Proud

Capítulo 06


_ RAINHA DO HOT DOG! – Félix gritou quando Márcia abriu a porta.

A mulher estava com uma flor azul gigante no cabelo, e ficou super feliz de ver aquela família em sua porta.

_ Meu menininho! – ela abraçou Félix com força, e logo se virou para cumprimentar Niko. – Carneirinho.

_ Oi, dona Márcia. – ele deu dois beijos no rosto dela, ele segurava Fabricio no colo.

_ Esses meninos estão cada vez mais lindos, mais parecidos com a vó.

_ Ai criatura, se eles parecessem com você... Pelas contas do Rosário! São lindos como o pai, eu mesmo.

_ Félix! – Niko riu.

Jaiminho abraçou Márcia e logo saiu para brincar com as crianças de Valdirene.

_ Eu trouxe uns brinquedinhos para a Mairejayne e a menorzinha, e....

_ FLÉX!?

_ Eu devo ter pintado as unhas de Maria Madalena!

Valdirene se aproximou de Félix com todo aquele seu jeito desajeitado e o abraçou.

_ Eaí, Niko, ovelhinha! – ela também deu um braço em Niko.

_ Ovelhinha não, criatura! Carneirinho.

_ É tudo a mesma coisa, Fléx! Tu engordou, hein. – ela olhava pra ele de cima abaixo.

_ Pelas contas do Rosário! Eu? Gordo?

_ Tu trouxe presente pra mim?

_ Pra você não, para as suas filhas. – ele entregou os presentes pra ela.

_ Cadê a Meirejayne, rainha do brega? – ele perguntou para Márcia.

_ Tá ali na sala, menininho.

Todos rumaram para a sala, Jaiminho estava fazendo Meirejayne rir, e Félix se aproximou dos dois.

_ Oi, Mary.

A menina olhou pra ele com aqueles olhos adoráveis, e abriu um sorriso, ela já estava grandinha, e já falava algumas palavras.

_ Fequis... – ela disse, e ele riu.

Niko e Márcia se sentaram no sofá, enquanto Valdirene abria os presentes.

_ Uma Barbie, Fléx!? – ela olhava admirava para a boneca.

_ Não é pra você, criatura. É pra Mary. Queria dar a primeira Barbie dela. – ele pegou a boneca das mãos da periguete, e levou até a menina. – Mary, o que eu trouxe pra você.

_ Buneca. – ela disse, e se levantou do chão, dando passos ainda meio tortos na direção dele.

_ Isso, uma boneca linda pra você. – ela pegou da mão dele, ficou admirando a boneca. – Uma Barbie.

_ Babie. – ele riu de novo do jeito dela de falar.

_ Você continua linda, Mary. Tão lindinha. – ele a segurou e a abraçou apertado.

Niko ficou sentado no sofá com Fabricio no colo observando Félix sendo tão carinhoso com a menina, e não pode evitar ficar sorrindo feito idiota. Agora ele era tão amoroso com seus filhos, com ele, com a sua família, ele o amava tanto.

_ Vocês querem comer alguma coisa?

_ Não, dona Márcia. Não precisa. – Niko respondeu.

Félix ficou sentado no chão brincando com a menina e Jaiminho, a cabeça relaxando, mas o filho ainda estava com uma cara esquisita.

_ E como estão vocês? – Márcia perguntou depois de brincar um pouco com Fabricio.

_ Bem, bem, Márcia. Tirando algumas crises, como sempre, mas isso, todo casal tem, né. E o Félix tá doido pra voltar pra casa, ele fica muito tenso quando passa muito tempo por aqui.

_ Sim, eu imagino, querido. Ele não gosta mesmo, meu menininho sofreu muito por aqui.

_ Eu sei, Márcia, eu sei... Mas estamos fazendo isso pelo César, logo, logo, estaremos de volta. – ele sorriu, e olhou para o filho mais velho, lembrando se da conversa mais cedo.

_ Filho? – ele bateu algumas vezes na porta do quarto, e abriu.

Jaiminho estava deitado na cama, de bruços, olhando para a parede. Niko se aproximou e sentou-se do lado do filho na cama.

