobrisse acharíamos ela em um instante! – incentivou Amara.

-Eu não sei – falou Jean – a única coisa que sinto é que ela está perto mas não posso ser mais precisa.

Então duas senhoras passaram por elas conversando.

-Então prenderam aquela mutante perigosa?

-Eu não sei, mas tomara que prendam logo. Eu não quero andar na rua com medo daquela aberração em forma de gente.

-O que ela fez com o rapaz?

-Ela quase que o matou, o pobre coitado deve estar no hospital agora e deve ficar por lá por um bom tempo.

-Como ela fugiu?

-Bem, pelo que me contaram, ela saiu correndo mas uma viatura estava passando e começou a persegui-la. Aí ela entrou num desses becos e está escondida por aí.

Vampira ouvindo isso se adiantou, correu até alcançar as senhoras e perguntou:

-Eu ouvi bem o que as senhoras estavam dizendo? Tem uma mutante perigosa solta por aí? – ela fingiu estar apavorada.

-Tem sim, minha filha. – respondeu uma delas. – Ela machucou um rapaz e...

-Não, não é isso o que eu quero saber. Quero saber onde a viram.

-Por que quer saber? – perguntou a outra senhora desconfiada.

-Ah, é que eu sou nova aqui e estou com algumas amigas, daí eu quero saber onde ela foi vista para não passar por lá, afinal se ela está escondida deve estar lá por perto, a senhora não acha? – disse Vampira fingido estar assustada.

-É, você tem razão minha filha. Está vendo esta rua em frente? – disse a senhora se virando - Dobrando á direita há outra rua que foi por onde a mutante correu e se escondeu, é uma rua com muitos prédios e becos e...

-Muito obrigada, senhora! – disse Vampira cortando a fala dela. – Agora eu já sei o que queria saber. – e assim ela foi se afastando para contar ás outras.

-Esses jovens de hoje. – disse uma das senhoras seguindo o caminho com a outra.

-Já sei onde ela está! – disse Vampira radiante.

-Onde? Fala logo, Vampira! – insistiu Kitty.

-Dobrando esta rua tem outra com um monte de prédios por onde ela correu. Deve estar em um deles.

-Então vamos pra lá que talvez se eu me concentrar encontre ela, saiba exatamente onde ela está. – disse Jean.

Daí elas foram pela rua indicada, dobraram e viram que haviam poucos prédios ali, mas não tinham tempo á perder procurando em cada um deles.

-Aquela senhora falou algo sobre um beco. – lembrou Vampira.

-É claro! – falou Ororo – Ela entrou em um desses becos e achou uma forma de entrar em um desses prédios. Só precisamos encontrar o beco. Alguma coisa, Jean?

-Eu sinto a presença dela cada vez mais forte, seria mais fácil se ela usasse os poderes mas na condição em que ela está, acho difícil.

Elas continuaram andando em frente aos prédios, olhando pra ver se notavam algo estranho ou viam o tal beco. Mas Jean parou de repente em frente á um prédio azul, olhou e disse:

-Aqui! Eu sinto que ela está aqui! Tenho certeza! Sinto a presença dela!

-Então devemos achar um jeito de entrar. – falou Ororo.

-Eu posso atravessar a parede, pegá-la e vamos embora. – falou Kitty.

-Isso de você atravessar a parede e pegá-la é uma boa idéia mas como vai sair sem que ninguém veja? – perguntou Amara.

-Por que não podemos sair por onde ela entrou então?

-Pelo o que eu estou vendo, Kitty, ela deve ter subido por essa escada. – começou Ororo apontando para uma escada dentro do beco antes mencionado. – Uma vez lá em cima ela conseguiu entrar no prédio e devia haver mais escadas lá dentro que davam para a garagem. Ela deve ter descido e por sorte ninguém a viu, mas agora acho difícil alguém não ver porque todos estão atentos.

-A Ororo está certa. – começou Vampira – E mesmo que conseguissem sair sem que ninguém visse, para retornar ao X-jato teríamos que passar aqui e o recepcionista veria ou perceberia algo estranho.

