— Bom, acho que pra que essa guerra termine de uma vez por todas a gente precisa unir os sangues!!! - olhou para o seu amor. - Eu e Alejandro vamos nos casar em breve, mas falta um elo mais forte para que essa guerra termine de vez.

Alejandro sentiu o estomago doer com o que se passou em sua cabeça.

— Amor...

Ela sorriu mais ainda e o puxou para mais perto dela.

— Eu quero dizer a vocês todos que eu e Alejandro estamos grávidos!!!

— Como é que é? - a voz que não poderia faltar naquele momento foi ouvida os fazendo virar na direção de Amaro.

A indignação estava presente em seu rosto, a família não podia se misturar mais uma vez, não era possível que todos os seus esforços para mantê-los longe, estava falhando, ele nunca iria aceitar a junção das famílias mesmo tendo Emiliano já como o herdeiro, era um disparate aquele casamento e agora aquela gravidez. Inês olhou para o pai e caminhou até ele, sempre teve medo dele, mas naquele momento iria defender sua filha com unhas e dentes, como a leoa que era com seus filhos.

— O que está fazendo aqui?

— Minha casa! - foi grosso. - Como pode deixar que minha neta misture o sangue com o dessa família? Você, não aprendeu nada com esse bastardo.

— Não fale assim do meu filho! - foi firme. - Vá embora!

— Eu não vou embora! - rosnou.

— Você não vai estragar nosso dia! Você já interferiu demais em nossas vidas e isso acabou, papai!

Ele riu, não iria permitir que ela falasse assim com ele e muito menos na frente daquelas pessoas, Amaro a pegou pelo braço e apertou sem pena.

— Perdeu a noção do perigo?

Victoriano ia se aproximar, mas Lupita tomou a frente e acertou a bengala no braço dele para que soltasse sua menina e ele gemeu de dor a soltando.

— Eu já disse que não vou permitir que machuque mais ninguém, vá embora porque você e essa guerra absurda não cabem mais nessa família!

— Você ficou louca? - gritou.

— Fiquei quando te apoiei e fiz minha filha sofrer por anos, quando deixei que essa maldita guerra entre família fosse mais forte que o amor, mas agora isso acabou e você não tem mais autoridade aqui em nada! - foi firme como sempre era. - Inês vai ficar com Victoriano, Cassandra vai se casar com Alejandro e você vai assistir a tudo isso de boca fechada, já chega dessa guerra idiota!

— Eu nunca vou permitir isso! - olhou para Inês. - Continue com essa loucura e eu vou te provar do que sou capaz! - era uma clara ameaça.

Inês sentiu seu sangue gelar, sempre tinha medo quando ele falava daquele modo e sabia que ele era capaz de tudo quando estava daquele jeito e ela precisava cuidar de seus filhos, principalmente de Cassandra que agora estava grávida.

— Pare de ameaçar o seu sangue! - Lupita gritou com ele.

Cassandra se aproximou e cansada daquela situação passou a frente de Inês e disse:

— Já chega disso, vovô! Eu não vou permitir que ameace a minha mãe por tentar ser feliz, eu não vou permitir que estrague a minha felicidade por uma guerra que é somente sua. Eu sou uma mulher adulta e posso fazer da minha vida o que eu quiser!

— Igualzinha a sua mãe, mas tudo que aqui se faz aqui se paga!

— Isso serve pra você também! - desafiava. - Eu não vou esperar vinte anos pra estar com meu amor igual você fez a minha mãe fazer!

Inês a olhou no mesmo momento e seus olhos se encheram de lágrimas, eram duras as palavras, mas verdadeiras e ela olhou para Victoriano que bufava com ele ali, tinha tanta raiva dele que se pudesse o partia no meio mais não fazia por respeito a todos que estavam ali e principalmente pelo filho que era pequeno e não entenderia aquela briga toda que se formaria se fizesse o que tinha vontade. Inês olhou para a filha e logo para o pai e dali saiu deixando que suas lágrimas rolassem por seu rosto.

— Mamãe... - Cassandra chamou mais ela não parou e entrou em casa. - Você tem o dom de estragar tudo a seu redor! - Cassandra gritou com ele e saiu correndo atrás de sua mãe.

— Vá embora Amaro! - Lupita pediu mais uma vez. - Eu vou te proibir de entrar aqui e vou avisar meus homens pra que te de um tiro se você se aproximar sem ser chamado! - e ela também entrou em casa.

Amaro olhou a família Santos e os praguejou, eles não iriam "roubar" tudo que era seu, não iria permitir que acontecesse e ali sentenciou.

— Vocês todos vão morrer!

Victoriano foi para partir pra cima dele mais Emiliano gritou.

