Promisses From Another Life

Capítulo 14 — Especial Jerza de Férias


Capítulo 14 — Especial Jerza de Férias

POV’s Erza

Eram duas e meia da tarde e eu estava no meu quarto, deitada em minha cama, ouvindo meu grupo de K-Pop favorito, com meus olhos estavam fechados e meus ouvidos atentos à música que tocava no meu computador no máximo que os auto falantes alcançavam. Obviamente não ouvi as buzinadas que vinham lá de fora, então continuava apreciando aquela composição contagiante de “Gee”. Saí de meu paraíso musical quando senti meu celular vibrando no bolso de trás de minha e calça e rapidamente abaixei o volume e olhei para a tela do aparelho afim de descobrir quem era a pessoa corajosa o suficiente para interromper meu momento e ali vi nada mais, nada menos que “Jellal” brilhando em azul. O que ele queria comigo?
Atendi a ligação.

— Alô? Jellal?

— Onde você está, Erza? Faz meia hora que eu estou te esperando aqui na frente da sua casa e nada de você aparecer – ele parecia um tanto impaciente do outro lado da linha

— Eu estou em casa, oras. Onde mais estaria? – o que ele queria afinal? Ouvi ele dar um profundo suspiro

— Você se esqueceu, não é?

— Me esqueci do que? Até onde eu sei não tinha nada pra fazer hoje... – nesse ponto já estava intrigada

— Ah, você se esqueceu mesmo... Nós tínhamos marcado de ir no cinema hoje e eu passaria para te pegar às 14. Eu não sabia que a nossa representante de classe era tão cabeça-de-vento – ele deu uma leve risada – Ainda quer sair comigo, senhorita Scarlet? – ele parecia de muito bom humor para alguém que ficara esperando por meia hora por alguém momentaneamente inalcançável.

— Espere aí que em dez minutos eu estou pronta – respondi e desliguei. É claro que eu ainda queria sair com ele... não é sempre que eu tenho a chance de passar um tempo sozinha no escuro com um cara tão gostoso quanto o azulado, que, diga-se de passagem, é muito inteligente também. Fora ele o concorrente mais difícil de bater nas eleições para representante há alguns anos atrás e por consequência disso nos tornamos muito próximos. Talvez eu devesse tê-lo chamado para entrar, mas a casa estava uma bagunça e preferi preservar a minha imagem de pessoa organizada.

Abri meu closet e me perguntei se deveria ter pedido mais tempo a ele, pois seria difícil escolher um par de roupa em tão pouco tempo. Sabendo disso, tratei de começar a procurar logo algo decente para vestir.

Quando quinze minutos de puro desespero se passaram, finalmente terminei a leve maquiagem e desci as escadas correndo, parando para me recompor antes de abrir a porta e parecer ao menos apresentável. Saí calmamente e me dirigi para onde a caminhonete de Jellal estava estacionada. Ele estava em pé olhando em direção à porta da qual eu saíra há pouco apoiado na porta lateral do carro, que quando eu cheguei perto foi aberta para me dar acesso ao interior do veículo. Ele fechou a porta e deu a volta no carro para entrar no lado do motorista.

— A senhorita está quarenta e cinco minutos atrasada, mas dessa vez eu te perdoo... – eu olhei para o azulado que esboçava um pequeno sorriso de canto. Ele olhou para mim e disse – mas só porque está deslumbrantemente linda hoje – ele soltou uma gostosa gargalhada ao ver meu rosto corar furiosamente

— Idiota – murmurei baixo o suficiente para que só eu ouvisse.

Ele ligou o rádio em uma estação qualquer e ficamos ouvindo e cantando juntos até que chegássemos no shopping. Cantávamos tão bem que quando paramos no sinal, o motorista ao lado buzinou de raiva. Tsc Tsc... é isso que a inveja causa nas pessoas....

