Capítulo 15 — Chaves

POV Natsu

Senti-me instantaneamente melhor ao ter Lucy em meus braços, principalmente porque a mesma retribuía com ainda mais intensidade meus toques—não que havíamos chegado à tamanha intimidade.

O tempo passava rápido enquanto se divertia no baile, contudo este não era meu caso. Após algum tempo abraçado com a loira, a qual sempre invadia meus sonhos, a mesma pediu para que fossemos embora, e ainda mais, praticamente implorou para que eu a levasse para casa; eu já iria fazer isso de qualquer maneira.

Ao chegarmos na gigantesca mansão a qual era lar da loira, ainda tivemos de subir pela sacada da sala de estar do segundo andar devido ao fato de a porta da frente estar trancada, e ainda Lucy não queria incomodar nem seu pai, nem sua empregada. Então cá estou eu na tal sala, sentado no belo sofá com almofadas bem trabalhadas enquanto a loira está em seu quarto procurando a chave para abrir a porta para mim.

Fazia algum tempo desde que ela havia adentrado em seu dormitório para pegar tal objeto, estava até começando a ficar preocupado com tanta demora. Sabia que ela era muito organizada e não achar algo ali queria dizer duas coisas: ou não está realmente ali, ou algo aconteceu. Como não ouvira nenhum grito de desespero até então, deixei quieto, apenas esperaria pela volta de Lucy.

Levantei do sofá e comecei a andar em círculos pelo cômodo, impaciente e insatisfeito pela demora ocasionada pelo paradeiro da tal chave que abriria a porta da frente. Resmungava baixo, pequenos insultos, tanto para mim mesmo quanto para a loira atrapalhada. Após ma acalmar por parte, sentei-me novamente no sofá para ouvir um grito vindo do quarto da ex-maga.

— NATSU! ME AJUDA! — ela gritou.

— LUCY! O QUE ACONTECEU? — levantei-me abruptamente e corri para a porta de seu quarto. Cogitei abri-la, contudo não era sensato entrar no quarto de uma moça a esta hora da noite. Apesar de tudo ainda era um cavalheiro. Contentei-me em ficar recostado para tentar captar quaisquer sons vindos do cômodo.

— NATSU! ENTRA, POR FAVOR! — clamou, entretanto isto me parecia um pouco falso.

— Me diga o que aconteceu, droga! — respondi impaciente.

Silêncio por alguns segundos.

Ela gritou novamente, desta vez mais alto—temi todos na casa acordarem—, e pude ouvir algo se quebrar.

— LUCY! — indaguei desesperado e finalmente abri a tal porta, entrando correndo no quarto escuro. Não conseguia enxergar um palmo a frente de meu nariz. — Lucy...? — chamei-a um pouco incerto sobre o que aconteceria.

A única luz no local era a do luar, deixando a vista apenas pequenas pistas de como era o quarto da loira. Pelo pouco que vi sabia que ela continuava a mesma em questões de organização. Em um dos lados havia uma estante com diversos livros muito bem arrumados e em ótimas condições. Na cabeceira de sua cama tinha um criado mudo com um porta-retratos sobre o mesmo, e nele uma foto de sua mãe. Eu teria sorrido se não estivesse na situação de suspense que estava naquele momento.

Antes que pudesse acalmar-me nem que um pouco, ouvi a porta atrás de mim se fechar brutamente fazendo um belo de um barulho alto.

Girei meus calcanhares rapidamente para ver o que causara tamanha repercussão.

— L-Lucy? — falei confuso quando vi a garota com a mão na maçaneta vestido nada mais que suas roupas íntimas. — O que está fazendo? Abra essa port-

— Natsu-kun quer ir embora? — ela disse embriagada e dando algumas gargalhadas abobadas. — Então Natsu-kun vai ter que pegar as chaves para ir.

Inicialmente não entendi o que ela estava querendo dizer. Contudo tinha de admitir que as vestes, incrivelmente curtas e provocantes, prendiam a atenção de meu olhar assim como deixavam minha mente sem sua capacidade de pensar racionalmente. Não sabia se eu aderia a ideia de gostar disto, ou se apenas tentava fazer Lucy voltar a sua consciência de menina sã; e inocente.

— Do que você está faland- — antes que pudesse terminar minha fala, a garota balançou duas chaves douradas em sua mão direita. Isso me era muito familiar. Até mesmo aqueles objetos tinham a forma e os desenhos dos espíritos celestiais. Pergunto-me se Lucy já questionou o porquê de figuras tão estranhas estarem estampadas nas chaves de sua casa.

