— Certeza eu tenho apenas que quero você em paz e que leve uma gravidez segura e que de tudo certo... Depois vemos o que vai acontecer. - respirou fundo. - Eu sei que não me ama, mas estou aqui por você.

Inês ao ouvir as palavras dele desabou ainda mais em choro e o puxou para um abraço que ele a correspondeu cheio de amor porque era isso que ele tinha para ela mesmo estando tão machucado. O que Victoriano queria era não dar vez aquele maldito para destruir ainda mais o coração e a vida dela, se era errado e tivesse consequências somente seria sentido mais a frente, mas naquele momento o que ele queria era ajudar.

Victoriano tinha a certeza em seu coração de que o que precisava fazer era aquilo mesmo que ela não o amasse, queria estar ao lado dela e cultivaria ou morreria com seus próprios sentimentos por ela. Mas ele estaria sempre ali a seu lado... Por ela e por ele mesmo...

Victoriano não passou muito tempo ali ao lado de Inês e logo se despediu saindo do quarto, ela deitou novamente e chorou sentindo por ser uma idiota e se perguntava se era certo "amarrá-lo" a ela daquela forma, mas também não via saída para aquele problema. Benigno tinha sido um maldito e ela não queria mais ser ofendida ou quebrada por ele, aceitaria Victoriano somente para que ele ficasse longe mesmo que fosse errado.

Victoriano do lado de fora deu a notícia a Roger e Laura que ficou de olhos arregalados sem saber o que dizer ou pensar, Roger foi grosso e disse que ele não fazia mais que sua obrigação por ter engravidado sua filha e ele apenas engoliu seco se despedindo e indo dali. Laura o repreendeu e ali eles brigaram contidamente pelas atitudes dele e logo foram ao quarto para levar Inês para casa.

Laura questionou Inês assim que chegaram em casa e mesmo que ela não concordasse estava feito. Aquela mentira encobriria a burrada de Inês, até quando ninguém sabia, mas uma mentira é sempre uma mentira...

(...)

DOIS MESES DEPOIS...

Tudo estava devidamente pronto para o casamento, Victoriano tinha decidido assim junto a Roger para que ninguém descobrisse a barriga de Inês, mesmo que depois as fofocas aparecessem dizendo que ela já tinha se casado grávida. O que era um fato, mas eles não estavam preocupados apenas queriam resolver aquela situação.

Os dois pouco se viram naqueles dois meses, apenas resolviam o básico e ele logo ia embora, estava sempre sério, frio o que a deixava sem saber o que fazer e ela apenas chorava ou nos braços da mãe ou no de sua fiel amiga Cristina que tinha adiado sua viagem para presenciar aquele momento e ser a madrinha dos dois. Laura e Valentina conversaram muito e depois de algumas brigas entenderam que eles não iam voltar atrás, ou melhor, que Victoriano não voltaria atrás e fizeram uma trégua para que juntas pudessem ajudar os filhos quando precisassem.

Mesmo magrinha a barriga de Inês já apontava em seus três meses de gestação, ela não sabia o que sentir sempre que tocava em sua barriga, mas era amor seu coração já tinha escolhido. Victoriano algumas vezes a viu tocando a barriga e sentia seu coração estremecer ali estava crescendo um filho que não era seu, mas que os juntariam para sempre.

Ele não queria pensar naquela criança, não queria sentir sentimentos ruins pelo bebê porque era um ou uma inocente ali em seu ventre. Ele se certificou que benigno saísse da cidade antes de saber de seu casamento e assim foi o desgraçado tinha partido dois dias depois de ela confessar que estava grávida dele, tinha partido com a certeza em seu coração que ela era somente mais uma que queria dar o golpe nele e que aquela criança não seria sua.

(...)

Inês estava parada em frente ao espelho e olhava aquele lindo e simples vestido branco que marcava sua pequena barriguinha e se perguntava o que o destino a reservava, se perguntava se era mesmo certo casar com um homem que a amava e a odiava ao mesmo tempo. Ela se angustiava sempre que se lembrava dos olhares dele para ela e virou para sair dali se sentindo sufocada.

— Aonde vai? - Laura perguntou assim que a encarou depois dela abrir a porta dando de cara com ela.

— Eu preciso respirar... - falou com a voz trêmula.

— Minha filha...

— Dois minutos mamãe. - ela saiu correndo e desceu as escadas saindo pela porta da cozinha.

Correu como conseguiu até que parou debaixo de uma árvore e respirou fundo olhando para o céu com os olhos marejados, respirou mais uma vez e logo a vontade de vomitar veio a ela que abaixou a cabeça e deixou que ele viesse a aliviando por completo.

— Você está bem? - a voz grossa soou e ela se virou assustada.

— O que está fazendo aqui? - piscou derramando suas lágrimas.

— Eu te vi correr e fiquei preocupado. - se aproximou e deu o lenço para ela que o encarou.

— Por que vive se preocupando comigo? - gritou. - Por que sempre aparece na hora que eu preciso? Por quê?

— Eu já te disse minhas razões e não vou repetir. - colocou as mãos no bolso.

— Você me odeia, eu vejo nos seus olhos que é assim. - falou com desespero.

— Quem ama não faz o que eu estou fazendo por você. - disse duro.

— Está fazendo para mais tarde me jogar na cara o quanto eu fui burra e não ouvi os meus amigos... Não ouvi você!! - bateu o dedo no peito dele. - Você quer me punir, me fazer olhar pra você para o resto da vida e perceber o quanto eu errei... - chorou mais.

— Você está se punindo sozinha... - falou com calma. - Agora podemos ir? Tem muita gente nos esperando.

— Eu não vou me casar com você!!! - disse firme. - Não vou me casar com um homem que me odeia e que vai odiar essa criança quando nascer.

Inês estava tão desesperada e culpada que não queria mais aquela farça toda, queria que ele fosse livre e seguisse a vida dele longe dela e longe do ódio que via em seus olhos. Victoriano respirou fundo e disse firme.

— E vai contar a seu pai que se engraçou com um safado e que transou com ele dentro de um carro e mais sei lá onde? - aquelas palavras não feriam somente a ela. - Vai contar a ele que o pai dessa criança foi embora dois dias depois que você contou a ele que estava grávida? Não basta tudo que já sofremos até aqui, você ainda quer mais? Não pense no ódio que você diz que eu sinto por você, mas nessa criança que precisa de um lar pra nascer saudável e eu vou ser o pai dela. - foi firme. - Pelo menos uma vez na sua vida ouça o que eu estou te dizendo.

Inês sentiu as palavras como facas tomando seu corpo e ela abaixou deixando que muitas mais muitas lágrimas rolassem por seu rosto. Ele estava certo mesmo que doesse ele estava certo, ele a levantou e a segurou em seus braços.

— Está na hora de crescer Inês e pensar no seu bebê. - falou com a voz mais suave.

— Me perdoe... - ela o abraçou forte e ele a amparou.

— Eu estou aqui por você... - respirou fundo olhando aquele céu azul sem nuvem alguma e ali pediu forças para seguir em frente...

E dali minutos depois eles se foram e selaram o destino dos dois para sempre...

(...)

CINCO ANOS DEPOIS...