Quando o carro parou, Jellal tentou ser rápido para abrir a minha porta e dar uma de cavalheiro, mas eu, por impulso, saí sozinha. Não era a minha intenção fazer isso, mas foi reflexo, sabe...

Como não pode abrir a porta para mim, o azulado chegou ao meu lado e me estendeu o braço para que eu enganchasse meu braço no dele. O olhei interrogativa e ele piscou para mim. Novamente corei, mas fiz o que ele propunha. Jellal abriu um sorriso de orelha a orelha e começou a guiar meus passos. O que eu sou agora? Uma inválida? Decidi que se ele queria ficar fazendo isso eu simplesmente o deixaria fazê-lo, afinal, nada é tão bom quanto ser elogiada e mimada, certo?

Olhei para o meu relógio de pulso e eram cinco para as três.

— Jellal – chamei

— O que foi?

— Que horas é a nossa sessão?

— É as três horas, madame – respondeu em tom calmo. Como ele podia estar calmo?

— JELLAL, TEMOS QUE COMPRAR OS INGRESSOS!! VAMOS CORRER QUE EU ACHO QUE AINDA DÁ PRA...

— Calma aí, chuchuzinho – ele me interrompeu. “Chuchuzinho”? – Eu já comprei os ingressos. Antes de ir para a sua casa eu já tinha passado aqui e feito isso. Eu meio que já esperava que você esquecesse, sabe... – abaixei minha cabeça. Me senti culpada, pois ele se programara e arrumara tudo para esse encontro que eu nem sequer lembrava que aconteceria. Ele provavelmente seria um representante de classe bem melhor que eu sou. Afastei esses pensamentos, estava aqui para aproveitar o dia.

Logo estávamos em frente à sala onde estaria passando o filme em alguns instantes e adentramos o recinto. A grande tela refletia uma brilhante luz enquanto os trailers passavam. Como a sala estava deveras vazia, procuramos um lugar no fundo e acabamos na última fileira, de onde se dava para ver a tela muito bem. Jellal escolhera um filme de terror, ele sabe que não sou muito de coisas melosas como romance e que meu negócio é mesmo macabro... Até nisso ele pensou.

Enquanto o filme passava e a adrenalina subia, podia-se notar a face do azulado empalidecendo cada vez mais. Se me lembro bem, ele comentou uma vez comigo que não gostava de filmes de terror e não dormia muito bem depois de assistir esse gênero, mas mesmo assim ele escolheu isso para assistirmos. Me senti culpada mais uma vez e resolvi o distrair um pouco.

Levemente coloquei minha mão sobre a dele e recebi um olhar carinhoso do mesmo. Parece que ele não interpretou muito bem meu ato de compaixão e começou a se aproximar de mim. Ele chegava cada vez mais perto e, antes que eu percebesse, havia somente poucos centímetros separando nossos lábios. Segurei minha respiração quando o azulado rápida e violentamente acabou a distância entre nós. Os lábios de Jellal eram macios e suaves, eu estava derretendo ali. Não era o meu primeiro beijo, mas esse parecia mais doce, mais atrativo por algum motivo que não me vinha à cabeça agora.

Para mim, esse seria somente uma tarde, um filme, nada demais, porém, esse beijo me fez duvidar se o que eu sentia por ele era somente amizade. Logo ele queria mais, então, sem pedir ao menos permissão, sua língua invadiu minha boca e começou a explorar todos os cantos dessa avidamente e não ficaria surpresa se já pudesse mapeá-la. Entrei no jogo e começamos uma guerra pela dominação da boca do outro e não demorou muito para que o ar fizesse falta.

Enquanto tentávamos recuperar nosso fôlego, trocamos olhares e começamos a rir. Não me pergunte o porquê, só sei que o azulado sentia o mesmo que eu: era um misto de atração, admiração e amizade que faziam nossos sentimentos ficarem confusos, porém isso era algo a se deixar em aberto, pois ninguém sabe o que o que o futuro promete e quem sabe algum dia essa mistura de sentimentos se transforma em amor?