Ela ofegou queria mais que tudo ser a mulher dele, mas ele parou para o desespero dela e olhando em seus olhos disse:

— Inês, eu... - engoliu seco. - Eu não sei muito que fazer... - falou envergonhado.

Inês sentiu que seu coração iria sair pela boca com aquela declaração e tocou seu rosto.

— Victoriano, você...

— Eu sou virgem, Inês...

Inês não podia acreditar que ele estava ali em sua frente dizendo aquelas palavras. Virgem... Ele era virgem e ela não sabia nem explicar a sensação que tomou conta de seu coração. Ela o amava e não tinha mais dúvidas disso e com aquela revelação ela o amava muito mais, ela sorriu e tocou seu rosto emocionada e Victoriano engoli seco a saliva e sentiu um desespero por ela estar em completo silêncio.

Era apenas alguns segundos mais pra ele era uma eternidade em obter uma resposta para aquela declaração. Inês ainda estava em choque e seu coração batia ainda mais acelerado, ele era virgem, virgem!!! Ele a tinha esperado todos aqueles anos, ele era dela, seria dela e somente dela para sempre no momento em que fizessem amor.

Victoriano estava tão preocupado com a reação dela que ao ver Inês sorrir mais largamente pensou que ela estaria zombando de sua virgindade e ele no mesmo momento quis sair de cima dela, mas Inês não permitiu e tocou seu rosto cheia de amor. Ele era um homem como poucos ou ate mesmo raro já que naquela idade quase ninguém se guardava para uma única pessoa, ela não tinha se guardado e tinha as consequências de seus atos. Muitos jovens da idade dela passavam pelo mesmo.

— Meu Deus, Victoriano, você é virgem... - falou com emoção na voz. - Você me esperou todo esse tempo?! - estava abóbada ainda.

Ele a olhou e respirou fundo sentindo a euforia dela, sempre tinha escondido aquele segredo a sete chaves, nem os pais sabiam que ele guardava sua pureza para Inês. Nem mesmo ele sabia que guardaria tanto tempo sua virgindade para ela como tinha feito e sem medo de suas palavras disse:

— Eu queria que fosse especial e que fosse com a mulher que eu amasse... - estava envergonhado e ela percebeu. - Queria que fosse com a mulher que eu amo!!!

Inês sorriu mais uma vez acariciando seu rosto e o puxou para um beijo com ainda mais entrega, ele sem dúvidas era um homem perfeito e ela podia sentir amargura por ter feito tudo errado, por somente pensar em seus desejos, mas não adiantava ficar olhando para trás se queria um futuro com ele. Inês precisa olhar para frente e consertar a relação dali em diante com a ajuda dele para que pudessem de fato ser felizes.

Victoriano era um homem enorme e ela se sentiu molhar por ele, mas não queria que fosse daquele modo, Inês queria que fosse especial e o soltou parando o beijo, ela o olhou e sorriu acariciando seu rosto enquanto ofegava. O jantar não seria a dois já que a filha iria exigir a atenção dos dois, mas depois seriam novamente os dois sozinhos ali entre aquelas quatro paredes.

— O que foi? - falou ofegante. - Está errado? - se preocupou.

Ela sorriu com aquele jeito lindo dele e o acariciou com ainda mais delicadeza no rosto.

— Quero que essa noite seja especial para nós dois!! - falou cheia de amor. - Quero que a gente jante e fique com nossa menina. - começou a rir. - Ela, não vai largar de você porque estava com muitas saudades e não parou de te chamar um só minuto desde que saímos dessa casa. - confessou.

Ele sorriu e beijou o queixo dela, amava sua menina e se ela estava com saudades ele estaria o dobro porque nunca tinha se separado dela desde o nascimento e aqueles dois dias tinham sido uma eternidade.

— Ela é louca por mim e eu por ela!!! - falou todo convencido e deu um selinho em seus lábios. - Ela é tudo de mais perfeito que temos!!

— E eu sou grata por dar a ela todo o amor do mundo!! - não cansava de olhar aquele rosto lindo e o acariciava com todo amor. - Eu te amo e mesmo que não mereça o seu amor, eu estou aqui para tentar!!

— Você já me tem e eu não quero te perder!!! - a abraçou forte e ela o retribuiu com todo amor que tinha em seu ser e que estava guardado há tanto tempo. - Podemos recomeçar e ser feliz. - a olhou e saiu de cima dela por conta do peso e deitou a seu lado.

