— Você vai aprender Inês do modo mais duro que não deve se enganar o seu pai! - puxou Lupita mais para ele. - Pode ter certeza que vai doer mais em você do que em mim!

— Me solta! - ela gritou se debatendo.

Victoriano avançou para tentar tirá-la do agarre dele, mas sem pena alguma ele tirou uma faca de sua cintura e acertou a perna dela e Inês gritou desesperada para que ele não machucasse sua mãe e Victoriano parou de imediato sabendo que era mais grave do que eles pensavam. Amaro a arrastou para o carro e a colocou dentro já podendo ouvir o barulho da policia, ele não seria preso e faria para sempre Inês sentir na pele o que era ter se apaixonado por um Santos.

Lupita segurava sua ferida com as mãos tremulas e sentia a dor corroer todos seus ossos enquanto ele dirigia feito um maluco, tinha lágrimas nos olhos e o olhava gritar no volante enquanto era seguido pela policia e naquele momento ela entendeu que somente ela tinha a decisão de mudar o futuro de todos que amava e se era assim que precisava ser feito: Ela o faria. Pediu perdão mentalmente a sua menina e mesmo que estivesse fraca pela dor que estava sentindo, ela levou a mão no volante e o puxou fazendo que Amaro se assustasse e perdesse completamente o controle do carro os fazendo cair ribanceira a baixo.

Choque, desespero foi isso que Inês sentiu ao ver o carro capotar por diversas vezes naquela ribanceira e seu ar faltou ficando tudo em absoluta câmera lenta para ela que desceu do carro desesperada e sem pensar duas vezes correu para descer o barranco vendo que o carro tinha sido parado por uma arvore. Victoriano até tentou segurá-la mais não conseguiu já que ela deslizou por seus braços e desceu em busca de sua mãe sem se importar de se machucar e quando chegou até o carro somente Amaro estava dentro dele e desacordado, ela buscou por Lupita e logo a encontrou um pouco mais longe do carro.

— Mãe... - ajoelhou ao lado dela e tirou os cabelos de seu rosto. - Tragam uma ambulância!

Lupita tossiu e abriu os olhos lentamente, sentia seu corpo todo doer e estava bem machucada por rolar varias vezes ao ser jogada do carro pela janela, Inês tocou o rosto dela e deixou que suas muitas lágrimas rolassem por seu rosto.

— Minha filha... - falou com dificuldade.

— Não fala que a ajuda já está vindo! - soluçou.

— Não há mais tempo pra mim! - sorriu de leve e levou a mão a seu rosto. - Você precisa me prometer que vai ser feliz e que nada e nem ninguém vai destruir a sua felicidade!

— Não se despeça de mim! - gritou desesperada. - Cadê os médicos?

— Meu amor, olha pra mim! - Inês se negou com a cabeça. - Eu te amo e faria tudo de novo para que seja feliz!

— Eu não posso ser feliz sem você! - a olhou e pelo canto de sua boca escorreu sangue. - Pelo amor de Deus, não me deixa!!

— Eu te amo! - deixou uma lagrima escorrer pelo canto de seu olho e a dor tomou conta de seu corpo a fazendo fechar os olhos e logo a mão que estava em seu rosto perdeu a força fazendo Inês gritar.

— Mamãe... - tocou o rosto dela para que abrisse os olhos. - Por favor, mamãe!!

Inês gritou mais e a puxou para seus braços agarrando o corpo dela, Marcos tinha cumprido a ameaça de fazer com que ela sofresse da pior forma e ali estava ela com sua mãe nos braços morta por uma maldita guerra de família que não era dela, não era de ninguém além de Amaro. A dor corroia todo seu corpo e sua alma, sua mãe estava morta e ela somente sabia chorar agarrada a seu corpo, Victoriano abaixou e a segurou em seus braços quando os paramédicos chegaram e constataram que ela estava mesmo morta.

Ela se negava a soltar o corpo de Lupita e Victoriano pediu mais alguns minutos para elas e eles foram até o carro, tiraram o corpo de Amaro que também estava morto, seu pescoço tinha quebrado na queda e eles o levaram dali. Voltaram minutos depois para levar Lupita e Inês a agarrou mais forte, Victoriano com muito custo conseguiu que ela soltasse a mãe e a pegou nos braços para levá-la para cima, foi somente assim que conseguiu fazer com que ela a soltasse. Os paramédicos ajudaram Inês naquela subida tão difícil e no alto daquele moro Victoriano deixou o corpo de Lupita sobre a maca.

— Meu amor, você precisa deixá-la ir!

— Eu não consigo! - sentiu as pernas fraquejar e ele a segurou em seus braços e pediu com um aceno de cabeça que eles a levassem. - Aaaii, aaain Victoriano! - se agarrou nos braços dele e ele chorou junto a ela.

Se tem uma coisa que nunca pensamos é em perder uma mãe, pra nos mãe dura para sempre e quando nos é arrancadas desse modo dói o dobro, Inês estava devastada, quebrada e não sabia como iria seguir dali em diante sem a sua mãe. Victoriano a pegou nos braços e a levou para o carro, falou com os policiais e dali se foi para a fazenda, eles teriam um longo dia de dor e ainda tinha que dar a noticia a todos.

Teria que ser cauteloso já que Cassandra estava grávida, mas não tinha modo de dizer aquilo e ao chegar na fazenda ajudou Inês a chegar no quarto e ela pediu para ficar sozinha, foi direto para o banheiro e entrou debaixo da água gelada para ver se assim adormecia a sua dor, mas era quase que impossível naquele momento e ali ela ficou até perder as forças de suas pernas e cair sentada no chão, ela tinha perdido uma parte de seu coração que nunca mais seria a mesma. Victoriano aproveitou para comunicar a todos e quando contou a Cassandra, ela saiu correndo em busca de sua mãe e a encontrou no chuveiro, foi até ela e não se importou com a água gelada apenas abraçou sua mãe e as duas choraram sentindo aquela perda.

Seria um dia nublado e cheio de tristeza para a família e eles não sabiam quando iriam ver novamente cores para sorrir...