-Eu pensei que ou a Ororo ou a Jean poderiam leva-la voando até o X-jato mas alguém de cima do prédio também poderia ver.

Elas ficaram pensando por um tempo em todas as possibilidades possíveis de resgatar a mutante, foi aí que Vampira teve a idéia.

-Sair por onde ela entrou não dá porque pessoas de dentro perceberiam, sair voando também não dá porque pessoas de cima dos prédios veriam, acho que a maneira onde menos pessoas poderiam ver seria passar aqui pela frente, a única pessoa que poderia ver seria o recepcionista, o que não seria muito.

-Mas há outros prédios e se os recepcionistas de outros prédios vissem também? – perguntou Amara.

-Se quando a Kitty sair com ela, correrem ninguém vai perceber muito, afinal ninguém dá muita importância a duas pessoas correndo, né queridinha? – falou Vampira rindo.

-Então, eu vou ter que pegá-la mesmo? – falou Kitty.

-É, mas eu tenho o seguinte plano: enquanto você pega a menina, nós ficamos aqui distraindo o recepcionista para que ela não perceba quando vocês passarem correndo. Sim, porque quando você a pegar corra até o X-jato com ela, está afastado, eu sei mas é uma corridinha razoável, não vai dar trabalho, Kitty.

-Tudo bem, mas como vocês vão distrai-lo?

-Quando eu der uma piscadinha, você corre para pegá-la, OK?

-Tá.

-Ororo – disse ela se virando para Ororo – Desmaie.

-O quê! – perguntou surpresa.

-Desmaie! Vamos simular que você está passando mal, aí o recepcionista vem nos ajudar e é o tempo que a Kitty precisa.

-Depressa Ororo! – falou Jean e imediatamente Ororo caiu nos braços dela e aí Vampira entrou correndo na recepção do prédio simulando desespero para o recepcionista.

-Por favor, senhor, a minha tia está caída lá fora, será que o senhor pode nos ajudar a trazê-la para cá? Por favor, estamos desesperadas!

-Calma, minha filha, onde ela está? – perguntou o recepcionista tentando acalmá-la.

-Lá fora! Depressa!

Daí os dois foram lá para fora e o recepcionista se assustou com a cena.

-Nossa, ela parece estar mal! Eu ajudo a levá-la para dentro, posso dar um copo com água e posso chamar uma ambulância.

-Não! – exclamou Jean assustando o recepcionista. – Quer dizer, a Kitty pode fazer isso, não é Kitty?

-É mesmo, o senhor já está fazendo muito nos ajudando. Kitty, você pode buscar ajuda? – disse Vampira piscando o olho para Kitty.

-Claro, vou buscar uma grande ajuda – disse Kitty correndo.

-Vamos levá-la para dentro. – disse o recepcionista.

Daí, ele ajudou a carregar Ororo para dentro da recepção. Lá tinha um sofá, que ficava praticamente atrás da porta, de modo que quem ficasse ali mal conseguia ver quem passava pela porta, o que foi muito bom para elas. O recepcionista fora buscar um copo d’água e elas torciam para que ele demorasse.

“Tomara que a Kitty seja rápida.”, pensou Vampira.

Wulcan estava sentada na garagem abraçando seus joelhos, queria sair ao anoitecer mas como a garagem parecia ter uma única iluminação o tempo todo ela não sabia com certeza se era dia ou noite.

“Tenho que sair daqui. – pensava – Não sei o que vou fazer depois mas tenho que sair”.

Wulcan então se levantou e olhou para os lados pra ver se não havia ninguém. Começou a andar, devagar para não fazer barulho. Ia se aproximando de uma das colunas, olhando para o lado quando de repente...

- Ai! – disse Wulcan quando sentiu algo esbarrando nela e derrubando-a no chão. Era Kitty.

-Me desculpa! Não foi minha intenção! – falou Kitty.

-Quem é você? – perguntou Wulcan em posição de defesa. – O que quer? Não me obriga a ...

