Prisioneira do Passado!

#PrisioneiraDoPassado - 5


— Eu só quero que você me proteja. - O abraçou deixando seu rosto na curva de seu pescoço. - Você precisa me proteger. - o corpo dela tremeu naquele momento lembrando-se do que Loreto tinha feito no dia anterior e Victoriano sentiu uma coisa estranha e disse:

— O que Loreto te fez? - ele a afastou e os olhos dela estava arregalado olhando para ele. - Me diz agora Inês!

— O que? - falou atordoada com aquela pergunta.

— Me diz, eu sei que tem alguma coisa!

Inês se arrumou melhor na cama cobrindo os seios com o lençol e o olhou seria mesmo a hora de contar a verdade a ele? Seria mesmo a hora de abrir seu coração para ele que estava ali com ela que era o seu amor o seu marido? Inês sentiu medo, mas era dado o momento e seria o que Deus quisesse. Ela tomou ar e disse...

— Loreto... Ele faz parte do meu passado! - mordeu os lábios e esperou a reação dele.

Victoriano sentiu o ar faltar e naquele momento não soube o que pensar... Como assim aquele homem fazia parte do passado dela? Que tipo de passado era esse? O coração disparou e ele sentiu a garganta seca.

— Inês... - ele ia falar vendo os olhos dela cheios de lágrimas mais foram ouvidas batidas na porta e a voz de Constança.

— Papa, me abre... - a voz era chorosa.

Inês se levantou no mesmo momento e vestiu sua camisola a filha estava pedindo atenção e eles deveriam estar atrasados com as coisas delas Victoriano fez o mesmo levantando e colocando sua cueca e um roupão por cima e ela abriu a porta sabendo que aquele assunto dos dois não tinha terminado, Connie olhou para ela e sorriu agarrando suas pernas.

— Mamãe Inês... - Inês a pegou no colo e a encheu de beijos a sentindo apertar seu corpo.

— O que foi meu amor?

— Eu sustei, ouvi um baluilão e acodei assim sustada! - falou toda manhosa.

Inês olhou para Victoriano que se aproximou beijando ela um tanto preocupado.

— O que ouviu, meu amor?

Connie olhou para o pai e pediu o colo dele e ele a pegou beijando seu bombonzinho.

— Foi no quartinho da Cassanda...

Victoriano sentiu seu coração acelerar e a devolveu para Inês e correu até o quarto da filha, Inês foi atrás preocupada com sua menina e quando entraram Cassandra estava no chão aparentemente desmaiada e Victoriano se desesperou a pegando no colo.

— Filha? - tirou os cabelinhos do rosto dela e sentiu o quanto ela estava quente. - Ela esta muito quente, Inês.

Inês se aproximou deixando Connie na cama e tocou a testa dela e realmente ela ardia em febre.

— Eu vou ligar para o doutor Guilherme! - ela pegou o telefone e discou para ele.

Victoriano a deitou na cama e ficou acariciando os cabelos lindos e loiros dela, era igual a mãe sem tirar nem por.

— Ela ta dodói? - Connie perguntou deitando ao lado dela.

— Sim, mas ela vai ficar bem! - sorriu para sua menina.

Inês desligou e veio até eles, mas logo ouviu o choro de Ana e foi até o quarto dela e a pegou dando o peito a ela que sugou cheia de fome, Inês sorriu e voltou ao quarto para ficar com sua família e logo o médico chegou lindo e sorridente o que naquele momento deixou Victoriano incomodado.

Ele se afastou e ficou a observar o homem examinar sua filha enquanto conversava com Inês, Constança veio até o pai e pediu que ele lhe desse café e ele a pegou no colo e desceu para dar café a ela e aproveitou para comer junto a ela, mas sua cabeça estava lá no quarto e no sorriso do médico.

— O que ela tem? - Inês estava com Ana pulando em seu colo.

