Prisioneira do Passado!

#PrisioneiraDoPassado - 6


México 2007 - Fazenda Santos

Era sete da manhã e a fazenda já estava um caos total Inês corria atrás de Ana Carolina no quarto para colocar a roupa nela e ela gritava que não queria que não iria se vestir para ir a lugar algum e Inês já perdia a paciência.

— Ana Carolina, se você não quer se vestir então fique aí porque eu já cansei das suas palhaçadas! - jogou a roupa na cama. - Fique aí eu vou cuidar de suas irmãs! - e sem mais bateu seus saltos no chão e saiu do quarto batendo porta.

Ana olhou na direção que ela se foi ofegante.

— Nossa que bava! - falou errado e riu pulando na cama e rindo tinha apenas cinco anos e era o terremoto da casa.

Inês foi até o quarto de Cassandra e ela penteava os cabelos com calma era uma cascata loira e ela se aproximou beijando e apertando ela que ria.

— Mamãe, eu tenho mesmo que ir? - a olhou através do espelho.

— Sim, tem, mesmo que eu não queira! - abraçou mais ela. - Mas amanhã mesmo eu vou buscar vocês para almoçar com mamãe. - sorriu e ela também mais sem mostrar os dentes.

— Eu não gosto dela! - Inês suspirou. - Me faz uma trança? - entregou a escova a ela e Inês começou a fazer a trança nela.

— Eu também preferia que ela não estivesse lá, mas você já é grande e entende mais do que preciso dizer a você!

Cassandra suspirou aquela rotina estava a deixando cada vez mais triste e ela não queria ter que estar ao lado de quem não gostava ela queria a mãe e somente a mãe que lhe dava amor e sempre cuidava e não maltratava, mas disso ela não sabia ou viraria o bicho e ela preferiu esconder da mãe.

— Está uma princesa! - sorriu sabendo que ela não gostava de ser chamada assim já era uma moça.

— Estou mais para pirata, João bobo ou até mesmo uma mulher maravilha! - riu brincando com a mãe e se levantou a abraçando forte. - Eu te amo mãe muito mesmo! - Inês a agarrou forte beijando ela era tudo que tinha.

— Eu te amo muito mais minha mulher maravilha! - as duas riram. - O que quer de aniversário de 12 anos? - a olhou.

— Que você e ele não briguem! - escondeu o rosto no peito dela e Inês suspirou alto.

— Então eu posso te dar esse presente! - beijou mais ela e a soltou. - Por favor, minha filha, vê se você consegue vestir a sua irmã pra mim? - pediu com os olhos implorando.

Cassandra riu.

— Pode deixar, mamãe, acho que Constança ainda dorme! - beijou a mãe mais uma vez e saíram do quarto juntas.

— Eu vou acordá-la ou já sabe que vamos ouvir! - as duas riram e foram uma para cada lado.

Inês entrou no quarto da filha e sorriu era sempre a mesma rotina, mas para a sua surpresa Constança já estava vestida e penteada a seu modo e ela olhou a mãe sorrindo.

— Bom dia mamãe! - a agarrou cheirando. - Eu já estou pronta porque quero que acabe logo.

Inês sentiu o coração disparar e a olhou acariciando seu rosto.

— O que está acontecendo lá que vocês não me contam?

Ela se afastou e disse mudando de assunto.

— Prende meu cabelo eu sei que já estamos atrasadas! - Inês suspirou mais fez o que ela pediu e as duas saíram do quarto com a mochila na mão.

— Eu vou ver se Cassandra conseguiu vestir sua irmã ta? - ela assentiu. - Vai indo tomar seu café. - a beijou e ela desceu.

Inês foi ao quarto e as duas já estavam saindo e ela sorriu Cassandra sempre conseguia tudo de Ana e elas desceram tomaram um café reforçado e saíram de casa, ela ainda tinha um longo dia pela frente e dirigiu enquanto conversava com as meninas.

[...]

Foram mais ou menos vinte minutos até que ela parou em frente a uma linda casa e olhou suas meninas a única que estava empolgada de verdade era Ana Carolina e Inês percebeu assim que saiu do carro tirando suas meninas com cuidado do carro com Ana saindo correndo e apertando a campainha enquanto Inês pegava as bolsas com as meninas a espera delas.

