Certa vez, disseram-lhe que necessitava se desfazer da camuflagem, passar a agir como si mesma, jogar fora as tantas máscaras da conveniência social.

Meteu-se em uma viagem exótica, dessas um tanto tântricas. Despiu-se dos costumes, dos vícios, das regras da sociedade. Foi completamente egoísta, sincera, visceral. Nunca tinha se sentido tão nua na vida, tão sua, cheia e satisfeita.

Voltou de viagem, à realidade dos dias comerciais. Foi vulgar, imprópria, mesquinha. Perguntavam todo o tempo o que havia acontecido. Qual motivo de tamanha mudança?

“Sou feliz, algo mais importa?” respondeu.

No outro dia, foi internada em uma clínica psiquiátrica.