Prisioneira do Passado!

#PrisioneiraDoPassado - 10


— Obrigada! Muito obrigada a senhora é um anjo! - Inês sentiu tanto amor naquele abraço que fechou os olhos chorando e lembrando-se de um passado tão dolorido que ela o agarrou fortemente.

— Dorme bem, meu filho! - eles se soltaram e ela o beijou mais uma vez e se foi para seu quarto tomou um banho e se deitou mais não conseguia dormir e deixou seus pensamentos rolarem por muito tempo...

[...]

NO OUTRO DIA...

Inês estava dando algumas ordens para o almoço quando viu Alejandro descer as escadas e ela sorriu ao ver a cara amassada dele e ele um pouco medroso por ter dormido tanto e ela se aproximou dele e o beijou no rosto.

— Dormiu bem? - sentia a necessidade de estar perto dele e o abraçou.

Alejandro a abraçou sentindo seu cheiro era tão cheirosa e tinha o melhor cheiro que ele tinha sentido que era o de mãe era esse o cheiro que ele sentia, mas ainda não conseguia identificar e ele a soltou e a olhou nos olhos.

— A senhora deveria ter me acordado! - olhou o relógio sobre o piano. - Olha case meio dia! - falou assustado nunca tinha dormido tanto.

Inês sorriu e o acalmou.

— Fique calmo, eu não vou brigar por você dormir! - sorriu com calma para ele. - Eu fui até seu quarto e o vi dormi tão tranquilo que eu não iria te acordar e vi que precisava de um soninho a mais e eu deixei! - sorriu mais e pegou ele pela mão. - Você vai comer e depois vamos à cidade para comprar algumas coisas que você precisa! - o fez sentar. - O que gosta de comer?

Alejandro a olhou e disse sentindo fome.

— Eu posso comer um pãozinho com ovo? É o suficiente para matar a minha fome!

— Você vai poder comer o que quiser aqui! - Jacinta apareceu ali e ela sorriu. - Faça para ele um pão com ovo, um suco de laranja e trás também um pedaço de bolo que fizemos hoje cedo, trás queijo e mais pães para se ele quiser comer mais.

— Sim senhora! - sorriu e saiu.

Inês sentou e o olhou era tão lindo.

— Cadê as meninas? - estava envergonhado, mas ao mesmo tempo se sentia em casa.

— Estão andando de cavalo! - ela viu os olhos dele brilhar de empolgação. - Você quer andar a cavalo?

— Eu posso? - sorriu amarelo para ela.

— Aqui você pode tudo, mas antes quero te perguntar uma coisa muito importante e assim podemos determinar o que vai ser de você! - estava decidida.

— O que? - Jacinta veio e o serviu.

— Eu quero saber se você quer morar aqui comigo, ou melhor, quero saber se posso falar com meus advogados para pedir sua guarda temporariamente até que encontremos alguém de sua família ou alguma pista de seu passado.

Alejandro a olhou e sentiu os olhos encherem-se de lágrimas e ele segurou a mão dela depois de soltar o pão.

— É serio mesmo? - Inês assentiu que sim. - Mas a senhora nem me conhece! - limpo o rosto com a outra mão. - E se a senhora fizer tudo isso e depois descobrir que não me quer mais? - falava cheio de medo.

— Meu amor, o que eu não quero no momento é você andando por ai sem rumo, com fome, isso eu não quero! - segurou a mão dele com as duas mãos. - Eu quero que fique aqui, minhas filhas querem você aqui também e eu vou cuidar de você porque eu sinto aqui no meu coração. - levou a mão dele junto à dela e colocou em seu peito. - Que eu preciso te ajudar, por algum motivo que eu desconheço eu preciso de você aqui comigo! - falou a verdade de seu coração.

Alejandro pulou da cadeira e a agarrou abraçando e chorou sentido e ela o puxou para ela sentando em seu colo e o afagou como gostava de fazer com as filha e deixou que suas lágrimas também rolassem por seu rosto, não sabia mais seu coração estava ligado o dele de algo modo e ela não o deixaria partir mais.

— Eu quero muito ficar, eu quero ter uma cama pra dormir! - ele a soltou e secou as lágrimas dela. - Não chora!

— Agora você vai ter uma cama, comida, tudo que você quiser, mas não pensei que vai ser vida mansa não! - secou o rosto dele também toda carinhosa.

— Eu posso trabalhar, eu não sou um vagabundo igual aquele senhor disse!