-Calma! – disse Kitty antes que ela atacasse – Eu estou aqui para ajudar, não quero machucá-la, ao contrário, vim tirá-la daqui.

-Ninguém pode me ajudar. Quem é você afinal? Como posso saber se é confiável? Todos nessa cidade estão atrás de mim! Como posso saber se você não vai me entregar? – perguntou Wulcan desconfiada ainda.

-Eu sou uma mutante como você. E quero ajudar, posso levá-la pra um lugar onde você será aceita e não temida. Confie em mim. – disse Kitty estendendo a mão para Wulcan.

Esta por sua vez, ainda não estava completamente segura e convencida, mas após pensar um pouco pegou a mão estendida de Kitty, não tinha muita escolha afinal.

-Vou com você. É melhor do que ficar aqui escondida.

-Muito bem. Vamos!

Então Kitty correu para uma parede. “Ai, meu Deus!”, pensou Wulcan imaginando que bateriam mas quando olhou de novo, viu que havia atravessado a parede. Realmente, aquela menina era uma mutante.

Uma vez fora da garagem, elas correram, mas Wulcan parou de repente.

-Oque foi?

Vou passar pela frente do prédio, o recepcionista pode me ver! Tem que haver outro caminho! – disse Wulcan com intenção de dar meia volta.

-Não! Espera! Temos tudo preparado. O recepcionista não vai ver, minhas amigas e minha professora estão distraindo o recepcionista, ele não vai ver você.

-Tem certeza? Todos estão atrás de mim! – falou insegura.

-E é exatamente por isso que eles estão distraindo o recepcionista. Olha presta atenção, eu vou dizer exatamente o que você deve fazer, mas você deve ser rápida.

E Kitty começou a contar qual era seu plano.

-A ajuda que aquela sua amiga foi buscar está demorando muito, não é mesmo? – falou o recepcionista nervoso com aquela situação.

-Eu tenho certeza que ela já vai voltar, senhor. – disse Vampira também nervosa.

De repente viram Kitty entrar correndo na recepção e todos olharam perplexos para ela.

-Trouxe a ajuda, menina? – perguntou o recepcionista impaciente.

-Será que o senhor poderia me trazer um copo d’água? Eu corri muito.

-Está bem. – disse ele saindo mal-humorado da recepção.

-Onde você estava? – perguntou Vampira. – Onde está a menina que viemos buscar?

-O plano é o seguinte: a tia Ororo vai começar a se sentir melhor, o suficiente para irmos embora, daí ela se levanta e vamos embora daqui.

-E a menina Kitty! – perguntou Jean.

-Fizemos tudo isso e agora vamos sem ela? – falou Amara.

-Calma, confiem em mim. Disfarcem que aí vem o recepcionista.

-Aqui está sua água menina. – disse ele entregando o copo á Kitty.

-Obrigada senhor.

-Conseguiu a ajuda ou não? Vocês não podem ficar por aqui muito tempo. – disse impaciente

-Bem eu não consegui – começou Kitty se esforçando o máximo para não rir. – Mas quando cheguei aqui vi que não precisava. Olhe, a nossa tia parece estar melhor.

-É, senhor, eu já estou bem. – disse Ororo se levantando do sofá onde estivera deitada. – Obrigada pelo auxílio, mas agora acho que já podemos ir. Desculpe pelo incômodo.

-Tudo bem, então. – disse Jean apressando-as – Vamos meninas.

E assim todas elas se dirigiram para a porta e saíram apressadas, quase correndo.

-Esses visitantes. Vêm nos incomodar á essa hora da noite pra depois sair assim. – murmurou o recepcionista depois que saíram.

Quando elas se viram um pouco mais distantes do prédio, começaram á correr, deviam logo sair dali, ir embora.

-Kitty, eu ainda não estou entendendo nada. – falou Amara enquanto corriam.

-Confiem em mim. – disse Kitty.

Em poucos minutos, elas estavam próximas do X-jato, chegaram lá e olharam em volta mas nada viram.

