Victória colocou a mão no coração como se sentisse um tiro naquele momento. Sem conseguir se controlar ela avançou nele comendo no tapa.

— Desgraçado, você mentiu, escondeu a minha filha todos esses anos! Você é um canalha um animal, desgraçado! Eu não acredito que Maria é minha filha!

Dionísio veio na mesma hora e segurou ela afastando dele.

— Victória, por favor!

— Esse desgraçado, amor, esse desgraçado me mentiu como você tinha me dito.

— Ela não é sua filha, você a matou ainda pequena! – Ele jogou na cara dela sem pena alguma.

— Maria é minha filha! Eu não matei minha filha, eu sofri um acidente e fui roubada e minha filha foi dada como morta, seu desgraçado!Eu odeio você, odeio a sua família!Eu vou acabar com vocês todos, eu vou destruir a sua família!

— Ela não sabe de você e quando souber vai te odiar!

— Eu odeio você, odeio o a sua família, vou acabar com vocês todos, eu vou destruir a sua família!Ela não vai me odiar por que eu não abandonei a minha filha, seu desgraçado, maldito feliz!– Ela queria avançar nele mas Dionísio não deixava.

— Amor, calma! – Dionísio tentava manter a calma mais era ele quem queria partir a cara dele.

— Parem com isso ou nenhum dos dois vai ver a minha paciente!

— Eu vou ver, eu sou o pai, tenho direitos!

— Dr., ela trabalha comigo, sou o contato que pediram para chamar quando ela caiu!E eu acabei de descobrir como o senhor viu que ela é minha filha, por favor, me deixe...– Ela engasgava com as palavras.

— Venha comigo, senhora Victória, ela quer falar com a senhora!– Ela olhou para Dionísio e seguiu o médico em direção ao quarto estava com um coração na boca nem conseguia andar direito.

Dionísio estava certo tinham escondido sua filha todo aquele tempo. Dionísio aproveitou que ela se foi e pegou João pela camisa e o arrancou do hospital.

— Agora você vai aprender a não mexer com a minha mulher!– Dionísio o jogou dentro do carro e mandou que seus homens o levassem que logo os alcançaria.

O médico deixou Victória na porta do quarto e apenas pediu que ela não a alterasse. Victória respirou fundo era como receber a melhor notícia do mundo e não saber o que fazer com ela.Entrou calma e nervosa ao mesmo tempo, só estava fingindo e foi até a cama onde Maria estava deitada. Não conseguiu se controlar e a abraçou trazendo para bem perto dela e se lembrando que a primeira vez que tinham se visto Maria em seu abraço de mãe.

Ficou agarrada a ela e naquele segundo foi tão maravilhoso tão perfeito tão intenso que ela chorou. Era como se sua vida passasse como um filme, aquela sensação mágica de ser amada com os braços de ter o amor ao alcance de suas mãos. Aquela verdade parecia mentira e ela nem sabia como reagir aquilo, não sabia mesmo...

— Senhora Victória...– Maria falou com calma sentindo os braços dela.

— Maria!– Gemeu sentida.– Como você está, minha filha?

— Estou com um pouco de dor na cabeça, só isso...

— Tem certeza que você está bem?

— Sim, eu estava um pouco distraída e depois não lembro de mais nada.– Suspirou.

— Você vai ficar bem e vai ter toda atenção que precisa e todo atendimento médico necessário.– Abraçou de novo Maria, não conseguia segurar as lágrimas.

— Eu estou bem, senhora, não precisa chorar.– Abraçou ela com cuidado.

— Me sinto tão feliz que você esteja bem!– Nem sabia o que dizer só ficava olhando o rosto da pequena menina que tinha em seu colo tantos anos atrás, estava em choque.

— Eu tenho que ficar o desfile está chegando e eu disse que iria fazer direito pela confiança que a senhora me deu.

— Eu tenho certeza que você estará boa, meu amor, não se preocupa!– Ela tocou o rosto dela com todo o amor do mundo.– Se for preciso mudamos até à data.

Tinha encontrado sua filha, nada no mundo era mais importante que isso.

— Me diga uma coisa, Maria, onde você mora?– Ela suspirou.

— A minha vida está uma bagunça foi por isso que distrai.Eu encontrei o meu pai...– Falou toda sentida.

Victória sentiu aquele momento como uma dádiva. Era seu momento de amor .

— Você encontrou seu pai como?– Victória sentiu uma dor terrível no estômago.Tinha que entender aquela história toda antes de contar a ela porque não era simples.

