Prisioneira do Passado!
#PrisioneiraDoPassado - 18
— Victoriano, você tem que me ouvir eu só quero isso de você que me ouça e que não me julgue como todo mundo... Você acha que eu não vejo as pessoas cochichando? Que mesmo eu casada com você falavam e depois do nosso divorcio foi pior... Você me julgou quando deveria me apoiar.
— Eu sou o seu algoz e te fiz prisioneira de seu passado!
Victoriano estava tão destruído com todas aquelas verdades ouvidas dela que ele só sabia chorar agarrado a suas pernas e ela chorava junto deixando que aquele passado fosse embora de uma vez por todas com suas lágrimas, não tinha mais o que dizer não tinha mais o que sofrer e sabia que agora Victoriano estaria a seu lado e ela o perdoaria porque o perdão é o dom de poucos e ela queria mesmo estar junto a seu amor para sempre e agora com o passado revelado eles se fariam ainda mais fortes para vencer qualquer obstáculo do presente e futuro.
— Levanta! - falou com calma. - Ainda a muito a ser dito! - puxou ele pela mão para que ficasse de pé e ele ficou.
— Ainda a mais? - falou com o coração na mão e ela assentiu.
O que mais poderia ser dito? Em que mais ela o rasgada ao meio? Era tanta dor que ele sentia em carne própria e ele a olhou nos olhos limpando o rosto tentando controlar seu choro assim como ela.
— Sim, a parte que mais pesa em meu passado a parte que me deixa ainda mais prisioneira desse passado horrível em que vivi. - o olhava temerosa.
Victoriano tocou o rosto dela e antes que ela dissesse algo ele a beijou com calma nos lábios e ela o segurou dentro de seus braços o que precisava dele era somente o seu amor e sua compreensão não sabia como ele tomaria o fato dela ter escondido um filho dele, mas estava ali pronta para ser libertada daquela prisão em que vivia e eles cessaram o beijo juntos e ela o olhou mais não se afastou dele e nem ele dela.
— Pode me dizer, meu amor! - secou as lágrimas dela que teimavam e rolar por seu rosto.
— Quando eu fui embora perdida em minha dor eu descobri semanas depois que eu estava grávida... - e no mesmo momento ele se afastou dela, mas não perdeu o contato de seus olhos.
— Era meu? - a voz saiu rasgada de sentimento e ela respirou fundo.
— Eu sinto que sim... - soluçou.
— Onde está? - voltou a ficar junto a ela. - Onde?
— Morreu...
Era a parte mais difícil de contar, ela como mulher já estava destruída e aquela dor a rasgava diariamente, mas como mãe ela nunca iria superar ter ficado ao lado de seu algoz que a fez perder o seu menino e depois de segundos preso um no olhar do outro continuou a contar vendo que ele nada falava.
Victoriano nada dizia por que não sabia o que dizer estava tão arrasado com todas aquelas verdade que descobrir agora que podia ter mais um filho com sua moreninha e que estava morto era uma dor grande demais para ele que nem sabia como se portar frente a seu amor.
— Loreto chegou uma noite muito bêbado e queria como sempre me forçar a ser mulher dele mesmo depois de ter me prometido que não mais o faria, mas naquela noite ele me bateu porque eu resisti mais uma vez então eu entrei em trabalho de parto, não era hora e eu senti muita, mas muita dor mesmo e quando acordei horas depois ele estava ali ao meu lado com o caixão já com meu filho dentro...
Victoriano sentiu tanta dor em seu ser que a agarrou e mais uma vez eles choraram juntos sentidos era uma realidade tão dura para ambos mais algo dentro de si gritou naquele momento que ele era o pai daquela criança e ele beijou seus cabelos e onde conseguiu a confortando ou pelo menos tentando amenizar aquela dor que agora era dos dois.
— Não chore mais, meu amor, não chore mais!
— Era um menino, era um menino e mesmo depois de relutar eu sabia que era seu e por isso Loreto nunca aceitou... - se apertou em seus braços. - Era o nosso menino.
— Eu quero ver... Onde está? - segurava o rosto dela. - Me leva, Inês!
Ela assentiu que sim o levaria, mas o telefone dele tocou o fazendo se afastar e ele atendeu ouvindo atentamente tudo que falavam para ele e logo desligou limpando o rosto de suas lágrimas.
— Precisamos ir... - estava apreensivo.
— O que foi? - secou também seu rosto quase nem conseguia enxergar de tanto choro.
— Linda está muito mal e acham que o bebê não vai resistir! - passou a mão no cabelo sentindo culpa pela briga no hospital.
— Vamos para lá e depois terminamos essa conversa! - foi até o jarro de água e pegou um copo tomando e ele fez o mesmo e logo foram para o hospital.