Inês o olhou e sorriu sentindo uma coisa tão boa em seu interior que o tocou no peito por dentro do roupão que ele usava, sentiu a necessidade de admirá-lo e começou a descer sua mão até desatar o nó que a privava de vê-lo por completo e ele respirou fundo vendo o que ela fazia. Victoriano nunca tinha ficado nu frente a ninguém e estar frente a mulher que ele amava assim tão desprotegido lhe causava um certo temor e ele segurou a mão dela para não terminar de abrir seu roupão e ela o olhou.

— Algum problema? - falou com calma.

— Eu... - se sentia um idiota. - Eu nunca...

Ela o calou com um beijo tão maravilhoso que ele a segurou com firmeza querendo o mundo com ela e ao mesmo tempo pouco sabia o que fazer com uma mulher tão linda e "experiente" numa área que era pra ser ao contrário. Inês terminou o beijo e sorriu para ele cheia de amor o entendendo.

— Vamos nos vestir e ir jantar e depois... - sorriu mais ficando envergonhada por seus pensamentos. - Depois pensamos!!!

Ele deu uma gargalhada e ficou de pé dando a mão para ela que pegou ficando de pé, ela o beijou mais uma vez e os dois foram ao closet, pegaram suas roupas e ele foi se vestir no banheiro para dar privacidade a Inês e a si mesmo. Quando terminaram eles saíram do quarto de mãos dadas e foram abordados por Victória que já vinha procurá-los e ela pediu colo do pai e ele a pegou enchendo de beijos e eles desceram.

Quando o jantar foi servido eles sentaram a mesa e deram total atenção a filha que exigia muito dos dois e comia de ambos os pratos sem querer do seu. Eles riam do jeito dela e do modo como falava e pela primeira vez estavam desfrutando de um jantar em família. Inês olhava para Victoriano e sentia seu coração pulsar seu amor era virgem e esperava por ela todo aquele tempo, ela não conseguia esquecer-se daquele fato.

Ele também a olhava e sentia que era o momento de ser feliz e deixar aquele maldito passado para trás, ele era o homem que ela amava e que tinha escolhido para estar para sempre e nos olhos dela agora conseguia ver. Victoriano não tinha mais os olhos vendados pela insegurança ou ressentimento, o medo de perdê-las era maior que qualquer sentimento de rancor ou raiva.

Jantaram tranquilamente entre sorrisos e até arriscavam as vezes trocar um beijinho de amor quando Victória olhava pra qualquer lugar ou descia pro chão e quando terminaram de jantar foram para a sala e ali sentaram para que ele brincasse com Vick por mais alguns minutos até ela ficar completamente cansada e os permitir mais um momento a sós. Inês sentou no sofá para admirar os dois como sempre fazia quando era o momento deles.

— Papai, eu quero um presente!! - falou toda esperta o olhando enquanto mexia em seus brinquedos.

— E que presente minha amazona quer? - estava com um cavalo de pelúcia na mão.

Ela olhou a mãe e de joelhos foi até o ouvido dele e cochichou e ele gargalhou deixando Inês curiosa.

— Tem certeza? - a segurou em seus braços. Ela confirmou com a cabeça. - Papai vai buscar então!!! - beijou os cabelos dela que começou a pular.

Victoriano piscou para Inês e saiu da casa com o riso solto no rosto e Inês olhou a filha.

— O que pediu, filha? - falou curiosa.

Vick apenas riu e não contou voltando a sentar e brincar com seus brinquedos, Inês levantou de onde estava e foi até a janela para ver onde ele tinha ido, mas a escuridão não permitiu que ela o visse e ela voltou a onde estava para brincar com a filha enquanto ele não voltava. Foram minutos do lado de fora até que ele entrou em casa e nas mãos tinha um porquinho que ao ser visto por ela foi à maior gritaria.

— Esse bicho não vai ficar aqui dentro!! - Inês falou assim que viu.

— Deixa de ser chata!! - ele falou rindo e abaixou para a filha passar a mão.

— Ele é fedido papai... - falou fazendo cara feia.

— Você tem que dar banho e cuidar dele já que você quer um!!! - falou todo amoroso.

— Eu cuido do fedido!! - passava apenas a ponta do dedo na cabeça do porquinho.

Victoriano começou a rir e tornou a ficar se pé indo para o lado de Inês e sentou ao lado dela que fez cara feia pelo cheiro e ele sorriu mais ainda.

— É por isso que ela é uma mimada!! - tapou o nariz.