Inês sentiu o coração disparar ao lembrar-se de Victoriano mais era de raiva e não de amor.

— Não ligue para o que ele disse, Victoriano é uma ótima pessoa só está com problemas e não vê o que é certo, mas um dia ela vai te pedir desculpas pode apostar isso! - sorriu de leve. - Mas eu não falo de você trabalhar, porque aqui você não vai trabalhar pra comer ou algo do tipo, você vai estudar porque uma criança da sua idade tem que estudar!

Alejandro saiu do colo dela e sentou para comer estava com fome mesmo e quando mordeu falou de boca cheia.

— Eu não gosto disso ai não! - Inês riu do jeito dele falar.

— Não tem que gostar, você vai e pronto! - ele suspirou. - É para o seu bem, meu filho.

— Tudo que a senhora quiser eu faço! - sorriu e ela também.

Ficaram ali conversando por um momento e logo ele subiu vestiu uma roupa que tinha separada para ele e as meninas chegaram almoçaram assim como ele e elas foram a cidade. Inês comprou tudo que ele precisaria para se vestir e cadernos para a escola e depois de três horas eles voltaram para casa felizes conversando e tomando sorvete como uma verdadeira família que tinha que ser. Quando chegaram os sorrisos sumiram ao darem de cara com Victoriano na sala sentado a espera deles.

— Subam crianças e tomem banho para jantar! - falou antes que Victoriano fizesse uma grosseria.

Alejandro foi o primeiro a subir com suas sacolas e as meninas beijaram o pai e logo subiram deixando os dois sozinhos e ela se aproximou deixando suas sacolas no sofá o encarando.

— Você trouxe esse marginal para dentro de casa? - bufou de pé.

— Minha casa minhas regras! o cortou logo. - Não vou admitir que você venha aqui e insulte uma criança que o único que precisa é de amor e de alguém que cuide! - ele passou as mãos no cabelo. - O que quer?

Ele a encarou.

— Podemos falar no escritório?

Inês assentiu e foi com ele até o escritório.

— Pronto! O que quer? - falou sem muita paciência não queria que ele maltratasse Alejandro.

— Nossa não precisa me enxotar assim! - falou sentindo o peso das poucas palavras trocadas. - Eu não sou seu inimigo!

— Muito menos meu amigo! - sentou no sofá e o encarou.

— Eu quero apenas que me deixe ficar com minhas filhas, eu sou o pai e tenho direito! - sentou ao lado dela abaixando a guarda. - Esse final de semana era meu e você as trouxe embora por causa de um... - ele parou de falar não queria brigar com ela.

— Quando você se tornou esse monstro? Insensível que só pensa em si mesmo? Quando você se tornou esse homem que não vê o lado do outro só o seu, quando? Eu não reconheço mais o homem que um dia eu amei! Victoriano, ele é só uma criança que estava com fome e você jogou o prato de comida dele todo no chão o único que ele tinha pra comer! Ele podia ser seu filho!

— Mais ele não é! - rebateu.

— Mais podia e é ai que está a questão! - apontou o dedo. - Não é porque ele não é teu filho que você tem que maltratá-lo, não é porque ele não leva seu sangue ou seu sobrenome que você tem que ser um monstro a ponto de jogar a comida dele fora! - tentava o fazer entrar em razão. - Victoriano, você já parou pra pensar que poderia ser a nossa filha pedindo comida a alguém e essa mesma pessoa fizesse o mesmo que você fez com ele? Já parou pra pensar nisso?

Victoriano abaixou à cabeça envergonhado as palavras dela pesavam mais ele sabia que ela estava certa e que devia um pedido de desculpa ao menino mais era orgulhoso e estava ferido não iria fazer nada naquele momento e voltou a olhar para ela.

— Ele vai viver aqui? - perguntou com o coração disparado. - Você confia tanto assim que ele é só uma criança?

Era inacreditável o modo como ele falava e ela o encarava quase que sem piscar.

— Ele vai sim viver aqui comigo e com suas filhas, ele já provou que é só uma criança que precisa de um lar, vou passar ele por uma avaliação psicológica e vou precisar que você me ajude! - por fim falou abaixando a guarda.

— Em que eu posso ajudar? Não vejo que eu possa te ajudar em nada referente a esse garoto.

— A sim, Victoriano, eu preciso que me ajude a adotá-lo!

Victoriano arregalou os olhos e a encarou como assim adotá-lo? Ele a encarava como se aquilo fosse a pior loucura que pudesse sair de sua boca e ele a encarou de pé e disse...