— Primeiro apareceu uma senhora... Bernarda assim ela se chamava ela me ajudou e eu a ajudei já que estava doente muito doente e ainda está.– Explicou.– Depois de uns meses á ajudando, ela me disse que era a minha avó. Eu não entendi direito me afastei e a um mês atrás ele apareceu dizendo que era meu pai que tinha um exame que comprovava. Eu não quero aceitar isso que depois de tanto tempo ele apareça ou a mulher que me jogou no lixo volte.– As lágrimas rolaram por seu rosto.

— Mas você não foi jogada no lixo, Maria!– Ela falou se encontrou ele querendo explicar.– Você não foi abandonada, não foi deixada para trás isso não foi o que aconteceu de verdade.

Maria a olhou sem entender.

— Por que está falando isso? A senhora nem me conhece!

Victória segurava o coração não sabia que dizer.Segurou a mão dela e deu um soluço.

— Eu preciso dizer uma coisa você.

Maria apenas a olhou sem entender muito bem o que ela iria dizer.

— Há muito tempo atrás, eu fui enganada por um homem que me seduziu, fez amor comigo e no dia seguinte foi embora para ser padre. Eu engravidei e a mãe dele, me tratava como se eu fosse uma prostituta que tinha desviado o filho dela do caminho de Deus. E eu sofri como uma condenada sendo escravizada na casa dela e quando estava perto de dar à luz eu fugi. Minha filha nasceu e eu implorei por trabalho e era tão complicado porque ninguém queria me ajudar e uma noite desesperada fugindo da vó dela que me caçava como um animal para me tomar minha filha. Sofri um acidente e quando acordei minha filha não estava comigo.– Ela chorava copiosamente olhando para Maria.– E até hoje na entrada desse hospital, não sabia que minha filha estava viva porque a polícia me deu o corpo de uma criança morta e eu achei que minha filha estivesse morta... Até entrar por essa porta e ver que ela me esperou todo esse tempo viva e bem...

Maria já chorava sem conseguir formular uma palavra se quer apenas olhava para Victória isso queria dizer que ela era a mulher que a abandonou.

— Isso não pode ser verdade... não pode! – Começou a chorar.– Você me tem a tanto tempo ao seu lado e nunca me notou!

— Minha filha, você me causava uma coisa que eu não sabia explicar, mas a minha vida está tão caótica que eu nunca podia imaginar que você fosse a minha filha. Te perdi quando você tinha meses de idade. Você era um bebê quando se foi quando foi arrancada de mim e a polícia me disse que você estava morta e enterrei você, minha filha!– Ela chegou bem perto dela desesperada querendo que acreditasse nela.

Era tão difícil acreditar em tudo aquilo tão difícil.

— Eu nunca te abandonei, Maria, passei a vida sofrendo por achar que você estava morta a sua avó mentiu o seu pai me abandonou.Você é minha filha, Maria e podemos provar isso aqui agora no hospital você pode fazer o exame agora e podemos saber. Eu estou em choque como você, eu estou em choque!

— Agora eu tenho uma família na qual me abandonou... – Tinha ressentimento.

— Minha filha, eu não te abandonei, eu te perdi!Eu nunca ia te abandonar! Você precisa acreditar em mim, Maria!– Ela começou a chorar copiosamente tentou tocar a filha.

— Chama um médico minha cabeça dói muito!– Gemeu de dor.

Victória correu na mesma hora chamando por um médico e foi tirada da sala o que a deixou ainda mais desesperada. Foi até a recepção e começou a chorar abraçando Dionísio.

— Calma, meu amor, isso não te faz nem bem!– A segurou em seus braços.

— Ela é minha filha, amor, como você disse!– Ela sofreu.

— Eu disse que tinha algo errado nessa história. – Beijou os cabelos dela.– Vamos levar ela pra nossa casa!– Falou cheio de cuidados.

— Amor... ela não vai.Não vai, você vai ver! Ela não quer estar comigo.

— Amor, você tem que entender que não vai ser fácil.

— Mas ela não vai me querer. Eu não posso ficar sem minha filha!

— Ela vai te querer todo mundo te quer, meu amor. Você vai dar amor a ela e vai ver como essa batalha vai ser vencida por você!

Victória soluçou nos braços dele e disse se lembrando.

— Não quero que você deixe nunca mais aquela mulher chegar perto de você, eu não esqueci! Você é meu marido, não vai ser marido de mais ninguém.– falava ciumenta como ela era sempre.

Ele sorriu de leve.

— Eu não preciso de ninguém já tenho a minha raposinha aqui comigo!– Beijou mais o cabelos dela e médico veio explicou a condição de Maria se diz que ela precisaria de repouso absoluto e disse que era estava sedada por conta da dor e depois explicar mais algumas coisas ele se foi deixando Victória e Dionísio ali.

— Eu pedi a ela para fazer o exame de DNA e quero que a gente saia daqui sabendo se ela é realmente a minha filha. Onde está aquele desgraçado?