Quando chegaram ao hospital mesmo não gostando da presença de Vicente e seu filho eles ficaram ali por longas horas cuidando e dando a Linda o que precisava naquele momento que era um pouco de paz para que seu bebê vingasse e por mais que Victoriano fosse um búfalo ele não queria sua irmã tivesse aquela marca em sua ama e ele ficou ali ao lado dela e ao mesmo tempo cuidando de Inês.
[...]
JÁ EM CASA...
Victoriano desceu do carro e logo em seguida ajudou Inês a descer os dois estavam exausto não só fisicamente, mas também emocionalmente não tinham mais tocado na conversa que tinham tido e depois de sair do hospital ficaram em completo silencio apenas andaram juntos de mãos dadas até em casa e quando entraram dera de cara com Ana sozinha na sala e depois de fiscalizar ao redor eles chamaram por ela.
— Filha? - Inês disse com calma e ela a olhou estava de pijama já e os cabelos soltos. - O que faz ai sozinha meu amor?
Ana não estava com uma cara nada boa e guardava suas bonequinhas dentro de sua bolsinha e eles se aproximaram dela esperando o que ela iria dizer e ela passou as mãos no cabelo e disse.
— Eu vou arrumar um malido! - falou decidida e Inês no mesmo momento olhou para Victoriano.
— Como assim Ana Carolina? - fez voz de bravo mais queria mesmo rir a filha era terrível.
Os olhos dela encheram-se de lágrimas e ela foi para o outro lado do sofá e depois voltou e olhou para eles.
— É isso mesmo, eu vou arrumar um malido pala mim! - a voz saiu embargada e ela deixou escorrer a lágrima em seu rosto e subiu no sofá.
— Como assim minha filha? - Inês se aproximou dela. - Você tem a mim e ao papai não precisa de marido.
Ela chorou mais e olhou os dois que já riam dela e ela coçou os olhos chorando ainda mais.
— É isso memo... Eu vou arrumar um malido que não quero ficar pala tais não! - chorava.
— Meu amor, você não precisa de um marido! - Victoriano a respondeu sentando em sua frente.
— Eu peciso sim que você tem mamãe e eu peciso de um malido tamém e todo mundo tem alguém e eu fico pala tais eu não quero ficar pala tais eu quero um malido e vou arruma lá na minha escolinha um malido bem pequenininho. - ela fez com os dedos mostrando o tamanho e chorou mais ainda de soluçar.
Inês ria, mas ao mesmo tempo sentiu dó de sua pequena e a pegou no colo afagando em seus braços sabia que ela estava sentindo falta de atenção e com a loucura daquele dia nada tinha saído como eles tinham planejado e agora ela estava ali chorando por sentir a falta deles ao ponto de querer um marido e Victoriano sentou junto a elas e ali eles ficaram agarrados a sua menina que cheia de sono não demorou nada a dormir e eles se olharam e começaram a rir negando com a cabeça.
— Marido... - ele disse rindo, mas só de imaginar seu coração ferveu de ciúmes. - Nunca!
— Deixa de ser bobo e vai pegar a mamadeira dela que vou subir e colocar ela em nossa cama! - falou no automático e os olhos dele se iluminaram achando que ela o mandaria ir.
Inês levantou e subiu com a filha que estava agarrada a ela enquanto ele foi a cozinha e pegou a mamadeira da filha e fez dois lanches caprichados para ele e para Inês que não tinham comido quase nada naquele dia horroroso e subiu para o quarto atrás de seu amor. Inês já não estava mais no quarto apenas a pequena Ana que dormia no meio da cama enquanto ela tinha ido beijar cada um de seus filhos e logo voltou ao quarto.
— Hummm... - ela falou assim que arrancou o salto e foi direto a bandeja e pegou o lanche. - Leu meus pensamentos.
Ele sorriu e foi até ela a agarrando por trás.
— Quero que se alimente direito depois do dia que tivemos hoje! - cheirou ela. - Quero que coma e depois vamos tomar um banho e deitar com nossa filha para descansar! - ela o olhou de lado.
— Você também precisa comer porque eu quero terminar esse dia em seus braços assim como todas as outras noites que virão e se você fracassar dessa vez, Victoriano santos, não terá mais volta para nosso amor!
Ele a beijou na boca com calma e sorriu.
— Só um tolo perderia essa chance! - sorriu mais abraçando seu amor enquanto ela mordia o lanche. - Só um tolo! - e ele a soltou fazendo com que ela sentasse para comer junto a ele que pegou seu lanche e nada precisou ser dito apenas comeram sabendo que depois daquele lanche eles iriam fazer amor, mas ele tinha algo em sua mente ainda e perguntou. - Qual era o nome dele? - ela o olhou. - Do nosso filho?
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