— A chave do meu quarto. — ela balançou novamente o objeto em seu indicador direito, um sorriso brincalhão estava desenhado em seus lábios, e, assim que deu duas voltas em seu dedo, a chave foi colocada no sutiã preto da loira. Surpreendi-me. Não sabia se estava gostando ou ficando assustado. — E a chave da porta da frente. — completou com seu sorriso travesso se alargando. Ela mostrou bem o objeto com o desenho de leão. Ah, não. Após dar um tempo considerável para que eu memorizasse a chave, ela jogou-a em sua calcinha rendada.

Pelo que vi se seqüenciar, Lucy gostou do meu olhar extremamente surpreso, e da minha confusão de estar gostando ou não daquilo.

— Não seja tímido, Natsu-kun. Se você não vier pegar as chaves, nunca saíra daqui. — falou manhosa. Logo depois, suspirou. — Se Natsu-kun não vier, então Lucy-chan vai ter que puni-lo.

— Me p-punir? — indaguei.

— É. Lucy-chan vai punir o Natsu-kun da mesma forma que o mestre fazia. — disse com um pouco de maldade em seus olhos cor de café.

Entretanto, o fato que mais me surpreendeu fora ela mencionar a palavra “mestre” no meio de sua sentença. Este termo não era muito comum na atualidade, teve seu auge na época da guildas, o que me levava, inconscientemente, a acreditar que Lucy se lembrava, agora, da Fairy Tail e de tudo pelo que passamos. Senão, qual seria o significado da utilização dessa expressão tão rara?

Antes que eu recuperasse meus sentidos, a loira veio em minha direção calmamente, sem qualquer pressa, e passou seus braços por cima de meus largos ombros, fazendo com que nossos rostos ficassem a uma proximidade um tanto que perigosa. Seus orbes castanhos fitavam os meus negros intensamente e podia ver malícia no olhar da garota. Não sabia quando ela havia se tornado deste jeito, ou se ela sempre fora assim, apenas sabia que havia feito minha escolha. Eu estava gostando, sim, disto.

— Não vai mesmo pegar as chaves, nee, Natsu-kun? — sussurrou. — Não se preocupe. Quando você as pegá-las, nem Loke e nem Taurus aparecerão para nos atrapalhar. — murmurou próxima ao meu ouvido.

Não posso descrever em palavras o quão tamanha foi minha surpresa em ouvir tais palavras juntas em uma frase. Cada vez mais eu estava propicio a acreditar no retorno das memórias de Lucy. Na recordação de nossas juras de amor eternas.

— Lucy... Eu... — tentei dizer enquanto olhava profundamente em seus orbes cor de chocolate a procura da confiança que me faltava para perguntar se ela havia recuperado suas lembranças de outra vida.

— Shh. — ela me calou. — Apenas pegue as chaves, certo? Se não este jogo não vai funcionar. — explicou e, naquele momento, pude observar a malícia se dissipar do olhar da garota dando lugar a gentileza imposta em seu pedido.

— Certo. — disse me entregando ao momento.

Quando pensei que o beijo de Lucy seria carinhoso e gentil como a dona deste, surpreendi-me ao ter meu palpite como errado. Nossos lábios foram selados em um beijo voraz e faminto, apaixonante e, aparentemente, necessário para nossa existência. Enquanto a loira tinha suas mãos brincando com os cabelos de minha nuca, coloquei as minhas em sua fina e delicada cintura.

Com mínima força, a garota me empurrou para a cama e acabou por ficar sobre mim—isto sem encerrar o beijo—, seus toques apenas se tornavam mais intensos conforme o tempo passava e eu me acostumava aos mesmos. Afastou sua boca da minha estando um pouco ofegante assim como eu. Suas bochechas se tingiam de vermelho deixando-a ainda mais bonita, em minha opinião.

— Tenha mais atitude, Natsu-kun. — falou e logo se aproximou de meu ouvido. — Cadê o seu fogo de dragão? — sussurrou de forma sedutora.

De imediato entendi suas palavras, apenas tive meu estado atual um pouco abalado. Após compreender totalmente o pedido da garota, levei minha mão em sua coxa esquerda e puxei-a para que, desta vez, eu ficasse por cima da situação.

— Está aqui como desejado, princesa. — disse com minha voz rouca em resposta para ela, que sorriu satisfeita com a pronta efetuação de sua solicitação.

