Eduardo e Laura estavam reunidos na casa de Renata. Os três tentavam bolar alguma estratégia para poder pegar Sebastião em fragrante. Depois se pensarem, propor e raciocinar algumas soluções; Eduardo teve uma ideia e compartilhou com as duas garotas:

— Como nunca pensei nisso! Eu sou empresário e o Sebastião também. Eu posso chama-lo para conversar, fingindo interesse nos planos dele. Aí com certeza não vai demorar para poder descobrir alguma coisa.

— Boa ideia Edu! — Exclamou Laura feliz. — Vale a pena tentar!

— Agora é ter ideia de como programar tudo isso. Minha empresa não tem muita relação com a área que o senhor Sebastião trabalha.

— Tranquilo de resolver. — Afirmou Renata. — Você pode falar que está interessado em seguir novos rumos, principalmente depois do acidente. Mencione também que se interessou pela questão da agricultura depois de conviver com os indígenas e viu naquelas terras lucro certo. Ele pode até desconfiar... Se isso acontecer... Você afirma que contratou uma geógrafa para topografar a região. E você não vai estar mentindo... Eu sou geógrafa mesmo. — Terminou Renata sorrindo.

— Você é um gênio Rê! — Exclamou Eduardo fascinado com a ideia.

— Arrasou amiga! — Afirmou Laura impressionada com o raciocínio rápido da colega.

— E se ele pedir os mapas topográficos? — Indagou Eduardo.

— Tempos atrás eu fui contratada pelo IBGE para fazer uma analise geológica e social naquela região. Por sorte sempre guardo uma cópia dos trabalhos que faço.

— Ótimo! Hoje mesmo vou ligar para Sebastião. Amanhã cedo quero você lá na empresa, Renata.

— Vou indo. — Disse Laura se levantando. — Espero a ligação de vocês.

— Quer que eu te acompanhe? — Perguntou Eduardo.

— Não precisa. Aliás, fique um pouco mais. Precisa combinar os detalhes com a Renata. A encenação de vocês tem que ser muito boa! Estamos lidando com alguém muito esperto e que não caí em qualquer armação.

Miguel chegou em casa mais cedo do que de costume com uma caixa de papelão em mãos. A caixa se movia com força. Espero que você não estrague a surpresa! Ele guardou a caixa ao lado da cama de casal e fechou a porta. Pouco tempo depois Laura chegou cansada. Ela jogou-se no sofá e comentou:

— Tô com a cabeça latejando!

— Alguma razão especifica? — Perguntou Miguel levantando a cabeça de Laura e a colocando no seu colo.

— Eu, Eduardo e a Renata estávamos tentando planejar algo para pegar o Sebastião no flagra.

— E conseguiram?

— Demorou mais conseguimos! Depois te conto.

— O Eduardo não tentou nada com você não, né?

— Não! — Exclamou Laura sentando-se no sofá e encarando Miguel. — Aliás, tenho uma novidade que vai te deixar muito feliz.

— Qual seria?

— Estou tentando juntar a Renata e o Edu!

— Essas coisas arranjadas não dão certo.

— A Renata sempre gostou do Eduardo. Desde que éramos pequenas. E o Eduardo só não descobriu ainda. A Renata é gata, inteligente e gente boa demais. Não é possível que ele não seja tão cego!

— Espero que ele fique afim da Renata mesmo! Não aguento ver ele perto de você.

— Seu bobinho! — Afirmou Laura sorrindo e o beijando intensamente. — Pega um remédio para dor de cabeça para mim?

— Tinha que resolver algumas coisas aqui no celular. Vá buscar lá. O remédio está no nosso quarto.

— Custava fazer isso para mim? — Perguntou Laura irritada levantando-se do sofá.

A ruiva foi andando em direção ao quarto e ao mesmo tempo ouvia barulhos próximos. Ao chegar na porta, ouviu sons que não conseguia reconhecer. Colocou a mão na maçaneta com indecisão. E se for ladrão? Ela abriu a porta de forma rápida e gritou.

Miguel correu até o corredor para ver o que tinha acontecido. Ele sorriu e comentou:

— Pelo seu grito, pensei que não tivesse gostado as surpresa.

— Eu amei! Sempre quis ter um filhote de beagle! Como você o arranjou?

— A cachorrinha de uma das funcionarias deu a luz a vários filhotes. Ela perguntou se eu queria um... Aceitei na hora! Só que é muito sapeca! Para trazer ele da delegacia até aqui... o filhote escapou umas oito vezes na caixa.

— Temos que dar um nome para ela! — Exclamou Laura pegando o filhote delicadamente com as mãos.

— Pensei que você poderia ter alguma ideia.

— Vou chama-la de Molly!

— Por que esse nome?

— Era o nome de uma cachorrinha que tive quando mais nova. Era uma doçura de animal. Acho que a homenagem é totalmente válida.

Miguel abraçou Laura e acariciou o filhote. Ele sorriu e disse:

— Seja bem vinda à família Molly!