-Tudo bem, Kitty. – começou Ororo – Já estamos aqui, agora onde está a garota? Viemos aqui por causa dela, lembra? – Ororo já estava perdendo a paciência.

-Pode sair, onde quer que esteja. – falou Kitty.

Daí viram uma menina sair de trás dos arbustos, um pouco assustada com o agito.

-Então essa é a mutante? – perguntou Amara.

-Ela mesma. Não disse que podiam confiar em mim. – falou triunfante Kitty.

-Mas parece estar assustada. – comentou Ororo – Venha comigo querida, não precisa ter medo. Vamos todas embora daqui.

Daí todas entraram no X-Jato e voaram rumo á Bayville.

Na mansão, todos estavam ansiosos para a chegada da nova mutante. O professor estava pensativo, os meninos que ficaram na mansão estavam vendo algum filme na televisão mas pouco prestavam atenção nele pois também estavam ansiosos.

-Como vocês acham que ela é? – arriscou Bobby.

-Eu não sei mas pelo que ouvimos parece ser muito poderosa. – respondeu Scott.

De repente ouviram um som como de um jato pousando.

-Elas chegaram. – falou o professor saindo de seus pensamentos. – Elas conseguiram.

-Não devemos preparar as boas vindas, Charles? – perguntou Hank.

-Daremos as boas vindas recebendo-a bem. Parece que ela ainda está um pouco desconfiada com tudo isso.

Então antes que pudessem dizer qualquer outra coisa viram as meninas entrarem pela porta da frente.

-Professor, - começou Ororo – nós conseguimos. Ela está aqui á salvo. – e Ororo colocou Wulcan á sua frente para que esta falasse com o professor.

Surpreendeu á todos, pois não parecia ter o perfil de uma mutante tão poderosa quanto fizeram parecer ser, mas os garotos não podiam negar que ela era muito bonita.

-Ela é linda, não? – sussurrou Bobby para os outros garotos.

O professor então se adiantou sendo que ninguém se atrevia a tomar a palavra primeiro.

-Seja bem vinda á Bayville, Susan. Meu nome é Charles Xavier.

-Eu...Eu não uso mais esse nome senhor. – Wulcan finalmente falara algo desde que entrou no X-Jato.

-Tudo bem, então. Acho que você usa o nome Wulcan, não é? Para todos esta é Wulcan e agora vou apresentá-la aos outros. Você já deve conhecer as pessoas que a resgataram. Jean, Amara, Vampira, Ororo e Kitty. – a cada pessoa que o professor ia falando o nome esta dava um passo á frente. – Aqui estão os garotos, Scott, Bobby, Jamie, Roberto e K... – Kurt não estava lá, por isso que o Professor não terminou de pronunciar seu nome.

-O Kurt não quis descer, Professor. Ele não estava muito bem.

-Tudo bem, Bobby. Eu entendo. Bem, este é Logan e este é o Hank, eles, Ororo e eu somos professores. Aqui é uma escola para mutantes onde você ficará segura.

-Deu pra notar, senhor. – respondeu ela um tanto ríspida.

-Eu sei que você está pensando que tudo isso parece ser bobagem. – Wulcan arregalou os olhos, como ele sabia? – Como eu sei? Eu tenho o poder de ler mentes, um poder mental, cada um aqui tem um tipo de poder. Por que não compartilha conosco o seu? – Wulcan pôde ouvir a voz dele na sua mente dizendo “ou os seus.” – Conte a sua história, Wulcan, vai se sentir melhor.

-Bem, minha mãe nunca se deu bem comigo e quando descobriu que eu era uma mutante me detestou ainda mais. Ela é uma cientista, achava que não ia ficar bem ter uma filha mutante. Então, quando ela descobriu me disse que não era mais filha dela, bem e aí eu saí de casa, sabia que se ficasse algo muito ruim poderia acontecer. Só que não pensei que fosse tão difícil assim, eu ataquei um garoto que queria me atacar e a polícia começou a me perseguir corri e me escondi onde a Kitty, não é Kitty, me achou.