— Eu quero acabar com a raça dele, com a raça da família dele toda!

— Ele vai receber o merecido não se preocupe. Vamos providência o exame. Você sabe de Fernanda? Está muito quieta.

— Eu não falei com ela hoje, amor, por favor, vamos ligar para saber onde na sua filha está.– Ela pegou o celular e ligou na mesma hora.

Fernanda atendeu no segundo toque.

— Oi, mãe!

— Onde você tá, minha filha?Está bem, já comeu alguma coisa?

— Estou passeando com a Mi, eu comi com ela. – Olhou a amiga e sorriu deitada em suas pernas.

— Tá bem, amor, pegou dinheiro? Está com o motorista? Vocês duas tomem cuidado!

— Sim, estamos com ele. A gente daqui a pouco vai pra casa a senhora esta onde?– Dava pra sentir na voz de Fernanda que ela já não estava como no café da manhã.

— Eu vim ao hospital, minha filha, porque uma de minhas modelos sofreu um acidente, mas agora está tudo bem quando chegar em casa eu te conto tudo.– Falou com a voz mais calma porque a filha estava bem.– Toma cuidado, minha filha, toma muito cuidado! Eu te amo, seu pai tá mandando um beijo.

— Eu também te amo, mamãe. Manda meu pra ele meu e da Milena!

— Tá bom, minha filha, nos vemos mais tarde!– Ela desligou sorrindo e quando olhou para Dionísio disse.– Nossa filha é lésbica, amor, estão juntas!Até o humor dela mudou!

Ele sorriu.

— Se ela está fazendo bem a nossa filha, então, não tenho nada contra! Vamos ter um casamento será? – Ele riu.

— Não, de jeito nenhum ainda é muito nova não quero nem pensar numa coisa dessas! Eu quero nossa filha feliz, mas de jeito nenhum casar agora era só uma menina ainda.

Ele riu do desespero dela.

— Calma, estou brincando! Ela é muito nova mesmo pra casar. Deixa ela aproveitar mais a vida.

— Você sabe que não vai dormir no nosso quarto hoje não sabe? Sabe que está castigado?– Ela falou sério olhando para ele. Ele suspirou.

— Você sabe que aquele quarto é meu e quem tem que dormir em outro canto é você! – Provocou.

— Nem vem com essa conversa, mas eu posso dormir em outro quarto também, eu posso até dormir em um hotel se eu quiser!– Ela provocou do jeito que sabia que ele ficava louco.– Foram tantas coisas que aconteceram hoje que eu posso até dormir no hotel para relaxar.

Ele e segurou contra ele.

— Eu vou junto que não sou obrigado!

— Não vai a lugar nenhum, eu já disse que você hoje dorme sozinho.– Ela falou sendo bem sacana com ele.– Você não merece depois de todo sofrimento que eu passei deitar na cama comigo e ficar feliz.

— Então, eu não tenho nada mais que fazer aqui. – Ele se virou caminhando para a porta de saída.

— Dionísio!– Ela falou firme esperando que me virasse para ela.– Então, só pode estar junto comigo se eu te der o que quer?É assim o nosso casamento?– Ela provocou ele.

Ele a olhou.

— Eu não vou ficar aqui se sou o causador de suas angústias, Victória, eu vou procurar quem eu sou. Não se preocupe que não vou me deitar ao seu lado depois de tudo pra ser feliz.

— Não é fácil para mim dizer uma coisa dessas a você!– Ela se aproximou dele tocou seu peito.– Você é o meu amor, é o homem da minha vida, mas eu estou nervosa, estou impactada, você tem outra mulher, se deita com outra mulher mesmo que você não se lembre disso você faz! Eu não sei como lidar com isso!

Ele se afastou dela.

— Não se preocupe que não vou mais te tocar enquanto não resolver isso. Qualquer coisa me liga.

— Vai fica longe de nós ? É isso mesmo?– ela disse com raiva.– Eu já entendi que precisa do seu tempo...– Mas está escolhendo a hora errada, eu preciso de você aqui, acabei de descobrir minha filha e você está indo embora.

— Eu preciso resolve esse demônio que esta dentro de mim, eu estou aqui pra você sempre estive.

Ela o abraçou forte e suspirou sem saber o que dizer depois do beijo ou na boca.

— Eu te amo, você é, meu cuidado com o que vai fazer!– E se afastou deixando que ele fosse.

— Eu vou resolver essa situação! – Beijou ela na boca e saiu rasgado dali.

Victória chorou e sentiu o coração cheio de dor, seu amor, estava indo embora...Esperou nervosa pelas notícias e duas horas depois Maria estava de alta.Victória foi até ela e disse com calma.

— Você vai comigo? Vai me permitir te mostrar que sou sua mãe?

