— Eu estava te esperando... - sussurrou e buscou os lábios dele para um beijo.

Victoriano sorriu e nada mais precisou ser dito e eles se fundiram um no outro deixando que qualquer problema ficasse daquela porta para fora, eles eram adultos e sabiam perfeitamente o que estavam fazendo naquele momento. Inês poderia continuar se negando, mas para que? Por que faria isso com o homem que ela realmente amava e tinha amado toda uma vida? Tudo que tinha feito até ali tinha sido para protegê-lo e para proteger a seu filho.

Ela sabia que era um passo muito grande naquele momento, mas o prazer e o amor gritavam em seu interior e ela não iria mais se esconder apenas iria viver o que tivesse que ser dali em diante. Inês sabia que agora que ele sabia de toda a verdade a cuidaria como ela tinha cuidado dele mesmo que indiretamente naqueles últimos anos. Seria dali em diante amor e guerra... O prazer ainda percorria no corpo de ambos ali deitados naquela cama, Inês tinha a cabeça em seu peito e ele acariciava suas costas nua.

A muito não sentia tanto prazer, ou melhor, não sentiu nunca tanto prazer como sentia nos braços dele, ela respirou fundo e sentindo seu cheiro e levantando a cabeça para olhá-lo nos olhos disse:

— Acho que essa vez pode ficar na aposta!!! - falou sabendo que ele não gostaria.

Victoriano deu um suspiro e a afastou dele de imediato, não queria saber de aposta nenhuma e se ela tinha ido para a cama com ele para pagar aquela maldita aposta iria sumir da vida dela de uma vez, estava cansado de se rastejar aos pés dela e ela nada fazer. Sentou na cama e ela puxou o lençol cobrindo os seios, sorriu de lado quando ele não a olhava e ele bufou voltando seus olhos a ela.

— É isso mesmo que quer? - falou indignado.

Inês apenas assentiu e ele não podia acreditar que depois de um momento como aquele ela estava dizendo que era o "pagamento" da aposta, passou a mão no cabelo enquanto a olhava deitava com a cara sem expressão alguma.

— Você só pode estar de brincadeira com a minha cara!!! - estava começando a ficar vermelho e ela soltou uma gargalhada.

— Você nunca vai deixar de ser um bufão? - sentou e foi bem próximo a seus lábios. - Acha mesmo que depois de um momento como esse eu vou fazer uma coisa dessas? - sorriu.

Ele a beijou e a trouxe para seu colo e ela sentou de frente para ele o laçando com as pernas.

— Pelo visto a velha Inês está de volta!!! - mordeu os lábios dela.

Ela sorriu agarrando ele pelo pescoço.

— Foi somente um mal momento, mas falar me ajudou muito a tirar o peso das costas!!! - suspirou.

— Eu quero que conte sempre comigo!! - cariciava as costas dela sentindo o membro tomar vida.

— Pra tudo mesmo? - sorriu marota.

— Pode apostar que sim!!! - falou roçando seus lábios nos dela e logo um delicioso beijo se iniciou e nada mais foi dito entre eles, apenas o amor gritou entre as quatro paredes mais uma vez...

(...)

NO ANDAR DEBAIXO...

— Agora eu posso ir com eles? - Emiliano insistiu depois de terminar a bandeja de lanche.

Cassandra o olhou e suspirou sabendo que ele não poderia ir até lá, mas como conseguir fazer com que ele esquecesse se ele amava a presença de Victoriano e o queria sempre a seu lado.

— Emi, você sabe que a mamãe esta dodói né? - ele assentiu. - Então precisa deixar que ela descanse mais um pouco com seu padrinho que cuidou dela a noite inteira e precisa também dormir!!! - argumentou querendo que ele entendesse.

— Mas eu quero cuidar também, Cass... - suspirou triste querendo os dois junto de si.

Cassandra iria responder, mas viu Alejandro entrar e teve uma ideia.

— E se eu e Ale te levar pra andar de cavalo um pouco? - sorriu largamente. - Podemos pegar aquelas frutinhas que gosta!!!

Alejandro foi a eles e roubou um sanduíche da bandeja e a beijou na boca, ele tinha acabado de sair do banho e sorriu aos dois mordendo o lanche.

— Acho perfeita essa ideia!!! - falou de boca cheia.

— É feio falar de boca cheia!!! - Emi o corrigiu e ele riu alto.

— Me desculpe!!! - fez sinal de rendição. - Mas então, vamos passear? - o encarava.

— Só um pouquinho!!! - desceu do banco para irem.

— Sim, só um pouco!!! - Cassandra confirmou e olhou para seu amor.

— Eles estão transando? - falou baixo somente para ela ouvir depois que Emiliano já caminhava para a saída.

— Sim!!! - falou com horror.

— Temos que dizer a eles que tem uma criança nessa casa e que eles não podem fazer isso assim tão alto no meio da tarde!!! - falou zombando e ria caminhando com ela.

— Amor, eles até que demoraram muito para chegar a isso!!! - o beijou na boca e saíram para entreter Emiliano por algumas horas.

(...)

LONGE DALI...

— Não é possível que isso esteja passando!! - falou com enfado olhando Dana. - Mulher, eu não quero meu filho e meu neto metidos naquela casa com aquele homem traiçoeiro!!! - bufou.

— Eles são adultos e sabem bem o que fazer e...

— Não quero saber dessa conversa de amor e muito menos de casamento!!! - buscou por uma bebida.

— Você sabe que não vai impedir que eles fiquem com elas!!! - disse Dana com calma sentada no sofá.

— Há muito tempo eu não impeço nada em relação a eles e nem a você que é melhor amiga daquela mulher!!! - se referia a Lupita.

Dana levantou e foi a ele com calma e tirou o copo de sua mão e o deixou sobre o balcão, tocou seu rosto e disse com amor.

— Amor, quando decidimos deixar de lado essa guerra entre as famílias vivemos desde então muito bem!!! - ele a segurou pela cintura.

— Mas você sabe também que Amaro nunca desistiu de nos prejudicar, ele nos odeia e quanto mais o ignoramos mais ele arma contra nossa família e principalmente contra Victoriano!!! - estava daquele modo porque tinha medo de que algo acontecesse com sua família.

Ela deu um selinho nele e disse com calma.

— E você também sabe que estamos guardando tudo que ele tenta nos fazer, revertemos tudo que ele tentou até agora e em mais alguns meses vamos acabar com ele e sua maldade!!! - falou certa do que dizia.

— Eu não vejo a hora de tirá-lo de circulação para que possamos respirar em paz!!! - levou a mão ao rosto dela.

— Enquanto isso quero que tome muito cuidado, você é o meu amor e não quero que nada te aconteça e muito menos aqueles dois cabeças duras!!!

Dana sorriu e o beijou com calma, mas o beijo não durou muito já ouviram gritaria vinda da entrada principal e ao se soltarem ouviram.

— Cadê ele? Cadê? - ela gritou.

Dana olhou o marido e os dois se separaram para tentar contornar aquela situação.

— O que está fazendo aqui? - Dana perguntou com receio de como a via.

— Não importa!!!! - falou completamente perturbada. - Apenas me diga onde está meu marido, onde está Victoriano?

— Diana, você precisa se acalmar!! - deu dois passos a frente e ela gritou.

— Ele está com ela? Ele está com aquela vagabunda da Inês? - gritou com lágrimas nos olhos e de sua roupa tirou um revolver e o mirou em sua própria cabeça deixando os dois de olhos arregalados...