Desviei meus beijos para seu pescoço e adicionei pequenas mordidas e beliscões com meus dentes, deixando marcas na pele alva da menina que clamava por meu nome dentre gemidos. Temi que todos na casa acordassem e viessem ver o que estava acontecendo, entretanto este medo se dissipou conforme a chama dentro de mim ardia. Vestígios da magia de um Dragon Slayer pareciam estar se revelando, ou será que eram apenas os hormônios de um adolescente? Não sabia dizer. Apenas tinha o conhecimento de que todo o meu bom senso fora jogado fora. Não ligava para nada além de deixar Lucy totalmente satisfeita e apaixonada por mim. Não queria saber de seus empregados ou parentes. Não ligava se seu corpo era frágil, iria atacá-lo com o máximo que eu podia. A maga celestial era a presa e eu era seu caçador.

Senti as aveludadas mãos da menina tirarem meu casaco sem nenhuma objeção minha, e, com cuidado, tirou meu cachecol e colocou-o cautelosamente em seu criado mudo de forma rápida e apressada. Logo, seu alvo passou a ser minha blusa social branca comprada especialmente para o baile. Sem nenhum cuidado, ela arrancou-a fazendo com que alguns botões fossem danificados e voassem pelo quarto. Terminei de tirar a blusa e dei uma risada abafada contra o pescoço de Lucy.

Sabia como deixá-la louca. Sabia como despertar a fera que esta princesa escondia dentro de si. Sabia como fazer do jeito que ela gostava. Eu sabia tudo sobre ela. Exatamente e estritamente tudo sobre ela. Tinha o conhecimento de que ela odiava ser chamada de “princesa”—e isto não mudou até hoje pelo que ouvi de Levy—, e mais, sabia que ela sentia atração por perigo. Principalmente por criaturas perigosas as quais poderiam ser mortais. Como dragões. E, mesmo negando, ela gostava de ser castigada por estes.

— Minha vez. — disse e fui descendo minhas carícias para os peitos avantajados dela.

Ouvia súplicas vindas da boca dela, assim como clamores por meu nome misturados por grunidos de prazer. No entanto não interrompia meus atos. Seus gemidos, de alguma forma, incitavam-me a fazer mais e mais. Eles eram o alimento de uma fera faminta, eu, e insaciável. Eles eram música para meus ouvidos.

Antes de fazer o que pretendia, olhei fundo nos olhos castanhos dela e pude perceber que ela notou meu olhar de fome por sangue, neste caso, por ela, o mesmo olhar de um monstro.

— Diga meu nome, Luce. — apelidei-a.

Observei ela ficar hesitante por algum tempo. Parecia que o efeito da bebida não era tão duradouro assim. Entretanto, ela logo retribuiu o olhar da fera com o olhar de desejo estreitando seus olhos me respondendo.

Salamander.

Sorri. Fazia tempo que não era chamado desta forma.

Voltei a mordiscar sua pele alva e aveludada tendo em retorno baixos e viciantes gemidos. Os quais cada vez mais me incitavam a prolongar esta noite. Não aguardei muito mais para arrancar o delicado sutiã com meus próprios dentes mostrando o tal fogo do dragão o qual Lucy pediu para ver. A chave tilintou no ar e pude ver o símbolo do signo de touro. Taurus. Com uma de minhas mãos, peguei-a e coloquei sobre o criado mudo.

— Uma chave já foi. — falei brincalhão.

Contudo, antes que ela pudesse ter alguma objeção, foquei-me em brincar com um de seus mamilos enquanto uma mão massageava o outro seio dela fazendo com que cada vez mais nossa presença nessa casa ficasse mais óbvia. Estava tão concentrado no momento em ser o caçador e pegar minha presa, que nem percebi o estranho fato de ninguém vir checar o que estava acontecendo. Se Lucy estivesse sendo estuprada por alguém, também não dariam ouvidos? A família dela parecia ser pior do que no passado.

— Isto não está sendo justo. — conseguiu falar ignorando sua vontade, óbvia, de gemer. Até me surpreendi. — Natsu-kun tem que tirar sua calça.

Meu sorriso cheio de malícia apenas se alargou. Dei de ombros como se não houvesse outra escolha. Afastei-me da pele alva dela e fiquei de joelhos sobre a cama. Desfiz o fecho do cinto de couro, tirei-o e joguei no chão dando a mínima importância para o item. Abri o zíper de minha calça e, sem pressa, retirei-a torturando Lucy que se deliciava com a visão que tinha. Livrei-me da roupa social sem nenhum problema e logo voltei às carícias no corpo dela.

— Satisfeita, princesa? — perguntei contra sua barriga obtendo apenas um breve aceno de cabeça como resposta.