— Aparentemente ela não tem nada, mas ela passou por alguma emoção forte?

— Não que eu sabia, ela estava bem ontem à noite!

— Eu vou medicá-la e logo a febre passa!

— Eu só quero minha filha bem! - sorriu com Ana fazendo besourinho babando em tudo.

— E essa princesa aí como está?

— Está bem, crescendo saudável e muito bagunceira. - riu da filha querendo morde ela.

Ele riu e se levantou indo até elas.

— Semana que vem tem controle dela né?

— Sim, como se lembra? - o olhou sorrindo.

— Eu não esqueço nada que tem a ver com você! - tocou a mão dela no mesmo momento em que Victoriano entrou no quarto.

— Que merda é essa?

Inês se afastou no mesmo momento com os olhos arregalados vendo o marido se aproximar.

— O que pensa que está fazendo? - encarou o homem.

— Eu não quis ser inoportuno! - o encarava. - Apenas estava cumprimentando sua esposa.

— Pois se já cuidou da minha filha vá embora! - apontou a porta.

— Victoriano... - Inês o repreendeu e Ana gritou pelo pai.

— Passa fora da minha casa!

Guilherme olhou Inês e suspirou.

— Até semana que vem! - falou e Victoriano o pegou pela camisa jogando para fora do quarto e voltou encarando Inês esperando uma explicação.

Ela estava assustada com o modo como ele a olhava e segurou melhor á filha não tinha feito nada demais e Guilherme tinha se excedido e ela nem sabia o porquê.

— Não me olhe assim que eu não fiz nada!

— Acha pouco aquele homem dando em cima de você na cara dura?

— Me respeita Victoriano que eu não sou uma qualquer, eu sou a sua mulher!

— Victoriano, por favor... - ela suspirou.

— Eu não esqueci que ainda me deve uma explicação sobre Loreto!

O corpo dela estremeceu todinho e ela abaixou o olhar.

— Vocês estão brigando de novo? - a voz de Cassandra foi ouvida e eles se olharam.

Os dois olharam para ela e se aproximaram dela ao mesmo tempo e a beijaram com todo amor do mundo todo amor que sentiam por ela.

— Não estamos brigando não minha vida! - Inês acariciou o rosto dela. - Você está bem? Está sentindo dor?

— Não, eu estou bem! - olhou os dois. - Vocês vão se separar? - os olhos brilharam com as lágrimas.

Os dois se olharam e depois a olharam.

— Não, não vamos! - Victoriano falou com certeza.

— É não vamos, meu amor! - Inês sorriu.

— Mas eu sei que brigaram por minha culpa, eu não queria isso, eu não queria! - ela começou a chorar e Victoriano a pegou no colo.

— Não precisa chorar minha vida, papai, não vai separar e a gente já conversou e estamos bem! - a beijou muito que o abraçou forte.

— É meu amor a gente está bem e não vamos separar nunca! - falou, mas não tinha tanta certeza que seria assim depois que contasse a ele seu passado.

Cassandra o apertou mais em seus braços e eles ficaram ali com ela por um tempo depois desceram e tomaram um belo café da manhã e com o passar das horas Cassandra melhorou bem e nem parecia que teve febre e eles a consentiram durante todo o dia até que cansada eles a colocaram para dormiu um pouco assim como Ana e Constança.

Inês sabia que era à hora da verdade que Victoriano iria querer saber o que tinha acontecido já que ele passou o dia a olhando sem dizer uma palavra se quer não queria alterar sua filha e quando os dois ficaram frente a frente ela disse logo.

— Foi com ele que eu fui embora!

Queria contar a verdade e naquele momento Victoriano sentiu uma pontada em seu coração como assim o homem que era seu "amigo" tinha estado com sua mulher e todos aqueles anos tinha estado dentro de sua casa comendo de sua comida e bebendo de sua cachaça sendo seu amigo e agora ela estava ali contando a verdade que o quebrou por dentro...