-Diga quais são seus poderes, Wulcan. – disse o Professor. – Todos querem saber. Wulcan levantou os olhos como se estivesse recordando algo.

-No inverno, quando eu já tinha descoberto que era uma mutante, minha mãe estranhava muito porque eu conseguia acender a lareira muito rápido. Outra coisa é que eu sempre gostei de mexer com plantas e ela estranhava que mesmo no frio as minhas flores estavam conservadas e bonitas. Eu posso manipular fogo, criar fogo da mesma forma como eu posso fazer qualquer coisa brotar da terra ou até mesmo da minha mão, posso fazer árvores mexerem, qualquer coisa relacionada á plantas.

-Isso é muito interessante, Charles. Quero fazer testes com você, Wulcan. – disse Hank.

-E eu quero ensiná-la a dominar seus poderes. – se adiantou Logan.

-Mas tudo isso vai ter que ficar para amanhã. – falou o Professor – Vampira, leve Wulcan para comer alguma coisa e depois leve-a para o quarto de hóspedes. E amanhã você irá com ela á alguma loja da cidade para comprarem roupas novas.

-Tudo bem Professor. Venha comigo Wulcan. - E as duas saíram rumo á cozinha.

-Bem, agora vamos dormir, amanhã será um dia cheio. – Falou Ororo.

Vampira conduziu Wulcan até a cozinha, onde lhe serviu um sanduíche com refrigerante.

-Não é a mesma coisa que um jantar mas acho que dá pra matar a fome. – disse Vampira rindo.

-Obrigada, Vampira. Nem sei como agradecer o que vocês estão fazendo por mim.

-Bem, agradeça se tornando amiga de todos, logo você vai se acostumar com todo mundo aqui. Não se preocupe. Amanhã a gente vai fazer compras, por hoje eu te empresto um pijama pra você dormir.

-Tudo bem. Gostei daqui e ao contrário do que podem pensar não foi por causa de falta de opção mas porque achei acolhedor. É muito legal por parte do Professor.

-Claro.

Quando Wulcan terminou de comer, elas subiram para que Vampira lhe mostrasse o quarto. Wulcan ia um pouco mais á frente, olhando em volta.

-É enorme, não é? – falou ela olhando para Vampira que ia logo atrás. – Ai! – ela quase caiu no chão.

-Me desculpe! Eu não reparei que você estava tão distraída. – era Kurt.

-Kurt, devia prestar mais atenção. – disse Vampira se adiantando. – Kurt, esta é a nova mutante que fomos buscar. Wulcan, este é o Kurt. Kurt, esta é a Wulcan.

-É a segunda vez que eu dou de cara com alguém hoje, mas você não estava lá embaixo. – começou Wulcan – Prazer.

-Igualmente. Desculpe. Vampira, eu vou descer pra tomar um copo d’água. Boa noite. – falou Kurt se teleportando.

-Ele é um teleportador, Wulcan. Você não se assustou com a aparência dele.

-Não, ultimamente eu tenho me assustado mais com os humanos. Achei simpático ele ser assim. Parece um...

-Demônio. – completou Vampira abafando um riso. – Não encararei como ofensa. Vem, esse é o seu quarto. – completou ela.

-Eu gostei, pra falar a verdade, eu adorei esse lugar. – e elas ficaram conversando um longo tempo.

Kurt chegou na cozinha e encontrou Kitty tomando seu copo de leite noturno.

-Kurt, é você? – perguntou ela.

-Sou. – disse ele desanimado.

-Por que você não veio conhecer a nova mutante? O nome dela é Wulcan.

-Eu sei, acabei de dar de encontro com ela ainda á pouco.

-Ela parece ser legal, mas vamos conhecê-la melhor amanhã. Boa noite, Kurt. – Disse Kitty saindo.

-Boa noite. Espero não ter aquele sonho de novo hoje – murmurou ele para si mesmo.

O mais incrível é que ele não sonhou com a menina misteriosa e não sonharia com ela nunca mais.