— Aaaaaaaaaaa minha passarinha! - ele falou assim que abriu a porta sendo agarrado por ela.

— Papai que sodade. - algumas coisas ela ainda falava errado e ele a agarrou beijando muito.

— Que "sodade" também passarinha! - beijou muito ela em todos os lugares com ela gargalhando era a copia fiel dele para desespero de Inês. - E a minha amazonas não vai vir beijar o papai? - ele as olhou.

Na separação Inês conseguiu ficar com a guarda das meninas o que deixava Victoriano apenas com os finais de semana o juiz assim decretou depois de tudo que havia acontecido entre eles. As meninas foram até ele e o abraçaram com amor o problema não era ele e sim quem estava ao seu lado elas o amavam, mas preferiam que o pai fosse até a casa delas não queriam estar ali.

— Como estão? - beijou as duas amoroso e olhou Inês. - Olá!

— Olá, amanhã eu volto para pegar elas no almoço! - estendeu as mãos com as mochilas.

— O combinado não é esse, Inês! - bufou no mesmo momento e ele deixou Ana no chão. - Entrem que eu quero falar com sua mãe! - foi firme e elas entraram. - Você, não pode fazer isso comigo!

Inês suspirou não queria brigar logo cedo.

— Victoriano, só você não percebe que suas filhas não estão feliz aqui! - foi direta. - Eu ainda não sei o porquê mais se eu descobrir que essa vagabunda que você anda pra cima e para baixo está machucando uma das minhas filhas, você vai me conhecer de verdade! - apontou o dedo para ele.

— Você não tem direito de falar assim de Débora! - quase gritou com ela.

— Abaixa o tom que você não está falando com seus funcionários! Não pense que eu vou tolerar se quer mais um grito teu ou ofensa. - esbravejou ainda com o dedo apontado para ele.

— Você me traiu tem mais é que ouvir o que eu tenho a dizer! - atacou.

Inês na mesma hora riu dele.

— E você engoliu a sua verdade e não quis ouvir a minha então passar bem, Victoriano, porque o único que nos uni agora são nossas filhas e você que viva preso num passado que não é verdadeiro, mas isso você nunca irá saber porque quando eu quis te contar você não me ouviu e agora vive ai como se fosse o certo, mas na verdade é o mais errado! - e sem mais ela foi para seu carro e saiu dali cantando pneu o deixando mais uma vez com a pulga na orelha.

[...]

DO OUTRO LADO DA CASA...

Ana tinha um sorriso no rosto tinha um sanduíche na mão e chamava por ele que logo apareceu com um sorriso no rosto para ela.

— Eu touxe da minha casinha! - estendeu a mão ao menino a sua frente.

— Obrigada Aninha. - ele mordeu cheio de fome sentando na grama junto com ela. - Hoje você demorou em.

— É que minha mamãe se atasou! - sorriu. - Ale, porque você não tem casa? - perguntou inocente. - Você vive aqui escondido sempre né?

— Eu vivo aqui a bastante tempo nunca tive uma casa igual a essa desde que nasci! - falou com tristeza. - Sabe que o meu maior sonho é ter uma festa de aniversario. - Ana era tão pequena mais tão amorosa que não se importou que ele estivesse sujo apenas o abraçou.

— Eu vou te dar uma ta bom? Eu vou queba o meu porco e ou te dar mais dinheirinho pra você comer e depois eu vou te levar pra minha casa porque você é o meu amigo. - sorriu agarrada nele.

— Você é minha irmãzinha, Ana! - a abraçou amoroso sentindo tanto carinho por aquela menina. - Agora vai que não te quero em problemas. - sorriu beijando o rostinho dela.

— Depois eu trago mais com Constança ta bom? - ele assentiu e beijou-o mais uma vez e entrou.

Alejandro apertou a correntinha que sempre trazia no pescoço e mais uma vez orou para encontrar sua mãezinha era 14 anos vivendo assim nas sombras sendo perseguido por aquele maldito homem que não dava paz a ele e ele só tinha um desejo encontrar a sua mãe.

— Onde está mamãe Inês? - dizia olhando para o céu.