— Papai!! - chamou cheio de medo.

Victoriano travou no mesmo momento e o olhou, Amaro tinha dado sorte naquele momento, mas não seria assim da próxima vez porque ele estava cansado daquelas ameaças, pegou seu filho nos braços e chamou os pais para entrar, a solidão era pouco para ele. Ele ainda ficou por alguns minutos ali e logo se foi, as coisas estavam muito fora do controle e ele iria arrumar aquilo de uma vez por todas.

(...)

— Mamãe, me desculpe! - Cassandra estava arrependida do modo como tinha falado e com as crises que ela teve, tinha medo que ela voltasse a ter.

Inês estava parada olhando pela janela e deixava suas lágrimas rolarem por seu rosto, era mais forte que ela e mesmo que não quisesse chorar ali estava ela em lágrimas. Ela sabia que a filha tinha apenas dito a verdade, mas era uma verdade dolorosa e ela queria que o tempo voltasse atrás e que ela tivesse uma nova chance de escrever sua historia, mas totalmente diferente, só que isso não era possível e toda decisão que tomamos precisamos arcar com as consequências e ali estava um presente ameaçado pelo próprio pai.

— Você só disse a verdade! - passou a mão no rosto. - Eu fui uma fraca e não lutei por quem eu amava... - a olhou. - Mas você é diferente e agora com um bebê ai dentro da sua barriga, você vai poder me entender e vai saber que por filhos a gente vai de um tudo! - caminhou até ela e Cassandra a abraçou forte.

— Eu te amo e sempre tive orgulho de tudo que você fez por mim e por Emi. - a olhou e beijou seu rosto. - Você é a melhor mãe do mundo e tem suas razões para ter feito o que fez, mas agora você tem a chance de ser feliz com ele.

Ela sorriu de leve.

— Eu só quero que você seja feliz, vamos comemorar o meu neto! - a abraçou forte e a encheu de beijos por todos os lados e ela sorriu. - Meu Deus, eu sou muito jovem pra ser avó! - brincou.

Victoriano que estava ali já com seus pais e Alejandro gargalhou e disse pra quebrar aquele clima todo.

— Eu então nem se fale! - Cassandra o olhou. - No auge dos meus vinte anos, dono de um charme invejável ser avô?

Todos começaram a rir.

— Nem se acha né pai! - Alejandro foi até o seu amor, nem tinha conseguido processar aquela noticia com o que tinha acontecido. Segurou a mão dela e disse: - Você está me fazendo ainda mais feliz com essa noticia!

— Eu sei que deveria esperar o casamento, mas aconteceu e eu sou a mulher mais feliz do mundo! - o abraçou e logo o beijou nos lábios.

— Ecaaaaaaa. - Emi tapou o rosto ao vê-los se beijar e a risada foi solta mais uma vez.

Todos abraçaram os dois parabenizando e a festa voltou a rolar entre eles que riram, brincaram e o mais importante: Foram felizes. Depois de muito comemorar e "esquecerem" a presença de Amaro ali, a festa terminou. Inês esperou por seu amor no quarto e quando ele veio depois de uma maratona com o filho a agarrou por trás cheirando seu pescoço, estava feliz por dividir aqueles momentos com o filho e se pudesse não o largava mais.

— Acho que me tens abandonada por um certo pimpolho! - falou com um meio sorriso deitando a cabeça em seu peito.

— Ciúmes? - riu e beijou seu pescoço. - Não precisa ter porque eu também cuido muito bem de você!

Ela sorriu suspirando com as caricias dele e antes que fosse parar debaixo dos lençóis, ela virou e o olhou nos olhos.

— Eu quero que me acompanhe a um lugar!

— Onde quiser minha vida! - sorriu sugestivo.

— Amor, não é pra fazer safadeza! - acariciou o peito dele rindo.

— É você quem está falando isso! - riu dando um beijinho nela. - Aonde quer ir?

— Quero ir à delegacia! - falou logo.

Ele se assustou com o pedido dela.

— Meu amor...

— Amor, eu sinto que meu pai vai fazer algo de muito ruim e antes que isso aconteça quero denunciá-lo! - estava certa do que iria fazer. - Meu pai não pode ficar por ai ameaçando as pessoas e principalmente não quero que nada aconteça a você e nem a seus pais!

— Então vamos porque eu também não quero que nada aconteça conosco e muito menos com você! - acariciou seu rosto. - O modo como seu pai nos ameaçou hoje foi serio e ele tem que aprender a respeitar as decisões das pessoas!

— Por isso que temos que ir!

Ele estava completamente de acordo com ela e segurando a mão dela eles foram para a delegacia. Amaro iria aprender a lição por bem ou por mal...