Desci os carinhos até estar próximo da calcinha rendada. Parecia ser cara, quase tanto quanto o sutiã—agora rasgado—, me certifiquei de ter mais cuidado. Então, lentamente, deslizei a lingerie pelas longas e definidas pernas da garota gostando da situação. Peguei a chave de leão e rodopiei-a em meu dedo vitorioso, logo, deixei-a no criado mudo também. Levei ambas minhas mãos para as coxas dela e afastei-as. Antes de qualquer coisa, fitei o rosto corado de Lucy e sorri sadicamente. E então, introduzi minha língua que massageava a intimidade da loira.

Senti estar fazendo meu trabalho quando ouvi o quanto ela estava tendo prazer nisto. Meu único objetivo antes era pegar as chaves para sair havia se tornado satisfazer de todas as maneiras Lucy. Eu só queria vê-la sorrindo desde o início.

Quando percebi que ela estava a ponto de gozar, apenas me senti melhor. Deixei com que o líquido saísse e engoli tudo com vontade, lambendo meus lábios na frente da loira com um sorriso malicioso.

Fiquei de joelhos sobre o lençol branco e fino e, vagarosamente sem qualquer pressa, tirei minha cueca boxe preta fazendo com que Lucy mordesse seu lábio inferior, provavelmente insatisfeita e desejosa por meu corpo; quem não ficaria?

Antes que pudesse voltar a minha posição, a loira puxou-me para ficar sobre ela novamente deixando seus lábios próximos de meu ouvido, mais uma vez.

— Não se preocupe comigo. Não sou tão fraca como o resto das fadas. Chegou a hora de um dragão se tornar um só com sua princesa. — sussurrou e mordiscou o lóbulo de minha orelha.

Após breves segundos de surpresa, sorri gentilmente. Eu sempre iria me preocupar com ela. O contrário disto era simplesmente inaceitável e impossível.

Repus minhas mãos sobre as coxas dela e afastei-as novamente. Murmurei um “desculpe” apenas para mim mesmo. Sabia que isso iria doer nela, no entanto ver suas faces de dor me causava mais agonia do que ela iria sentir.

Sem muitas delongas, introduzi lentamente meu membro, já rígido, na intimidade dela. No momento, ela gritou, não de prazer, mas de dor. Pude ver uma solitária lágrima escorrer por sua bochecha direita. Senti meu coração doer por estar causando isto, entretanto sabia que teria de ir até o fim do que comecei.

Fui com cuidado até que ela se acostumasse com a situação. O sinal disto foi quando ela deu uma risada abafada.

— Esse é todo o poder de um Dragon Slayer? — debochou ofegante.

Ri. Essa era a Lucy bêbada que eu conhecia.

Aumentei consideravelmente a velocidade dos movimentos, fazendo com que, tanto eu quanto Lucy, gemêssemos e clamássemos os nomes de ambos. A sensação que eu sentia era indescritível, entretanto prazerosa. Uma sensação única de se dar de corpo e alma a pessoa que se ama. De se tornar uma só com ela.

A felicidade que eu sentia não havia mudado de nenhuma forma, mesmo que sete mil anos houvessem se passado entre nossos encontros.

E, naquele momento tão quente quando o dragão se uniu a princesa, se entregamos um ao outro. Chegamos ao ápice juntos como um dueto cheio de harmonia. Respirávamos ofegantes, o que já era de se esperar. O jogo das chaves já havia há muito sido esquecido por nós.

Deitei suado ao lado dela e cobri-me com os lençóis finos e brancos, antes de tudo tendo Lucy com sua cabeça apoiada em meu peitoral já envolta por um sono profundo. Deveria estar muito cansada, ou talvez ainda fosse o efeito da bebida.

— Você é tão... quente. — suspirou.

— É porque eu sou um dragão. — brinquei sabendo que ela estava dormindo.

Logo, um súbito silêncio se instalou no quarto. Fechei meus olhos para dormir. Mesmo tendo as chaves, objeto principal do jogo, não iria embora a esta hora da manhã. Ainda mais se fosse pego pelos criados dos Heartfilia. Um sorriso estava estampado em meus lábios, era óbvio o quanto fiquei alegre com esta noite. E então, algo quebrou o manto de sossego.

— Eu amo... A Fairy Tail. — a loira disse em um murmúrio inconsciente.

Arregalei meus olhos e fiquei pensando sobre aquilo durante alguns longos segundos. Ela se lembrava. Isso era um fato. E me certificaria da veracidade deste... Mas amanhã. Agora tudo que eu queria fazer era dormir com Lucy em meus braços novamente. Finalmente tinha ela em minha proteção de novo.

— Eu também amo. — respondi baixo dando um beijo em sua testa.

E assim caí no sono. Mais uma vez, o dragão tinha a guarda de sua princesa.