Maria a olhou e assentiu que iria com ela. Victória sentiu uma dor no peito. Sentia que seu amor por sua filha ia fazê-la explodir, nem sabia o que sentir o que dizer, apenas a ajudou a sair da cama e juntas foram para o carro, ela tinha ligado para o motorista buscá-la. A viagem foi curta, mas para ela pareceu uma agonia sem fim.

Tudo se passava no coração dela e ficava olhando par Maria, queria agarrá-la. Beijar, dizer coisas lindas e educadas, coisas amorosas, palavras de mãe para filha.

– Eu tenho uma irmã...– falou num suspiro.

– Tem...– Vitória suspirou saindo daquele transe e daquele silêncio.– Tem uma irmã linda!

– Ela não vai gostar de mim.–olhou para Victória.– Ela nunca gostou sempre foi mal educada comigo!

– Ela?– Victória olhou a filha sem entender o que ela dizia.–Como assim, minha... Maria?

– Fernanda, sempre me tratou mal mesmo eu não dando motivos.–Ela a olhou com o rosto tenso não sabia disso.

– Minha filha, como assim, tratou mal? Me conte tudo!

– Um dia eu cheguei atrasada para o ensaio e ela me encontrou no meio do caminho me escorraçou e disse que não era a casa da mãe joana para chegar a hora que eu quisesse e que iria falar com a senhora para me colocar no olho da rua...–abaixou a cabeça.– Eu implorei, mas ela não quis nem saber.

Victória colocou a mão na boca e olhou assustada porque aquela não era a Fernanda que ela conhecia.

— Tem certeza que era a minha Fer? Ela é tão doce, tão ...

— Era ela sim porque depois que vi a senhora gritando com ela não sei porque mais gritava...

— Eu vou falar com ela e sinto muito! Vem aqui perto de mim! Vem Maria, perto de mim aqui nos meus braços. – ela abriu os braços.

—Eu não quero que brigue com ela pelo menos não perdi o meu emprego.– suspirou e mesmo com receio se aproximou para ser abraçada.

—Eu não posso permitir que ela trate ninguém mal, minha filha não é assim, não foi o que eu ensinei para ela.– Victória abraçou ela com amor, sentindo o coração quebrar de tanta felicidade, era o melhor dos momentos em sua vida.

— Mas não precisa dizer que eu disse eu não quero problema.– Maria podia ouvir o coração dela acelerado.

—Filha, eu quero te chamar assim!–ela disse amorosa apertando ela em seu corpo.– Eu não quero que sofra.Não vai mais sofrer por nada, Fer vai ser uma boa irmã para você!

—Eu não quero ir para a casa dos iturbide eles são muito estranhos!

Naquele momento apertou Vick em seus braços.

— Meu amor...– ela sorriu.– Essa é a melhor noticia que eu poderia ouvir!–ela disse amorosa.

—Não me deixa mais não!

—Eu não te deixei, amor eu te esperei a vida toda...–Apertou mais e sorriu.– Você não vai ficar mais com ninguém, só comigo.– ela disse amorosa e cheirando ela.– Comigo e com sua família!

Maria a abraçou sentindo uma coisa tão boa gostava tanto de estar abraçada a Victória que só agora entendia aquele calorzinho no peito aquela vontade de estar sempre ali ao lado dela e pela primeira vez depois daquela loucura toda, ela sorriu e sorriu grandiosamente.

Tinha uma mãe e não ia desperdiçar aquela oportunidade que a vida estava lhe dando era uma menina solta no mundo agora não era mais, tinha um lar, uma mãe e uma família, queria apenas entender algumas coisas que João tinha dito a ela assim como bernarda mais não era naquele momento que ela iria perguntar iria perguntar depois agora ela queria somente aquele toque de mãe.

— Eu estarei aqui, meu amor, para você sempre.Somos nós duas juntas e vou te proteger de todo mal!

— Agora eu sei porque seu abraço é o melhor de todos...–ela apertou a filha e chorou sentindo que em seu coração tudo era tão lindo, tão perfeita.

— Oh, meu amor, ele é todo seu, todo seu...–ela sorriu mais e beijou aquela filha em todos os lugares.– Eu te esperei a vida toda meu amor, achei que tinha perdido você!

— Aiii...–gemeu de dor sentindo a cabeça.–Não me aperta assim,

— Perdão, minha filha...–ela a soltou com cuidado e cheia de amor.–Deita aqui, filha no meu colo, já estamos quase em casa.

Maria fez o que a mãe mandou e respirou fundo queria só uma vida calma sem tanta complicação,queria apenas paz para poder seguir sendo a modelo que sempre sonhou. Victória sorriu e alisou os cabelos dela até que chegassem em casa. Estava completa agora, agora a vida era completa e cheia de amor.