_ Filho? – ele colocou a mão nos cabelos dele, fazendo um leve carinho. – Que foi com você? Por que você não quer ir na casa da vó Márcia?

_ Não quero ir. – ele simplesmente respondeu.

_ Filho, você tá bem? O que tá acontecendo? – a criança suspirou, ainda sem olhar para o pai.

_ Por que eu não tenho uma mamãe?

Niko sentiu o peito apertar, como ele podia explicar isso pro filho? É lógico que um dia ele se perguntar isso, dois pais e nenhuma mãe.

_ Filho, eu e o Félix nós somos seu pai e sua mãe, somos os dois em um só. Tentamos ser o melhor pra você e o Fabrício. Eu tenho um amor incondicional por você, um amor imenso, eu sou sua mãe, sou seu pai. Você acha que precisa de uma mãe?

Jaiminho se sentou na cama e encarou o pai, balançando a cabeça.

_ É que todos meus amigos da escola tem uma mãe, e eu tenho dois pais. Você e o pai Félix...

_ Eles falaram alguma coisa pra você?

Ele ficou mudo, Jaiminho não tinha o hábito de mentir para ele, Niko sabia que tinham falado algo pra ele. Um dia iria acontecer, ele sabia.

_ Ah, meu filho... – ele abraçou o filho forte. – Eu e o Félix, nós amamos você. Não importa o que falarem pra você, nós somos sua família. Não liga para o que os outros falam.

_ Menininho, quer alguma coisa pra comer?

_ Magina, rainha do hot dog! Eu só vim te dar um abraço e entregar os presentes das meninas. E ver essa criaturinha adorável. – a menina ainda se divertia com o jeito de Félix. – Ela não é linda, Carneirinho?

_ Ela é linda mesmo. Você viu Fabrício como ela é linda? – ele falou com o filho.

_ Acho que quando eles vão namorar quando crescer.

_ Que é isso, Fléx! Só se ele for rico, Meirejayne será a inteligência pura! Né, mãezoca!?

_ Valdirene, você é burra, minha filha? Claro que o Fabrício será rico.

_ Epa, paro! Se eles forem ficar juntos é porque se gostam e não por causa de dinheiro nenhum, suas loucas.

Depois de conversas e risadas, eles resolveram ir embora. Quando chegaram no apartamento e colocaram as crianças para dormir, Niko ficou ponderando se contava para Félix sobre Jaiminho, e imaginou o escândalo que ele iria fazer na escola. Amanhã, amanhã ele contava, hoje não. Ele tomou um banho e encontrou Félix dormindo no sofá com a televisão ligada. Adriana já tinha colocado as crianças para dormir, que dormiram rápido devido a bagunça na casa de Márcia.

_ Félix? – ele se aproximou do sofá.

Amava observar Félix dormindo, parecia tão tranquilo, tão calmo. A boca levemente aberta demonstrava a sua respiração em ritmo calmo, ele ficou ali por alguns minutos só observando o marido, e se lembrou da manhã depois da primeira noite com Félix. Ele tinha acordado na cama ao lado dele, e ficou vários minutos olhando para ele dormindo, com aquela cara de bobo apaixonado, carneirinho apaixonado. Ele não entendia nada do amor mesmo, quando viu já estava doido por ele. Félix era tão diferente dele, o extremo oposto, acho que foi por isso que a paixão veio tão avassaladora. Ele se abaixou para seu rosto ficar no mesmo nível do dele.

_ Félix? – ele passou os dedos no cabelo dele. – Amor? Ei.. – passou os dedos no rosto dele, e Félix abriu os olhos devagar.

_ Ai, Carneirinho... Dormi no sofá de novo? – Félix segurou a mão de Niko que passava pelo seu rosto e deu um beijo em seus dedos.

_ Dormiu. Melhor você ir pra cama, pra não reclamar de dores amanhã. – Félix se sentou no sofá e sorriu para Niko.

_ Dormir ou outra coisa?

_ Félix! – Niko riu.

_ Ousado. – Félix levantou, ainda segurando na mão de Niko e o levou para o quarto.